Acho o Dawkins meio pedante, na verdade. A vertente do ateísmo dele tem um quê meio fundamentalista que me incomoda. Sem contar o ranço que ele tem com alguns outros movimentos sociais, como o que busca valorização das mulheres na ciência. Sagan é um tipo de ateu que me representa muito melhor (embora ele também tenha um lado meio proselitista).

Do Gaiman, recomendo muito que leia o Deuses Americanos. É o melhor livro dele, de longe. E muito da concepção de deuses de Arton é claramente inspirado por ele, acho que já falei disso em outro tópico. Gosto muito de Lugar-Nenhum também. Mas vou dizer que não sou assim tão fã do Gaiman em prosa. É bom, ele tem ideias legais, mas em última instância ele acaba parecendo muito fogo de artifício, muita luz e barulho sem tanto conteúdo.

Não tenho tido muito pique de leituras recentemente. O último livro que li foi Estação Onze, de Emily St. John, e recomendo bastante. É uma espécie de pós-apocalipse mais humanizado, sem zumbis ou elementos fantásticos, em que uma epidemia de gripe dizimou 99% da população mundial, e o que aconteceu com o mundo vinte anos depois. Tenho dado uma olhada também no Dez Dias que Abalaram o Mundo, clássico de John Reed sobre a Revolução Russa. E garimpado uns contos de The Paper Menagerie, do Ken Liu.

Terminei o Fundação do Asimov. Começa com um ar "episódio da vez de Jornada das Estrelas" e a partir do segundo volume os eventos não apenas entram em uma escala dramática como sabotam (no bom sentido) expectativas.

E realmente, só lendo em três volumes (a edição mais antiga da Hemus publicava tudo de uma vez) você percebe como ali há uma divisão engenhosa em três atos.

Ainda tenho que comprar o segundo box, com os dois volumes finais da saga — e os dois prelúdios, que tem que ser lidos DEPOIS da saga completa, porque as informações neles não apenas spoilerizam como reviram o conteúdo do avesso.

Próxima leitura: Darth Plagueis de James Luceno ou O Quarto Poder de Paulo Henrique Amorim. Decido hoje.

Concordo que Dawkins seja pedante, e às vezes eu acho que ele tem essa postura "excessiva", mas acho que está muito ligado ao nível de seus adversários religiosos, que frequentemente usam argumentos rasteiros para responder aos apontamentos ateístas.

Não estou completamente inteirado da postura de Dawnkis em outras áreas de luta social. Mas Sagan também me representa melhor. Ou me representava, já que infelizmente não está mais entre nós, retornou ao pó.

BURP escreveu:Acho o Dawkins meio pedante, na verdade. A vertente do ateísmo dele tem um quê meio fundamentalista que me incomoda. Sem contar o ranço que ele tem com alguns outros movimentos sociais, como o que busca valorização das mulheres na ciência. Sagan é um tipo de ateu que me representa muito melhor (embora ele também tenha um lado meio proselitista).

É exatamente isso que penso do dois.

BURP escreveu:Do Gaiman, recomendo muito que leia o Deuses Americanos. É o melhor livro dele, de longe. E muito da concepção de deuses de Arton é claramente inspirado por ele, acho que já falei disso em outro tópico. Gosto muito de Lugar-Nenhum também. Mas vou dizer que não sou assim tão fã do Gaiman em prosa. É bom, ele tem ideias legais, mas em última instância ele acaba parecendo muito fogo de artifício, muita luz e barulho sem tanto conteúdo.

Niel Gaiman tem que peneirar. Acho Deuses Americanos incrível, mas "Lugar Nenhum" não é o melhor trabalho dele. (Usando de eufemismo.)

Estou já há bastante tempo lendo o Golem e o Gênio, da Darkside books, mas apesar de ser um bom livro, a leitura não é empolgante, e sempre me faz adiar...
Além disso estou lendo sem muita pressa Antologia da literatura fantástica, da Cosac Naify, ótima coletânea de contos, e o livro em si é muito bonito.
Também estou relendo o Olho do mundo, livro 1 de A Roda do Tempo, Robert Jordan. Na primeira vez que li não gostei muito, mas essa segunda leitura já está me agradando mais. Vou emendar essa releitura com a leitura do livro 2, A Grande Caçada.

Sobre os livros já comentados aqui, anotei alguns para leitura futura. O mundo de gelo e fogo eu vinha adiando pra comprar, por achar que não teria tanto conteúdo bom quando se poderia esperar. Mas os comentários ativaram minha curiosidade.

Lendo Entrevista com o Vampiro (Anne Rice).

Livro realmente muito gostoso de ler. É instigante. Intrigante! Achei curioso que até onde já li (pág. 80), tem muita coisa que não tinha no filme, como por exemplo...

ALERTA DE SPOILER

Lestat tem um pai, bem velho e cego, de quem cuida e que NÃO faz ideia de que o filho se tornou um vampiro. É por isso, na verdade, que transformou Louis. Precisava de um bom lugar para cuidar do velho pai. Lestat o odeia, não consegue matá-lo. Apesar de ser só um humano, ainda é seu pai.

Digno de nota também é o interesse de Louis por uma fazendeira vizinha, que perde o irmão que cuidava da família e dos negócios, como Louis fazia, e que depois perde ainda esse irmão (morto por Lestat). Louis então passa a aparecer para ela, oculto, dando conselhos de como ela deve agir. Ignorar a todos, tomar o controle da família e tocar a fazendo, contra tudo e contra todos (o preconceito contra uma mulher agindo assim naquela época era enorme). Depois a ajuda ainda a recuperar sua boa imagem, dando uma festa beneficente.

Parei na parte em que Louis queima a casa. No livro, o motivo da tragédia não tem nada a ver com Louis ceder à sede e morder sua empregada. O que ocorre é que o pai de Lestat está morrendo e quer o vampiro diga que o perdoa por tê-lo maltratado a vida toda (o velhinho está arrependido e mudada), mas Lestat se nega, furioso, e durante a discussão os escravos da casa espiam o que acontece no quarto, vendo-o mostrar suas presas enquanto lixa as unhas freneticamente, deitado no chão.

FIM DO SPOILER

Enfim, há estes e outros detalhes que tornam a leitura uma nova experiência mesmo para quem já viu o filme. Recomendo bastante.

FIM

Sempre tive vontade de ler as crônicas vampirescas, e só não comecei ainda a ler por simples questão de prioridades. Meu irmão inclusive me cobrou a leitura do entrevista essa semana. Vc ter comentado sobre coisas que não tem no filme (não li os spoilers, e acho o filme muito bom), me reforça a vontade de ler. Quando enfim conseguir fazê-lo, postarei as impressões aqui.

Ah! também ganhei o Campaign Guide de Forgotten Realms 4th, que está sendo meu primeiro contato com Forgotten, e como não estou jogando, conta como leitura normal. Apesar de ser da 4 edição do D&D, o conteúdo do cenário está bem legal, ao menos pra mim, que sou leigo no cenário.

Não quis desmerecer nem o sistema (que nunca joguei), nem a qualidade de seus livros. Só me referindo ao fato que não jogo a quarta edição. Há pouco material de sistema, e muito pras campanhas, que é o objetivo.