Estados Unidos, NY, New York
Alguma academia de boxe qualquer, 07:27 PM
— O que? Ah, bom... — Marciano coça o queixo, pensativo. — Ouvi por aí sim. Mas eu acreditava que esse pessoal só... enxergava espíritos, sabe. Algo como exorcistas, curandeiros. Parece coisa de índio.
Então franziu o cenho, olhar rente, como se visualizasse o passado.
— Mas, sabe. Teve uma vez, na entrada de um ringue onde eu costumava vagar, esse garoto. Ele podia me ver, e me pediu ajuda. Ele disse que sua família era ameaçada desde que se mudaram, vindos do Senegal, se não me engano. Eu o acompanhei até um bairro onde vivia, um lugar da pesada. E... — arregalou os olhos, socando a palma da mão, num sinal claro de eureka. — Claro! Eu tinha me esquecido! Eu briguei lá, para defender aquela família de uns marginais, e de algum modo eu... eu pude socá-los, eu pude lutar! E quando me dei conta, eu controlava o corpo do garoto. Desde esse dia eu não os vi mais... Devem ter ficado bem. Eu acabei esquecendo, quer dizer, já me meti em tantas brigas, que...
Marciano era metade inferior fumaça novamente, flutuando levemente no ar, pensativo.
— Você acha... que seria algo assim? Quer dizer... Eu e você, sabe? — gesticulava de modo a indicar os dois "juntos", como uma pessoa só.
Shaman King Alpha - Jogo
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Tsunayoshi
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Re: Shaman King Alpha - Jogo
Roxy
Roxy ouviu as palavras de Marciano extremamente curiosa. A pergunta havia sido despretensiosa, mas agora a vontade de saber mais a respeito crescia exponencialmente dentro da garota. Nunca fora muito focada em questões como religião e coisas do tipo. A sua própria educação e cultura desfavoreciam um pouco isso, nos dias de hoje. Mas e se tivesse passado mais tempo dando o devido respeito a este tipo de filosofia? Algumas religiões e doutrinas possuíam, segundo o que já ouvira falar na internet, bases até que bem fortes, algumas com experimentos científicos para sustentá-las. Só eram propositalmente ignoradas pela população que costuma taxar o que não conhece de errado ou se mantém indiferente. Como ela.
— Eu acho... que seja difícil um espírito entrar dentro de um corpo. Parece um pouco complicado, não parece? Digo, eu sou capaz de ver você, então quer dizer que você existe e que é um espírito. — colocou a mão no queixo enquanto ia listando o que havia entendido de toda aquela situação até então, desde o dia que encontrou Marciano.
— Sua aparência e história de vida batem com a do Marciano, logo você é ele mesmo... — agora ela deu um risinho, porque parecia estar falando o óbvio; esperava não irritar Rocky por parecer estar duvidando dele ou algo assim, mas apenas estava tentando ser "imparcial".
— Então se há espíritos que vagam no mundo material, significa que a alma realmente existe e que eu mesmo possuo a minha presa ao meu corpo. Como dois espíritos podem ocupar o mesmo corpo e não entrar em conflito? Algum físico disse um dia que as coisas não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo, e se a física serve pro universo inteiro, também serve pra espíritos. Mas talvez não seja de todo mentira... Talvez tenhamos a sensação de estar no mesmo corpo, mas você apenas "se liga" à minha alma por troca de energia, ou sei lá, e assim sincronizamos...
Abriu os olhos e ficou calada de boca aberta. Quanto tinha conseguido supor em tão pouco tempo! Mas nada do que havia pensado era absurdo; apenas, com alguma "licença poética", o uso do bom-senso em um novo campo de pensamento. Olhou ansiosa, mordendo o lábio inferior, para Marciano. Fosse como fosse, se era possível "incorporar" um espírito diferente de si mesmo, uma forma intuitiva de fazê-lo seria pensar que ele entraria dentro de si. Talvez fosse como matemática: existem umas regrinhas que explicam algumas coisas, mas não quer dizer que estejam certas. São só boas aproximações. Pensar que o espírito incorpora o corpo do médium, xamã, curandeiro etc. seria uma forma de liberar a trava cética da mente e permitir que o mecanismo verdadeiro, desconhecido, funcionasse.
