Ano 1407, O Pós-Guerra
As Guerras Táuricas terminaram oficialmente com a proclamação do Império de Tauron e a divisão do Reinado. Entretanto, os minotauros ainda levaram algum tempo para assegurar de vez seu império e impor suas leis sobre os reinos conquistados durante a invasão.
Os minotauros investem cada vez mais em infra-estrutura para suas tropas. Fazem tudo isso com mão-de-obra escrava. Uma das primeiras ações dos tapistanos foi o de esvaziar as prisões de Hershey, Petrynia, Fortuna, Lomatubar e Tollon. Ao mesmo tempo, declaram guerra ao crime, perseguindo e prendendo grandes e pequenos criminosos, líderes de guildas, cúmplices, capangas e piratas. Também caçam mendigos, indigentes e pedintes. Até mesmo nobres com conexões criminosas foram presos, indo parar em celas ao lado de punguistas plebeus. Seus bens foram confiscados, revertidos em verba para a infra-estrutura exigida pelos minotauros. Depois de julgamentos rápidos, todos foram postos ao trabalho.
Os novos escravos constroem fortes para os tapistanos nas principais cidades de cada reino, erigem torres de guarda em pontos estratégicos das estradas e abrem campos de treinamento em cada um dos reinos conquistados. Os minotauros também planejam reformas urbanas, construindo esgotos e aquedutos e escolas. Nenhum cidadão honesto sofreu na mão de qualquer membro do Império de Tauron. Ou pelo menos é isso o que parece.
Muita coisa mudou em relação às estruturas do poder. Todos os reis foram mantidos em seus cargos, pelo menos de maneira simbólica. Mas seus filhos e filhas foram levados para Tapista como reféns, para “estudar e aprender com os minotauros”, assegurando que os regentes não se envolveriam em qualquer revolta. O primogênito de cada família nobre — fosse menino ou menina — também foi
levado para Tapista, assegurando sua lealdade.
Apesar dos reis terem sido mantidos, cada reino passou a contar também com um governador — na prática, o verdadeiro poder local, respondendo diretamente ao Senado e ao Imperator. Foi criada uma burocracia extensa e organizada, outrora inexistente na maior parte dos reinos. Todas as chefias dos novos órgãos públicos estão nas mãos de funcionários minotauros, assim como as principais
secretarias. Nenhum minotauro nascido fora do reino-capital do Império pode ascender a qualquer cargo importante. Os outros cargos contam com funcionários locais, nascidos (ou não) no reino em questão.
A questão religiosa é complexa nos territórios conquistados. Para consolidar os valores de Tapista nos novos domínios, o culto a alguns deuses foi restringido ou proibido. Khalmyr pode ser cultuado apenas sob supervisão de um clérigo de Tauron ou de um oficial das legiões. Os minotauros não desejam abolir a fé, mas sabem que alguns fiéis do Deus da Justiça podem achar que é seu dever “libertar” os cidadãos. Lena é abertamente cultuada, mas quaisquer mensagens de repúdio à guerra ou valores contrários aos de Tauron são proibidos. Os minotauros gostariam que as clérigas de Lena fossem suas escravas, servindo a eles sem incomodar. É proibido cultuar Marah (os dogmas de paz são contrários aos preceitos de Tauron) e Hyninn (o Deus dos Ladrões é visto como uma influência negativa sobre a população). Em algumas regiões, existem outras restrições, de acordo como governador local. Nunca há liberdade completa.
Malpetrim, A Cidade dos Heróis
Maryanne
Quando mandou que partisse de casa, seu mestre Satoshi disse que ela estava pronta para se aventurar e esse, na verdade, era só mais um passo de seu treinamento. Deveria rumar à Malpetrim, uma cidade no longínquo oeste que prometia aventuras sem fim e que possuía uma estranha capacidade de produzir os melhores aventureiros de Arton. Ou pelo menos assim as histórias contavam.
A jornada inicial até a cidade deveria servir de teste para saber se ela estava pronta pra aquele tipo de vida ou não. Escoltando uma comitiva de nobres (conhecidos de satoshi), a jovem samurai enfrentou contratempos, intempéries da natureza e pôs as lâminas gêmeas à prova contra bandidos de estrada. Elas não decepcionaram.
