Para Keiko, Lucian e Kenji
Com um leve balançar da cabeça e um sorriso gentil a fada sombria comemorava as palavras de agradecimento de seu amado. As maçãs do rosto ganham um tom cada vez mais vivo e brilhante a cada movimento carinhoso das mãos do arqueiro que dedilhavam os longos cabelos negros.
Aika caminhava feliz ao lado de Kenji, sem ao menos desgrudar do seu braço direito, até mesmo quando foram convidados a se sentar ela assim permaneceu, já a esquerda do garoto sentou-se Houki.
— Sim, estamos todos bem!
O único homem do segundo grupo respondia com um largo sorriso no rosto a exclamação da jovem Oni enquanto todos se sentavam. Ninguém havia tombado em combate, mas não houvera ninguém que não havia recebido um ou outro “presente”.
A mais nova da família Shinonono estava ferida, mas nada que fosse realmente preocupante, aparentemente recebeu um dou dois belos socos no rosto, alguns cortes leves se apresentavam em seu corpo, como em todos os demais, incitando que a luta do lado de fora da sala foi tão calorosa quanto à de dentro. Assim já com todos reunidos e sentados a conversa continuou.
— Admiro o vosso altruísmo, poucos nos tempos atuais se disporiam a lutar lutas que não são suas. E agradeço o elogio, sim, sou muito forte. *KKKKKK* Mas vejo que os jovem também são muito fortes, essa baixinha tem bons chutes.
O grande tengu ergueu um pouco a mão direita que mantinha sobre a própria perna correspondente, mas logo a colocou novamente onde estava, pareceu hesitar sobre o afago, talvez pela distância, ou por não saber como a garota iria corresponder, manteve os olhos sobre ela, mas pela primeira vez sua “face” demonstrou tristeza, até mesmo uma pequena lágrima se fez presente.
— De nossa família foram três pessoas, duas delas são boas amigas, conhecidas minhas de séculos atrás, já a terceira é meu pequeno tesouro.
— Eu a criei desde pequenina. Minha finada esposa não podia ter filhos e após sua morte eu fiquei deprimido... Mas tudo mudou desde que eu a encontrei.
O velho tengu tira de dentro do que sobrava das roupas... um álbum de fotos de mais de 500 paginas.
— Olha que lindinha!
Havia centenas de fotos, fotos de bebê, com roupas de estudante, de yukata, entre outras roupas variadas, e todas da mesma garota, uma bela e jovem...
Kitsune?
— Minha filhota é a coisa mais meiga do pai...
E novamente as lágrimas, desta vez não uma solitária, varias, se via que o homem sentia cada vez mais tristeza, ainda que tentasse esconder com um falso riso.
Alguns minutos se passaram ao som do choro do velho, até o mesmo retomar a postura original.
— Perdoe-me... Como perguntaram antes, as garotas sumiram há alguns meses, elas estavam investigando exatamente os seqüestros e por fim também foram seqüestradas. A ultima reunião que tivemos elas falaram que tinham encontrado algumas pistas nas velhas docas da cidade, no Distrito de Todos os Santos. Mas periodicamente nossos irmãos fazem varreduras na área e não encontramos nada. Já a Tsubaki desapareceu a uma semana, quando voltava das aulas de balé... Eu fui ao local, e vistoriei ao redor, mas nem sequer uma única pista... É como se o maldito sumisse nas próprias sombras.
Ele voltou a encarar a pequena Oni por mais alguns instantes, talvez em seu semblante ela o lembrasse da filha desaparecida, assim ele se pôs a falar novamente.
— A duvida que tens pequenina é simples de responder... Ichiro é o filho mais velho de Ishida, um dos poucos que sobreviveu quando o clã Inoue finalmente parou meu velho amigo. O moleque que esta por trás do seqüestro da garota. Tenho uma divida com o pai dele, que por sinal, morreu naquela batalha antiga. Assim o aceitei entre nós... mas desde que o clã Inoue chegou na cidade ele não pensa em mais nada... até decidi o ajudar, vejo que foi uma péssima idéia.
E agarra novamente a corda que serve de “asa” para a garrafa de sakê e entorna outro bom gole.
— Entendo, entendo... Bem... não posso dizer que acredito em suas, mas lhes darei o beneficio da duvida... ou melhor, que tal um trato. Vejo que estamos no mesmo barco, tanto pessoas do seu lado, como do nosso lado estão desaparecidas. Podemos nos ajudar a encontrá-las... Isso é claro, se puderem também me dar o beneficio da duvida.
Desta vez em vez de dar outra golada o homem estende a grande garrafa de sakê em direção a vocês.
