Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

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Keitarô
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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Keitarô » 14 Jul 2016, 16:05

Junsai sente o mal-estar crescer dentro de si sem controle. Era como ter sido enganada, vencida ou traída: por si mesma e apenas isso. O corpo reclamava, a cauda eriçava. Uma humana não poderia estar correta sobre ela. Mas o questionamento sem palavras que surgia na alma da saiyajin era maior que sua sabedoria de sempre. Suas ameaças de repente pareceram apenas falta de argumentos.

Estava presa em si mesma.

Agarrou a cauda com força e sentiu-se fraca. Puxou mais um pouco e mordeu. A dor e a fraqueza a fizeram perder as forças, mas fez o mal-estar mudar de sensação. Ao menos assim poderia se estabelecer, já que já conhecia aquele ponto fraco tão comum aos saiyajins. Enquanto mordeu a cauda, lembrou-se da ciborgue comentando sobre aquilo ser um ponto fraco. Sentiu fúria, mas controlou mordendo com ainda mais força.

Olhou para Pace num misto de fúria e incômodo, de diversos tipos. Sabia que o humano provavelmente teria uma opinião parecida com Junko em alguns aspectos. Não era apenas uma humana ridicularizando seu sangue saiyajin; eram provavelmente muitos. A aflição era maior que o sofrimento. Fechou os olhos e com um movimento de cabeça, assegurou ao humano que estava tudo bem.

Não sentia mais dor na cauda. Soltou-a, mexendo o membro com sutileza. Notou as mãos ainda tremendo, mas o corpo pouco ferido, mais debilitado pelo uso do poder na essência frágil de Junko do que golpeado por Blue. Lembrou do general e balançou a cabeça, na hora que a outra saiyajin se aproximou. Falou sobre orgulho justamente num momento complicado.

Junsai ainda pensava aquilo, de toda forma. Talvez não precisasse abandonar tal conceito. Virou-se para Viola olhando em seus olhos, a expressão séria.

- Junsai. Sou descendente distante da família real, mas até vir a este planeta eu trabalhava como mercenária com contratos esporádicos. E você, de onde vem?

Pegou novamente a cauda, sentindo o mesmo mal-estar, mas mais fraco. Começaria eliminando os pontos fracos.

herrDoktorat
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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por herrDoktorat » 15 Jul 2016, 22:37

— Viola, do antigo Planeta Sadala. Sim, parece loucura, mas estou aqui, quatrocentos anos depois.

Viola se encosta na parede, os olhos vazios, imersos em seu passado.

— Depois de alguns anos na incubadora, fui enviada para conquistar um planeta distante, como era de costume para filhotes com baixo poder de luta — ela explica — mas infelizmente, esse planeta era distante demais, e nossa tecnologia não era capaz de superar o que os cientistas daqui chamam de relatividade: a viagem que durou apenas alguns meses para mim, foi muito mais extensa do lado de fora da nave.

Conquistei o planeta, conforme arraigado em meu subconsciente, mas quando tentei contato com o nosso povo... nada.


Pausa.

— Recentemente, minha nave foi atacada por piratas espaciais e caiu aqui, mas acabou sendo uma coisa boa, porque eu acreditava que nosso povo estava extinto, mas ainda essa semana, ouvi falar de uma guerreira com cauda, na televisão.

Viola sorri, apontando para Junsai.

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Keitarô
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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Keitarô » 15 Jul 2016, 23:50

- Então você deve ter viajado para muito longe, muito rápido. - ele deu um sorriso irônico.

Junsai olhou para o vazio, apertando mais a cauda. Como estava em choque psicológico, sentiu-se nostálgica ao ouvir a história de Viola.

- Meu avô era irmão bastardo do rei Vegeta. Ele tentou tomar o poder do planeta quando ainda não éramos subordinados, mas seu poder de luta era muito inferior e ele foi exilado como traidor. Fomos apagados da história saiyajin. Meu avô Instalou-se no planeta Cogumelo com sua mulher. Eu venho dessa colônia, no planeta Cogumelo. É próximo deste Sistema Solar. Recebi a tarefa de conquistar o planeta, mas só descobri sobre a história daqui durante o começo de minha invasão. Falhei e acabei presa no corpo desta humana. Infelizmente regredi em poder e autonomia, mas… talvez eu ainda possa ser considerada da família real, embora não ligue para isso.

