Para Inoue
— Ho ho! (Tatsumaru)
As grandes sobrancelhas cresciam na face em conjunto com o sorriso, animado o homem enchia a tigela e oferecia o sakê ao rapaz e ficava mais animado ainda ao ver o longo gole do mesmo.
Com as palavras de Inoue o velho homem desaparecia, e surgia ali a forma de um grande e forte, ainda que gordo, tengu. Inoue era um rapaz alto, mas sentia-se pequeno perto do homem, perdendo para ele por uns 20 centímetros de diferença.
— Ainda que tenha sido uma atitude isolada é minha responsabilidade como atual líder a quebra do acordo. Não tenho como redimir-me pela perda do seu amigo, então só posso lhe pedir perdão. (Tatsumaru)
O grande tengu se prostra a sua frente, ajoelhado e com ambas as mãos e sua testa tocando o chão.
— Não é que eu não o quisesse ajudar, eu era o braço direito do pai dele, e tinha uma divida de honra com o mesmo. Antes da ultima batalha onde ele foi morto, como se ele já soubesse que iria morrer me pediu que eu cuidasse do rapaz. Mas talvez não tenha sido um tutor adequado a ele, e quando vi que ele colocou toda a segurança do clã em perigo por causa de uma vingança vazia, não tive outra escolha se não priorizar a vida dos outros, e trair o mesmo. Admito que não seja uma atitude honrada, mas nos tempos de hoje, é preferível viver sem honra a arriscar a vida de muitos. (Tatsumaru)
O homem que ainda mantinha a face em contato com o chão se levanta repentinamente logo que Inoue começa a falar das garotas do clã tengu que haviam sido raptadas.
— Vocês já tem alguma informação, já sabem do local onde estão, qualquer coisa serve!? (Tatsumaru)
Ao ver a atitude do homem, Inoue relembra que quando Lucian estava a mostrar-lhe sobre o ocorrido, viu que o velho tengu havia criado uma jovem raposa como sua filha, e por um instante seu quase esquecido instinto paterno se fez presente.
— Sei que não é nenhum garotinho, mas acho engraçado que tenha lembrado um costume tão antigo. Ficaria feliz em firmar uma aliança vindoura com o vosso clã e não me incomodaria com o casamento, mas no momento não tenho filhos tengus, e mesmo minha filha adotiva, que é uma raposa, atualmente está desaparecida. Posso conversar com os outros, acredito que os mesmos possam gostar da idéia, mas posso também oferecer a mão de minha filha, se bem que ela não vai gostar nada disso, mas primeiro temos que encontrá-la, a propósito, ainda não me respondeu, alguma informação delas? (Tatsumaru)
E novamente Inoue sentia aquele sentimento, pois, mais que os tengus fossem corvos, sentia que o Tatsumaru, era muito mais uma “coruja”.
Para Kenji
Um sorriso, lindo e radiante, era sua recompensa pelas palavras que havia a proferir. Houki ficava contente ao ouvir o que havia dito, ela parecia apreciar muita sua ajuda, assim vocês partiram para o endereço da suposta família.
Kenji já estava se acostumando àquela cidade, ou todas aquelas cidades, enquanto viajava com Houki ela ia explicando a ele um pouco da historia daquela região, que cada grande distrito da Cidade das Cidades se comportava como uma cidade isolada.
—Ops! Me desculpe, sei que não está interessado na política deste país, é que não sei o que conversar, é tão esquisito, normalmente sou bem mais seria, mas estou um pouco insegura. (Houki)
“— Hummm... Nada mal Kenji-sama, vejo que seu charme não falha nunca!”
Kenji “ouvia” a voz vindo do seu interior, e sabia bem a quem pertencia, era Aika, a Aika sombria, que assistia pelos seus olhos a situação.
“— O que acha Kenji-sama? É capaz de você roubar a Houki do Ichika-san se continuar sendo tão gentil e dedicado a ela! (Aika)
...
Com o passar do tempo a viagem até Nova Catalunha transcorreu bem e depois de mais 20 minutos de caminhada chegaram a uma residência antiga mas que mesmo sofrendo com o salitre da região ainda se mantinha conservada.