— Que tal? Prefiro trabalhar com vocês a com aquele moleque... O traste só me deu dor de cabeça desde quando chegou aqui... Paciência também tem limite!
O velho massageia as têmporas com a mão livre enquanto aguardava as vossas respostas.
Para Fredrika
Você voou... mas não com intenção de fugir, e sim com a determinação de lutar. Tomada por uma esquisita euforia, ou puro desejo para corresponder as lágrimas da chorosa criatura, saltou, tão alto que por reflexo do inimigo a enxergou frente à lua. A descida era eminente, a física provava que qualquer objeto atirado ao alto, logo que se alcança o ápice da trajetória, retoma o movimento, mas desta vez no sentido contrario ao original.
Assim a garota desceu sobre seu inimigo, auxiliada pela poderosa força gravitacional e empunhando a própria determinação, que durante o ataque tornou-se uma antiga arma de combate muito utilizada nas guerras feudais, a alabarda japonesa, Naginata.
[22:29] Taulukko: GM entrou na sala...
[22:29] GM: FAs de ataques de Fredrika
[22:29] GM: Rolou 1D6=6
[22:30] GM: Rolou 1D6=3
[22:30] GM: Rolou 1D6=6
[22:30] GM: FD de defesa total de ???
[22:31] GM: Rolou 1D6=4
A garota de vestes exageradas é arremessada ao céu, devido ao tombar do pesadelo ambulante. O ataque feroz da jovem humana fora preciso, ou ao menos forte o suficiente para desequilibrar seu adversário. Não foi muito difícil evitar novos ferimentos há pequena garota, que facilmente foi pega por você nos braços quando arremessada. Estranhamente passou por sua cabeça que aquelas roupas a forneciam poder o suficiente para resistir a tudo que havia sofrido, do mesmo jeito que aquela bendita mascara de ossos, que tanto a perseguia sempre que usava da própria determinação como arma, e como todas as vezes ela já se fazia presente, sobre seus cabelos, como um adereço, um enfeite incomodo, que não só estragava sua aparência, como também mudava o branco dos seus olhos por um negro tão assustador quanto a própria noite.
— Rápido, vamos fugir!
A coisa felpuda, colorida, e bizarra estava mais calma, agora que a sua amiga, a garota do apelido, ou titulo mais louco que havia ouvido nos últimos dias estava em seus braços. E a idéia de sumir daquele lugar não a pareceu errada, pois o monstro não havia sido derrotado, se houvesse ele não estaria se levantando.
Para Sumire e Syl'ry
—Syl'ry-chan, Miyako e eu não somos irmãs de verdade... (Tewi)
— Que maldade Tewi-chan... Podemos não ter o mesmo sangue nas veias, mas somos irmãs pelo destino! (Miyako)
Destino, palavra estranha que persegue a humanidade, alguns o teme, outros apenas se deixam ser guiados por ele, ou pelo destino escrito pelos deuses. Mas a também o que o domam, determinando cada dia de sua vida (ou morte) com as próprias mãos.
E Tewi e Miyako eram duas dessas pessoas, não somente elas, haviam muito mais das mesmas, pessoas que não aceitaram o caminho tomado pelo "destino" e que assim o desafiaram. Retornando no tempo-espaço, ainda que ao custo da vida de uma amiga, elas estavam ali, enfrentando um futuro que poderia estar escrito em pedra.
— Particularmente eu detesto essa palavra Miyako-chan! Destino... Algo tão grotesco nunca deve existir! (Tewi)
— É verdade! Deixe-me corrigir então, somos irmãs! Irmãs de guerra! Lutando juntas pelo nosso futuro! (Miyako)
— Sim, uma irmandade unida pelo nosso futuro! (Tewi)
...
— Sim Syl'ry-chan, estamos à procura de nossas irmãs, ahh... perdoe-me pela minha falta de modos, deixe que me apresente apropriadamente... sou Miyako Yoshika, estes são Sumire-chan, Heylel-chan e Michio-kun! (Miyako)
O caloroso afago da mulher se desfaz pouco antes da mesma se apresentar e a seus companheiros, ainda sim a mulher mantêm seus olhos vidrados em ambas, ela era realmente um pessoa diferente, ainda que fosse pouco o tempo que teve de contato com os humanos, nenhuma pessoa era tão espontânea, alegre, ou transborda-se tanta felicidade quanto aquela.
— Não se preocupe Sumire-chan! Eu as protegerei! (Miyako)
Palavras... mas ainda sim verdadeiras. Miyako não as dizia da boca para fora, era verdade que no tempo delas nem mesmo as mais poderosas entidades de Gensokyo conseguiram se opor ao inimigo que quase levou os youkais a extinção, ainda sim ela conseguia dizer aquelas palavras sem hesitação nenhuma!
