Ninho do Urubu

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Aldenor
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Mensagem por Aldenor » 22 Fev 2015, 10:40

Capítulo 02: O Sacerdote da Noite
Os três recém formados companheiros seguiam pela estrada até Cambur, última cidade do reino de Portsmouth digna de nota antes de Bielefeld. Aldred continuava contrariado por ter que sair do reino que acabara de chegar, depois de muito tempo viajando. Não se importava muito em não encontrar a Companhia Dourada, mas mesmo assim, sentia que não conhecera de nada o Reino da Magia Proibida. Kael, pelo contrário, estava satisfeito em reportar à sua igreja em Bielefeld sobre o ocorrido com os esqueletos e talvez conseguisse ajuda dos sacerdotes a respeito da profecia que ouviram da velha carcomida no sonho. E Felix apenas queria uma biblioteca digna para pesquisar seus assuntos e ver se estariam relacionados com os eventos místicos que eles passaram noites atrás.

No caminho, entretanto, um desvio. À noite, viram uma figura soturna com roupas negras, capuz e máscara. Havia uma faixa larga e comprida em torno do pescoço e um símbolo de pentagrama preso a uma corrente. Felix imediatamente identificou sendo um clérigo de Tenebra, a deusa da noite e das trevas. Aldred conhecia o culto à noite em Valkaria. Eram pessoas sisudas, de constante mau humor e adoração às coisas da noite. Muitas vezes eram alvo de constante vigilância pelas autoridades, pois mortos-vivos ou algumas mágicas necromanticas eram proibidas na capital. Mas a maior parte daqueles cultistas apenas queriam celebrar em paz. Mesmo assim, um clérigo de Tenebra em terras distantes poderia significar perigo. Kael, devoto de Khalmyr, certamente conhecia a rivalidade divina entre o deus da justiça e Tenebra. Diziam que eles eram amantes, criadores da raça anã.

O homem tinha um aspecto corpulento devido a sua armadura e vestes pesadas. Estava em frente a um arco de madeira, uma entrada para uma propriedade de um fazendeiro. Era possível ver uma trilha entre as plantações de milho até uma grande casa bem construída na madeira e na pedra. Outra construção, onde animais de tração viviam podia também ser vista ao lado. Após um rápido diálogo, ficou-se sabendo que o sacerdote era Colin, vindo de Cambur para investigar estranhos casos de aparecimento de crias de Tenebra. O fazendeiro local havia relatado risadas estranhas e outras coisas noturnas assombrando sua propriedade.

Os três companheiros decidiram por ficar para ajudar. Os relatos sobrenaturais poderiam ter alguma coisa a ver com o sonho místico que tiveram com a velha carcomida. Colin era um homem de poucas palavras, sisudo e fleumático. Porém, aceitou de bom grado a ajuda dos três. Enquanto ele falava com o fazendeiro e dormia em sua morada, aos três foi destinado o celeiro. Aldred queria roubar cavalos do fazendeiro, queria ter mais recursos. Mesmo sendo uma pessoa boa, ele não se importava em cometer crimes, principalmente contra pessoas de muitas posses ou títulos. A ideia logo foi descartada por Felix e Kael, duas pessoas presas demais às leis e a bons costumes. Sem falar que seria descortesia. Aldred que não entendia que estar no celeiro era uma cortesia. Para ele era um ato de rudeza, ser considerado tanto quanto um animal.

Então, depois de alimentados pela halfling que trabalhava para o fazendeiro, Colin apareceu para levá-los às plantações de milho. Iriam investigar durante a noite toda e madrugada se fosse preciso. O sacerdote de Tenebra revelou que dormia ao amanhecer e só agia durante a noite. Esse hábito noturno era bem conhecido por Aldred. Ele mesmo tinha esses hábitos quando vivia em Valkaria durante a adolescência...

No milharal, eles ouviram a risada fantasmagórica. Guiados pelos sentidos de Kael, eles encontraram a origem do som. Uma criatura que parecia um espantalho animado magicamente. Tinha uma cabeçorra de uma imensa abóbora, onde um rosto distorcido estava cravado. Colin sacou sua maça e partiu para o combate. Aldred avançou juntamente, mas sem tirar a espada da cintura. Socos e maçadas foram disparadas. Kael tentou ajudar com suas flechas, mas não foi bem sucedido. Felix observava um pouco distante lançando uma ou outra magia, pois não havia muito espaço para se aproximar. Por fim, a criatura foi destruída pelos esforços combinados de Aldred e Colin.

Nada melhor que um combate para unir pessoas. Pelo menos, para Aldred, foi o suficiente para ele se afeiçoar pelo sacerdote. Ele queria tê-lo em sua contenda. Talvez pudessem juntos, os quatro, formar um grupo de aventureiros!

Então, como se ouvisse seus pensamentos, uma voz fantasmagórica seguida de uma imagem translúcida de um velho barbudo surgiu em meio a névoas logo após a destruição da criatura. O velho entoou um pedido de socorro, revelando ser Caerilech, o lendário mago de Portsmouth. O Reino da Magia Proibida tinha essa "mancha" em seu reino. Era um mago de imenso poder encastelado em uma fortaleza a norte, quase na União Púrpura. Ele pedia ajuda aos quatro. E era uma ajuda que necessitava de urgência.

Colin apenas o ignorou e disse que tinha que continuar a vasculhar a região em busca de mais incidentes com as criaturas de Tenebra. Que poderiam assolar a vida de outros súditos. Nessa atitude de ignorar, acabou ofendendo não apenas Caerilech, mas todos os magos, considerados criminosos no reino. E isso enervou Felix. O jovem utilizou sua magia diversas vezes para ajudar nos combates. Ajudar a proteger as pessoas do reino, inclusive. Colin, em sua fleuma, não demonstrou apreço e disse estar decidindo o que pensar sobre Felix. O jovem meio-elfo enervou-se um pouco mais a ponto de falar grosserias. Para evitar maiores distúrbios, Aldred decidiu viajar à frente com Colin, há alguns passos de Felix e Kael. Ambos conversaram sobre a loucura que era a lei, sobre como o sacerdote não confiava em magos e não aceitava ser desrespeitado em sua própria terra. O nativo de Portsmouth era bastante orgulhoso de seu povo. Aldred entendia o ponto de ambos. Sabia que o meio-elfo estava farto de sofrer opressão simplesmente por ser um mago, de ter que viver sob a constante ameaça de ser preso. Mas entendia também que Colin cresceu aprendendo que magos eram bandidos, gente sem caráter e prontos para causar destruição e pânico ao povo. O fato do sacerdote aceitar ser companheiro de Felix queria dizer que estava concedendo o benefício da dúvida. Ele entendia que os magos, em geral, eram canalhas, mas acreditava que, assim como existiam nativos de Portsmouth sem caráter, haveria magos com boas intenções, apesar de potenciais criminosos.

O debate durou algumas horas e sem resolução. Mago e clérigo não se falaram mais por alguns dias. Em certa altura da viagem, eles encontraram homens armados, montados em cavalos no meio da estrada. Eram uma companhia mercenária, autoridades por aquelas terras. Felix era um companheiro muito bom, amável, gentil, apesar de muito reto e direto. E seus conhecimentos sobre o mundo eram muito úteis. Porém, todos puderam sentir na pele uma grande desvantagem por ser um devoto fervoroso de Tanna-Toh. Indagados se havia algum mago entre eles, Felix respondeu "sim". Então, foi dito que seu grimório seria confiscado e levado até um ponto onde ele pudesse buscar e partir do reino. Não era um dos piores cenários. Ele ainda teria seu grimório e sua liberdade. Seria apenas exilado do reino. Mas, então, o capitão daquela tropa perguntou se ele havia conjurado magias no reino. Felix respondeu "sim".

Foi o suficiente para uma ordem de prisão.
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Mensagem por Aldenor » 23 Fev 2015, 17:48

Capítulo 03: O Escurecer Cigano
Era possível perceber que os cinco homens montados estavam bem armados. As diversas sombras da noite dançavam ao sabor da luminosidade de duas tochas com os mercenários. A luz mágica vinda de Tenebra para abençoar os desprovidos de visão na escuridão ajudava a clarear a estrada. Um combate era um convite à cova. Aldred mexeu lentamente sua mão sobre seu parco saco de moedas e ofereceu uma outra forma de resolver a situação. Os homens responderam com silêncio soturno. O líder parecia impassível, pétreo. Ele respondeu que "os Companheiros Dourados não aceitava subornos". Aldred arregalou os olhos e engoliu seco. Estava diante do que tanto buscava. Mas pensou que seria inoportuno e deveras conveniente alegar ser descendente do fundador dos Companheiros Dourados. Então, o jovem de Valkaria tentou algo mais ousado ou absurdo. Inventou uma grande história, uma grande mentira, falando que Felix era doente e mentia descaradamente, vivia em seu próprio mundo e não era um mago de verdade. A demência o fazia crer ser um mago. O líder dos mercenários franziu o cenho em resposta. A contenda estava por um fio.

Kael interviu com palavras leves e voz mansa. Explicou com detalhes como o grupo salvou um importante fazendeiro de Portsmouth e como a magia foi uma ferramenta útil. Palavras de bom senso, com sentido. Entretanto, a lei era implacável. As coisas não pareciam caminhar para um bom final. Colin, que até então jazia de braços cruzados como uma estátua, resolveu ajudar Felix para a surpresa de todos. O clérigo de Tenebra havia decidido apostar numa avaliação a longo prazo do caráter de Felix e deu um enorme voto de confiança. Alegou que sua igreja em Cambur tinha jurisdição sobre o mago e sobre os assuntos místicos que foram relatados naquela região. E por isso, nada mais justo que Felix fosse levado até a cidade portuária.