Junsai apertou mais a cauda. Era da família real, mas isso não a fazia superior em poder a nenhum saiyajin. A cauda, por exemplo; nunca eliminara o ponto fraco quando possuía um corpo próprio, embora nunca precisara; acabava rapidamente com seus inimigos, sem piedade ou brecha. Traço padrão da família real, principalmente do segundo ramo, acostumado a viver nas sombras aceitando trabalhos mercenários simplórios para a sobrevivência.

Seus avôs e seus pais estavam mortos. Dominar a Terra era o pagamento para poupar suas vidas exigido por um pirata especial alienígena muito mais poderoso. Junsai ainda lembrava dos gritos deles no rádio de seu scouter, em tempo real, enquanto era sugada pelo Mafuba do ancião. Saiyajin ridícula, ela era. Não podia impedir uma prisão que condenava a todos: sempre morreriam. De um lado ou de outro. Por hipocrisia ou fraqueza. Por conveniência de algo ou alguém.

- Que bom que se sente melhor, Viola.

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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por herrDoktorat » 19 Jul 2016, 04:55

Viola se recorda dos apelidos que a ciborgue havia dado ao grupo, e tudo se encaixa: a humana que havia desaparecido era, na verdade, a hospedeira de Junsai. Percebendo a expressão distante no rosto da saiyajin, a patrulheira decide continuar:

— De acordo com os registros, fomos escravizados por um tirano e extintos por uma chuva de meteoros — ela diz — apenas isso. Certamente somos temidos por todo o universo, mas ao mesmo tempo, todos sabem que morremos como cães; nossas conquistas, nossas batalhas, tudo foi apagado.

Consegui alguns retalhos, canibalizando naves antigas e sistemas de defesa de planetas conquistados. Descobri que o Planeta Sadala se destruiu em conflitos internos, fazendo com que os sobreviventes migrassem para um novo planeta, que nomearam Vegeta; creio que essa tenha sido a origem da realeza da qual você descende, mas não posso dizer com certeza.

Perdemos nosso passado, mas —
ela hesita, apoiando o rosto nos cabelos de Froze — mas eu ainda acredito no modo de vida saiyajin. Da minha maneira.

Viola respira fundo; sua cauda, agora mais calma, faz movimentos lentos, ondulantes.

— Como todos os saiyajins, eu sou capaz de lembrar da minha primeira infância, dentro da incubadora, por isso soube que deveria conquistar aquele planeta, e mais tarde tentar contato com nosso povo, mas de nada adianta, porque não pude conhecer a minha terra.

Junsai —
diz a patrulheira — se não for pedir muito, gostaria que me contasse como filhotes eram criados em Vegeta e Cogumelo. Do que o nosso povo fazia, quando fora de combate. Das guerreiras, esquecidas por todos, mas não por mim.

Viola retira sua agenda eletrônica do compartimento em seu peito, preparada para anotar tudo... mas caso a outra saiyajin se recuse, tem uma coisa que ela precisa fazer: pesquisar no banco de dados sobre o tirano que escravizou o seu povo. Freeza.

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Keitarô
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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Keitarô » 20 Jul 2016, 09:32

- Eu nasci em Cogumelo, então não estou certa sobre o costume do planeta Vegeta. A pequena comunidade que se formou com as poucas famílias banidas, a de meu avô e seus seguidores, foi obrigada a regredir em termos de tecnologia. Recebemos pouco maquinário, então minha infância foi fora de uma encubadora, sendo cuidada e treinada por minha mãe. Tão logo aprendi a me defender, fui incluída na equipe de caça composta dos guerreiros de nível mais baixo, geralmente liderada por um saiyajin guerreiro que servia de instrutor.

Um filme passa nos olhos de Junsai ao tentar se lembrar da infância. O pai era rígido e um guerreiro orgulhoso. Sua mãe era rígida, mas razoável em termos de maternidade. Ela fazia parte da descendência real de Vegeta, filha do irmão do rei, o avô Ginsen. Ainda assim, era feminina à maneira saiyajin, uma guerreira incrível, mas que sabia parar para cuidar do urgente com relação à filha e ao marido. Já o pai se cobrava muito; queria ser sempre mais poderoso para estar à altura da família real, mesmo sendo de uma linhagem de poder de luta baixo, porque a atração familiar saiyajin é fortemente baseada em poder.