Finalmente chegando na cidade, ela relembrava tempos antigos, de uma visita quando ainda era muito nova, acompanhando seus pais. A jovem também já havia ouvido muitas histórias das aventuras de seus pais que se iniciaram na Capital dos Aventureiros e a expectativa por revê-la era grande.
Lembrando também das palavras de seu mestre, quando chegasse ao lugar poderia procurar um antigo companheiro de aventuras do velho tamuraniano. Dotado de um pergaminho redigido por ele, a jovem só possuía a parte de um nome que a mente louca de seu mestre conseguia lembrar: Silversong.
Heikki
Passado já quase um ano desde o fim da guerra, Heikki ansiava por mais que umas brigas de arena ou consertar armas e armaduras para sobreviver. Com a grande movimentação de minotauros pelo reino não era seguro nem sábio sair da cidade. A memória de seus companheiros caídos ainda estava recente na mente do hobgoblin da neve e ele desejava vingança pelo sangue derramado com mais sangue, dessa vez de minotauros.
Ele aguardou pacientemente até a poeira começar a baixar e parecia que finalmente tinha chegado a hora. As "picanhas" estavam cheias de si por terem se espalhado pelo reino e fortificado o lugar. De acordo com alguns aventureiros viajantes da cidade eles começaram a relaxar. Ele também ouvia que insurgentes atrapalhavam desde sempre a instituição e o sossego do Império.
Dotado dessas informações ele precisava decidir se levaria sua vingança à cabo e caso positivo o que fazer para iniciá-la. Se fosse iniciá-la precisaria de mais informações e gente, talvez uma taverna ou um velho aventureiro pudesse ter respostas...
Siena Visari, Solam
Siena vagou sem rumo ou destino por um ano antes de chegar às portas da famosa Malpetrim. O caminho errático que seguiu foi longo e inexplicavelmente seguro. Nenhuma criatura na floresta se atreveu a atacá-la, nenhum bandido de beira de estrada se aproximou para tentar a sorte e nem mesmo minotauros em marcha para guerra se interpuseram em seu caminho. O acaso havia providenciado também arma, armadura e mochilas com suprimentos largadas em acampamentos abandonados, todos em perfeito estado.
Quando cruzou o portão da cidade sentiu o véu que a cobria se desfazendo e sabia que a proteção que algo havia jogado sobre ela se desfazia, mas não por completo. Ela podia sentir uma presença quase palpável ao seu redor. Podia sentir um poder estranho brotar de seu interior, da sua vontade. E sabia exatamente quem era que lhe fornecia isso.
Ela passou o próximo ano na cidade aprendendo sobre seus poderes e como utilizá-los, além de tentar entender o que era agora. Ainda não tinha rumo a seguir, mas também quem deveria ter? A vida é tudo senão o acaso e aleatório.
Finalmente no meio de um dia que seria apenas mais um qualquer de Arton, o colar em seu pescoço se desprendeu e rolou pelo chão em um movimento estranho e sobrenatural até parar sobre um cartaz que havia acabado de entrar por baixo da porta de seu quarto.
Sem surpresa de que o destino lhe reservara alguma coisa Siena constatou o número em sua face: 20
Frederiksen, O Cavaleiro de Ni
O Cavaleiro de Ni seguia sua cruzada contra os terríveis Mafagafos sem descanso, mas as malditas criaturas pareciam nunca se cansar. Por mais que ele os perseguisse, nunca alcançava-os mesmo que estivessem sempre na linha do horizonte. Às vezes eles vinham atormentá-lo e dividir sua atenção enquanto ele enfrentava outros inimigos. Eles pareciam querer destruí-lo mas sem confrontá-lo, ele já imaginava que aqueles eram comuns e não mafagafos de Keen. Afinal todo mundo sabe que servos de Keen jamais fogem a um combate.
