O som torturante do pendulo de estanho maciço do relógio era incomodo, causando uma sensação de urgência em Axl.
A mente perturbada de Samasha, conseguia apenas focar-se em sua aparência e Nimb, o bom deus do Caos da Sorte, e para Samasha, azar. Kenji mantinha-se calmo, ou tentava, a lacuna em sua memória o afetava, Adrien por sua vez demonstrava sua notável empatia e presteza em dedicar-se ao próximo. Kassandra apenas ruia em seus pensamento negro sobre um passado de fogo fogo e sangue.

Quando Axl, aproxima-se a pesados e penosos passos da grande porta, eis que a mesma se abre, em sua presença uma figura peculiar. Trajando uma camisa de seda branca embaixo de um habilmente trançado colete de couro, um par de calças finas, e bota lustrosas, a figura do Barão Samoied fazia-se notar em meio a penumbra do corredor.

Seu olhos azuis cintilavam com a luz do candelabro, atrás dele 10, não 12 jovens, longos vestidos brancos com aventais cinzas sobrepostos rapidamente puseram-se porta adentro, e cuidaram de repor Samasha, Kassandrandra, e Axl de volta a cama, não tiveram dificuldade apesar dos protestos de todos.

-- Muito alegro-me em vê-los finalmente acordados, mas pela piedade de Lena e Marah, ponham-se em suas camas. Samoied tinha uma voz fina e profundamente rouca, jovem não mais de 25 anos, portando uma bengala discreta, havia uma barba rala e falhada em seu rosto. A despeito de meus esforços vocês dormiram por 3 longas semanas.

As aias sairam tão rapido quanto entraram deixando candelabros acesos e uma cadeira onde Samoied sentou-se, ele apoiou ambas as mãos sobre a bengala.

-- Permitam me apresentar, Samoied Orlean 1º, Barão de Vouldoum e Donatário de um bairro que misteriosamente explodiu semanas atrás. Ele fala com um sorriso irônico no rosto. E você são Axl Redspirit, um grande amigo considero, sempre com préstimos adequados. Adrien Leroc, primogênito do Marquês Leroc, alguém muito estimado. Samasha, espero que seu pai melhore de sua afetação, os deuses tem estranhos designeos, e apenas comentando, você ficava mais atraente loira. Kenji Korukawa, todos em seu dojo fazem preces a Lin-wu pelo seu retorno. Apenas você é uma incógnita minha pequena e adorável criança de cabelos carmesim, sem nomes, amigos ou família. Poderá, por gentileza doce menina, contar sua graça a seu anfitrião e camaradas convalescentes!?

Samasha estava impaciente e frustrada. Queria um combate, mas foi impedida pela menina que solta fogo pelas ventas - literalmente falando.
Riu ao pensar nisso.
Quando viu um jovem da idade dela entrar, com fala mansa, viu que iria se irritar, até o comentário sobre os cabelos, e se existe uma coisa que Samasha ama tanto quanto o caos do combate, é ter sua beleza elogiada, e ao ouvir o elogio, apenas ri, como uma adolescente sendo paquerada por um garoto.

"3 semanas, mas que droga..... todos do meu dojo devem estar preocupados, tenho que me recuperar logo e voltar até eles, odeio deixa-los preocupados"

*Kenji não estava conseguindo se concentrar, isso o desanimava um pouco, queria lembrar o que aconteceu tudo o que lhe foi informado foi que uma misteriosa explosão aconteceu. Ao saber disso agredecia Lin-wu por estar vivo, agora tudo o que queria era se recuperar e voltar a seu dojo e dizer a todos que esta bem.

*Kenji, esperava calmamente, respirava fundo e olhava calmamente ao seu redor, aquela mesma menina que havia tomado um soco estava ali, mas agora parecia estar exigindo ser curada, toda aquela grosseria deixava Kenji um pouco incomodado

Axl riu quando o homem disse "amigo", porém logo esqueceu-se disso quando a garota falou.

- Calma ai esquentadinha, acho que ninguém aqui vai sobreviver a outra explosão daquela - depois ele olha o nobre - E você, o que quer de nós?

Samoied ouvira todos falarem quase ao mesmo tempo, sorria amistoso, mas com um sutil ar de deboche, seus olhos atentos, pequenos e azuis. Observando adequadamente o barão, ele era engraçado, a despeito das roupas elegantes, e os dedos cheios de anéis preciosos, ele tinha a postura de um bêbado qualquer de taverna, e seu rosto lembrava o de uma serpente velha.

-- Então segundo meu carto amigo Senhor RedSpirit, minhas suspeitas estavam corretas. A pequena Senhorita Kassandra é realmente a responsável pela explosão que resultou na destruição de 10 casas, 1 estalagem, 1 ferraria, 1 posto da milicia, 3 carroças. Além da deixar 147 gravemente feridos, 62 mortos, incluindo meu bom e velho amigo Sargento Richard e seu grupo todo de milicianos, e não esquecendo 5 cavalos e vários pombos. Isto muito me entristece.

Samoied fala sempre com um tom de riso que as vezes incomodava, mesmo tantas mortes e destruição dentro de um lugar que teoricamente esta sobre a proteção de e toda essa calma. Ao falar ele passou a mão sobre os cabelos, um estalo no pescoço.

-- Bem agora que eu ja vislumbrei o quadro todo, apenas interesso-me em saber o involvimento de vocês com essa menina. Bem vocês 5 foram achados desmaiados bem no centro da explosão, e a despeito de queimaduras eram as únicas pessoas vivas num verdadeiro campo de cadáveres borbulhantes. Poderia eu ter alguma informação!? Sabem será difícil explicar isso sem um bom argumento, tanto o Protetorado quanto o Imperador-Rei exigem algumas respostas.

--Havia um meio-orc parente a multidão, este portava um punhal e estava prestes a atacar Kassandra, ela pareceu não perceber e eu não podia deixar que isso acontecesse, tentei desarma-lo mas este era ágil e com um movimento jogou seu robe em mim e aproveitou para fugir.

*Kenji parava para respirar, os ferimentos ainda ardiam.

-- Após o meio-orc fugir tudo o que vi foi esse amigo seu, que descanse em paz, dar um soco na senhorita, foi ai que começou a confusão e foi quando tudo explodiu, isso é tudo o que eu consigo lembrar. Eu estava lá pois precisava do dinheiro para as despesas do meu dojo, mas tudo o que consegui foi mais preocupação para todos.

Axl revira os olhos.

- Pouco me importa o Protetorado ou Imperador, eu estava lá pela simples razão de um serviço lucrativo e só, quem perdeu o controle e mandou tudo pelos ares foi a garota ali - ele fez uma pausa e suspirou - Isso tudo está me cansando, já vi que não tem mais serviço e muito menos dinheiro, cadê minha katana? A gente não está detido não né?