Ou estava mesmo errada e a incorporação era verdadeira mesmo. Uma opção. De toda forma imaginou o óbvio, é claro. Tinham que tentar.
— Você se lembra mais ou menos como fez? Talvez possamos tentar e tirar a prova. O que pode dar de errado? Não acho que vamos perder o controle ou algo assim. Não é como se você fosse me possuir, certo? — sorriu suspirando e tentarndo se acalmar, mas tremia de medo do desconhecido.
Roxy ouviu as palavras de Marciano extremamente curiosa. A pergunta havia sido despretensiosa, mas agora a vontade de saber mais a respeito crescia exponencialmente dentro da garota. Nunca fora muito focada em questões como religião e coisas do tipo. A sua própria educação e cultura desfavoreciam um pouco isso, nos dias de hoje. Mas e se tivesse passado mais tempo dando o devido respeito a este tipo de filosofia? Algumas religiões e doutrinas possuíam, segundo o que já ouvira falar na internet, bases até que bem fortes, algumas com experimentos científicos para sustentá-las. Só eram propositalmente ignoradas pela população que costuma taxar o que não conhece de errado ou se mantém indiferente. Como ela.
— Eu acho... que seja difícil um espírito entrar dentro de um corpo. Parece um pouco complicado, não parece? Digo, eu sou capaz de ver você, então quer dizer que você existe e que é um espírito. — colocou a mão no queixo enquanto ia listando o que havia entendido de toda aquela situação até então, desde o dia que encontrou Marciano.
— Sua aparência e história de vida batem com a do Marciano, logo você é ele mesmo... — agora ela deu um risinho, porque parecia estar falando o óbvio; esperava não irritar Rocky por parecer estar duvidando dele ou algo assim, mas apenas estava tentando ser "imparcial".
— Então se há espíritos que vagam no mundo material, significa que a alma realmente existe e que eu mesmo possuo a minha presa ao meu corpo. Como dois espíritos podem ocupar o mesmo corpo e não entrar em conflito? Algum físico disse um dia que as coisas não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo, e se a física serve pro universo inteiro, também serve pra espíritos. Mas talvez não seja de todo mentira... Talvez tenhamos a sensação de estar no mesmo corpo, mas você apenas "se liga" à minha alma por troca de energia, ou sei lá, e assim sincronizamos...
Abriu os olhos e ficou calada de boca aberta. Quanto tinha conseguido supor em tão pouco tempo! Mas nada do que havia pensado era absurdo; apenas, com alguma "licença poética", o uso do bom-senso em um novo campo de pensamento. Olhou ansiosa, mordendo o lábio inferior, para Marciano. Fosse como fosse, se era possível "incorporar" um espírito diferente de si mesmo, uma forma intuitiva de fazê-lo seria pensar que ele entraria dentro de si. Talvez fosse como matemática: existem umas regrinhas que explicam algumas coisas, mas não quer dizer que estejam certas. São só boas aproximações. Pensar que o espírito incorpora o corpo do médium, xamã, curandeiro etc. seria uma forma de liberar a trava cética da mente e permitir que o mecanismo verdadeiro, desconhecido, funcionasse.
Ou estava mesmo errada e a incorporação era verdadeira mesmo. Uma opção. De toda forma imaginou o óbvio, é claro. Tinham que tentar.
— Você se lembra mais ou menos como fez? Talvez possamos tentar e tirar a prova. O que pode dar de errado? Não acho que vamos perder o controle ou algo assim. Não é como se você fosse me possuir, certo? — sorriu suspirando e tentarndo se acalmar, mas tremia de medo do desconhecido.
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Tsunayoshi
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Re: Shaman King Alpha - Jogo
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Alguma academia de boxe qualquer, 07:27 PM
— Ei, é claro que sou eu... — resmungou o fantasma, enquanto pairava no ar de braços cruzados, observando o raciocínio de Roxy. Quase dava para ver as engrenagens estalando na mente da garota. — Bom, essa coisa toda é muito mística e vaga pra mim. Eu sei quem sou... Quer dizer, nunca encontrei mais ninguém afirmando que fosse eu, né. Mas não é muito produtivo ficar pensando demais!
Aquecia, girando os braços, estalando o pescoço em seguida. A metade inferior do corpo voltava ao "normal", assim como Marciano se lembrava que era quando estava vivo.