—Correto Sumire-chan! (Miyako)
E então o novo alvo dos afagos de Miyako foi encontrado, agora era Sumire que recebia um caloroso abraço.
— Logo que juntarmos todos tenho certeza que as portas para um novo caminho vão se abrir, e se tivermos mesmo que enfrentar os inimigos, vamos juntar nossas forças com as nossas irmãs deste tempo, desta vez não seremos pegas de surpresa, e essa vantagem vai nos dar a vitoria!
...
— Ok então, vou levá-los a mais próxima, desde que chegamos a cidade consigo sentir perfeitamente a localização de cada uma delas, mas não consigo distinguir quem é quem... Mas estranho... Durante a viagem eu percebi que éramos dez, mas agora só consigo sentir a presença de nove, contando comigo e com a Tewi-chan... Será que uma delas saiu da cidade? Bem, como ressaltou, vamos visitar a mais próxima que não esteja emanando tanta energia, mas devo dizer, há duas delas que estão emitindo muita energia, e uma esta tão longe quanto à primeira (que não esta lutando).
Para Inoue e Musashi
Uma mancha negra no assoalho do hotel, era tudo que havia sobrado da meio-celestial, a combinação mágica das irmãs do clã Inoue reduzia a nada a parceira do Tengu, que em um único instante foi obliterada.
— Diana...
A boca que a pouco se pronunciara se calou por um instante, ou estava a resmungar algo tão baixo que mesmos seus ouvidos apurados não puderam notar, assim se sucedeu alguns segundos, até ela se pronunciar novamente.
— Realmente, estava enganado, pensei que um ou outro da família se salva-se, mas vejo que todos são pragas, não tenho por que mais me conter, vou apagar vocês todos da historia!
Então Ishida, ou melhor, Ichiro caminhava em vossa direção, reduzindo um pouco a distância entre vocês e ele, a mão esquerda então ergue a famigerada mascara negra acima dos cabelos, permitindo que todos pudessem ver-lhe a face. Realmente não era Ishida, mas podia-se notar muito facilmente a semelhança para com o outro Tengu.
— Vou vê-los morrer... pelas próprias mãos!
Eis então que ele retira (literalmente) a carta da manga, um carta mágica, uma Spell Card, algo que há poucos dias Inoue conheceu e dominou.
—Chorem, gritem e sofram, sofram, SOFRAAAAAMMMMMM.
— KILLER SIGN “Dance of Marionette Murderer”
Ao fim das malditas palavras a carta desapareceu, fragmentada em meio às sombras, as costas do tengu surgem centenas, não, centenas de milhares de círculos de energia, todos de uma tonalidade entre o roxo e o negro. Não eram meros círculos, eram portais, pequenos portais negros de onde linhas sombrias voavam, vivas como cobras e velozes como relâmpagos.
Desviar era impossível, mesmo que tivessem todo o céu livre e por ele pudessem voar não conseguiriam, pois eram rápidas, mais rápidas que sua compreensão pudesse lhe permitir enxergar uma rota de fuga, assim todos foram capturados.
— O que é isso? Não consigo me mexer! (Miyoshi)
— Des#@S@$#! O que fez conosco? (Naomi)
— Musashi 2, relatório? (Musashi 3)
— Eu não consigo me mexer... Ei!!! Desde quando você me dá ordens? (Musashi 2)
— MHUUHHAUHAUHAUHAUHAUAHUA!!!!!
A risada histérica consegue calar a todos! Tirando toda a atenção de vocês e levando ao feiticeiro!
— Perfeito, sim, perfeito, estão todos perfeitamente conscientes, mas cada um dos seus movimentos estão sobre o meu comando!
— O que disse! Maldito desg... (Naomi)
Um soco cala sua irmã mais velha, um soco, desferido por ela mesma!
— Eu disse não... vão todos morrer... pelas próprias mãos!!!
Assim cada um de vocês... com as próprias mãos... começam a se estrangular!
— Aaarrrgghhh!!! Eu... eu não... consigo me parar!!! (Naomi)
— Que... merda... maldito Jutsu... deve ser algum tipo... de Sharingan... não consigo me deter. (Musashis)
— Niii... socorro... Niii...! (Hina)
— Viu Hina-chan, viu Miyoshi-chan... vocês que tanto acreditam no seu irmão... quere ver ele salvar vocês dessa. Ou melhor, vou adorar ver ele impotente, vendo suas queridas irmãs, se matarem bem na frente dele. Não é... Takashiiii!
Apenas havia um erro nos planos de Ichiro... você... não havia sido afetado pela Spell Card dele!