Mesmo assim, os Companheiros Dourados foram irredutíveis. Então, o sacerdote das trevas, em sua voz fleumática, mas firme, disse que iria acompanhar os mercenários até seu acampamento, onde seria unido aos demais prisioneiros para que a resolução fosse julgada apropriadamente por algum lorde local. Aldred e Kael trocaram olhares confusos, mas foram atrás, montando na garupa dos outros cavaleiros. Felix estava quieto, imerso em sua complexa mente. Eles cavalgaram por algumas horas até o acampamento.

Havia neve espalhada pela relva, anunciando o final do outono. Havia também muitas tendas de couro, madeira, fossos. Uma estrebaria com dezenas de cavalos. Homens caminhavam para todos os lados com espadas, machados e lanças. Metal reluzia sob o bruxulear da enorme fogueira central. Numa tenda bem pequena e suja, eles foram conduzidos. Havia outros quatro prisioneiros, todos sujos e de raças diversas. Mau humorados, não deram atenção aos recém-chegados. Outro detalhe importante: nenhum dos quatro aventureiros teve seu equipamento retirado, com óbvia exceção para o precioso grimório de Felix.

Inquieto, Aldred saiu da tenda minutos depois, apenas para ser enxotado por uma sentinela. Foi assim que ele revelou aos companheiros que, apesar de ter poucas informações sobre sua família em Portsmouth, o fundador dos Companheiros Dourados era Mark Maedoc, seu tio-bisavô. Colin era misterioso, mas era perceptível sua decepção ao saber daquilo naquele momento. Para ele, Aldred deveria ter dito antes, no momento da conversa na estrada quando havia negociação. E não agora, com o fato consumado. Em outra tentativa, o jovem espadachim tentou conversar com a sentinela perguntando sobre o descendente de Mark Maedoc. Algum primo distante, talvez. Mas a resposta foi mais decepcionante ainda. A linhagem dos Maedoc havia acabado em Portsmouth desde a Guerra da Independência, há vários anos.

Não havia outra alternativa a não ser aguardar. Kael, entretanto, utilizou-se de sua esperteza e sutileza para espiar para o lado de fora da tenda-prisão. Contou vários soldados, mas a maioria já começando a dormir, deixando apenas sentinelas de guarda. Foi aí que ele notou um deles caindo, desabando com sua armadura, soltando a lança de lado. Não demorou muito para outros dois também caírem. Algo estava errado.

Ao avisar a todos, Colin se moveu para fora da tenda, aproveitando o vácuo da vigília e se moveu vários metros até outra tenda. Aldred correu atrás. Ao lado deles, havia um mercenário desacordado. O sacerdote, então, logo notou que ele apenas dormia. Fora alvo de uma magia arcana. E foi Aldred quem notou um jovem de pele marrom deitado sobre um manto de neve ele fez um gesto com o dedo pedindo silêncio. Súbito, outros sentinelas surgiram com armas. Um homem surgiu no meio deles rodopiando suas vestes largas, penduricalhos pelo pescoço, pele marrom. Ele conjurava magia e manejava uma cimitarra adornada. Aldred não sabia muito o que fazer, mas havia decidido que fugiria com todos, inclusive os prisioneiros com quem não havia trocado nenhuma palavra. Ele viu Kael e Felix saindo em seguida da tenda. Outros sentinelas os avistaram e soaram alarmes com apitos. O sulfure avançou para longe e lançou sua adaga no meio dos inimigos que se aglomeravam. Ela brilhou e escureceu o campo de visão de todos com seu efeito mágico. Os outros prisioneiros, provavelmente também magos despossuídos de seus pertences, começaram a surgir do buraco da tenda-prisão para fugirem. Neste momento, soldados surgiram da área escura e começaram a agarrar os fujões. Felix havia desaparecido da visão de todos.

Aldred sacou sua espada de lâmina negra e pisou fundo no chão, preparado para disparar. Outro homem com roupas exóticas surgiu próximo a ele e o indagou porque ainda não havia fugido. "Não vou sair sem meus amigos!". Respondeu. Colin deu as costas e começou a correr naquele exato instante. Kael ainda tentou encontrar Felix, mas não foi bem sucedido. Encontrou Aldred preparado para entrar em ação. "Não adiantará. O melhor é recuar" disse o sulfure. Não foram apenas a voz mansa e palavras de bom senso de Kael que o convenceram. Quando ele viu um soldado montado em um cavalo com uma laça nas mãos, ele soube que a luta seria suicídio. Viu os outros prisioneiros serem pegos e trazidos de volta para a tenda-prisão. Não encontrou Felix. Lamentou e deu meia volta.

Os dois encontraram uma carroça parada há vários metros. O cocheiro era igualmente exótico em suas vestes e fez um sinal de positivo. Colin estava ali, com semblante enigmático. O sacerdote sabia que os seus ajudantes também eram criminosos como Felix e os outros magos. Eram ciganos, nômades que viviam de saques em pequenas propriedades, atacavam a autoridade das companhias mercenárias e até mesmo roubavam crianças dos fazendeiros. Mas naquele momento, tratou de manter-se em silêncio ponderado. Feilx surgiu pouco depois, com seu grimório em mãos. Seu rompante de insanidade havia terminado. O livro lhe era muito valioso a ponto de arriscar a própria vida.

Não muito tempo depois, a carroça encontrou com algumas outras com outros ciganos. Alguns eram magos, outros larápios. Todos viviam na estrada. Aldred gostou deles. Uma cigana madura leu sua mão e lhe contou que logo seu passado iria visitá-lo. Um passado ancestral. De algum modo, aquilo o deixou bastante animado. Ela também lhe disse que em sua mão estava uma fortaleza. Em breve ele iria se deparar com ela. Aldred assumiu que era um mapa para o castelo de Caerilech em sua palma! Contou aos companheiros e percebeu o quão ridículo era aquela ideia tarde demais. Era apenas uma metáfora. Estava em seu destino encontrar a tal fortaleza.

Sem perder tempo, aproveitando as últimas horas da noite, o grupo partiu para longe das estradas, seguindo a direção da vila onde Kael, Aldred e Felix haviam se conhecido.
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Mensagem por Aldenor » 25 Fev 2015, 17:53

Capítulo 04: As Torres do Mago
O frio estava cada vez mais intenso. Aquele outono severamente mais frio que o normal começava a incomodar Aldred. Vestido apenas com sua camisa e calças largas de pano, ele já havia se acostumado a segurar os braços juntos ao torso e a enterrar a cabeça entre os ombros. Colin havia indagado sobre sua falta de roupas adequadas para a estrada, mas Aldred não soube responder. Não fazia sentido contar todo o contexto de sua longa viagem de Valkaria até Portsmouth e apenas limitou-se a contar que "perdeu" no caminho.

Eles chegaram à pequena aldeia um pouco antes do amanhecer. Devido à obrigação do sacerdote da noite, eles adquiriram o hábito de dormir quando amanhecia e acordar no entardecer. O taverneiro não gostava muito de Aldred, Felix e Kael devido ao último encontro, dias atrás. Mas Colin garantiu, com sua autoridade eclesiástica, que eles todos fossem bem tratados. Além do mais, ele era nativo, algo que por si só já angariava alguma simpatia, diferente dos outros três notadamente distantes.

Após uma janta com sopa com pedaços de legumes e cerveja para empurrar, o grupo foi descansar. Mas aproveitando o ensejo, e a nova impressão do taverneiro, Aldred pediu que comprasse um casaco para ele e entregou algumas moedas de ouro que havia ganho dias atrás. O grupo descansou e só acordou mais tarde, pois estavam cansados demais após o desgaste com os mercenários e o encontro com os ciganos. Ao acordarem, eles contaram para o sacerdote, o novato do grupo, que haviam sonhado com um evento místico no dia em que se conheceram. Falaram da velha carcomida. Tudo aquilo parecia interessante para Colin e o fato do mago Caerilech os ter contactado poderia ser um sinal. A resposta definitiva da origem dos ataques místicos que sua igreja ansiava.

Então, eles sentiram algo errado. As noites eram muito frias, mas dessa vez era possível ver o ar saindo de suas bocas. Uma pálida nuvem começou varrer o chão lentamente. Eles logo saíram da taverna para notarem toda a via principal da aldeia tomada pela visão branca. Não demorou muito para ouvirem um rangido e passos arrastados. Felix, Aldred e Kael lembraram instantaneamente daquele dia. E, para satisfazer suas suspeitas, esqueletos surgiram com seus brilhos vermelhos nos vazios dos olhos. Dessa vez, entretanto, portavam cimitarras e escudos.

Eles combateram. Colin usou a energia divina que serviu para fechar os ferimentos de seus aliados para causar aflição aos mortos-vivos. Aldred lutou com socos leves e chutes pesados, deixando sua espada embainhada. Por sua experiência anterior, armas que cortavam não eram tão eficientes quando um bom soco no queixo. E assim ele destruiu um esqueleto. Kael usou suas espada para lutar, movendo-se para conseguir uma boa posição com Colin e sua maça esmagadora. Felix utilizou de sua magia novamente, manipulando energias sobrenaturais para eletrocutar um esqueleto. Aldred avançou pelo campo de batalha dando fim aos inimigos com um chute final, destruindo a caixa torácica do esqueleto, antes de receber um golpe de cimitarra.