Até então, Junsai pensava ter puxado mais de seu pai que de sua mãe.

- Na equipe de caça nós nos tornávamos muito mais fortes. Principalmente por causa do zenkai, algo ensinado já muito depois de termos chegado perto da morte diversas vezes. A luta até a morte era incentivada: o desespero traz poder e revela o digno da vitória.

- Quando adolescente, entrei para o esquadrão mercenário responsável por nossa manutenção econômica e política com relação a outras raças. A maioria era masculina, mas havia algumas mulheres, geralmente as líderes. Capazes de dominar na força e na argumentação qualquer homem. No entanto, sempre fomos manipulados pelo interesse de piratas e alienígenas mais poderosos ou ricos. Era um peso a se aguentar e um treino mental. O planeta então sofreu um ataque e perdemos, minha família feita refém. Para nos mantermos vivos, eu deveria dominar e entregar a Terra. Aqui estou, mas falhei.

Junsai parou de relembrar o passado, pois começou a ver coisas que não eram suas. Uma vila em chamas, um bebê chorando que era ela ao mesmo tempo em que já era adolescente. Interferência de Junko.

- Mulheres saiyajin são boas guerreiras, tanto quanto os homens, mas a sociedade saiyajin é patriarcal, porque prezamos pela força, e geralmente o homem tem mais força bruta. As mulheres são mais inteligentes, porém. No entanto, minha mãe tinha poder de luta alto, e quase não treinava. Ela sempre dizia que tinha ficado tão forte porque sabia como treinar, apenas, e não o fazia mais para o equilíbrio familiar. No fim das contas, as mulheres saiyajin apenas permitem que os homens comandem porque sentem-se rainhas. Os homens nunca souberam disso, acredito.

Junsai sorriu orgulhosa.

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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Kaidre » 20 Jul 2016, 12:20

Por estar próximo, Pace acaba ouvindo a conversa das saiyajins. Não era algo que queria fazer, normalmente não se metia na vida alheia, mas naquela situação, foi inevitável.

- Sabe Jun, eu não compreendo bem como é a cultura saiyajin. Tudo que entendi é que vocês valorizam a força. Eu não vou dizer que você está errada, pois cada cultura é única por si só, mas entre os humanos, aqueles que se utilizam de força superior para impor suas vontades, é visto como covarde, alguém incapaz de trabalhar sua mente que se torna completamente dependente da força bruta. - Ele senta-se de frente para Junsai. - Entenda que não estou criticando sua forma de ser, mas aqui na Terra, nós temos um ditado que diz "em Roma, faça como os romanos". Isso significa que quando se vai a um lugar onde a cultura é diferente, você deve procurar se adaptar a esse novo cenário.

- Por isso que quando você matou o homem crocodilo, todos a viram com maus olhos. Se tivesse que colocar de uma forma que se aplique a sua cultura, diria que você matou seu oponente por ter medo que ele eventualmente a superasse. Entende?


- Aqui na Terra, coragem é enfrentar seus medos, arriscar sua vida em bem do próximo e manter-se firme diante das adversidades. Nós, humanos, valorizamos o trabalho em equipe e o bem estar social de todos. Nós abrimos os braços para aqueles que quiserem se juntar a nós nessa tarefa. Ao menos, é assim que eu penso e que gostaria que fosse. Talvez você pense que eu só estou cuspindo besteiras, mas mesmo assim, tente refletir um pouco sobre isso. Talvez perceba que tem muito a ganhar e nada a perder. - O rapaz se levanta e vai até a ciborgue desacordada.

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Keitarô
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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Keitarô » 20 Jul 2016, 13:19

Junsai observou Pace com uma expressão incomodada. Aparentemente não intimidava mais o humano.

- Vi muitas coisas neste planeta. Algumas me chamaram atenção. O coletivo de vocês força a ações que individualmente não existem. A força de vocês é baseada em argumentação conveniente. Vocês matam quando parece bom, e se vingam argumentando justiça. Não vi ninguém irritado com a ciborgue por matar um saiyajin. Mesmo Junko já teve muitos problemas internos relacionados a algo chamado "hipocrisia", que eu não sei o que é, mas não deve ser bom. Os saiyajin apenas assumem sua natureza em vez de mentirem ser o que não querem ser. Isso é força.

