HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

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Padre Judas
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HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Padre Judas » 24 Out 2016, 21:38

O BEALE DE BOREGAL
A CAMINHADA ERRANTE

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A Caminhada Errante é uma rota de peregrinação através do Nono Mundo. Ninguém sabe o tamanho exato da Caminhada, nem ninguém pode apontar exatamente onde fica o seu início ou seu fim. Muitas pessoas especulam que a Caminhada é realmente um círculo fechado que envolve todo o Nono Mundo e que alguns viajantes, especialmente aqueles com aprimoramentos ou atributos sobrenaturais, vêm trilhando eternamente por suas voltas desde épocas mais antigas que os registros.

Para a maioria, a Caminhada é muito desgastante fisicamente para ser usada como um comércio ou rota de viagem. Ela desliza através de desfiladeiros cheios de líquido, de curvas dentro de túneis apertados e de ventos em meio a matas, florestas e grande parte do Além. As recompensas parecem poucas e os perigos são muitos. No entanto, em qualquer época do ano e em qualquer ponto ao longo das seções conhecidas da rota, a Caminhada está repleta de peregrinos, exploradores e aqueles tolos o suficiente para achar que ela oferece uma passagem segura. Aqueles que seguem a Caminhada por motivos religiosos, espirituais ou outras razões, são chamados Peregrinos ou apenas Pássaros (embora este último termo seja geralmente pejorativo). Embora suas vestimentas variem,verdadeiros Peregrinos carregam alguma marca da Caminhada. Normalmente, a marca é uma elaborada e continuamente crescente cicatriz de sangue circular ao longo de sua palma; há pouca coisa para fazer ao longo da Caminhada quando não se está vagando e a natureza complexa da cicatriz dá direito de se gabar ao mostrar quanto tempo um viajante tem sobrevivido ao longo do caminho. Peregrinos experientes carregam cicatriz que chegam até o comprimento do seu braço ou em ambas as palmas das mãos.

Claro, há também muitos que trilham a Caminhada para outro tipo de crescimento, ou seja, o crescimento de seus bolsos. Estes covardes que se aproveitam dos corpos dos peregrinos caídos muitas vezes se tornam eles próprios peregrinos inadvertidos, ou se perdem ao longo da rota ou a percorrem para encontrar um lar onde eles possam se contentar com os seus despojos recém-obtidos. Eles geralmente não vão muito longe antes de caírem sob os efeitos dos elementos ou pela mão de outro covarde.

E assim, a Caminhada capta a todos em seu eterno comprimento.
É noite no Além. A fogueira crepita lançando faíscas e uma leve fumaça. Uma dúzia de viajantes encontra-se reunida em uma leve depressão. Ao seu redor uma pequena parede forma a primeira linha de defesa entre eles e os perigos que espreitam na escuridão que agora cobre a Quinta Marca da Caminhada Errante. A composição da mureta, de cerca de um metro de altura, poderia ser considerada macabra para um habitante do distante Baluarte, à leste, mas não para aqueles habituados a esta estrada: as mandíbulas de peregrinos mortos, vítimas dos inúmeros riscos da jornada a qual se lançaram ou, em alguns casos mais raros, apenas do próprio tempo. Pois as Bocas Moledros, locais de repouso para andarilhos e caravanas, espalhadas pela Caminhada Errante, são bem conhecidas das pessoas que por ela transitam. Na maioria dos casos, é o único lugar seguro em quilômetros de distância.

É claro que a simplória parede não poderia deter um verdadeiro ataque. A se acreditar nas histórias, o que detém qualquer ameaça é a Língua que Dizima, as almas dos peregrinos mortos que não aceitarão serem desrespeitados em seu lugar de descanso e punirão severamente qualquer um, inteligente ou não, que ousar abalar sua paz. Claro, muitos adultos dizem que não acreditam na maldição, mas eles ainda honram as Bocas Maledros com a devida reverência. Para aquietar os mais desrespeitosos e ousados, uma espada, besta ou emissor de raios pode ser uma excelente alternativa.

Quatro dos presentes acabam sentando-se próximos. Aldor Maelys era um sacerdote dos éons e todos o olhavam com deferência e respeito. Ofereceram-lhe lugar privilegiado próximo a uma das fogueiras e alguns insistiram em dividir sua comida e bebida com ele. Também há aqueles que lhe pedem uma benção.