Ao final do confronto, a neblina dissipou lentamente, dando espaço às parcas luminosidades da aldeia. Colin, então, concordou em ajudar o mago Caerilech, pois ele seria a origem dos males que ocorriam naquela região. E assim, eles partiram para o norte do reino evitando as estradas e o caminho das autoridades mercenárias. Um pouco mais de cinco dias depois, viajando sempre a noite por pradarias e bosques, comendo parcas frutas e rações de viagem que Kael sabiamente havia comprado além de seu consumo normal (para alimentar o despossuído Aldred), o grupo chegou a um desfiladeiro. O chão macio de gramas e folhas começou a dar lugar a um local mais duro e rochoso. O desfiladeiro dava para um vale rodeado de colinas rochosas. Alguns picos já demonstravam o branquidão, anuncio do inverno que sobrepunha o outono. Mas dessa vez, Aldred estava com um casaco simples, rústico, um costurado de pele de espessa pele de lobo. Por mais que ele fosse acostumado aos requintes e estilos modernos e arrojados de Valkaria, o jovem estava muito contente por não precisar bater o queixo a todo momento e por seu nariz parar de pingar.

No vale, eles puderam notar dois grandes acampamentos com duas flâmulas hasteadas ostensivamente. Felix as observou, mas não soube dizer de quem eram. Mas era claro a todos que eram companhias mercenárias que viviam em constante ataques rotineiros à fortaleza à frente. Caerilech era um mago famoso por manter-se intocável dentro do Reino da Magia Proibida. Apesar dos esforços do Conde Asloth em forçar as companhias a atacarem o mago, ninguém conseguiu derrotá-lo. A morada do criminoso era um feito arquitetônico invejável. Quatro torres grossas e enormes com seus tijolos rochosos pareciam intransponíveis. Protegiam uma torre ainda mais larga e mais alta ao centro. Elas eram circuladas por um imenso muro de pedra. Ao arredor, um fosso profundo com águas agitadas e escuras. Não dava para fazer uma travessia com um exército.

Visando evitar os mercenários, o grupo contornou o desfiladeiro, através das colinas que margeavam o vale. A movimentação gastou quase toda a noite. Kael à frente verificava com sua visão privilegiada se havia inimigos batedores dos dois acampamentos. Por sorte, ninguém passava naquele momento. Eles chegara no lado oposto à fortaleza e começaram a pensar em como chegariam lá. O lago que circulava era muito longo. O sulfure veio com a ideia de arremessar uma mensagem com sua flecha até o outro lado dos muros. Aldred escreveu na língua dos dragões, apostando que Caerilech saberia ler e que os mercenários, caso interceptassem a mensagem, não pudessem entender.

O texto escrito nada mais era que a localização deles e o aguardo de um contato para levá-los até a fortaleza. E não demorou muito para alguém surgir. Um alçapão surgiu como se sempre estivesse ali entre eles. Uma jovem mulher loira com cabelos curtos e olhar arregalado apareceu para chamá-los. Ela estava muito magra dentro dos grossos robes que vestia, de modo que seu rosto estava bem angulado. Eles seguiram a garota por escadas em espiral, forjadas em pedra, até as profundezas. Todos sentiram a umidade aumentar drasticamente quando começaram a andar em um mesmo nível, sem mais descer. Estavam por baixo do lago acima do fosso. Ao longo da caminhada, viram esqueletos, coisas destruídas, chamuscadas e derretidas. Aparentemente, outros grupos menores tiveram sucesso em adentrar a fortaleza, mas não foram muito adiante.

Finalmente, depois de muito caminhar por frios salões vazios, eles encontraram o velho Caerilech, o grande criminoso de Portsmouth. Colin sentiu um gosto amargo nos lábios. Felix o via com indiscreta admiração, enquanto Felix e Aldred mantinham um respeito zeloso à distância.

Caerilech era um homem alto, mesmo com a pronunciante corcunda. Vestia roupas leves, apesar do frio. Tinha barba branca, cumprida, mas faltando pedaços pelo rosto anguloso e coberto de rugas de expressões e velhice. Um dia ele havia tido cabelo, mas neste momento de sua vida, era completamente careca. Ele sorria, simpático e falava com uma voz morosa e carregada de cansaço.

Ele anunciou que precisava da ajuda do grupo. Após vigiá-los através de magia, eles foram escolhidos através de critérios complexos (ele não quis entrar em detalhes). Havia um paladino com ele, desacordado e prestes a morrer. Eles viram, sobre uma mesa de madeira o corpo inerte de Hector, um paladino de Tanna-Toh. Segundo profecias, ele seria um grande combatente contra o maior inimigo do mundo: a Tormenta. Caerilech explicou que estava dando parte de sua energia vital para manter o paladino vivo. Porém, ele morreria em breve, pois estava muito velho e cansado das lutas contra o Conde. Então, ele pediu ao grupo para proteger o paladino e buscar sua definitiva cura para sua mazela mística. O grupo deveria, então, encontrar uma flor específica, chamada Flor do Fogo que nasce somente em vulcões. Dada a urgência da missão, eles tinham apenas três vulcões próximos para concluir a contenda. Um em Hongari, o Reino dos Halflings e dois no arquipélago de Khubar. Segundo os estudos do mago, somente a Flor do Fogo poderá acordar Hector e ajudá-lo a cumprir seu destino de ser um escudo de Arton contra a Tormenta.

O detalhe que mais deixou o grupo confuso seria que eles mesmos deveriam carregar o corpo inerte do paladino. Eles começaram, então, a traçar planos para a viagem que fariam.
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Mensagem por Aldenor » 08 Mar 2015, 00:06

Capítulo 05: O Mestre do Picadeiro

O tempo urgia. Eles aceitaram a missão de salvar a vida de Hector, o paladino de Tanna-Toh a pedido de Caerilech e deviam fazer o mais rápido possível. Sua vitalidade não perduraria por muitos dias. O grupo partiu com uma carroça cedida pelo mago mais famoso de Portsmouth pela retaguarda, enquanto uma distração era criada para as duas companhias mercenárias sitiantes. Eles para sul rumo a Cambur. Uma vez lá, empregariam uma embarcação para Hongari ou Khubar. Ainda teriam que decidir e os recursos para logística da viagem seria determinante.

Alguns dias de viagem pelo frio, a ração acabou, tornando o ânimo de ]Aldred mais desgastado. E eles evitavam a estrada, mas a região não era muito frutífera (ainda mais no outono) e ninguém ali sabia caçar. Então, a fome seria um problema em breve. Para o bem de todos, eles chegaram à aldeia de antes, a aldeia do começo de tudo. Mas não ficaram. Compraram provisões e partiram aproveitando a noite ainda jovem. Vários dias se passaram depois da terceira passagem pela aldeia. As provisões estavam acabando novamente.

Até que eles avistaram uma vilarejo maior, com duas principais ruas cruzadas, com dezenas de casas e um comércio mais ativo. Havia uma fazenda próxima com um casarão, provavelmente, da autoridade local. Logo que se aproximaram do local, eles puderam notar uma grande movimentação de pessoas. Elas se dirigiam para um amontoado de tendas e carroças. Um circo estava passando na cidade. O picadeiro era formado por duas grandes tendas principais, uma para a apresentação e outra para os bastidores. Havia várias gaiolas com animais diversos, como leões, ursos e macacos. As pessoas pareciam vislumbradas demais, segundo a opinião do cosmopolita Aldred. Ele já havia visto apresentações muito mais impressionantes em Valkaria, obviamente. Felix quis fazer uma visita ao picadeiro. Devido a sua presença, as ruas principais do vilarejo estavam desertas. O comércio havia fechado, nem a estalagem estava aberta. Aparentemente todos os moradores do lugar foram para lá atrás de um pouco de diversão naquele outono gelado.

- Vamos aproveitar. Basta entrar na estalagem ou em alguma outra casa de comércio e pegar alguns tibares.

Todos lançaram olhares de espanto para Aldred. Ninguém esperava que o companheiro de viagens, apesar de resmungão e meio biruta, fosse propor algo que consideraram lamentável.

- Seu pai teria vergonha de você. - Disse Colin, remetendo-se a Aldred II, o famoso herói, o maior ginete de Namalkah do mundo conhecido.

- Não sei se ele teria tanta vergonha. Estamos à míngua, passando necessidade. Vamos roubar quem é comerciante, que já tem moedas demais. - Retrucou o valkariano.

- Então, não iria gostar de conhecer seu pai. - Resignou-se a responder o clérigo de Tenebra.

- Esses comerciantes não são ricos. Não tem moedas demais. Veja você mesmo. Há como alguém ficar rico aqui nesse fim de mundo? - Kael apontou para o lugar. Ele era o mais indignado. Ele pertencia a uma ordem devotada a Khalmyr, o deus da justiça. E ele não conseguia furtar seu semblante de desprezo. Felix, entretanto, apesar de jamais concordar com aquilo, duvidou que Aldred estivesse falando sério. Momentos depois, o jovem espadachim mentiu dizendo que estaria testando a moral do grupo. Mas a verdade era que ele mesmo não tinha pensado que o comerciante não era necessariamente muito rico. De novo, sua comparação com Valkaria nublou sua percepção.

De qualquer forma, Felix considerava que precisavam de informações para se chegar à Cambur. Como eles evitavam estradas, nem mesmo Colin, o nativo do lugar, sabia chegar ao certo à cidade portuária. Kael concordou com a ideia, mas atrás de seu capuz que ocultava seus exóticos olhos negros (devido sua herança demoníaca) ele preferiu ficar na carroça até a apresentação do picadeiro acabar. Colin também não encontrava interesse em ir ao lugar, não queria se misturar com as pessoas e não tinha humor para circo. Ambos decidiram ficar na carroça com o corpo de Hector e esperar o estalajadeiro ter vontade de trabalhar.