A recepção não fora das melhores, um Rottweiler exibia os dentes para vocês, pronto para avançar mais fora parado por uma gentil senhora que se apressou a porta logo que notou o temperamento do cão.
— Quem são vocês, e o que desejam na minha propriedade?
— Bom dia! Eu me chamo Houki e este é... (Houki)
Sem mesmo a garota apresentar o rapaz a mulher deixa cair à frigideira que trazia como proteção e vai ao chão de joelhos, chorando copiosamente, que logo é amparada pelo animal que inicialmente mostrou hostilidade a vocês.
—Senhora, senhora, tudo bem senhora? (Houki)
Houki aproximasse da mulher e ajuda entrar na residência.
...
— Obrigada minha filha, peço desculpas pelo que aconteceu mais cedo!
— Não se incomode com isso, mas a senhora está bem mesmo? (Houki)
Todos estavam reunidos na casa, você e Houki se acomodaram no sofá maior enquanto a mulher e seu cachorro, que agora manso, “deitava” sobre o colo da mulher, tentando tranqüilizar sua dona.
— Você disse, que seu nome era Houki, não é?
— Isso! Shinonono Houki, sou a filha mais nova da família Shinonono! (Houki)
— Você é igualzinha como as meninas me disseram!
— Meninas, quer dizer... Youmi e Miyuko? (Houki)
— Sim, elas mesmas!
A mulher fez um gesto simples e o animal entendeu perfeitamente, o mesmo se levantou e seguiu para perto de um antigo móvel que a muito a maresia havia danificado, e em sua lateral um buraco grande fazia presença. Então o cão enfiou sua cabeça no mesmo e após alguns segundo, Kenji ouviu um barulho bem baixinho, um tinido que evidência uma chave ser ativa, em seguida foi um barulho um pouco mais alto, que também pode ser ouvido por Houki, o barulho de algo colidindo com o chão. O cão retira a cabeça do móvel e agora a enfia por debaixo da velha estante, para enfim pegar um livro grande, um tipo de álbum.
— Quem diria que um erro de uma amiga minha seria o motivo de eu ainda ter tais recordações. Eu pedi para ela encadernar esse álbum para mim, só que a mesma esqueceu no escritório dela e ele ficou lá por um fim de semana, se ela tivesse o trazido ele também seria levado por aqueles homens.
Havia ali centenas de fotos, não apenas de Youmi e Miyuko, como também de
muitas outras garotas. Todas naquele ambiente, ou nas praias ao redor, jovens de 8 aos 26 anos, muitas das fotos estavam a própria senhora, outras havia um homem, de barba basta branca e sorriso gentil.
— Meu falecido marido foi um almirante da marinha soviética até a dissolução da mesma em 1991, quando ele foi “aposentado”, assim para começarmos uma nova vida viemos morar aqui. Foram bons anos, e nossa vida era agradável, e teria sido assim até nossos últimos anos, mas tudo mudou naquele dia, no dia fatídico do incidente Blackfield.
A mulher se levantou do sofá e rapidamente foi até a cozinha, trazendo consigo um cheiroso bule e biscoito.
— Não gosto muito de falar de coisas tristes, mas sei que é importante, gostariam de uma xícara de café?
— Aceito! (Houki)
Após os servirem, a senhora acaricia a cabeço do cão e continua a historia.
— Naquele dia nosso filho que havia permanecido na Rússia junto a sua esposa e meus netos nos visitaria, eu finalmente conheceria minha neta mais nova, que completaria 6 anos naquele mesmo mês.
— Não me diga! (Houki)
— Sim, foi naquele mesmo dia, infelizmente eu só vi a conhecer minha neta, no momento que estávamos no reconhecimento dos corpos.
— Me desculpe, eu não queria que relembrasse tais memórias. (Houki)
— Não se incomode filha, são coisas que não se podem mudar. Obviamente meu marido ficou arrasado por isso, ele se sentia culpado por ter insistido tanto na visita de nosso filho, que por causa do trabalho não o víamos há anos, assim passaram cinco anos tristes desde que nos mudamos para esta cidade, foi quando aqueles homens vieram.