Sua colega era Alkaçuz, uma mulher vestida em seda adamantina. As pessoas pareciam considera-la guarda-costas do religioso e a tratavam com consideração e algum receio.

Ao lado da linda mulher negra um rapaz também chama a atenção. Sua face é bela, atraente, e algumas moças no local o olham com interesse evidente. Kenree Dixlan é seu nome.

Fantástico o contraste com o sujeito ao lado dele. Mal vestido e mal cuidado, Taurkus Khan parece ser um legítimo habitante dos ermos mais selvagens do Além. As pessoas preferem ignorá-lo – talvez com medo, talvez com asco.

A conversa prossegue ao redor das chamas crepitantes.
Jovem
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- Sabe, bem que poderia aparecer um enxame luminescente. Nunca vi um...
Ancião
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- Haha, lamento rapaz, mas não creio que alguém vivo já tenha visto um desses. Lembro que meu tio viu um e ele se tornou parte de uma das Bocas há muito tempo!
Mesmo que ninguém ali já tivesse visto, o enxame luminescente era de conhecimento comum por histórias populares. Em um momento o céu noturno está escuro e então, no instante seguinte, está cheio de orbes azuis-esverdeados que movem-se em uma dança aparentemente coreografadas.

A conversa segue por histórias do deserto, com alguns contos aterrorizantes sobre a Ventania de Ferro. A discussão geral é entremeada por conversas paralelas em cochichos. Em determinado momento alguém diz, talvez em um tom mais alto do que planejava, sobre mortes que têm ocorrido nas Bocas recentemente – caravanas inteiras sendo encontradas violentamente aniquiladas, sem sobreviventes. O silêncio cai sobre o acampamento.

O velho volta a falar. Claramente o mais experiente e idoso ali presente, mostra nos braços as longas marcas sanguíneas que caracterizam os Peregrinos que surgem como pontos nas palmas das mãos e espalham-se ao longo do tempo em que o devoto permanece na Caminhada Errante.
Ancião
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- Rumores. Isso nunca ocorreu antes!
Menino
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- Minha mãe viu com seus próprios olhos. Ela tem olhos mecânicos e, acredite em mim, ela vê tudo.
O menino indica uma mulher adormecida, virada de costas para a fogueira.

O Peregrino ancião (assim como outros mais velhos) balançam a cabeça em negativa, mas alguns parecem aceitar a palavra do garoto.
Jovem
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- Mas o que sua mãe viu?
Menino
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- Um bando de salteadores! Ela os viu saírem de uma das Bocas, há alguns dias a oeste daqui. Quando chegou mais perto, só havia cadáveres destroçados – inclusive com partes faltando. Eles os comeram!
Ancião
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- Hm? Não me lembro de Bandos Covardes atacarem as Bocas. Seja por algum tipo deturpado de devoção ou reverência pelos mortos, ou simples superstição, eles não fazem isso.
Segundo as histórias contadas no Quinto Trecho, Bandos Covardes são grupos de bandidos humanos ou abhumanos que vagam pelo Trecho atacando caravanas ou viajantes solitários. Tais grupos de bandidos são sussurrados entre as pessoas como lendas, dado que ninguém parece ter enfrentado um desses grupos e sobrevivido para contar aos outros.
Off:
Sintam-se convidados a participar da discussão e emitir opinião.
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Aldenor
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Aldenor » 25 Out 2016, 06:28

Aldor Maelys era um jovem promissor sacerdote dos éons. Erudito, tinha por predileção os livros, pergaminhos e outras plataformas de conhecimento. Gostava também da ideia de viajar, conhecer paragens novas. Contudo, nesta viagem específica, ele estava sendo punido.

O fracasso em sua primeira contenda para a Ordem da Verdade custou o conhecimento valioso de um livro.

As chamas crepitavam monotonamente a sua frente e ele olhou de relance para Alkaçuz, a bela mulher que conhecera no lugar do livro. A salvara das garras do Sonho Farpado e ganhara sua confiança. Ele via seu rosto bonito brilhar pelo jogo de luz provocado pela fogueira e lembrou de sua verdadeira natureza. Uma mulher fundida ao metal, partes mecânicas compunham sua anatomia. Nada visível, mas ele sabia. Ela era fruto de um experimento. Aldo a observava com duplo interesse. O de cientista e o de jovem quem nunca conhecera o romance.