— Relaxa, eu não desejo possuir você. Logo, acredito que não possa acontecer assim. Embora tenha me ocorrido que talvez eu possa ficar preso dentro de você... Mas isso é só uma suposição. Vamos à prática! — posicionou-se de frente para Roxy, decidido. — Naquela vez... Eu apenas acompanhei o garoto, então aconteceu. Mas eu acho que ele fez algo... Eu tinha a intenção, nossas vontades eram iguais, mas a técnica do negócio foi toda dele, desconfio. Parece bem diferente de uma possessão... Pelo menos de uma possessão forçada, como em filmes de terror. Então... Eu estou aqui. Temos o mesmo desejo... — suspirando profundamente, fechou os olhos. Sua forma "estalava", inconsistente, como se quisesse mudar, assumir outra "figura". — Somos um só.
Alguma academia de boxe qualquer, 07:27 PM
— Ei, é claro que sou eu... — resmungou o fantasma, enquanto pairava no ar de braços cruzados, observando o raciocínio de Roxy. Quase dava para ver as engrenagens estalando na mente da garota. — Bom, essa coisa toda é muito mística e vaga pra mim. Eu sei quem sou... Quer dizer, nunca encontrei mais ninguém afirmando que fosse eu, né. Mas não é muito produtivo ficar pensando demais!
Aquecia, girando os braços, estalando o pescoço em seguida. A metade inferior do corpo voltava ao "normal", assim como Marciano se lembrava que era quando estava vivo.
— Relaxa, eu não desejo possuir você. Logo, acredito que não possa acontecer assim. Embora tenha me ocorrido que talvez eu possa ficar preso dentro de você... Mas isso é só uma suposição. Vamos à prática! — posicionou-se de frente para Roxy, decidido. — Naquela vez... Eu apenas acompanhei o garoto, então aconteceu. Mas eu acho que ele fez algo... Eu tinha a intenção, nossas vontades eram iguais, mas a técnica do negócio foi toda dele, desconfio. Parece bem diferente de uma possessão... Pelo menos de uma possessão forçada, como em filmes de terror. Então... Eu estou aqui. Temos o mesmo desejo... — suspirando profundamente, fechou os olhos. Sua forma "estalava", inconsistente, como se quisesse mudar, assumir outra "figura". — Somos um só.
Editado pela última vez por Tsunayoshi em 13 Mai 2014, 13:42, em um total de 1 vez.
Re: Shaman King Alpha - Jogo
Roxy
— I-isso... é um pouco amedrontador, não? B-bem, vamos tentar.
Então se aproximou de Marciano. Olhou ao redor pra ver se as pessoas não achariam estranho um momento de meditação ali, mas talvez já nem houvesse tantas pessoas assim ao redor. Então suspirou e então inspirou profundamente. Fechou os olhos e tentou deixar a mente em branco. Não sabia se era assim que deveria fazer, mas sentia que fazia sentido. Focou no coração, tentou se encher de... fé, e então pensou em Marciano. Seu coração e o dele seriam um só, os comandos dos dois seriam sincronizados, a essência de Roxy seria Rocky e vice-versa.
Instintivamente, a mão direita se levantou, e tentou tocar o espírito. Ela sabia que seria possível, porque já havia tocado Rocky antes, mas de alguma forma esperava que fosse diferente desta vez.
— I-isso... é um pouco amedrontador, não? B-bem, vamos tentar.
Então se aproximou de Marciano. Olhou ao redor pra ver se as pessoas não achariam estranho um momento de meditação ali, mas talvez já nem houvesse tantas pessoas assim ao redor. Então suspirou e então inspirou profundamente. Fechou os olhos e tentou deixar a mente em branco. Não sabia se era assim que deveria fazer, mas sentia que fazia sentido. Focou no coração, tentou se encher de... fé, e então pensou em Marciano. Seu coração e o dele seriam um só, os comandos dos dois seriam sincronizados, a essência de Roxy seria Rocky e vice-versa.
Instintivamente, a mão direita se levantou, e tentou tocar o espírito. Ela sabia que seria possível, porque já havia tocado Rocky antes, mas de alguma forma esperava que fosse diferente desta vez.
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Tsunayoshi
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Re: Shaman King Alpha - Jogo
Estados Unidos, NY, New York
Alguma academia de boxe qualquer
Não havia mais tantas pessoas em volta. A maioria já havia ido embora, e os responsáveis pelo local eram poucos, resolvendo seus afazeres nos fundos da academia. Ninguém reparava no que acontecia ali agora.
