Poste aqui sua Flash Fiction!
Enviado: 05 Fev 2020, 15:01
Pensei em abrir este tópico para darmos a cara a tapa e postar aquelas historinhas que aparecem do nada na nossa cabeça. Espero que curtam a ideia!
Após anos e anos de brigas constantes, sendo afastado dos familiares e amigos, sendo rastreado pelo celular até mesmo quando ia à padaria, Ricardo chegou ao seu limite. Era hora de pedir divórcio. Como ele deixou a situação ir tão longe. A frese do amigo ecoava em sua cabeça:
- Ricardo, só tenho medo de 3 coisas na vida. Rato, barata e mulher maluca. E a Jana me bota um medo danado.
Na época ele apenas riu, levando como apenas mais uma palhaçada daquele amigo sem limites, respondendo com outro gracejo;
- Cara, quanto mais maluca, melhor na cama.
E realmente o sexo era fantástico. Jana não tinha limites. Os amigos reparavam que ele estava até mais magro.
- Estou grávida.
Ricardo era um cara certinho, e fez a coisa certa. Casou-se com a maluca.
Durante a gravidez ela acalmou. Não sabe até hoje se foi por ter dedicado a ela 9 meses de ininterrupta atenção e paparicos, ou se hormônios alterados tiveram efeito contrário na cabeça já não muito certa.
Aí nasceu Elisa. Lili. E o inferno recomeçou. O ciúme de Jana voltou com tudo. Tinha ciúmes até da filha.
- Chega Jana, não aguento mais, quero o divórcio.
A resposta foi o vaso quebrado em sua cara, arranhões e um olho roxo. Ele não reagiu, se livrou e saiu correndo. A vergonha o impediu de dar queixa da futura ex-esposa, mas não de aparecer arrebentado e esfarrapado na frente do sogro.
O velhinho pacato e gente boa conhecia bem a filha. Ele até tentou avisar o genro, de quem gostava muito, mas o senso de responsabilidade e o sexo faziam com que Ricardo a enxergasse através de um filtro cor de rosa. Ricardo chorava abraçado ao sogro. Não pensou duas vezes. Internou a filha no melhor hospital psiquiátrico que seu dinheiro pôde pagar.
Cinco meses se passaram. Lili mal perguntava da mãe, apenas curtia a paz com o pai, sendo paparicada por ele e pelo avô. Num desses paparicos, o avô pegou a pequena na porta da escola para um fim de tarde de cachorro quente e sorvete. Ricardo foi sozinho para casa pela primeira vez nesse período, pensando apenas no pote de biscoitos que deixava escondido da filha (sem culpa, eram caros demais pro paladar de uma criança), na coca cola gelada e no Método Kominsky.
Ao abrir a porta, sentiu algo estranho. Algo como um calafrio percorreu a espinha e uma estranha sensação de ansiedade se instalou.
- Bobagem minha, muito tempo que não entrava aqui sozinho.
Pegou os biscoitos, a coca cola e sentou-se na poltrona favorita. Antes de ligar a TV passou os olhos pelo twitter para ver as notícias do dia.
O sangue esvaiu de seu rosto imediatamente: "@ultimasbrasil: Misterioso incêndio em hospital psiquiátrico. Pacientes fogem em pânico"
A estranha sensação fez todo o sentido. Um pequeno traço do perfume de Jana pairava no ar. Ele ouviu passos.
"Oi querido" - ouviu antes do estampido. Não ouviu mais nada depois dele.
Após anos e anos de brigas constantes, sendo afastado dos familiares e amigos, sendo rastreado pelo celular até mesmo quando ia à padaria, Ricardo chegou ao seu limite. Era hora de pedir divórcio. Como ele deixou a situação ir tão longe. A frese do amigo ecoava em sua cabeça:
- Ricardo, só tenho medo de 3 coisas na vida. Rato, barata e mulher maluca. E a Jana me bota um medo danado.
Na época ele apenas riu, levando como apenas mais uma palhaçada daquele amigo sem limites, respondendo com outro gracejo;
- Cara, quanto mais maluca, melhor na cama.
E realmente o sexo era fantástico. Jana não tinha limites. Os amigos reparavam que ele estava até mais magro.
- Estou grávida.
Ricardo era um cara certinho, e fez a coisa certa. Casou-se com a maluca.
Durante a gravidez ela acalmou. Não sabe até hoje se foi por ter dedicado a ela 9 meses de ininterrupta atenção e paparicos, ou se hormônios alterados tiveram efeito contrário na cabeça já não muito certa.
Aí nasceu Elisa. Lili. E o inferno recomeçou. O ciúme de Jana voltou com tudo. Tinha ciúmes até da filha.
- Chega Jana, não aguento mais, quero o divórcio.
A resposta foi o vaso quebrado em sua cara, arranhões e um olho roxo. Ele não reagiu, se livrou e saiu correndo. A vergonha o impediu de dar queixa da futura ex-esposa, mas não de aparecer arrebentado e esfarrapado na frente do sogro.
O velhinho pacato e gente boa conhecia bem a filha. Ele até tentou avisar o genro, de quem gostava muito, mas o senso de responsabilidade e o sexo faziam com que Ricardo a enxergasse através de um filtro cor de rosa. Ricardo chorava abraçado ao sogro. Não pensou duas vezes. Internou a filha no melhor hospital psiquiátrico que seu dinheiro pôde pagar.
Cinco meses se passaram. Lili mal perguntava da mãe, apenas curtia a paz com o pai, sendo paparicada por ele e pelo avô. Num desses paparicos, o avô pegou a pequena na porta da escola para um fim de tarde de cachorro quente e sorvete. Ricardo foi sozinho para casa pela primeira vez nesse período, pensando apenas no pote de biscoitos que deixava escondido da filha (sem culpa, eram caros demais pro paladar de uma criança), na coca cola gelada e no Método Kominsky.
Ao abrir a porta, sentiu algo estranho. Algo como um calafrio percorreu a espinha e uma estranha sensação de ansiedade se instalou.
- Bobagem minha, muito tempo que não entrava aqui sozinho.
Pegou os biscoitos, a coca cola e sentou-se na poltrona favorita. Antes de ligar a TV passou os olhos pelo twitter para ver as notícias do dia.
O sangue esvaiu de seu rosto imediatamente: "@ultimasbrasil: Misterioso incêndio em hospital psiquiátrico. Pacientes fogem em pânico"
A estranha sensação fez todo o sentido. Um pequeno traço do perfume de Jana pairava no ar. Ele ouviu passos.
"Oi querido" - ouviu antes do estampido. Não ouviu mais nada depois dele.