Aldred e Felix se acomodaram na tenda principal, depois de passar por várias pequenas tendas com pequenos jogos e de comida. Aos poucos, o valkariano foi se contagiando com a alegria das pessoas e logo estava empolgado, comendo espetinhos de carne e querendo brincar com os jogos. O mago, entretanto, estava interessado apenas em coletar informações, mas não foi muito bem sucedido. Eles decidiram, então, ver o show principal na tenda. Havia o perigo de Felix ser descoberto novamente como usuário de magia arcana, devido sua obrigação de não mentir e não ocultar nenhuma verdade. Mas o povo estava muito distraído com os eventos e deixaram de se preocupar em farejar magos bisbilhoteiros.

Urso malabarista, mágicos com seus truques baratos e apresentação de palhaços. O picadeiro estava bastante agitado com atrações que arrancavam o muitos ruídos da plateia. Para Aldred, nada muito emocionante, mas ele era facilmente influenciável por seu meio e começava a se divertir como um morador comum. Felix estava apreciando moderadamente, como sempre, muito comedido. Então, o mestre do picadeiro, um homem com cartola e roupa de gala, anunciou um truque do mágico. As pessoas tinham muita desconfiança de alguém que se apresentava como mágico no Reino da Magia Proibida, mas todos sabiam que eram apenas truques mundanos, não havia magia de verdade ali. Para aquele truque, era necessário alguém da plateia.

Sem pestanejar, Aldred ergueu a mão e começou a avançar para o centro, para o palco de apresentações. O mestre do picadeiro não teve outra escolha a não ser aceitá-lo. Logo, ele se retirou de cena para o mágico começar o truque. O jovem espadachim deitou numa mesa de madeira e foi coberto por um pano simples. O mágico, então, começou a pronunciar palavras desconexas e as luzes apagaram subitamente. Alguns burburinhos depois, a luz retornou. E havia um cheio de podridão empesteado o lugar. Haviam cinco criaturas com a carne em putrefação movendo-se lentamente com as bocas ávidas por mordidas. Aldred saltou logo da mesa. Por alguns segundos, pensou que pudessem ser atores fantasiados. Mas não poderia haver tamanha precisão. Ele desferiu socos em uma das criaturas e logo elas começaram a agir.

Alguns começaram a atacar a plateia que agora sim, começou a desesperar. Aldred logo foi cercado por três mortos-vivos. Felix não aguentou não fazer nada e disparou mísseis mágicos em um zumbi que havia puxado uma mulher da platéia. Outro homem, mais próximo a ele, foi mordido no pescoço. O mago, após a conjuração da magia, moveu-se com a multidão agitada para se despistar. Mas ninguém parecia estar prestando atenção de fato. Suas vidas corriam perigo. Logo, pessoas mordidas pelos zumbis começaram a se transformar também em mortos-vivos. E logo, cinco zumbis viraram oito. Aldred foi encurralado por cinco criaturas. Ele havia deixado sua katana de lâmina negra na carroça, então contava apenas com suas habilidades de combate, usando socos encaixados no queixo, chutes nas costelas e suas movimentações rápidas com pequenos saltos para desviar dos golpes dos agressores. Ele desviava de todos, mas um soco em específico acertou suas costelas e ele sentiu uma delas quebrar. Respirar começou a doer e como Felix havia desaparecido na multidão a essa hora, em busca de ajuda de Colin e Kael, ele não viu nenhum motivo mais em ficar ali. Não iria conseguir proteger as pessoas que estavam ainda ali começando a se atropelar umas as outras para sair.

Virando as costas, ele recuou e encontrou os outros no caminho. Felix arremessou sua katana e contou que eram zumbis e cortes da katana fariam mais efeito do que tentar esmagar a carne deles. Kael preferiu sacar seu arco e ficar à espreita ao longe, apenas preparado. Entretanto, foi Colin que mudou o tom do combate. Auxiliado pela bênção de Tenebra, ele emitiu energias positivas, causando dano aos zumbis. Aldred movia-se mais rapidamente com a katana e desferia um corte rápido e longo, acertando três zumbis de uma vez, levando três cabeças ao chão. Ele movia-se sobre as cadeiras da plateia, procurando alguém ainda ferido ou escondido para tentar fazê-lo seguir caminho para a saída. Enquanto isso, sua lâmina cortava mãos, pernas e cabeças de zumbis.

Ao final, Colin ajudou a deixar os zumbis mais enfraquecidos e ao mesmo tempo curou ferimentos de quem poderia estar ainda vivo naquele massacre. Dois apenas sobreviveram. O grupo decidiu investigar a tenda do picadeiro. Felix encontrou uma chave misteriosa, deixada no chão como se esquecida. E Kael encontrou um alçapão escondido. Um alçapão enorme, perfeito para esconder os zumbis que foram lançados à plateia durante o momento de escuridão. O grupo desceu o alçapão e encontrou um túnel escavado. Provavelmente ali os donos do picadeiro fugiram. Restava saber suas motivações. Por que atacaram aquele vilarejo? Por que deixaram para trás todo o circo? Aquilo era uma fachada? Com essas perguntas, o bando seguiu o túnel. Menos Kael, que ficou responsável por cuidar da carroça onde Hector jazia e também seria aquele que falaria com o líder do vilarejo. O restante do bando chegou até a saída do túnel, em uma caverna. Provavelmente o lugar era muito antigo e os donos do picadeiro apenas aproveitaram o lugar para seus planos escusos.

Avançando apressando as pernas, o grupo encontrou quatro pessoas. A Assistente, o Mágico, o Mestre do Picadeiro e um homem desconhecido até então.

- Vocês mexeram com forças que não lhe são devidas. Serão punidos em nome de Tenebra. - Colin anunciou mostrando seu escudo reluzente com o símbolo de Tenebra, enquanto sacava a maça. Aldred avançou rapidamente com sua katana. Felix moveu-se e lançou uma magia recém finalizada em seu grimório. A Assistente desabou subitamente pelo efeito da magia. Dormindo.

O Mestre do Picadeiro avançou com seu florete contra Aldred e ambos fizeram suas armas dançarem. Cada golpe do circense era aparado pela perícia do jovem espadachim. Enquanto isso, o Mágico revelou-se um clérigo de Leen, o deus da morte. Ou Ragnar, como era conhecido mais comumente. Ele fez a katana de Aldred queimar suas mãos, obrigando-o a largá-la. Mas, para a surpresa do Mestre do Picadeiro, ele tinha um direto no queixo muito forte e o fez ver estrelas. Colin avançou em cima do clérigo de Leen e ambos trocaram golpes. Ele possuía um machado de batalha. Felix descobriu que o homem desconhecido era um mago. Logo após ele lançar mísseis mágicos. O meio-elfo revidou na mesma moeda.

O combate começou a ir mal quando Felix caiu desacordado depois da segunda rajada mágica. Aldred foi acertado em cheio, furando-lhe a barriga, atingindo um rim. Colin desabou em seguida, acertado por um golpe de sorte do clérigo de Leen enquanto se movia para a área de cura que Tenebra havia feito para tentar salvar a vida de Felix. Então, uma flecha voou da escuridão e acertou o pescoço do servo da morte. Kael havia chegado. Nisso, o Mestre do Picadeiro, a Assistente e o homem desconhecido deixaram para trás o colega clérigo de Leen e desapareceram fugidos. Aldred suspirou aliviado. Por mais que tivesse deixado o Mestre do Picadeiro bem enfraquecido, ele não via condições para a vitória sozinho ou apenas com Kael. Eles agora tinham o servo da morte sob custódia.

Mas antes de desaparecerem na névoa obscura ao longe, Aldred bravateou enquanto gesticulava o punho direito no ar.

- Isso não terminou ainda, Mestre do Picadeiro. Nos encontraremos de novo e você terá o que merece!

Feridos, o grupo retornou ao vilarejo e encontrou o prefeito do lugar. Agradecido, ele condenou o clérigo de Leen à forca e ainda pagou ao grupo quatrocentos tibares de ouro por terem salvo o povo. A noite fora agitada, houve complicações e perigo de morte. Não houve atraso na missão principal, mas a vida de Hector ainda estava sob risco.
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Max Reilly

Mensagem por Aldenor » 27 Jul 2015, 16:50

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Filho de um antigo guerreiro do circuito Street Fighter que não ficou tão famoso assim, Max deseja seguir os passos do pai, mas é muito indisciplinado. Aprendeu a lutar com ele e tem talento nato para as lutas, entretanto, troca facilmente uma manhã de treinamento por uma noite na boemia.
Apesar disso, Max está em busca de desenvolver suas habilidades e, quando consegue foco, é um temível lutador.

Estilo: Karate Shotokan
Escola: Treinado por seu pai adotivo, Johnnatah Reilly.
Conceito: Errante.
Assinatura: Com risadas e sorrisos.

Atributos
Físicos: Força 4, Destreza 4, Vigor 4. (10 pontos)
Mental: Carisma 3, Manipulação 2, Aparência 3.
Social: Percepção 2, Inteligência 2, Raciocínio 2.

Habilidades
Talentos: Prontidão 2, Perspicácia 1, Intimidação 2, Manha 2, Lábia 2.
Perícias: Lutar às Cegas 2, Condução 2.
Conhecimentos: Arena 2, Computador 1, Mistérios 2, Conhecimento de Estilos 2.

