How to train your Dragon - Lições de Thwor Ironfist

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Fënrir
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How to train your Dragon - Lições de Thwor Ironfist

Mensagem por Fënrir » 21 Dez 2013, 07:27

How to train your Dragon

Os gases tóxicos emanados pelo vulcão semi adormecido adentravam as narinas do imenso bugbear. A pulsação do monstro podia ser notada pelas grossas veias que se entrelaçavam por seus braços grossos como velhos carvalhos, que terminavam em mãos poderosas que agarravam com firmeza o cabo do machado. Os olhos amarelos estavam atentos a qualquer movimentação, certo de que o habitante daquele lugar oferecia risco até mesmo para o escolhido de Ragnar.

Três silhuetas gigantescas surgiram por entre a nuvem de fumaça sulfurosa que se interpunha entre Thwor e seu objetivo. Uma voz cavernosa rompeu o silêncio:

- Quem és tu que ousa adentrar o covil de meu senhor?

Os três seres gigantescos finalmente puderam ser vistos em toda sua glória monstruosa. O porte físico fazia lembrar os carancudos anões, mas as peles e barbas vermelhas e o um metro em que superavam a altura de Thwor denunciavam sua verdadeira natureza. Eram gigantes do fogo, armados e armadurados. Qualquer um teria ficado mais tenso diante dos três, mas Thwor relaxou os ombros e abaixou o machado:

- SOU AQUELE QUE TERÁ SUA SUBSERVIÊNCIA. EU QUERO SANGUE.

O gigante ainda se deu ao trabalho de responder antes de avançar em carga, alheio ao fato de que estava diante da Sombra da Morte:

- Só terá o seu!!!

Thwor saltou sobre o gigante, acertando-lhe em cheio um pequeno ponto desprotegido entre o elmo e o peitoral da armadura, antes mesmo que o ofensor pudesse concluir seu ataque. O baque do corpo com o chão ecoou pela rede capilar de cavernas do vulcão, e foi seguido por um rosnado baixo vindo de muito longe.

Thwor chutou a cabeça semi decapitada, que se desprendeu do cadáver e foi parar entre os outros dois gigantes, que ainda não tinha entendido o que se passara. Apenas quando os dois se lançaram em fúria o bugbear arremessou seu machado, que mutilou a perna de um dos gigantes na altura da coxa antes de se cravar na pedra dura alguns metros adiante. O arco da espada do terceiro gigante teria partido em dois o bugbear, se este não tivesse se desviado do golpe antes de acertar no gigante um soco no abdome que retirou-lhe o ar depois de amassar a armadura. Ato contínuo Thwor mordeu a jugular do gigante como um lobo, arrancando-lhe a traquéia e a vida.

O último gigante ainda vivo se arrastava, incrédulo, olhando para a própria perna separada do corpo. Quando viu Thwor se aproximar dele, calmamente, em total contraste com a fúria a pouco demonstrada, o Gigante tentou esboçar alguma defesa. O General simplesmente segurou a cabeçorra com força e firmeza e torceu-a para trás até sentir que não havia mais resistência, o pescoço havia se partido. Percebeu, então, que pequenas escamas vermelhas cobriam a pele do gigante.

Thwor sorriu com o sangue do inimigo a escorrer-lhe pelo pescoço e seguiu pelas cavernas na direção do rosnado que ouvira. Já estava a alguns metros do palco da batalha quando ergueu a mão aberta e seu machado ganhou o ar girando até a mão do dono.

Guiado por um sexto sentido e um ligeiro cheiro de ar limpo, o Escolhido de Ragnar caminhou pelas cavernas do coração pulsante da Espinha do Dragão, que os humanos civilizados chamavam de Cordilheira Dhorlantur. Viera em busca de Sangue, uma arma implacável que seria necessária à conquista das terras humanas. Lembrava-se da primeira vez que ouvira falar sobre aquele monstro. Fazia pouco tempo que iniciara sua jornada pelo mundo, muito antes de criar a Aliança Negra, quando seqüestrara um Clérigo de Tanna Toh e o obrigara a ensinar-lhe todos os seus conhecimentos. Durante três meses manteve o velho homem em uma caverna, de vez em quando caçando para saciar a fome dos dois. O homem lhe ensinou a ler e escrever no idioma dos homens, elfos e dragões. E contou a lenda de Sangue, um dragão vermelho que aterrorizou as terras do sul. O nome Sangue foi dado pelos humanos, pois era tudo que restava depois da passagem do monstro. O terrível dragão foi vítima da própria selvageria, pois passou a atacar os covis de outros dragões. Foi então que um dragão azul e dois brancos se uniram para atacá-lo. Segundo as lendas, o embate dos quatro durou cinco dias, em que eles cruzaram os céus de Lanmor, ora surgindo na cidade dos elfos, ora em cidades humanas, sempre causando destruição. Por vim, Sangue empalou o último dos dragões no topo de uma montanha, mas estava ferido demais para causar dano em qualquer um pelas próximas décadas.

Thwor teve alguma dificuldade para rastrear o monstro até um velho vulcão a oeste da Espinha do Dragão, seguindo uma pista obtida em uma das inúmeras charadas do aprisionado Rei Feiticeiro de Rrorc’han, o reino dos orc’s.