A senhora recolheu os pratos e os levou a cozinha, retornando ao sofá e continuando a historia.
— Um grupo de homens vestidos em ternos negros. Eles conversarão com meu marido, diziam que precisava da sua experiência como almirante, e o convidaram a participar de um projeto. Inicialmente ele negou, mas eu o convenci para que ele participasse, ele sempre gostou da vida militar, e após a morte do nosso filho e netos ele havia perdido parte da sua motivação.
— E do que se tratava o projeto? (Houki)
— Obviamente, por ser uma coisa do governo ele não podia me contar, mas foi quando eu conheci as meninas. Todos os fins de semana ele retornava a casa, trazendo consigo um grupo delas, obviamente eu achei esquisito no inicio, era um bando de crianças, também tinham algumas mais velhas, mas sempre confiei em meu marido, e aos poucos percebi que nenhuma delas era uma ameaça, eram sim garotas que por algum motivo recebiam treinamento militar. E assim me afeiçoei a elas, e elas a mim. Eu perdi um filho e dois netos, mas a vida me trouxe varias filhas e netas adotivas.
A mulher se levantou novamente, desta vez se aproximando de uma janela lateral, mas mantinha o olhar em direção a sala. Vocês não perceberam, mas em seu subconsciente a mulher enxergou as garotas, varias delas, que estavam espalhadas na casa, sentadas no sofá, brincando no chão, acomodadas onde podiam, uma lagrima escorreu da face da mulher.
— Eram tempos felizes, mas eu sabia que algo estava errado, pois de tempos em tempos havia garotas que não nos visitava novamente, mas sempre que eu perguntava por elas, as demais não respondiam, mas pelos seus olhares eu sabia que algo ruim aconteceu com elas.
Houki se aproximou de Kenji e então sussurrou nos ouvidos dele.
— Lembra daquela luta da garota loira, eu acho que a inimiga era na verdade uma aliada que deve ter sido abatida em uma batalha e assim nunca voltou, e quando surgiu novamente, era agora uma inimiga, isso explica o fato das garotas ficarem tristes sempre que eram lembradas das que nunca mais a visitou. (Houki)
— Então em uma das visitas, quando todos já estavam dormindo, eu vi Miyuko observando o mar, seus olhos eram tristes, vazios, prontos a derramar uma lagrima, mas não o fazia. Eu me aproximei dela e perguntei se ela estava sentindo alguma dor, ela negou, mas eu então a abracei e ela finalmente deixou a tristeza sair. Depois de alguns minutos ela me pediu uma promessa.
— Uma promessa? (Houki)
— Sim, ela me disse:
“— Se um dia, minha amiga, Shinonono Houki a vier conhecer, diga a ela que meu herói favorito é o Sasaki Kojirou!”
— Sasaki Kouj... (Houki)
Na face da menina podia se ver a interrogação da duvida mudar rapidamente para a exclamação da interjeição. Assim ela se levanta e curva-se a mulher em agradecimento.
— Muito obrigado! Passe bem! (Houki)
A velha mulher sorri, sabia que de algum jeito ela havia ajudado.
Na saída da casa Houki permaneceu calada até tomar uma distância e por fim falou:
— Eu sei o que Miyako quis me dizer, devemos ir para o Dojo onde nós nos conhecemos, lá tem um pequeno museu sobre grandes espadachins da historia do Japão, e tenho certeza que existe uma parte dedicada a Sasaki Kojirou. (Houki)
Para Keiko
Para alguns a viagem poderia ser tediosa, para outros poderia ser divertida, mas para Keiko era rápida, pois conhecer o local para onde iria a permitia transcender o espaço pela magia e assim Keiko e Layla chegaram rapidamente na Furumizu Gakuen.
Para um teletransporte seguro o melhor lugar seria o gabinete da diretoria, evitando assim complicações e sustos possíveis para alguém desconhecido que visse duas garotas surgirem do “nada”, mas essa escolha trouxe também um pequeno inconveniente, pois o lugar estava vazio.
Claro, isso não foi problema significativo, pois ao atravessar a porta do recinto vocês encontraram varias alunas, principalmente as do conselho estudantil que estavam bastante ocupadas, mas
uma delas percebeu vocês e logo se aproximou.