Junsai levantou o queixo observando o médico. Talvez ele fosse diferente, mas algo a incomodava. Discretamente sorriu de canto de boca.

- Que seja.

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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Kaidre » 20 Jul 2016, 16:44

- Sim, você está certa em suas afirmações. - Pace falava ainda de costas para Junsai. - A maioria dos humanos se usa de desculpas convenientes para justificar suas ações. Assim como Blue que afirma que a RR está conduzindo esses crimes em busca de uma "sociedade mais justa". O problema que esse pensamento, é que ele coloca o resultado a cima dos ideais. Ideias não valem nada se não alcançam resultados, mas de que valem resultados se você abandona seus ideias? Eu digo que para se chegar a algo, é preciso tanto preservar os ideais quanto atingir os resultados.

- As pessoas ainda não conseguem entender que não são as leis que existem para nos proteger. Somos nós que existimos para proteger nossas leis. Não é como se eu não tivesse ficado irritado pela Al ter assassinado aquele cara. Aquilo foi um acidente. Claro, isso não é justificativa, mas de quê adiantaria criar uma confusão naquele momento? E como você pode ver, ela teve a "retribuição" pelo que fez. Quando você gera uma energia agressiva, ela eventualmente retorna para você. Por outro lado, se você gerar energia positiva, coisas boas podem acontecer. As pessoas só precisam enxergar.

- Talvez, seu estado atual seja resultado de algo que você fez no passado. Não sei se entendi bem sua história, mas creio que esteja bem desconfortável. Então, existe apenas uma questão a ser respondida. Que tipo de energia você está emitindo?

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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por herrDoktorat » 21 Jul 2016, 05:26

Viola guarda sua agenda eletrônica, absolutamente maravilhada com tudo que Junsai revelou. Para ela, o sorriso cheio de orgulho da saiyajin era uma janela para tempos que não pode viver. Depois de guardar aquelas palavras em cinco ou seis arquivos diferentes, a patrulheira procura uma posição mais confortável para Froze em seu colo, sem saber o que dizer em resposta, quando o homem decide interromper o momento.

— Bobagem — diz a patrulheira, entre um sermão e outro — mesmo entre cem saiyajins, você jamais respeitaria o nosso modo de vida, muito menos tentaria se adaptar a ele. Junsai tem razão, seu discurso não passa de conveniência.

Não se engane, a sua amiga ciborgue sabia muito bem o que fazia quando matou aquele homem, ela mesma deixou claro que não existe meio termo quando se trata da Red Ribbon; quanto mais cedo você abrir os olhos para essa verdade, mais cedo ela vai encontrar verdadeira aceitação aqui.


Viola suspira, apenas observando a respiração do filhote por alguns segundos.

— Dito isso — ela continua, sorrindo de leve — a cultura humana tem mesmo um ou dois atrativos. Obrigada por antes, P.

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Re: Dragon Ball Alpha (ON) - Grupo Kakaroto

Mensagem por Kaidre » 21 Jul 2016, 08:03

Pace olha em direção a Viola antes de dar sua resposta.

- Então você não me conhece tão bem quanto acredita. Eu respeito seu modo de vida, é tentaria me adaptar a ele se estivesse em seu lar. Conseguir seria uma história diferente, mas eu certamente tentaria.

- Provavelmente eu encontraria muitas dificuldades, pois jamais precisei medir forças com outro ser inteligente. Eu cresci em um lugar muito pacífico, e na cultura humana, mesmo os mais fracos tem boas chances de sobrevivência. Ao menos em teoria. É claro, nossa sociedade não é perfeita, há muito a ser melhorado, mas isso exige colaboração de todos e, infelizmente, a maioria é egoísta.

- É claro, nosso lado ruim marca muito mais que qualquer coisa, mas eu quero acreditar que os humanos tem potencial para serem bons. É gostaria que dessem uma chance. Se me permitirem, eu gostaria de mostrar que existem coisas boas em nossacultura também.
-Sorri.

- Quanto a Al, saber se o que fez foi proposital ou um acidente, não faz tanta diferença agora. Eu não sei ler mentes, é ela já teve a retribuição por seus atos.

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