O Fim é só o Começo - A História de Uma Rainha

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lucaswakai
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O Fim é só o Começo - A História de Uma Rainha

Mensagem por lucaswakai » 16 Mai 2017, 19:20

O Fim é só o Começo
A História de Uma Rainha


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Prólogo
A Elite

Todos estavam apostos ao redor da mesa redonda quando o reencontro épico se iniciou.
— E então Turskem, vai falar ou não vai?
— Sim, Gil, falarei.
Todos então se sentaram ao sinal da mão do anão. Turskem, o anão, o líder, sentou-se a ponta enquanto seus companheiros o olhavam com profundo respeito.
Aquela era uma ocasião especial, pois, enfim, estavam todos reunidos, e isso só foi possível após a foice de Morte passar por todos eles.
— Ah, quanta felicidade tivemos no mundo dos vivos, e quantas aventuras vivemos? Nós fomos em nosso tempo os maiores heróis de toda a Aliança e, por certo, não merecíamos esse título à toa. Passamos por vários desafios e provações, e triunfamos sobre tudo e todos. Individualmente éramos os melhores de nossos povos, os campeões de nossas nações, mas unidos, unidos éramos simplesmente invencíveis.
—Verdade, irmão mais velho.
Era Sato, o samurai de Dal-Lee que, após dizer as palavras, tomou o copo a sua frente e entornou em apenas um gole a dose de saquê, bebida que em vida tanto lhe fazia mal.
— Eu, ora, eu comecei humilde, apenas mais um entre muitos anões. Quem diria que um dia eu seria um campeão gladiador de Kalgondert? Quem diria que eu serviria a quatro gerações de regentes da casa Petragon como conselheiro? Fui eu quem, empunhando meu martelo, derrotou Bortvárius, o orc que era campeão antes de mim, e assim minha fama se espalhou...
— Sim, Turskem, isso é lindo, mas que tal falar do seu mestre? Um verdadeiro campeão?
— Gallos... Gallos, sim, você sempre foi o maior guerreiro de toda a nação élfica e eu lhe devo muito, pois foi meu mestre e ensinou-me a lutar. Nos enfrentamos algumas vezes, mas em segredo, então apenas nós dois sabemos quem é o mais poderoso. Até hoje os bardos cantam canções a respeito de Galtallantallos, o elfo, aquele que enfrentou o Centurião Onix, a encarnação da guerra em pessoa. Mas, na verdade, sempre pareceu a todos que nenhum de seus oponentes estava a sua altura. Talvez por isso eu ainda seja mais lembrado nas canções, não é Gallos?
— Lembrado apenas entre os não elfos. — Rugiu Gallos cruzando os braços a frente do peitoral definido.
— Talvez seja verdade mesmo... — Turskem suspirou e olhou para o próximo entre os companheiros. — Ashadmus, o maior tritão que conheci em toda minha vida.
Ao ouvir seu nome a criatura de pele azul emborrachada e olhos enormes fez alguns estalos e sorriu.
— Você é provavelmente o mago mais poderoso que nosso mundo conheceu. Sozinho baniu a Hydra do território dos tritões. Foi uma pena sua carreira heroica ser tragicamente interrompida pelo seu sacrifício abnegado. Quando lutamos com Haguenfuzz, um dos três últimos Grandes Dragões, a vitória veio apenas com o custo de sua vida, e eu sinto por não ter sido forte para salvá-lo.
— Turskem, o que é isso meu amigo, eu estava velho quando faleci, e aqui no mundo dos não vivos eu encontrei descanso.
Turskem meneou a cabeça antes de prosseguir.
— E irmã Akura, a mais doce e gentil sacerdotisa de Lilith a qual tive o prazer de conhecer. Sábia e uma grande mestre da cura. Eu acredito que ainda é uma das poucas meio-orcs que se firmou como sacerdotisa na ordem da deusa da vida.
Enquanto o anão falava, Akura enrubesceu e, tomada pela timidez, encolhia o corpo de mais de um metro e noventa.
— E é claro que não podemos nos esquecer de Sul Urroferoz, não é?
O meio-gigante bateu com força no próprio peitoral, uma parede formada de puro músculo pétreo.
— Sul o gigante de Kubut, o maior bárbaro que a Aliança viu em combate. Não conheci um desafio grande demais para sua força titânica, com seu machado a mão você era simplesmente temível. Seus urros de batalha eram tão potentes que podiam intimidar até mesmo um batalhão inteiro. Ninguém jamais ousava se colocar frente a frente com você e, ao lado de Akura, garantiram que a princesa Ina Terraforte manteria o controle dos clãs das montanhas kubutitas.
— Foi muito fácil, nem foram grandes batalhas barba ruiva. — Orgulhou-se o gigante dando uma risada fanfarrona.
— Ei, ei, e eu Turskem, você se esqueceu de mim? Fale de mim agora.
Todos ao redor da mesa riram ou sorriram.
— Gil Flechacerteira, o maior entre os menores, um apelido realmente apropriado. Você era o maior atirador de nosso tempo, claro, ser um gnomo lhe dava uma certa vantagem, mas seus olhos eram melhores que os de um falcão de pluma branca e não me lembro de você ter errado, em toda a vida, um único tiro, nem com as garruchas, nem com o mosquete.
— Eu sei, sou incrível, embora eu ainda deteste os arcos, aquelas coisas primitivas. — E o gnomo colocou o dedo indicador na goela fazendo um som de nojo.
— Talvez a tecnologia dos arcos seja um tanto primitiva para um gnomo, mas, veja, Sato sempre carregou consigo um arco de Dal-Lee, e era um grande atirador.
— Mas nem tanto quanto você, pequeno irmão. — Concordou o samurai.
— Sei disso, Sato, sei disso. Ninguém é tão bom atirador quanto eu.
O anão coçou a barba longa e bem tratada, se serviu de um longo gole de vinho e depois focou seu olhar em Sato.
— Sato, o samurai. O melhor soldado do Imperador de Dal-Lee. Você foi grande, realmente memorável. Tinha uma sabedoria que me deixava estupefato, além de ser mortal em combate. É com certeza o guerreiro humano mais forte que conheci.
Sato fez uma mesura e guardou silêncio enquanto Gallos fez uma profunda expressão de desgosto.
— E por fim você, Shaktaa, minha irmãzinha.
A mulher de longos cabelos e vestes negras estava séria, mas forçou um sorriso para o anão.
—Não faça essa cara. — Repreendeu Turskem. — Seu legado é simplesmente imenso. Você fundou a Grande Academia de Magia de Kalgondert e, não vamos esquecer, deu a luz a nossa Lucy, que está muito acima de todos nós.
Enquanto todos concordavam, Shaktaa abaixou a cabeça.
— Ao custo de minha vida terrena.
—Sim. — Concordou Turskem baixando a cabeça por um breve momento.
Uma mão leve, quase de toque etéreo, pousou sobre o ombro do anão.
— Turskem, sabe que esse encontro em vocês me deu uma ideia maravilhosa? Eu passei longo tempo observando-os, mas agora estou decidida a fazer mais que isso, eu vou registrar sua história, contarei a todas as gerações sobre A Última Aventura da Elite, e, claro, vou contar sobre a ascensão de Lucy.
— Que assim seja, gentil Morte, deusa da morte. — Concordou o anão resoluto.
— Não sou gentil, amigo anão, nem boa, nem má. Amável eu sou menos ainda. Apenas faço meu trabalho e melhor que qualquer um faria.

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