Vantagens
Antecedentes: Recursos 2, Sensei 3
Técnicas: Soco 4, Chute 3, Bloqueio 1, Esportes 1 (5).
Manobras Especiais: Power Uppercut (1 pt), Jump (1 pt), Dragon Punch (4 pts), Foot Sweep (1 pt).

Renome
Glória: 2
Honra: 1

Chi: 3
Força de Vontade: 4.
Saúde: 10.
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Episódio 01

Mensagem por Aldenor » 08 Set 2015, 22:29

Forgotten Group

Esta é a história das aventuras de um grupo de heróis como tantos outros no mundo de Arton. Aqui será descrito os relatos da sua formação e de seus feitos pelos reinos e além. Ao longo dos anos, este grupo experimentou inúmeras formações com membros de diversidade raças, poderes, crenças, origens e ideologias.
O formato das histórias seguirá a estrutura proposta por Marlon Teske, no link: http://jamboeditora.com.br/4595/diario- ... 1-heranca/

Entretanto, não serão narradas aventuras jogadas em mesa, mas todos os personagens e algumas anedotas, bem como alguns acontecimentos, serão inspirados pela vida real, pela história do Forgotten Group, um grupo de RPG de Niterói formado no final de 2002 e que está em atividade até hoje. Mesmo o autor que vos fala não esteja mais presente no bando em 2015.

Então,
Tudo começa nos últimos dias de 1402.


Quem são os heróis:
Aldred Castell Maedoc III
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Aldred é um jovem humano de 16 anos que acabou de concluir seu treinamento com Satoshi, o tamuriano louco mestre de artes marciais e com a katana. Nativo de Valkaria, em Deheon, e filho de membros aposentados do Protetorado do Reino, Aldred é descendente de uma poderosa dragoa dourada de tempos imemoriais, tornando a história de sua família Maedoc bastante complexa. Entretanto, desde que seu avô, o primeiro Aldred, selou sua capacidade mágica (a fim de impedir que o poder dracônico, considerado nocivo, despertasse), ele desistiu de buscar estes poderes. Na verdade, tudo que Aldred deseja é se tornar um grande herói como seus pais e gravar seu nome na história de Arton.

Rendell Postle
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Ainda criança, Rendell percebeu que era diferente. A vida na fazenda de seus pais não lhe parecia o suficiente. Como todo yudeniano, aprendeu a lutar desde pequeno, mas sua mente curiosa o intranquilizava. Foi quando descobriu ser um aggelus, um descendente de seres celestiais após a visita de um clérigo de Tanna-Toh em sua casa. Rendell acabou encontrando na Caverna do Saber seu verdadeiro propósito de vida. Tornou-se um paladino da deusa do conhecimento e passou a dedicar sua vida em busca de conhecimentos novos, tesouros culturais, para proteger o legado das civilizações, além de buscar suas verdadeiras origens divinas.

Landerallin
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Em Lenórienn, Landerallin estava se tornando um guardião da floresta para enfrentar os odiosos hobgloblins na Infinita Guerra, mas a cidade dos elfos caiu antes que ele pudesse concluir seu treinamento. Perdeu família, amigos, colegas de grupo. Fugiu a beira da morte e encontrou moradia em Khalifor. Lander terminou seu treinamento na cidade e, quando estava preparado para se abrir a novos amigos, a Aliança Negra tomou a cidade com ferro e fogo. Mais uma vez fugindo, Lander hoje só pensa em vingança e precisa de um grupo forte e unido para começar o contra-ataque.

Luke
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Apesar do nome, Luke é um gigantesco orc! Sem muita esperteza e charme, Luke não sabe muito bem da onde veio. Sua primeira memória é dentro de uma cela, em uma torre. Um velho sempre lhe dava líquidos estranhos para beber. Um dia, o velho nunca mais apareceu, o deixando sozinho no mundo sem ter a menor ideia de quem era. Ao sair da torre, encontrou uma vila humana sob ataque de outros orcs como ele. Para surpresa de todos, ele atacou os orcs. Após matá-los, acabou ganhando a simpatia (mas não tanta) de todos e recebeu o nome Luke. Sem saber mais sobre seu passado, Luke decidiu viajar pelo mundo em busca de comidas gostosas algum motivo para viver.

Sir Allan Howard
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Orgulhoso por ser da Ordem da Luz de Norm, sir Allan é um nobre da família Howard. Seu pai, um homem muito velho, viuvou-se diversas vezes até encontrar sua mãe, uma moça muito jovem de uma família rica. Fruto dessa união, Allan não tem os traços de seu velho pai, sendo muito mais parecido com o mordomo do castelo. Apesar de devoto de Khalmyr e membro da gloriosa cavalaria de Bielefeld, Allan é um tanto mesquinho e só pensa em si mesmo. Quer se tornar famoso no mundo inteiro e se tornar lorde assim que seu idoso pai falecer. Mas para isso, decidiu se tornar aventureiro para ter seu nome cantado pelos bardos.

Parak
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Ahlen é conhecido como o Reino da Intriga. Seus habitantes são espertalhões e passar a perna nos outros é praticamente uma obrigação. Dessa forma, Parak, o goblin, não teve outra escolha na vida a não ser seguir o mesmo pensamento. Seus pais limpavam latrinas de nobres e ele teria o mesmo destino. Mas quis Nimb lhe pregar uma peça. O filho dos patrões de seus pais certo dia tentou matá-lo só por diversão. Parak nunca ligou para humilhações, mas sempre prezou por sua vida e, ao se defender, acabou matando o pequeno engomadinho. A fúria daqueles nobres recaiu sobre seus pais, que foram mortos junto aos seus diversos irmãos. Mas Parak fugiu rapidamente e hoje quer apenas ter uma vida tranquila, longe de encrencas.


A história até aqui:
O mundo de Arton, em 1402 já estava abarrotado de problemas. Há poucos anos o grande herói, o Paladino de Arton, fora corrompido por Sszzaas, o deus da traição, em uma tramoia épica para seu retorno ao Panteão. A queda de tal herói foi um duro baque para todos.

Thwor Ironfist acabava também de tomar Khalifor, o último bastião dos reinos de Lamnor. Agora, o avanço da Aliança Negra era reconhecido por todos como uma grande ameaça.

Entretanto, nenhuma ameaça era maior que a Tormenta. O Exército do Reinado, o maior ajuntamento de soldados já reunido, foi derrotado ao invadir a área da Tormenta de Trebuck. Além dessa derrota, foi descoberto que estas malditas áreas eram controladas por Lordes, seres de imenso e desconhecido poder aberrante. Para piorar, uma nova área surgiu há poucos meses na divisa das Montanhas Uivantes com Zakharov, dentro do Reinado, causando pânico generalizado.

Mas nem tudo é tragédia. Aventureiros poderosos se uniram e venceram o desafio dos deuses, libertando Valkaria, a deusa da humanidade e da ambição de seu claustro. Livre, sua fé começou a se espalhar pelo mundo. Um novo ânimo tomou de assalto a comunidade de heróis. Mesmo que indiretamente, toda pessoa que decidiu sair do conforto de seu lar em busca de desafios pelo mundo sentiu-se inspirado e esperançoso.

E é neste contexto que começa a história de mais um grupo de aventureiros.


Episódio 01- Um grupo estranho

O dia estava quente em Valkaria. No verão, final de ano, já se começava a aguardar a chegada dos comerciantes de Vectora no vindouro ano de 1403. Mas, por enquanto, Aldred não pensava em comprar nada. Aliás, ele não tinha nenhum tibar furado que pudesse dizer seu.

Aldred tinha a confiança da juventude e a vontade de ganhar o mundo, por isso recusou ajuda financeira dos pais, ex-aventureiros do famoso Protetorado do Reino. Pelo menos para suas vindouras aventuras. Estava em uma taverna úmida, suando frente a sua caneca de cerveja. A Taverna do Pombo Perneta foi onde seus pais se conheceram há mais de vinte anos, antes de entrar para o maior grupo de heróis de Arton. Por superstição, talvez, decidiu que sua vida de aventuras começaria por lá.

A taverna era espaçosa, com suas mesas coladas nos cantos, de modo que o centro era amplo. Era uma taverna muito cheia a noite, onde as pessoas gostavam de dançar com a presença de diversos bardos. Alguns, inclusive, muito famosos por Deheon. Mas de dia o lugar era um misto de dormitório de bêbados, latrina de urina e vômito e onde alguns milicianos e trabalhadores forravam o estômago antes do trabalho.

***

Em algum canto estava o elfo Landerallin, ou Lander, como ficou acostumado a ser chamado pelos humanos. Seus olhos verdes-musgo, atentos, espreitavam o movimento dos frequentadores da taverna e seus lábios retorciam a cada vez que via um humano se arrastando perto. Não podia suportar aquele cheiro. Mesmo os anos em Khalifor não foram suficientes para se acostumar com os hábitos autodestrutivos dos humanos. Ele reparou no jovem de volumosos cabelos cacheados castanhos com uma camisa laranja de pano com um símbolo tamuraniano no peito. Estranhamente o garoto não era tamuraniano, mas era muito jovem e tinha até algumas espinhas juvenis no rosto.

De alguma forma, ele não se encaixava no ambiente.

***

Aldred só notou o elfo quando o mesmo estava sentado ao seu lado lhe dirigindo um olhar penetrante. Ele tentou suprimir o susto por sequer tê-lo notado se mover.

- Bom dia. – arriscou Aldred, ainda um pouco arisco com desconhecidos. A tragédia que assolou todos os elfos tornaram essas criaturas fantásticas cada vez mais raras e taciturnas. Exceto por Julyannantalas, com quem teve um relacionamento findado há poucas semanas. Ela era como um sol radiante numa confortável manhã de primavera. Aldred ajeitou-se desconfortavelmente em sua cadeira de madeira, afastando as lembranças ainda dolorosas.