Em meio a sua viagem ele até achou que estava ficando louco quando viu vacas andando sobre duas pernas, usando armas, armaduras e lutando com técnicas elaboradas de exércitos. Deveria ter ficado mais tranquilo quando descobriu que eram criaturas inteligentes e não vacas comuns, uma raça propriamente dita. Mas seria impossível ficar tranquilo ao saber que as criaturas que eventualmente comia podiam receber dicas desses espiões bovinos.
Próximo à maravilhosa Cidade Voadora de Malpetrim cuja poderosa benção-maldição impedia que os mortos morressem de morte matada, apenas morrida, Frederiksen teve sua tese confirmada quando viu as criaturas se digladiaram com versões mais agressivas delas mesmas. Aqueles só podiam ser os malditos falsos contra os mais malditos ainda verdadeiros! Infelizmente elas desapareceram de sua vista quando cruzaram o portão e sem ter alternativa ele perseguiu em seu intento.
Ele não compreendia por que a cidade era chamada de A Magnifica Cidade Voadora já que apenas pairava tão rente ao chão que mal parecia ser diferente mas preferiu não se intrometer nesses assuntos estranhos de magos, eles eram meio loucos! Enquanto caminhava pela cidade teve uma súbita compreensão de um semelhante. Talvez outro Cavaleiro com ele, não tinha certeza da natureza do outro, mas sabia que era importante. Olhando para os lados por instinto ele via cartazes levados ao vento que não devia estar ali, ou devia? Por onde começar?
Winn Puddifoot
Winn mais uma carregava documentos pela cidade para a célula local da Resistência, ele esperava logo logo poder voltar a sua terra e ajudar a jovem princesa que confiara no passado à ele tão importante missão.
Apesar de ter ficado um pouco decepcionado com a subestimação com que alguns do lideres da Resistência locais terem-no tratado, ele persistia nas entregas mais simples com a esperança de que pudesse logo demonstrar que tinha a habilidade necessária pra ser um mensageiro realmente importante e integrante de fato do Movimento. Mais tempo do que ele gostaria havia passado. Ele estava na cidade desde o fim da guerra, mas os lideres da Resistência ainda insistiam que ele não era bom o suficiente e usavam-no apenas como garoto de recados.
Voltando a si enquanto entrava no local de entrega da mensagem que portava, ele conclui a tarefa simples e já se preparava para sair quando é chamado por uma voz melodiosa que não ouvia desde que chegou a cidade. Era o homem à quem a mensagem que Winn carregava era destinada quando chegou a Malpetrim. Um bardo: Galtan Silversong.
De sua sala ele chamou o jovem halfling quando passava frente à porta
Mestre-cozinheiro Puddifoot! Que prazer reencontrá-lo!
Soube que se juntou a nossa... causa - ele parece um pouco decepcionado ao fim da frase quando parece perceber a que ponto foi rebaixada a contribuição que Winn está fornecendo.
Bom. Eu tenho certeza que o senhor já se provou muito útil, mas nossos líderes podem ter subestimado sua pessoa, por isso eu tenho uma proposta para o senhor. Que tal embarcar numa missão que possa atrair verdadeiros olhares para suas habilidades e se destacar nessa luta? Tenho certeza que o senhor tem mais a oferecer à Resistência que seus pés e seus dotes culinários.
Rarulk
Rarulk havia chegado na cidade a pouco tempo e ainda se acostumava com seus tipos bem estranhos. Pela maioria dos lugares que passou precisava apenas mostrar a cara certa ou quebrar a pessoa certa e resolvia ou conseguia o que precisava. Ali as coisas não eram tão diferentes mas ele percebia que não podia fazer isso com todos que encontrasse, havia alguns tipos tão mal-encarados quanto ele e alguns até pior, como se isso fosse possível. Malpetrim era uma cidade de heróis mas também de vilões e mercenários de igual fama.
Fazia duas semanas e ele mal havia conseguido informação sobre a tal Resistência. Havia muitos minotauros na cidade por causa de uma trégua idiota e graças a isso com certeza ele tava tendo dificuldades em achar uma boa fonte. Ele também ouviu rumores de que as tropas mais próximas da cidade estavam se retirando e graças a isso talvez a 'segurança' na cidade fosse afrouxar. Talvez fosse essa a melhor oportunidade para procurar informação.