Ato 0 ~ Prefácio
- Pontus Maximus
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Re: Ato 0 ~ Prefácio
Amaretsu:
Depois de adentrar no helicóptero da corporação Gallar, me desarmei e tive um descanso depois do ocorrido, uma batalha contra um possível cavaleiro caído e ser levada para lutar em outra dimensão a parte, como eu conseguia respirar lá? Pergunta que somente tem uma resposta, um milagre, mas enfim. Ao longe eu observava a chuva e as nuvens se formando e crescendo cada vez mais, se alguém me perguntar o que esta acontecendo eu diria que esta havendo uma purificação do local, um renovo, um recomeço para aquele setor, muito em breve as nóticias nas televisões vão falar o que esta acontecendo e alguma possivel testemunha dirá algo como "um raio de luz no céu", sinceramente eu espero que tais testemunhas existam, esconder a verdade como um segredo até vai, mas a diretoria dos Cavaleiros de Aço e as autoridades criaram uma mentira sobre o assunto e eu não gosto de mentiras. Mas isso é papo para outra hora.
Dentro da aeronave eu removi a armadura, ela estava faiscando muito devido as avarias sofridas e acredito que no modo "comum" ela se conserte mais rápido, apesar da luta não houve danos severos, mas se depois de algum tempo eu farei um diagnóstico melhor e ver se mais reparos serão necessários ou não, nanotecnologia é uma beleza eu que o diga.
Diante do diretor eu entrego o artefato e digo que o antigo "dono" dela lhe chamava de Nike e falei de lembranças e segredos antigos que Nike me revelou, caramba estou indo muito longe em minha carreira como Amazona. Já com minha mãe naquele momento precisei ser formal como se fosse um militar, mas na verdade momentos de ternura precisariam esperar, se ela e eu podessemos falar em um local reservado talvez eu tire minha máscara apenas para ela e para mais ninguém, não acredito que estaria quebrando principios em revelar meu rosto para quem me carregou no ventre por 9 meses, mas tenho que ter cuidado com minha máscara ela faz parte de mim agora.
No momento mais descontraído se for possível eu a abraço e lhe dou um beijo nas bochechas, digo como foi minha batalha e pergunto se ela tem notícias do papai, mas sempre tomando cuidado para não revelar meu rosto a estranhos, então creio que esse tipo de conversa terá que ser em algum local bem reservado se possível.
OFF: H2+Especialização (Mecânica)+ Bônus se for necessário para a armadura.
Depois de adentrar no helicóptero da corporação Gallar, me desarmei e tive um descanso depois do ocorrido, uma batalha contra um possível cavaleiro caído e ser levada para lutar em outra dimensão a parte, como eu conseguia respirar lá? Pergunta que somente tem uma resposta, um milagre, mas enfim. Ao longe eu observava a chuva e as nuvens se formando e crescendo cada vez mais, se alguém me perguntar o que esta acontecendo eu diria que esta havendo uma purificação do local, um renovo, um recomeço para aquele setor, muito em breve as nóticias nas televisões vão falar o que esta acontecendo e alguma possivel testemunha dirá algo como "um raio de luz no céu", sinceramente eu espero que tais testemunhas existam, esconder a verdade como um segredo até vai, mas a diretoria dos Cavaleiros de Aço e as autoridades criaram uma mentira sobre o assunto e eu não gosto de mentiras. Mas isso é papo para outra hora.
Dentro da aeronave eu removi a armadura, ela estava faiscando muito devido as avarias sofridas e acredito que no modo "comum" ela se conserte mais rápido, apesar da luta não houve danos severos, mas se depois de algum tempo eu farei um diagnóstico melhor e ver se mais reparos serão necessários ou não, nanotecnologia é uma beleza eu que o diga.