- Essa espada é do seu irmão mais velho? Ou do seu pai? Ou quem sabe do seu dono? – Lander nunca foi muito simpático ou adepto de sutilezas. E nem entendia muito bem a diferença de servos e escravos no mundo dos humanos.

- É minha katana. De mais ninguém. E quem quer saber? – Aldred não gostou da abordagem. Esse era um tipo de elfo amargo, pelo visto.

- Tamuraniana. Entendi. E você sabe brandi-la ou é um tipo de brinquedo? – Parecia deboche, mas Lander estava sério com suas sobrancelhas retas. E decidiu que só perderia seu tempo se apresentando se o garoto valesse a pena.

- Você pode tentar a sorte, que tal? – Seu sorriso nervoso escondia suas mãos trêmulas. Aldred nunca havia desafiado alguém e engoliu seco logo depois de tê-lo feito. E se o elfo fosse alguém muito poderoso? Afinal, justamente por ser elfo, ele deveria ter anos de experiência. Com uma rápida olhada, Aldred viu duas espadas curtas na cintura, uma armadura de couro com rebites de metal. Botas e capa resistentes. Não parecia ser alguém descuidado.

Lander empenou levemente os lábios, aproximando ainda mais suas sobrancelhas. Se o garoto era corajoso ou apenas tolo, não importava.

- Eu sou Lander. Estou formando um grupo de aventureiros. Se estiver interessado volte a esta mesma taverna hoje a noite. Não traga ninguém. Mas venha com sua armadura.

Logo o elfo saiu e Aldred não conseguiu respirar fundo. Agitado, ele tentou seguir Lander quando ele atravessou a porta da taverna, mas acabou esbarrando com um grupo de quatro halflings encapuzados com olhares assustados. Aldred perdeu segundos preciosos para se desvencilhar e, ao chegar à porta da taverna, não o viu mais.

***

- Sim, ele é meu amigo. – Disse o homem em armadura escamada. O desenho do pergaminho com a pena estilizados era uma pintura ainda fresca no escudo de metal de Rendell. E ele se orgulhava dela.

- Senhor, ele foi visto...

- Atacando um homem. Eu sei. Mas em nome de Tanna-Toh, eu vos digo: Luke não é uma pessoa má. Decerto protegia a mulher agredida.

O gigantesco orc ergueu o polegar com um arremedo de sorriso. Suas presas saltavam de seus lábios grossos. O miliciano balançou a cabeça e deu de ombros.

- Como quiser. Não foi prestado queixa mesmo. Mas se acontecer alguma desgraça por culpa dele, saiba que a culpa é toda sua.

Rendell ponderou aquelas palavras comprimindo os lábios. Deu os dois braços para erguer o orc do chão.

- O cara ia mesmo arrebentar as fuças da fêmea. Mas eu estava mesmo interessado no assado que vi na janela da casa dela.

O paladino balançou a cabeça com um leve sorriso, afinal.

- Quando quiser comer, fale comigo. Ainda tenho alguns tibares sobrando. Lembre-se que aqui em Valkaria você é visto com preconceito por ser um orc. E olha que aqui é um dos lugares onde você conseguiria melhor aceitação. Francamente, estas pessoas precisam aprender muito ainda.

- Eu tenho moedinhas amarelas ainda. Não sabia que dava pra comer assado com elas também.

- Você pode comprar qualquer comida com elas. Bem, comida de humanos, pelo menos. E em lugares específicos. De qualquer maneira, não precisa mais sair sozinho pela cidade. Hoje jantaremos em uma taverna próxima com os outros.

Paladino e orc saíram daquele bairro de casebres amontoados, onde muitas famílias viviam amontoadas em construções muito antigas, feitas de pedra e madeira. Valkaria era o centro cultural do mundo, possuía requinte e a mais pomposa nobreza, mas possuía lugares insalubres para os empregados dos donos da cidade morarem.

Neste bairro a dupla chamava atenção. Rendell era alto, esguio, com rosto bastante magro com feições angulosas. Cabelos negros, nariz adunco, ele era bonito e lustroso. Seu companheiro, o orc chamado Luke, era mais alto ainda, monstruosamente alto. Tinha fiapos de cabelo grosso, focinho torto e achatado. Sua roupa não era menos impressionante, couro endurecido com placas metálicas no peito nos ombros. Nas costas, carregava um enorme machado.

Ao chegarem à região central, mais próxima da colossal estátua da deusa da humanidade, as pessoas pararam de prestar atenção nos dois. Ali era comum ser exótico. A fama de cidade cosmopolita podia ser comprovada aos olhos de Rendell. Sempre muito curioso e entusiasta das mais diversas culturas, o paladino de deusa do conhecimento sempre quis conhecer Valkaria, um lugar tão grande e sofisticado. Obteve algumas decepções, como o tratamento ao seu amigo orc, mas no geral, estava satisfeito.

O entardecer veio tarde e Luke se queixava de fome. Eles chegaram à taverna do Pombo Perneta para o encontro com seus outros colegas.

***

O cheiro de guisado era convidativo. A noite estava úmida, mas um alento pelo calor dos últimos dias de verão. A taverna do Pombo Perneta estava abarrotada de gente. Homens e mulheres que trabalharam arduamente vieram gastar seus os parcos tibares. O suor pela cerveja.

Entre estas pessoas da vida comum, havia os aventureiros. Pessoas que não tinham uma função social, não eram sapateiros, tecelões, lavadeiros, taverneiros ou mesmo milicianos. Eram pessoas que, por algum motivo diverso, não conseguiam viver comumente como os outros. E possuíam capacidades que ninguém mais possuía. Por isso, tinham uma vida perigosa nas estradas, masmorras e lugares amaldiçoados. Enfrentavam ameaças que nenhum soldado comum poderia enfrentar. Mas eles pagavam um preço por este destacamento perante as pessoas normais. Suas vidas estavam constantemente em risco.

Assim, Lander percebeu que haveria incontáveis oportunidades para seu objetivo de formar um grupo caso sua primeira tentativa fracassasse. Entrou soturno, apagado. Ninguém parecia ligar para ele, algo que estava acostumado desde a queda de sua raça. Buscou com os olhos uma mesa e viu o garoto de hoje de manhã. Ele parecia não tê-lo visto. O que era normal, afinal, o elfo era bastante furtivo.

Lander sentiu uma mão em seu braço. Viu Parak ao seu lado e lutou contra seu ímpeto de uma reação violenta. Mesmo já conhecendo a criatura, ela ainda era um goblin e essa raça trazia más lembranças. Entretanto, o que mais lhe incomodou foi o fato de não ter visto o monstrengo se aproximando.

- Já arrumei uma mesa para nós. O cavaleiro está esperando. – A voz esganiçada de Parak combinava bem com seu tipo. Baixinho, braços longos, pele verde, olhos vermelhos, careca. Um goblin como tantos outros em Valkaria. Um potencial ladrãozinho de meia tigela. Lander sabia que era um larápio útil e engenhoso. Mas só concebeu a ideia de aceitá-lo através do cavaleiro que os aguardava.

- Belíssima noite, Lander. Prove do guisado. Está uma delícia. Aposto dez tibares que é mais gostoso que aqueles gansos que vocês comiam em Lenórienn.
Sir Allan Howard era um cavaleiro da Ordem da Luz, a maior e mais importante ordem de cavaleiros de Arton. Galantes, estes heróis devotados a Khalmyr, o deus da justiça, tinham sua gloriosa sede em Norm, no reino de Bielefeld. Seu ofício era lutar sem cansaço contra o mal. Alguns viajavam com aventureiros para destruir vilões além das fronteiras de seu reino. Mas sir Allan não tinha objetivos muito nobres. Baixo, de cabelos loiros e pele branca e limpa, vestia armadura de metal escamado e trajava um escudo e uma espada. Um típico cavaleiro na aparência. Mas sua língua não era típica. Sempre havia um comentário inoportuno, sarcástico. Ele disse que o goblin era sua propriedade, apenas para que Lander o aceitasse. O elfo descobriu um pouco tarde que a relação de ambos era de amizade, não de senhor e escravo.

- Onde estão seus dois colegas? – Lander sentou-se sem cerimônia, ignorando o comentário sobre sua lendária cidade perdida. Perda esta ainda fresca na memória. Ser pragmático no momento era mais importante.

- Devem chegar a qualquer momento. Mas, enquanto isso, você pode repetir qual vai ser o problema que vamos resolver?
Lander ignorou a pergunta de Parak.

- Diga ao seu amiguinho não me dirigir a palavra. Muito menos encostar em mim novamente.

- Que deselegante da sua parte, Lander. Já lhe disse que Parak é uma espécie de escudeiro. E bem útil. E lembre-se que sou um cavaleiro da luz, não ando com seres indignos. Confie em mim. – Sir Allan sorriu enquanto mastigava sua refeição. Súbito, ele se atentou a quem se aproximava. – Sir Rendell Postle, o paladino de Tanna-Toh!

***

Aldred bebericava sua caneca de cerveja, ainda um pouco chateado por ter que pedir alguns tibares aos pais. Na sua cabeça, ele pisaria para fora de casa naquele dia e só voltaria anos depois, mais velho, forte e barbudo. E sem espinhas. Mas teve que se contentar com o convite de Lander, o elfo estranho, e da zombaria de sua irmã Mary Anne sobre seu retorno nada triunfal no mesmo dia. Ele queria comer o guisado, mas não sobraria para a cerveja. E como queria se provar adulto, preferiu a segunda opção.