— Keiko onee-sama, Layla onee-sama, por favor, me acompanhe!
Seguindo a aluna vocês duas foram levadas aos laboratórios, onde há poucos dias Keiko recebera a Witchblade, mas seguindo mais ao fundo encontraram não somente Reina, como também Martha e Nora, além de outras alunas, e Masane, que estava deitada em uma cama, coberta de ferimentos e hematomas e respirando com auxilio de maquinas.
— Nora-sama, eu trouxe Keiko onee-sama e Layla onee-sama como havia nos ordenado.
— Obrigada Mami-chan, fico muito feliz que seja tão prestativa! (Nora)
— Irei me retirar agora, e voltar a patrulhar, mas se houver necessidade, a mínima que seja, me chame novamente, realizar seus desejos é minha ordem! (Mami)
— Então fique por favor! (Nora)
— Como desejar! (Mami)
Era palpável a felicidade que emanava da garota, graças a vossa “ajuda” ela esta a poucos centímetros da sua ídolo, a diretora do colégio.
— Nora-san, o que houve? Poderia nos contar em detalhes? (Layla)
— Acho que vocês terão que esperar um pouco mais, como podem ver, Masane sofreu grandes ferimentos, e por hora não vai nos poder contar nada. (Nora)
— Mas eu posso contar o que vi! (Mariele)
A porta se abria novamente, desta vez era Mariele uma jovem garota que Keiko havia conhecido no estádio no primeiro dia das apresentações da Expo Baker, mas que havia permanecido para presenciar a apresentação do colégio.
— Meu anjo você deve descansar! (Martha)
Ela estava ferida, não tanto quanto Masane, mas ainda ferida, bandagens cobriam várias partes do seu corpo, gesso podia ser visto em seu braço direito, imobilizando-o para evitar novas feridas. O braço esquerdo, o único livre no momento, era quem dava suporte ao corpo, pois ele carregava um “Porta Soro” que trazia em si uma bolsa de sangue.
— Tudo bem mãe, comparada a Masane-sama eu não sofre nada, e informação agora é vital, mas primeiro. (Mariele)
A menina caminha lentamente se aproximando de Reina, ela mantinha seus olhos baixos, com vergonha de encarar a mulher.
— Reina-sama, me perdoe, eu deixei a Riko-chan ser levada, eu, eu... (Mariele)
Sem ter como completar a frase, a jovem se vê nos braços amorosos da mulher mais velha, ela acaricia o topo da cabeça da menina e beija-lhe a testa.
— Farei das palavras da sua mãe a minha, Mariele, você é a melhor amiga que Rihoko poderia ter. (Reina)
— Mas eu, eu... (Mariele)
— Tudo bem! Nós vamos resgatar ela, e todas as nossas irmãs, mas por hora, nos conte o que aconteceu. (Reina)
— Sim! (Mariele)
Após ser melhor realocada, a garota começa a contar sobre o que havia acontecido no inicio do dia.
— Ontem à noite eu fui dormir na casa de Masane-sama junto com a Riko-chan. Por causa da atual situação da cidade, Masane teve que estacionar o carro um pouco longe do apartamento dela. E quando estávamos indo buscar o automóvel fomos atacadas por um gigante esquisito. Ele era feito de sombras, mas sua pele era dura como aço. (Mariele)
— Um gigante, com ele era? (Reina)
— Sua figura era bem estranha, lembrando um tipo de demônio, que se projetava das sombras, mas mesmo sendo forte nós três facilmente o subjugaríamos, foi quando eu falhei. Deixei minha guarda baixa por um segundo, e recebi um violento ataque, que quebrou meu braço direito e quase custou meu olho. (Mariele)
Mariele levantou a franja deixando o olho direito visível, ele estava coberto por bandagens semelhante as que cobriam seus braços e pernas.