Os pensamentos se perderam nos cochichos dos Peregrinos. Falavam de ataques às Bocas, o que parecia ser sensato. A superstição e ignorância faziam esses lugares protegidos por macabras mandíbulas de Peregrinos mortos. Ninguém ousava perturbar a paz de tais círculos com medo de meros fantasmas, sons e sombras da noite do Além.
Aldor
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Salteadores podem ter sido encorajados. Com isso, podem ter sobrepujado a "proteção" que as Bocas oferecem.
A despeito da reverência no qual era tratado, Aldor sentia-se desconfortável em situações sociais como aquela. O fato de estar nos ermos, ao lado de pessoas que não tinham importância para sua vida, não acalentava seu mal estar. Mesmo assim, achou que tinha que comentar.

Imaginava que as lendas sobre esses salteadores fossem exageradas, uma vez que era pouco provável que ninguém mesmo sobrevivesse para contar a história. Aldor sentia um desconforto ao pensar que poderia ter sua vida desperdiçada em um lugar como aquele. Olhou de novo, discretamente, para Alkaçuz pensando no invejável poder físico dela.
Editado pela última vez por Aldenor em 26 Out 2016, 12:33, em um total de 1 vez.
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kaito sensei
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por kaito sensei » 25 Out 2016, 07:58

Taurkus
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Tolos! Mal sabem o triste fim que os aguarda por perturbar os espíritos!
A voz audível, grossa e firme veio de Taurkus Khan, logo após a colocação do jovem sacerdote. Taurkus era um homenzarrão corpulento, barba mal feita, rosto severo, forjado nas matas e ermos do nono mundo. Vestia peles de um animais e particularmente não dava muita importância para alguns princípios básicos de higiene. Realmente era um "bicho do mato" que prestava mais atenção ao ambiente ao redor do que na conversa. Até então, ele apenas trocava algumas palavras com seu companheiro de viagem, Kenree Dixlan, mas imaginar que alguém ou alguma coisa estaria profanando "lugares sagrados" era algo que o tirava do sério. Ele se levantou e se aproximou da fogueira, falando como se estivesse dando uma palestra, pouco se importando se os demais estariam prestando atenção ou não.
Taurkus
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Desrespeitar locais sagrados traz grande azar. Um tio meu, grande caçador do clã dos Khan, teve seus dias encerrados quando violou um antigo templo na floresta...
Do nada ele para sua narração e se aproxima de Aldor, o encarando de maneira que deixaria qualquer pessoa incomodada, com seu rosto a menos de um palmo de distância do rosto do jovem.
Taurkus
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Jovem. Você diz que eles podem ter sido encorajados. O que pensa que poderia encorajar esses infelizes a fazer tamanha idiotice?

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Rick
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Rick » 25 Out 2016, 10:34

O jovem rapaz de cabelos rosados notou alguns dos olhares que recebera na Boca. Estava viajando ao lado de Taurkus para ajudá-lo, mas também porque acreditava que o homem da floresta chamaria mais atenção que ele. Já havia tomado consciência de que sua aparência era agradável e a atenção das mulheres não lhe incomodava nem um pouco. Mesmo assim, ele puxa o capuz enquanto alguns olhares se intensificam, preferindo evitar tirar proveito de seus atributos enquanto estava numa situação pouco convencional.

Kenree era um ótimo mentiroso e sabia que precisava mentir com alguma frequência, por isso as vezes preferia não iniciar nenhuma interação social. Ele apenas acenava em resposta ao que o companheiro de viagem lhe dizia, mas então todos tiveram suas atenções voltadas às conversas entre alguns dos presentes. Observava com interesse o que era dito. Apesar de parecer relaxado enquanto estava sentado com as costas apoiadas nos seus equipamentos, suas mãos estavam muito próximas de seu escudo e da besta pendurada na cintura. Sua lança jazia fincada no solo a poucos centímetros do corpo.