Diante do diretor eu entrego o artefato e digo que o antigo "dono" dela lhe chamava de Nike e falei de lembranças e segredos antigos que Nike me revelou, caramba estou indo muito longe em minha carreira como Amazona. Já com minha mãe naquele momento precisei ser formal como se fosse um militar, mas na verdade momentos de ternura precisariam esperar, se ela e eu podessemos falar em um local reservado talvez eu tire minha máscara apenas para ela e para mais ninguém, não acredito que estaria quebrando principios em revelar meu rosto para quem me carregou no ventre por 9 meses, mas tenho que ter cuidado com minha máscara ela faz parte de mim agora.
No momento mais descontraído se for possível eu a abraço e lhe dou um beijo nas bochechas, digo como foi minha batalha e pergunto se ela tem notícias do papai, mas sempre tomando cuidado para não revelar meu rosto a estranhos, então creio que esse tipo de conversa terá que ser em algum local bem reservado se possível.
OFF: H2+Especialização (Mecânica)+ Bônus se for necessário para a armadura.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Tenzi
Aquela experiência era inacreditável, conversar ignorando fome e sede, enquanto o cosmo ressoava com de Agni, conseguindo transmitir coisas que não conseguiria com palavras, ainda mais por causa do seu jeito. Ficava contente também em poder contar mais coisas para a aventureira, explicando mais sobre o que ela vira, tirando algumas dúvidas como podia, mas o melhor era ter aquele contato com uma pessoa como Agni.
— Eu fico feliz que não tenha fugido, senhorita Agni. Fiquei com medo que isso tudo lhe afugentasse...
Quando a fome bateu, Tenzi buscou em sua mochila um pouco da ração de viagem que trazia de Jamiel, separava alguns damascos secos, assim como algumas fatias de queijo,coisas que lhe ajudaram a se manter naquela viagem. Tenzi não se surpreendia ou reclamava quando a armadura voltava à urna, pois sabia que não podia a trajar o tempo todo, saber que ela estava ali era o bastante. Quando o sono começava a ser sentido, Tenzi imitava Agni e ia buscar seu cobertor, a fim de se proteger do tempo daquela montanha. Se fosse numa outra situação, Tenzi talvez ficasse sem jeito com aquela aproximação de Agni, mas o frio fazia aquele contato necessário.
— Durma bem, senhorita Agni.
Ao dormir, Tenzi se via em outro lugar, com outra pessoa, uma outra mulher. Não conseguia quem era, só percebia alguns traços, e que ela estava sentada na posição de lótus. A voz dela era familiar, mas não conhecida pelo jovem, mas o jeito que ela falava, e pelo que ela falava, Tenzi tinha uma suspeita, achava que poderia ser "Rena",quem usava a amazona para treinar Tenzi.
— Eu agradeço, senhora. Farei meu melhor para isso, não irei a decepcionar.
Tentava se aproximar a fim de a ver melhor, mas acabava acordando nessa hora, percebendo que Agni ainda dormia tranquilamente. Tenzi tomava o maior cuidado possível para não a acordar na hora em que se levantava, tentando fazer com que a aventureira ficasse encostada na urna para ter um apoio.
"Santuário...realmente ele é meu destino."
Antes de comer ou fazer qualquer outra coisa, Tenzi ia até sua mochila, a fim de pegar o mapa que receberá antes de iniciar a viagem. O abria no chão enquanto se sentava perante ele, examinando-o com cuidado.
— Hmmm, Santuário de Atenas... como eu posso chegar até você?
Aquela experiência era inacreditável, conversar ignorando fome e sede, enquanto o cosmo ressoava com de Agni, conseguindo transmitir coisas que não conseguiria com palavras, ainda mais por causa do seu jeito. Ficava contente também em poder contar mais coisas para a aventureira, explicando mais sobre o que ela vira, tirando algumas dúvidas como podia, mas o melhor era ter aquele contato com uma pessoa como Agni.
— Eu fico feliz que não tenha fugido, senhorita Agni. Fiquei com medo que isso tudo lhe afugentasse...