A linha de raciocínio do General terminou junto com a caverna, em uma enorme cratera que provavelmente era a boca do vulcão. Fumaça sulfurosa subia em pequenos filetes, que impediam que o bugbear vislumbrasse o fundo do buraco. Inúmeras criaturas aladas de aparência dracônica descansavam em algumas reentrâncias do abismo, protegendo seus filhotes, enquanto outras planavam nas correntes de ar quente. “Parecem wyverns”, calculou o General, “mas a pele vermelha e a resistência ao calor indica que têm sangue de dragão. Dragão Vermelho. O maldito está cruzando com os monstros do local para garantir sua fidelidade e aumentar o poder. Está criando um exército. O dragão trocara selvageria por astúcia. Isso é muito bom”, concluiu.

A astúcia quase sempre é mais importante que a selvageria, mas esta às vezes é tão necessária quanto respirar. Thwor dera uma ordem às tribos da Aliança Negra: cada uma deveria caçar e treinar pelo menos um dragão para ser usado na guerra. Era uma tática astuta, mas ele precisava liderar pelo exemplo e ser o primeiro a subjugar um dragão, e deveria ser Sangue, o mais terrível e lendário de todos. Era hora da selvageria substituir a astúcia.

Thwor lançou um olhar sobre o abismo, e pensou que demoraria muito para escalá-lo, tendo que combater as wyverns no caminho. Ele caminhou até a ponta do abismo e emitiu um urro aterrador. As wyverns, percebendo a presença da morte, se agitaram. Logo uma revoada planava sob os pés do General, que saltou nas costas de uma delas.

O monstro alado não suportou o peso do gigantesco bugbear, e começou a cair, mas o General saltou no dorso de outro, que também fraquejou, fazendo com que o General cravasse suas garras nas costas de outro, e outro, e outro, até que seus pés tocaram com suavidade o solo incandescente do fundo do vulcão, deixando uma revoada de wyverns furiosos e amedrontados que digladiavam entre si acima de sua cabeça.

O coração negro de Thwor batia no ritmo de um tambor de batalha, fazendo com que sua artéria carótida saltasse como uma serpente decapitada, mas não teve tempo para se recuperar. Uma grande sombra moveu-se na escuridão à sua volta, e o General sentiu seus pelos ásperos se eriçarem.

Um urro aterrador precedeu a coluna de chamas. Antes que Thwor pudesse se desviar, o sopro do dragão lhe atingiu com força total, maximizado pelo calor do vulcão. Um silêncio mórbido tomou conta do ambiente até que as chamas diminuíram, e a voz cansada do General foi ouvida:

- NÃO FOI SUFICIENTE, DRAGÃO...

As asas gigantescas do verme atingiram o teto, fazendo com que enormes estalactites caíssem sobre o Escolhido de Ragnar, que saltou girando e se desviou.

- VOCÊ AINDA NÃO SE CANSOU DE RASTEJAR NA LAMA, DRAGÃO? ESQUECEU-SE DE SUA GLÓRIA PASSADA?

Um vulto vermelho cheio de garras e dentes arremeteu-se contra Thwor, cortando, furando, rasgando e mordendo sua carne profana, para então retornar à proteção das sombras. Sangue verde escorreu pelo chão, mas o General não se intimidou nem fraquejou.

- ISSO É TUDO QUE VOCÊ TEM? ENTÃO AS HISTÓRIAS ERAM MESMO EXAGERADAS...

Palavras arcanas foram ouvidas. O Bugbear entendeu algumas delas no idioma dracônico, e permitiu que a magia lhe atingisse. O anel vermelho que jazia em seu dedo, finamente trabalhado para representar um dragão enrodilhado, sublimou e se transformou em pó, mas o machado resistiu. Uma vez mais o vulto atacou, e Thwor sentiu a mão gigantesca recoberta por escamas mais duras que o aço lhe apertar.

- EU QUERO VOCÊ, SANGUE. VOCÊ SERÁ MEU SERVO.

A boca do dragão se abriu para cuspir mais fogo, mas o eleito de Ragnar foi mais rápido, e fincou com vontade suas presas no tendão do dedo do monstro, que se afrouxou, permitindo ao General escapar. A bocarra da criatura avançou em sua direção, mas o bugbear a segurou com as mãos nuas. Quando notou que o pulmão do verme se enchia de fogo, Thwor usou a força dos braços para fechar aquela boca que era maior que seu próprio corpo, e manteve-a assim.

O monstro se debateu em fúria, arremessando a própria cabeça contra as pedras, machucando tanto a si mesmo quanto ao impertinente bugbear. Quando percebeu que o monstro já estava cansado, Thwor afrouxou os braços, e permitiu à fera se libertar.

A criatura voltou à escuridão, pois compreendera que força bruta não derrubaria seu oponente, precisava de uma estratégia melhor, precisava ganhar tempo. Com um silvo agudo atraiu uma horda de wyverns, que se lançaram na direção do Bárbaro Bugbear. Foi quando ouviu o som da lamina do machado girando no ar, e viu-a atravessar o corpo de um dos wyverns antes de cortar um de seus chifres.

As wyverns se afastaram intimidadas, e o próprio dragão sentiu seu sangue incandescente gelar de medo. Em meio à fumaça sulforosa, o bugbear estava erguido, altivo e inabalável, mas sem denotar ameaça. O General, então, disse:

- CHEGA. VAMOS CONVERSAR.
"O que não me mata me fortalece." - Friedrich Nietzsche

Panteão Ultimate

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Róvera
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Registrado em: 21 Dez 2013, 14:34

Re: How to train your Dragon - Lições de Thwor Ironfist

Mensagem por Róvera » 21 Dez 2013, 16:29

Interessante gancho para futuras aparições do Sangue sob o comando de Twor. Gostaria de ver mais detalhes desta aliança.

Certamente a animação "Como treinar seu dragão" seria para uma faixa etária um pouco diferente se o Twor participasse...
Róvera

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