— O ferimento que eu sofri foi muito grande, me tirando da luta na hora, pouco pude ver, mas sei que Masane nos protegeu o máximo que pode, a ponto de ficar assim, só não fomos todas levadas, pois alguém os afugentou, infelizmente Riko já estava em posse do monstro. (Mariele)
— Então existe mais de um monstro! (Martha)
— Na verdade não, o monstro que enfrentamos era único, o que me derrubou não era um monstro, era grande, mas sua forma diferia do primeiro era mais humano, e tinha uma cor branca. (Mariele)
— Um X-Con? (Martha)
— Duvido muito! Masane e Shiori eliminaram todos os que escaparam! (Reina)
— X-Con? (Layla)
— Infelizmente uma falha nas cloneblades. Se prestarem atenção só vai notar que apenas existem cloneblades femininas, não existem usuários masculinos. (Martha)
— Permita me corrigi-la Martha, só existe um ser humano do sexo masculino até o momento que consegue empunhar normalmente uma cloneblade. (Reina)
— Perdoe meu equívoco Reina, mas às vezes não consigo me lembrar que ele é um garoto. (Martha)
— Eu sei, eu sei, chega a ser mais feminino que muitas das nossas alunas. (Reina)
— Mas ele foi o único caso, todos os demais homens que tentaram empunhar uma cloneblade se tornaram uma aberração, que foi denominada X-Con. Nós os confinamos para estudo, e deles criamos os I-Weapons, que são armas que podem assumir uma forma humana, um processo inverso do original. (Martha)
— Mas os X-Cons fugiram e tivemos que caçar os mesmos, pois diferente de nós eles perdem a consciência, tornando-se verdadeiros monstros assassinos. (Reina)
— Infelizmente uma pagina triste para historia de nossa pesquisa. (Martha)
O silêncio perdurou por poucos segundos, pois no instante seguinte a porta do lugar se abriu, e quem entrará pela porta era exatamente um dos suspeitos por apagar os dados do seqüestrador, Kazehito Yuuto!
— MARIKO! (Yuuto)
O garoto entrava a passos rápidos e se aproximava de Mariele e começava a checar a garota, parecendo um doutor mirim.
— Ei, como ousa tocar assim na Mariele-sama! (Mami)
— Me largue! (Mariele)
—Fic... fic... fica... FICA QUIETA SUA IRMÃ IDIOTA! (Yuuto)
O berro do garoto conseguia desestabilizar todo mundo na sala, e sem mais nenhum protesto a garota se deixou ser analisada pelo irmão.
— Quem deixou que você entrasse? (Martha)
As palavras vinham exatamente de Martha, fria, um olhar sério em cima do garoto, que não conseguia encarar a própria mãe.
— Fui eu quem o trouxe!
Pela porta agora entrava Shiori que encarava a loira calmamente.
— E quem é você para... (Martha)
— E foi eu que mandei ela trazer! (Reina)
Cortando as palavras da mulher agora Reina se pronunciava, o que fez Martha calar sua boa no mesmo instante. Via-se que ela não aprovava a situação, mas ela não parecia ter coragem para desafiar Reina.
— Três costelas quebradas além, do braço direito, seu olho também me parece ruim, mas se bem tratado você não perde a visão. (Yuuto)
— Obrigada! (Mariele)
Igual a mãe, em completo contragosto, a garota agradecia o rapaz que logo se levantou e se aproximou de Masane. Ele tateou o corpo da mulher com cuidado.
— Ei... ei... ei... ei... não basta por as mãos na Mariele-sama, agora vai em cima da Masane-sama, mais que ousadia. (Mami)
Mami se exaltava com as atitudes do rapaz, mas antes que fizesse qualquer outra coisa Nora a puxa para perto de si e sussurra para ela.
— Fique quietinha, pode não parecer, mas ele é um rapaz bem capacitado. (Nora)
— Sério? (Mami)
— Sim, um dos melhores! (Nora)
Após alguns minutos ele parou de tatear a mulher e começou ajeitar-lhe o corpo, rebaixando a cama, adicionando mais alguns travesseiros, e depois disso o rosto de Masane que parecia estar em agonia, agora estava mais relaxado.
— Ela sofreu muito, pelos seus ferimentos ela parece ter se usado como escudo para proteger alguém menor. (Yuuto)
— Masane! (Reina)
Reina se aproximou da mulher e segurou sua mão, que mesmo inconsciente percebeu a quem pertencia o toque e deixou uma lagrima escorrer pelo canto dos olhos fechados.