Não foi uma ideia muito esperta, pois estava ficando com fome e sua cabeça começava a latejar, graças a sua falta de costume de beber alguma coisa alcoólica. Tentando afastar esses pormenores, Aldred andou pelo centro da taverna onde pessoas se amontoavam com canecas na mão formando círculos de cacofonias. Vislumbrou Lander sentado ao lado de quatro sujeitos, no mínimo, exóticos. Um goblin barrigudo, um orc grande, um homem loiro pomposo e outro homem de cabelos pretos.

Tentando controlar o formigamento em seu estômago, Aldred ensaiou algumas palavras de efeito para causar uma boa impressão. Até o momento, ou ele fora ignorado, ou não encontrado. Se pudesse chegar falando algo incrível, poderia começar bem sua carreira de herói. Ele achou estranho haver um goblin e um orc sentado ao lado de Lander, afinal, ambos pertenciam a raças formadoras da Aliança Negra, o monstruoso exército que destruiu a cidade dos elfos. Mas o estranho e exótico era apenas normal no mundo dos aventureiros. Pelo menos, isto é o que sua mãe Therese sempre lhe dizia.

- Boa noite a todos. Eu sou Aldred Castell Maedoc Terceiro. Isso mesmo, filho de Therese e Aldred Segundo, heróis aposentados do Protetorado. Olá, Lander, desculpe a demora, precisava terminar esta gloriosa caneca de cerveja do Pombo Perneta.

Apesar do barulho provocado pelas infinitas conversas paralelas, Aldred sentiu seu rosto queimar ao notar os olhares sérios dos cinco ocupantes da mesa. Lander nem ao menos o olhou.

- Puxe uma cadeira, sente-se no chão. – Disse o goblin mostrando seus dentes amarelos.

- Não ligue para meus colegas sisudos, meu jovem. Acabamos de conhecer o senhor Lander, mas já deu para perceber sua frieza e falta de tato. Chamo-me Rendell Postle, paladino de Tannah-Toh, ao seu dispor. – O homem de cabelos negros se levantou puxando uma cadeira vazia para compor a mesa.

- Eu sou sir Allan Howard, cavaleiro da luz. Isso mesmo. Mas não precisa se acanhar com minha ilustre presença. E não ligue para os não-humanos. Eles são meio selvagens, mas a gente se acostuma. E também somos todos jovens aqui. Quer dizer, exceto o elfo, claro.

Engolindo seco, Aldred sentiu um pouco suas pernas travadas, mas o braço convidativo de sir Allan o puxou para sentar.

- Selvagem não. Sou súdito legítimo do Rei-Imperador Thormy, meu caro. Pago meus impostos com a coroa. Muito caros, aliás! Tudo para sustentar esses goblins vagabundos da favela. Sou apenas um brincalhão. Ora, bolas. Então, moleque, eu sou Parak, o cérebro desse bando.

- Há controvérsias. – Rendell pigarreou.

- Onde está a moça com minha comida? – O gigante orc falou mais alto que todos, chamando atenção de algumas pessoas ao redor. Ele se agitou desconfortavelmente na minúscula cadeira.

- Luke, acalme-se. Lembre-se do que lhe falei: as coisas não giram em torno de sua barriga, você tem que aguardar e respeitar a vez dos outros. – Rendell parecia um professor paciente e Luke parecia um aluno rebelde.

Aldred soltou, enfim, um sorriso. Aparentemente, os quatro ali já se conheciam há um tempo. Lander e ele eram os estranhos. Mas gostava de pensar que era mais interessante que o elfo carrancudo.

- Achei que ficaria escondido no canto. Demorou bastante. E cadê sua armadura? – Lander falou pela primeira vez depois de minutos. Todos (menos Luke) voltaram suas atenções ao elfo.

- Eu sou desarmado. Quero dizer, luto desarmado. Não, eu luto com minha katana, mas sem armadura. E também com as mãos, cotovelos, pés e joelhos. Ou melhor... – Aldred se encabulava a cada palavra e foi salvo por Rendell.

- Um artista marcial. A julgar por seus trajes, você treinou com um tamuraniano mestre de artes marciais. Estes artistas não usam armaduras ou armas e possuem o corpo forte e a mente disciplinada. Entretanto, ainda que a katana seja uma arma tipicamente tamuraniana, utilizada pelos guerreiros samurais, um lutador de artes marciais não as emprega. Você é, então, alguém diferente. Poderia explicar-me?

Aldred coçou seus cabelos volumosos e disse olhando pra baixo.

- Mestre Satoshi não é o que poderia ser dito de um mestre normal. Ele ficou meio louco devido a Tormenta, né. Mas me ensinou artes marciais da sua terra e também o uso da katana. Sei fazer ambas as coisas. E pra isso, preciso ter meus movimentos livres. Daí o fato de não usar armadura.

Rendell respirou, mas Parak o interrompeu.

- Antes do meu amigo paladino começar a investigar sua vida do avesso, vamos resolver esta pendenga. Lander... quero dizer, alguém pergunte ao Lander qual o teor dessa missão?

- E qual seria a recompensa. – Sir Allan complementou com a mão na boca.

Antes que alguém se dignasse a perguntar o que Parak acabara de indagar, Lander cerrou o punho e ofereceu um sorriso nervoso, mas satisfeito.

- Vamos matar alguns goblinóides.


Impressões do Mestre:
Diferente do proposto originalmente por Teske, eu pretendo comentar sobre o episódio traçando um paralelo com a vida real do Forgotten Group. Para começar, vou comentar sobre cada um dos personagens e as pessoas que as inspiraram.

Como fonte, vou usar a memória e também o antigo fotolog do grupo. Sempre postávamos imagens nossas ou de coisas relacionadas aos nossos jogos. Dessa forma, é possível lembrar o contexto do momento e da formação do grupo.

Aldred C. Maedoc III sou eu mesmo, com 16 anos, quando conheci o pessoal do Forgotten Group. Inseguro na época, querendo construir meu caminho no mundo RPGístico. O personagem tem um background extenso que pretendo desenvolver ao longo da história, mostrando também meu desenvolvimento enquanto RPGista e enquanto pessoa também.

Rendell Postle é inspirado em meu amigo Renato Potz (notem a semelhança dos nomes, eu pretendo fazer isso sempre que possível!). Ele tinha 22 anos quando o conheci. Ele e mais alguns personagens eu pretendo manter a similaridade de idades. Outros, devido a raça ou devido a serem muito jovens na vida real, não será possível. Renato é um cara carismático, ama a deusa Tanna-Toh e jogar de paladinos. Este seria o personagem perfeito para ele. Como ele é MUITO magro, a desvantagem Magricela cai bem.

Luke, o orc gigante, é Lucas (ou Lucão), um rapaz que devia ter minha idade na época que o conheci. Joguei poucas vezes com ele, mas foi um dos primeiros membros do que viria a ser o Forgotten Group. O cara era imenso mesmo. Tinha uns dois metros de altura e era largo.

Parak, o goblin, era o Pablo. Mais um que pouco joguei. Era uma criança de uns 13 anos na época. Marrentinho, mas interessado em jogar, foi um dos primeiros do grupo também. Seu personagem terá muito de invenção e pouco de similaridade com a realidade.

Sir Allan Howard, ou Alan (!), era também uma criança e, por isso, tive que alterar a idade do personagem. Joguei mais com ele do que com Pablo, mas menos com Lucão. Ele era um baixinho irritadiço, meio chatinho, com piadas sempre sarcásticas. Apesar disso, também era empenhado em jogar naqueles primórdios. E essa era uma característica que a gente gostava muito.

Por fim, Lander é inspirado em Luis Felipe, ou Luisão é quem eu poderia chamar de mentor do Forgotten Group. Por mais que ele não tenha continuado no grupo até hoje, ele quem teve a ideia de juntar uma galera do mIRC no canal em que ele era operador, o #RPG. Na época, encontrar pessoas da internet não era tão comum e, por isso, a primeira sessão para montar os personagens foi em um shopping da cidade, um lugar movimentado. Luisão era um cara meio fechado na minha visão, mas por ele ter mais ou menos a mesma idade de Renato (21 anos, creio), eles ficaram mais próximos.

A exemplo de Rendell, Luke, Parak e sir Allan, o pessoal já se conhecia antes. Eles jogavam RPG no prédio aonde viríamos a jogar as primeiras partidas futuramente. Luisão foi quem convocou Renato (que trouxe os demais) e eu para o jogarmos despretensiosamente uma campanha de D&D 3.0 (recém-lançado na época). Jogávamos nas salas de aula vazias do campus da UFF do Gragoatá. Depois passamos a jogar no play do prédio de Renato e companhia. E depois... aí é história.
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Versão 3D&T Alpha

Mensagem por Aldenor » 28 Set 2015, 23:45

Aldred C. Maedoc III
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Aldred é filho de ex-aventureiros do Protetorado do Reino e seu maior sonho é igualar os feitos de seus pais e se tornar um grande herói, talvez o maior deles. Desde pequeno ele foi incentivado ouvindo histórias das aventuras de seus pais. O ambiente familiar também auxiliou na construção de uma identidade pautada no modo de vida incomum, bem diferente da árida vida cotidiana. Tudo relacionado à cultura aventuresca o interessa.
Um dos ex-colegas de aventuras de seus pais é o samurai louco Satoshi Yamada, quem o ensinou as técnicas do combate desarmado e do iaijutsu. Foi ele também quem construiu uma poderosa katana mágica com técnicas proibidas e rituais antigos tamuranianos. Aldred a chamou de Hikari-Katto ("corta-luz") por ter destruído uma lamparina pública na primeira noite de treino...
Além de todo contexto aventureiro em que ele foi criado, Aldred também tem talento nato. Sua família por parte de pai carrega no passado um mito fundador que passa por histórias de um povo do Deserto da Perdição, agraciados com o sangue de dragão dourado da Rainha Eterna. Esse sangue teria grandes poderes a serem despertados pelos membros da família Maedoc.
Diante disso, não havia outra escolha para ele. Seguir o mundo de aventuras e andanças pelas estradas de Arton era o seu único destino. E Aldred vai ao encontro da aventura, buscar gravar seu nome entre os mais famosos heróis do mundo.