Um pequeno sorriso surge discretamente na face do glaive enquanto Taurkus se levanta e chama toda atenção para si. Não estava errado afinal. Ele ouve o discurso do homem enquanto mentalmente se parabeniza pela tática que evitaria alguns perigos e ainda lhe permitiria ajudar alguém que parecia precisar. Seus exóticos olhos percorrem todo o grupo, buscando as reações dos outros às palavras do aliado corpulento. Não pretendia participar daquilo, não sabia muita coisa sobre o local onde estavam. Em prontidão, ele aproveita para olhar por sobre ombros também, completando a varredura ocular em busca de qualquer coisa diferente. Tinha que estar preparado para qualquer infortúnio.
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Lucena
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Lucena » 25 Out 2016, 13:17

Alkaçuz observava as chamas bruxuleantes da fogueira e admirava as imagens que ela fazia acordar em sua memória. As katas, posições, esquivas e golpes que Mesogog a fez esculpir em seu corpo a custo de suor e sangue, antes mesmo dele exigir mais sangue ainda no processo que seria sua "formatura". Ela odiava o metal que ele havia fundido a sua carne, mas não sentia o mesmo pela dor em seus ossos depois de tantos anos de treinamento marcial, que ao contrario das máquinas ela havia sempre admirado. Vendo que a conversa ao redor da fogueira iria logo se perder nessas discussões sem futuro de espíritos e tumbas, ela resolve chamar a atenção dos Pássaros para um assunto que acha mais interessante.
Alkaçuz
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Bem, ninguém sabe de nada sobre esses ataques, então não adianta de nada ficar especulando e contando estórias de terror para tentar explicar os ataques. Se atacarem a nós, nos defenderemos. Ponto.
Agora, em assuntos mais úteis, eu tenho comigo uma cifra que não cai bem com a minha "personalidade". Alguém está interessado em um escambo?
Diz a glaive enquanto levando sua mão esquerda, sendo a totalmente metálica a direita, para mostrar a todos a luva de metal azulado que estava usando.
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Aldenor
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Aldenor » 25 Out 2016, 14:00

Aldor vê o grande homem andar em volta da fogueira, exclamando suas crendices. O jovem sacerdote revirava os olhos discretamente, enquanto olhava pra baixo. Pegou um graveto e começou a desenhar algo no chão. Súbito, viu o rústico perto de sua cara. Impossível não torcer a boca em desagrado.
Taurkus
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Jovem. Você diz que eles podem ter sido encorajados. O que pensa que poderia encorajar esses infelizes a fazer tamanha idiotice?
Aldor inclina-se para trás tentando afastar a cabeçorra do homem. Franziu o cenho tentando parecer desagradado e furioso, mas sabia que essa tentativa seria fútil visto a sua própria cara de jovem franzino frente a um homem como aquele que deve ter vivido a vida toda no Além.
Aldor
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Er... alguma numenera, é claro.
Disse num tom condescendente de obviedade.
Aldor
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Provavelmente cifras. Ou artefatos. Sabe o que são essas coisas, homem?
Ele suspira e espera que ele se afaste com a pergunta retórica. Volta a continuar a rabiscar no chão com seu graveto.
Alkaçuz
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Bem, ninguém sabe de nada sobre esses ataques, então não adianta de nada ficar especulando e contando estórias de terror para tentar explicar os ataques. Se atacarem a nós, nos defenderemos. Ponto.
Agora, em assuntos mais úteis, eu tenho comigo uma cifra que não cai bem com a minha "personalidade". Alguém está interessado em um escambo?
Aldor olha para sua companheira e dá um sorriso. Ele se aproxima dela e fala discretamente.
Aldor
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Alkaçuz, tenho aqui comigo um Nódulo de Ejeção. Acho que não é útil pra mim. Serve para você por em uma arma.
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por kaito sensei » 26 Out 2016, 15:15

Aldor
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Er... alguma numenera, é claro.
Taurkus
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Numenera... hmmm...
Aldor
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Provavelmente cifras. Ou artefatos. Sabe o que são essas coisas, homem?
Taurkus nem percebe se o jovem estava sendo sarcástico ou se não apreciava sua presença ali, apenas rindo e falando como se nada disso lhe importasse.
Taurkus
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Bwhahaha! Claro que sei meu jovem! São as dádivas deixadas pelos espíritos para nós! Eu tenho algumas, como esta maleta com estranhas tintas e pinturas. Provavelmente usadas por antigas tribos de selvagens para realizar pinturas de guerra no corpo!
Taurkus exibe sua esquisitice: uma maleta com um suprimento aparentemente infinitamente autorrenovável de maquiagem.
Alkaçuz
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Bem, ninguém sabe de nada sobre esses ataques, então não adianta de nada ficar especulando e contando estórias de terror para tentar explicar os ataques. Se atacarem a nós, nos defenderemos. Ponto.
Agora, em assuntos mais úteis, eu tenho comigo uma cifra que não cai bem com a minha "personalidade". Alguém está interessado em um escambo?
Diz a glaive enquanto levando sua mão esquerda, sendo a totalmente metálica a direita, para mostrar a todos a luva de metal azulado que estava usando.[/quote]
Taurkus
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Creio que esteja certa senhorita! Coitados daqueles que se voltarem contra nós, pois sabemos que os espíritos estão do nosso lado! Por hora vamos nos contentar em compartilhar nossas dádivas dos espíritos. Quanto ao seu interessante item, o que ele faz? Meu colega também tem coisas assim! Hey Kenree, venha aqui dar uma olhada!
O caçador se levanta e faz sinais chamando Kenree, sutil como um rinoceronte em uma loja de cristais.