“♫You know we're running it tonight on the floor
Brazil, Morocco, London to Ibiza
Straight to L.A. New York
Vegas to Africa♫”
— Um minuto gente! (Layla)
Layla rapidamente atendia a chamado do celular, que trazia boas noticias.
— Finalmente! Irmãs descobrimos a identidade do culpado pelos seqüestros. (Layla)
Das palavras de Layla, Reina abaixou sua face até que sua testa tocou a testa de Masane.
— Descanse Masane, eu vou atrás da nossa menina, eles vão pagar caro pelo que já nos fizeram, é hora do troco. (Reina)
Para... (Deixa quieto)
EXTRA
Enquanto os demais grupos estavam divididos cuidando de suas próprias tarefas, Mina Tepes e suas subordinadas eram recebidas na Honnooji Gakuen.
— Sejam bem vindas a Honnooji Gakuen! (Satsuki)
— Fico grata que tenha disposto um pouco do seu tempo para nos atender. (Mina)
— Não se preocupe, minha irmã e o Sanageyama estão na apresentação do dia de hoje, tenho tempo livre para vos atender. (Satsuki)
— É mesmo, hoje é o penúltimo dia das apresentações, mas se não me engano é essa a noite mais importante da Exposição (Mina)
— Sim, notavelmente foi exatamente na noite do penúltimo dia que se pode ver quem seria o vitorioso em todas as edições anteriores. (Satsuki)
— Mas desta vez será diferente, está noite vai definir a vida de muitas pessoas. (Mina)
— Então o que sua secretaria havia nos informado era verdade, que vocês conseguiram pistas do seqüestrador. (Satsuki)
— Isso mesmo, eles são bastante espertos, conseguiram apagar os dados da pessoa em questão de minutos, quase que apagando a existência do mesmo de toda MegaCity. (Mina)
— Mas não se preocupe, temos entre nossos alunos um dos maiores hackers da atualidade. (Satsuki)
— Pode deixar comigo, vou identificar ele rapidamente. (Inumuta Hooka)
O rapaz senta-se em outra cadeira junto a uma mesa, Vera se junta a ele e ambos vão trabalhar, enquanto isso um velho mordomo junto à senhora mais jovem servem chá e petiscos.
Mina se serve do chá, entretanto mantém os olhos desconfiados nas guloseimas, mas mantendo a classe ela não diz nada. Satsuki, no entanto sorri logo que percebe a garota.
— Não se preocupe, eles tem uma aparência diferenciada, mas são uma delicia, estes são os “croquetes estranhos” da senhora Mankanshoku, mãe da melhor amiga da minha irmã mais nova. (Satsuki)
— Então eu darei uma chance a eles! (Mina)
Ainda descrente Mina educadamente pega um dos croquetes, ela encara Satsuki novamente e por fim da uma mordida no mesmo. No instante seguinte ela devora o mesmo como se não houvesse amanhã.
— Vejo que gostou a culinária da senhora Mankanshoku é formidável não acha. (Satsuki)
— Sim, muito boa! (Mina)
A comida da mulher era enigmática, sua aparência externa deixava a desejar, mas seu sabor era espantoso, capaz até mesmo de saciar uma vampira.
— Espero que tenham se deliciado com a comida, pois só isso é o que nos resta fazer. (Hooka)
— Então já terminou sua tarefa. (Satsuki)
— Mas é claro. (Hooka)
O garoto ajustava os óculos em sua face, e estranhamente seu uniforme fechava o colarinho rapidamente, dando ao mesmo um aspecto “ninja”, em seguida o colarinho se abre novamente.
— Esse é o nosso homem! (Hooka)
— Ele não é um dos alunos da La Croix? (Mina)
— Isso mesmo, o jovem... (Hooka)
Para todos
No celular de Houki, Layla, Naomi entre outros aparecia à
foto do suspeito.
— Fiquem de olho nele, mas não façam nada, temos que deixar ele nos levar onde estão os reféns. (Mina)
— Gostei do plano Mina-san. (Satsuki)
— Te pegamos, Natsume Tomoharu! (Mina)