Entendo o raciocínio. Mas ao meu ver na verdade nós estamos a falar de coisas distintas.Fënrir escreveu:A oposição deles está em bem vs mal. Kallyadranoch é o mal em essência.Wellame escreveu: Até o momento Khalmyr e Khallyadranoch não me parecem opostos, nem antagônicos, talvez complementares. Eles me parecem mais como os lados de uma mesma moeda assim como Allihanna e Megalokk. Os irmão selvagens ambos representam o lado primitivo, natural e selvagem, porém diferem na intensidade ou na abordagem.
Originalmente o Panteão estava equilibrado sobre o eixo bem vs mal. Khalmyr vs Kallyadranoch.
Depois da Revolta dos Três passou para o eixo Caos vs Ordem. Khalmyr vs Nimb.
Particularmente acho que o equilíbrio final seria Valkaria vs Kallyadranoch, ambos com status divino 10, representando
Bem (Val) vs Mal (Kal);
Caos (Val) vs Ordem (Kal);
Fêmea (Val) vs Macho (Kal);
Aventureiros vs Monstros (latu sensu, os monstros representados por seu maior ícone, o dragão).
Khalmyr poderia então se opor a Sszzas (Leal e Bom vs Caótico e Mal).
Nimb poderia se opor a Tauron (Caótico e Neutro vs Leal e Neutro), caos puro vs ordem pura.
Quando eu falo de dualidade nos deuses originais da Criação, eu me refiro aos deuses como fundamentos, "tijolos" da realidade, no sentido que eles são conceitos que expressam as possibilidades da realização da Criação, as maneiras/modos/formas que a Criação pode tomar. São duais devido a sua origem nas duas entidades Nada e Vazio, e essa dualidade vem a ser expressa em opostos/complementos, podendo existir entre eles antagonismo ou não.
Dentro dessa ideia cada deus original seria em sua essência, um conceito que compõe a realidade, um dos ingredientes, um componente do "vocabulário" da realidade e portanto essa essência seria mais fixa e permanente só sendo alterada muito raramente e com consequências incertas que talvez poderiam até colocar a própria existência do deus em risco. (Mais ou menos como Glórienn enlouquece na Trilogia)
Dentro deste pensamento não seria possível Khalmyr em um momento ser o oposto/complemento de Khallyadranoch e em seguida ser o de Nimb. Da mesma forma não seria possível Khallyadranoch ser a contraparte de Khalmyr e depois de Valkaria, ou Nimb ser antes o oposto necessário de Khalmyr e hoje de Tauron, a não ser que em cada mudança dessas esses deuses tivessem alterado profundamente sua essência.
A dualidade que você fala e que existe em forma de antagonismo (canonicamente inclusive) eu entendo mais como uma forma de polarização "política" do Panteão, a dinâmica de como os poderes da realidade se articulam e se ajustam no decorrer da história. Por isso ela seria mais dinâmica e mutável. Seria o posicionamento, o direcionamento das ações dos deuses e como a sua essência está atualmente na dinâmica de poderes da realidade, como sua presença está atualmente influenciando a Criação.
No meu entendimento esses dois conceitos não se confundem nem conflitam entres si, mas se complementam. A essência de um deus, sua verdadeira razão de ser, seu "verdadeiro nome" não se confunde com o posicionamento que ele venha a tomar ou ocupar no jogo de poderes da Criação, no tabuleiro dos deuses.
O caso de Khalmyr por exemplo. A sua essência está muito mais próxima de ser definida como Ordem, visto que a Justiça nem sempre anda de mãos dadas com a Bondade. Isso inclusive, no meu entender, é expresso em seu reino, Ordine, que é um reino da Ordem completa e de perfeita previsibilidade ao invés de um reino de Bondade completa. Ordine encontra sua contraparte no reino de Nimb, Algazzara, um reino de imprevisibilidade completa.
Isso não impede que na polarização de poderes do Panteão Khalmyr estivesse em oposição a Khallyadranoch, mesmo que os dois de certa forma sejam representantes da ordem, mas considerando que se antagonizam no eixo Bem x Mal. Ou que depois venha se contrapor a Nimb ou qualquer outro, visto que a política dos poderes é muito mais dinâmica. Mas nada disso mudaria sua essência original, o que ele ultimamente representa como fundamento da Criação e também não mudaria o seu oposto/complemento necessário.
Gostei muito das dualidades que você propôs para Khalmyr e Tauron, apesar de Sszzass constantemente ser descrito como Neutro e Mal, mas considero isso uma mudança menor. A de Vlakaria x Khallyadranoch já tinha adotado, mas as observações que você fez deram nova profundidade a ela.
Você falar em tendências me levar a pensar na ideia de organizar o Panteão com base nelas.Fënrir escreveu:Mas, a meu ver, falta um Deus com status divino 10 filosoficamente neutro, como Mordenkainen (de Greyhawk) e Karla (de Record of Lodoss War), nenhum destes dois é um deus, mas falo do alinhamento. Talvez seja esse Deus Neutro a trazer o equilíbrio "final". Hoje temos três deuses neutros, me parece: Tenebra, Oceano e Allihanna, mas não vejo que algum deles poderia tomar esse papel.
São 9 tendências possíveis. 20 deuses.
Com base nisso eu acharia legal se o equilíbrio do Panteão fosse que cada tendência tivesse 2 representantes, formando 18 no total, e os dois excedentes representariam o conflito principal que estivesse em curso. Este equilíbrio teria existido provavelmente só na origem do Panteão e hoje ele estaria em desequilíbrio o que força os poderes a se movimentarem criando essa dinâmica de alternância de poderes, antagonismos, status divino, quedas e ascensões.
Ou talvez no equilíbrio original esses dois excedentes fossem da neutralidade, mas com a alteração de um deles inciou-se a dinâmica do Panteão e hoje os excedentes sejam os representantes do principal conflito em curso.
Eu também acho, pelo conceito de renovação e renascimento. Só ficou de fora na minha mitologia até agora por não ter se encaixado nos opostos/complementos, estando no momento substituído pelo Tempo.Fënrir escreveu:Na minha visão de Thyathis ele cabe bem como Deus Original. Ele é o porta-voz do Nada e do Vazio.
Muito boa ideia! Vamos sim.Fënrir escreveu:Vou te propor uma coisa para ordenar nossa conversa. Vamos analisar os deuses um por um, desde Azgher, em ordem alfabética? Você lê o que eu escrevi, faz os seus comentários e eu respondo. Um de cada vez.