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Rick
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Rick » 26 Out 2016, 17:59

O sorriso discreto desaparece quando Kenree é chamado. Ele leva uma das mãos até a lança que estava fincada no solo e a usa como apoio para levantar o corpo enquanto a outra mão passa pelo escudo e o traz para junto de si. Levando a lança consigo e estabilizando a mesma novamente no solo, ele se aproxima do homenzarrão fingindo interesse. O capuz ainda escondia suas feições e ele encara a maleta do companheiro de viagem sem nada dizer.

Agora próximo de Taurkus, ele espera que seus olhos se cruzem e faz uma expressão de censura, balançando a cabeça muito de leve. Não gostava de ser chamado publicamente, já pedira algumas vezes para o homem algumas vezes que tomasse cuidado antes de revelar qualquer detalhe sobre si, mas não conseguia saber se o homem não lhe dava ouvidos ou se considerava estar seguro ali. Kenree com toda certeza não se sentia seguro. Ele ergue a lança mais uma vez e a bate no chão, apontando para a cifra próxima da lâmina da arma.

- Esta é útil. Mas eu tenho outra que serve para ligar a outra cifra e permite ativar ela à distância. Pelo menos foi o que entendi. - Ele fala num tom baixo e tranquilo. - Ainda não encontrei utilidade para ela. - Dá de ombros antes de voltar à prontidão de antes, olhando á volta desconfiado. Torcia para que outra pessoa chamasse a atenção do grupo logo.
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Padre Judas » 28 Out 2016, 12:10

A CAMINHADA ERRANTE
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O velho balança a cabeça positivamente quando Taurkus fala sobre os espíritos. Ele parece concordar com o homem.
Alkaçuz
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Bem, ninguém sabe de nada sobre esses ataques, então não adianta de nada ficar especulando e contando estórias de terror para tentar explicar os ataques. Se atacarem a nós, nos defenderemos. Ponto.
Agora, em assuntos mais úteis, eu tenho comigo uma cifra que não cai bem com a minha "personalidade". Alguém está interessado em um escambo?
Ancião
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- Infelizmente eu não tenho nenhuma numenera comigo no momento. Estas coisas não duram muito tempo, você sabe.

- Sobre a defesa, bem... sim, acredito que podemos nos defender. Não seria meu primeiro rodeio...
Mas nem todos demonstram a serenidade do Peregrino experiente. Há cochichos e balançares de cabeça positivos e negativos. A discussão continua por mais algum tempo. Infelizmente ninguém apresenta nenhuma cifra ou esquisitice que possa ser trocada pela numenera apresentada por Alkaçuz. As poucas que aparecem parecem ser tão inadequadas quanto a dela, ou até piores.

Apesar do ar fresco, a discussão sombria tão tarde da noite deixa vários acordados muito além do seu horário habitual. Mas eventualmente todos dormem, vencidos pelo cansaço de um dia de jornada.

Não é sem surpresa que alguns percebem os primeiros raios solares tocarem suas faces. A manhã chega para encontrar um grupamento ileso. A luz anima as pessoas, que começam a se levantar e aprontar-se para viajar novamente. O som de conversa alegre toma a todos, quando uma parte do grupo toma a liberdade de preparar o café da manhã enquanto os demais continuam a preparar a partida. Há um clima geral de camaradagem turbulenta mesmo entre desconhecidos.

Então o som de cascos surge à distância e há aqueles que sustam a respiração, relembrando os Bandos Covardes discutidos na noite anterior. O tropel é tão alto que evoca a imagem de um exército correndo em direção à Boca. Uns pegam armas enquanto outros se aproximam do interior da depressão, procurando alguma segurança.