Pontuação Inicial: 5 pontos.
Aldred acabou de sair de sua casa e está em busca de seu primeiro "trabalho" como aventureiro.

Kit: Lutador de Rua.
Poder do kit: Golpe poderoso.
As artes marciais tamuranianas requerem requinte, disciplina e mente forte. Entretanto, Satoshi Yamada desenvolveu um estilo mais leve e mais duro chamado "muaythai" e ensinou a Aldred alguns de seus segredos. Um dos mais importantes deles é o Golpe Poderoso, uma técnica capaz de concentrar toda sua energia em um golpe, para extrair a máxima eficácia possível dentro dos limites físicos do lutador. Três vezes por dia, Aldred pode considerar um golpe como crítico automático, por 1 PM.

Características: F0, H3, R1, A0, PdF0, 5 PVs, 5 PMs.
Aldred tem a força de uma pessoa comum, mas é muito ágil, capaz de feitos incríveis como correr pela parede, saltar tão alto e longe que quase pode voar. Além disso, sua saúde é perfeita através dos seus exercícios diários quando treinava com Satoshi Yamada.

Vantagens:
Ataque Especial: F (1 ponto) - Aldred desenvolveu uma boa técnica de luta desarmada que consiste numa sequência de chutes e socos combinados em ângulos específicos ao adversário. Ele tem FA 5 +1d contra seus inimigos, gastando 1 PM.

Arena: cidades (1 ponto) - Aldred é um garoto criado em Valkaria. Cosmopolita, ele conhece o sentido de uma cidade, sabe utilizar o terreno firme, as paredes das casas, telhados, ruas, corredores, aposentos...

Aliado: Hikari-Katto (1 ponto), Parceiro: Hikari-Katto (1 ponto) - Aldred tem uma ligação com Hikari-Katto fora do comum. Aprendendo a lutar com a espada desde os primeiros dias de treinamento com Satoshi, ambos conseguiram desenvolver muita afinidade. Aldred conhece a katana como se conhece, e ela consegue responder totalmente aos movimentos de Aldred. Quando lutam juntos, ambos agem como um único lutador.
Hikari-Katto possui o kit Mestre de Iaijutsu, com o poder Iaijutsu (+3 em F no primeiro ataque por combate): F1, H0, R0, A0, PdF0, 10 PVs, 1 PM; Ataque Especial (F), Ponto de Vida Extras +1, Aliado (Aldred), Parceiro (Aldred), Maldição (é um objeto que recupera PV e PM como uma criatura viva, com Deficiência Física Mudo, Modelo Especial, incapaz de agi por si só, não pode possuir valores maiores que 0 em H e PdF).

Desta forma, ambos possuem as características: F1, H3, R1, A0, PdF0, 15 PVs, 5 PMs; Ataque Especial (F), Arena (cidades), Ponto de Vida Extras +1.

Desvantagens:
Código de Honra dos Heróis e do Combate (-2 pontos) - Aldred aprendeu os valores dos pais, sempre cumprirá sua palavra quando a der, sempre protegerá qualque pessoa ou criatura mais fraca e jamais recusa um pedido de ajuda. E também leva consigo os ensinamentos de Satoshi, sendo extremamente honrado em combate, jamais atacando inimigos indefesos nem em desvantagem numérica.

Maldição: Imã Andrófilo (-1 ponto) - Aldred é um rapaz bonito e simpático, geralmente contagiando as pessoas à sua volta. Mas isso acaba acarretando em uma série de situações complicadas. A maior parte das mulheres ou homens que se sintam atraídos por ele, acabam desenvolvendo sentimentos que ele mesmo não pode retribuir. E estas situações podem ocasionar em problemas...
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Ideias de Personagens

Mensagem por Aldenor » 17 Dez 2015, 02:12

Pode ser uma versão mais espadachim de Aldred.

Faz tempo que luto contra minhas ideias de manter um Aldred ultra-multiclasse (são 6 ao todo na build atual). As vezes eu tento focar no lado lutador dele, às vezes no lado fanfarrão. Dessa vez pensei no lado espadachim. Pensando em sua origem, no seu treinamento com Satoshi, surgiu a ideia de usar a classe samurai pegando Samurai Executor. O que muda? Ele fica mais focado em lutar com a katana (dessa vez uma katana de verdade), mas sem perder o ataque desarmado (comprando o talento). Como ele precisa manter sua personalidade, Alma Livre se faz necessário para ser Caótico e Bom. Entretanto, devido às limitações, é impossível manter o sangue de dragão neste caso. A história antepassada fica limitada e o foco se torna o presente. De repente, é até melhor.

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Samurai 1: Talento Regional (Aventureiro Nato). Desvantagem: Alma Livre.
Ataque Desarmado Aprimorado, Foco em Arma (katana), Ataque Poderoso. A Katana terá +1 de bônus mágico.

Samurai 2: Saque Rápido, pegando o estilo de iaijutsu.

Samurai 3: Golpe com Duas Mãos. A Katana terá +1 de bônus mágico, mais drenante.

Samurai 4: Trespassar.

Samurai 5: Diligente. A Katana terá +2 de bônus mágico, mais drenante.

Samurai 5/2: Conhecimento de Golpes (aparar ataque corpo-a-corpo e degolar). A Katana terá +2 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada.

Samurai 5/4: Conhecimento de Golpes (ripostar e fôlego concentrado). A Katana terá +3 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada.

Samurai 5/6: Ataque Duplo (katana). A Katana terá +3 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada, guardando +1.

Samurai 5/8: Surto Heroico I. A Katana terá +3 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada, guardando +2.

Samurai 5/10: Golpe Especial. A Katana terá +3 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada, guardando +3

Samurai 6/10: Foco em Perícia (Iniciativa), seguindo o estilo de combate.

Samurai 7/10: Basta! A Katana terá +3 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada, da velocidade.

Samurai 8/10: Ataque Poderoso Aprimorado.

Samurai 9/10: Surto Heroico II. A Katana terá +4 de bônus mágico, mais drenante, mais afiada, da velocidade.


Seguindo essa lógica, Aldred começaria com +6 pra acertar, dano 1d10+4. Ou +4 pra acertar e 1d10+8 de dano, graças ao Ataque Poderoso. Lembrando de seu ataque desarmado de +4 pra acertar, 1d4+3 de dano. Duas vezes por dia, ele pode desferir um grito de kiai , aumentando o ataque para +8 e o dano para 1d10+6 ou +6 e dano 1d10+10 caso com Ataque Poderoso.
Começando com uma armadura de couro batido, teria uma boa CA 17 e com 22 PVS fecha bem suas defesas.

No 4º nível, graças ao aumento de Força pra 18 e ao Golpe com Duas Mãos, Aldred já terá +10 de acerto e 1d10+12 de dano. Ou +8 de acerto e 1d10+16 de dano.

No 7º nível, graças ao Degolar e a habilidade da Katana Afiada, Aldred terá 16-20/x3 em um golpe que pode ser golpe de execução como ação padrão. O ataque seria +18, dano 1d10+16. Ou com Ataque Poderoso seria +16, dano de 1d10+20, crícito 16-20/x3. Lembrando que com uma ação de movimento, ele pode testar sua Vontade +6 pra aumentar em até 3d6 se tirar 19 ou 20 no d20.

No 9º nível, usando Degolar, a habilidade da Katana Afiada e a nova margem de ameaça do golpe de execução, Aldred terá 15-20/x3 em seu golpe que será +21 com dano de 1d10+19. ou +19, 1d10+23 com Ataque Poderoso.

No 12º nível, com Degolar, a habilidade da Katana Afiada, a nova margem de ameça e o multiplicador, Aldred terá 15-20/x4 e seu golpe será +25 (1d10+26). Ou +23 (1d10+30) com Ataque Poderoso.
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Re: Ninho do Urubu

Mensagem por Senimaru » 17 Dez 2015, 12:04

Vc não vai mais escrever nada no Blog senpai?
Na sua build Samurai não seria melhor pegar 6 niveis de samurai antes de virar executor? Assim vc se beneficia do estilo de combate durante bem mais tempo e no fim a unica coisa que iria mudar é que vc pegar o lvl 10 do Samurey eXecutor no 16 em vez do 15, o resto ficaria inalterado.
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Me? Mad? Haha... quite likely!

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Re: Ninho do Urubu

Mensagem por Aldenor » 17 Dez 2015, 12:35

Provavelmente eu voltarei a escrever no blog, mas coisas mais consistentes e úteis para mais gente do que só pra mim ahuahuahuahuauha
Mas no final de ano é dificil eu conseguir sentar e escrever algo útil.

Pegar Samurai 6 antes de virar Executor só pra ganhar Foco em Perícia (Iniciativa) em troca de ter os grandes poderes do Executor um nível adiante, não vale a pena...
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