Mesmo sem saber sem como (mas de certo modo com a intenção de fazê-lo), Roxy reproduziu o primeiro passo necessário para a manipulação de espíritos: transformá-los em uma hitodama. Assim que estendeu sua mão para o fantasma do boxeador, a imagem em sua frente tremulou. A essência de Marciano se desfazia em fiapos de névoa e luz, rodopiando no ar, para então se concentrarem em um único ponto, a palma da mão direita da menina.
Rocky agora era uma pequena esfera de fogo-fátuo, os mesmos olhos, expressão e até o cabelo, mas como uma versão super deformed, caricata. No entanto, sabia que era o que desejavam, era assim mesmo que devia ser feito.
— Agora, Roxy! — bradou em sua forma de pequena bola-de-fogo. — Manda ver!!!
Alguma academia de boxe qualquer
Não havia mais tantas pessoas em volta. A maioria já havia ido embora, e os responsáveis pelo local eram poucos, resolvendo seus afazeres nos fundos da academia. Ninguém reparava no que acontecia ali agora.
Mesmo sem saber sem como (mas de certo modo com a intenção de fazê-lo), Roxy reproduziu o primeiro passo necessário para a manipulação de espíritos: transformá-los em uma hitodama. Assim que estendeu sua mão para o fantasma do boxeador, a imagem em sua frente tremulou. A essência de Marciano se desfazia em fiapos de névoa e luz, rodopiando no ar, para então se concentrarem em um único ponto, a palma da mão direita da menina.
Rocky agora era uma pequena esfera de fogo-fátuo, os mesmos olhos, expressão e até o cabelo, mas como uma versão super deformed, caricata. No entanto, sabia que era o que desejavam, era assim mesmo que devia ser feito.
— Agora, Roxy! — bradou em sua forma de pequena bola-de-fogo. — Manda ver!!!
Re: Shaman King Alpha - Jogo
Roxy
"Então... é realmente possível..."
O medo tomava conta da boxeadora amadora, mas ela tentava se controlar. Afinal, já tinha passado há muito tempo da fase de se assustar com o fato de ver Marciano, e desde que começara a ver Marciano, percebera que nem todas as pessoas que via pela rua eram vivas. Ela evitava de mexer com essas coisas que não entendia, e Marciano era a única exceção, o único contato de grau sobrenatural que possuía. Agora ele estava em uma forma de energia extremamente condensada em sua mão, pronto para ser ligado magneticamente a cada uma de suas células. Os dois seriam um só...
— Certo! — ela, claro, não sabia muito o que fazer, então percebeu, com um sorriso, que o "modelo geral" que todos usavam seria realmente útil. — Incorporar!
Dobrou as falanges um pouco para conter melhor a energia e, em um movimento rápido, quase um gancho para si mesmo, levou a bola de energia na direção do próprio estômago, mais ou menos. Imaginou que talvez a posição em que fizesse isso poderia diferenciar o efeito final, ou não — não tinha como saber, de toda forma. Fechou os olhos e mordeu os lábios: o que aconteceria?
"Então... é realmente possível..."
O medo tomava conta da boxeadora amadora, mas ela tentava se controlar. Afinal, já tinha passado há muito tempo da fase de se assustar com o fato de ver Marciano, e desde que começara a ver Marciano, percebera que nem todas as pessoas que via pela rua eram vivas. Ela evitava de mexer com essas coisas que não entendia, e Marciano era a única exceção, o único contato de grau sobrenatural que possuía. Agora ele estava em uma forma de energia extremamente condensada em sua mão, pronto para ser ligado magneticamente a cada uma de suas células. Os dois seriam um só...
— Certo! — ela, claro, não sabia muito o que fazer, então percebeu, com um sorriso, que o "modelo geral" que todos usavam seria realmente útil. — Incorporar!
Dobrou as falanges um pouco para conter melhor a energia e, em um movimento rápido, quase um gancho para si mesmo, levou a bola de energia na direção do próprio estômago, mais ou menos. Imaginou que talvez a posição em que fizesse isso poderia diferenciar o efeito final, ou não — não tinha como saber, de toda forma. Fechou os olhos e mordeu os lábios: o que aconteceria?