A mãe do menino ergue-se e olha por cima da muralha de ossos – é possível ver as marcas de sangue em suas mãos, entrando pela manga da camisa. A princípio não há nada no horizonte, em nenhuma direção. Mas então ela dá um alerta. É tão longe que ninguém mais pode ver, mas ela parece enxergar perfeitamente e fala com assombro.
Matrona
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- Mas-mas é um escutimorfo! E tem duas pessoas montadas nele!
O burburinho é imediato. Nem todos ali sabem o que é tal criatura, mas aqueles que sabem não deixam de comentar entre si ou com os recém-chegados ao Quinto Trecho.
Ancião
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- Impressionante! Escutimorfos vivem na Floresta Falsa, no extremo norte do Trecho! Eles enrodilham-se em torno dos troncos de condução de calor! Nunca ouvi falar de alguém montando esses bichos! Eles nem mesmo saem da Floresta!
Menino
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- São perigosos?
Ancião
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- Bem... desde que não os provoque, não. Mas se tocar ou incomodar um deles vai agitar o bando inteiro!
Enquanto o receio cede lugar à curiosidade, todos os olhares voltam-se para o norte, à espera. Em pouco tempo é possível finalmente ver a criatura, movendo-se em alta velocidade, movendo seus incontáveis pés. A criatura parece uma imensa centopeia cinzenta, o corpo dividido em anéis.

A criatura para há alguns passos da mureta – seus pés chatos mal perturbam o solo enquanto corre – e seus condutores apeiam. O primeiro é um rapaz. Claramente ferido em alguma luta, caminha com certa dificuldade e parece precisar de ajuda para andar. A outra é ainda mais jovem, uma menina. Ela olha o jovem com apreensão, mas mantém-se próxima à criatura. Apoia a mão no animal, um misto de carinho e algo mais, em um aparente estado de transe leve – o que faz o velho e a matrona se entreolhar com um incontido assombro e balançarem a cabeça em sinal de reconhecimento.
Matrona
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- Beale.
Ancião
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- Sim.
Off:
O que vocês fazem?
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Re: HISTÓRIAS DO NONO MUNDO – ON

Mensagem por Rick » 28 Out 2016, 13:23

Kenree estava em seu canto arrumando o saco de dormir quando ouve o alarde no acampamento. Ao ouvir que algo se aproximava, ele pega o escudo e a lança e caminha para o limite norte da barreira, onde finca a lança e afivela o escudo na mão. Em seguida retira a besta do cinto de onde a mesma pendia, segurando-a de maneira despretensiosa enquanto pega um virote para então preparar a arma para um disparo. Seu olhar permanece sereno na direção do horizonte, onde espera pela visita anunciada pela mulher.

O jovem permanece ereto, escudo relaxado à frente do corpo, escondendo a besta engatilhada. Ele observa a aproximação da criatura com a dupla e cerra os olhos para observar melhor. Havia aprendido a analisar pessoas, gestos e posturas, queria deduzir o máximo que pudesse. Procurava medir a tensão dos que montavam a estranha centopeia, preocupava-se que pudessem estar sendo alvo de uma perseguição que poderia resultar em perigo ao acampamento.

Quando os dois finalmente se aproximam e apeiam, o rapaz de cabelos rosados segue observando-os com prontidão. Prendia sua atenção nos olhares que os recém-chegados trocavam entre si, nas vestes e quaisquer características que pudessem lhe dizer algo a respeito de ambos. Seus olhos buscam com curiosidade os ferimentos do rapaz enquanto morde o lábio inferior, controlando o impulso de simplesmente prestar ajuda sem se incomodar com as consequências. Não estava mais em Guran, não podia confiar em todos e as vezes custava a aceitar isso.

Voltando à serenidade que transmitia até notar os ferimentos do rapaz, ele se recompõe mentalmente enquanto busca o olhar de Taurkus. Tinha esperanças de que o homem não seria insensato a ponto de falar de seu dom no meio de todos. Quando encontra o olhar do homenzarrão, ele sinaliza com a cabeça discretamente na direção do ferido e em seguida balança num gesto negativo. Não estava disposto a fazer algo na frente de todos a não ser que fosse uma situação de extrema emergência. Em silêncio, move seu olhar para a menina que ainda estava do lado de fora da barreira e para além dela, buscando a certeza de que não teria mais nenhuma surpresa.

Usar o treinamento em Perspicácia pra tentar deduzir alguma coisa da dupla que chegou.
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