Quando a fome bateu, Tenzi buscou em sua mochila um pouco da ração de viagem que trazia de Jamiel, separava alguns damascos secos, assim como algumas fatias de queijo,coisas que lhe ajudaram a se manter naquela viagem. Tenzi não se surpreendia ou reclamava quando a armadura voltava à urna, pois sabia que não podia a trajar o tempo todo, saber que ela estava ali era o bastante. Quando o sono começava a ser sentido, Tenzi imitava Agni e ia buscar seu cobertor, a fim de se proteger do tempo daquela montanha. Se fosse numa outra situação, Tenzi talvez ficasse sem jeito com aquela aproximação de Agni, mas o frio fazia aquele contato necessário.
— Durma bem, senhorita Agni.
Ao dormir, Tenzi se via em outro lugar, com outra pessoa, uma outra mulher. Não conseguia quem era, só percebia alguns traços, e que ela estava sentada na posição de lótus. A voz dela era familiar, mas não conhecida pelo jovem, mas o jeito que ela falava, e pelo que ela falava, Tenzi tinha uma suspeita, achava que poderia ser "Rena",quem usava a amazona para treinar Tenzi.
— Eu agradeço, senhora. Farei meu melhor para isso, não irei a decepcionar.
Tentava se aproximar a fim de a ver melhor, mas acabava acordando nessa hora, percebendo que Agni ainda dormia tranquilamente. Tenzi tomava o maior cuidado possível para não a acordar na hora em que se levantava, tentando fazer com que a aventureira ficasse encostada na urna para ter um apoio.
"Santuário...realmente ele é meu destino."
Antes de comer ou fazer qualquer outra coisa, Tenzi ia até sua mochila, a fim de pegar o mapa que receberá antes de iniciar a viagem. O abria no chão enquanto se sentava perante ele, examinando-o com cuidado.
— Hmmm, Santuário de Atenas... como eu posso chegar até você?
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Carlos
Carlos sentia algo a mais pressionando o seu peito enquanto abraçava sua prima, um sorriso nostálgico surgia em seu rosto a medida que lembrava os bons momentos que passara com sua prima, uma lagrima de alegria escorria pelo seu rosto.
O brasileiro ficava muito surpreso ao ver que sua prima havia se tornado uma grande amiga de Cecilia, por um lado isso era muito bom pois ele poderia conversar mais com ela, mas por outro lado ficava preocupado, ele estava receoso do que sua prima poderia estar falando a seu respeito para Cecilia, fato que acabou se confirmando pouco tempo depois, um pouco envergonhado agora pois havia sido desmoralizado frente a Cecilia.
— Você fica tão bonitinha quando faz essa carinha de brava haha — Diza em um tom de brincadeira — E sim foi uma surpresa muita boa, fez muito bem em esconder esta noticia de mim — Limpava a lagriva que escorria em seu rosto com as costas da mão direita, logo em seguida mudava para uma expressão mais séria — Agora como que você pode falar uma coisa dessas de mim ? Ainda mais na frente de Cecilia Hoshino, acho que você se esqueceu, mas você é muito mais pervertida do que eu, já esqueceu daquele dia que eu te peguei brincando com socador de alho ? E tem mais, mas eu só não conto agora para poder me defender mais tarde, quanto a amizade de vocês duas eu fico muito feliz, tenho certeza que Cecilia irá gostar muito de você. — Ainda um pouco envergonhado ele fazia uma pausa para respirar. — E em minha defesa eu não me derretia tanto assim.. eu só admirava como continuo admirando o trabalho dela.
Carlos se desculpava com a bibliotecária e falava que iram fazer menos barulho, em seguida tentava acalmar um pouco os ânimos de Safira, ela estava muito serelepe, com sua prima um pouco mais calma conversou com sua prima e Cecilia a tarde toda, relembrou dos dias em que ia com Safira na fazenda do Nhô Lau e "assaltavam" o pé de goiabeira, quando matavam aula e iam nadar no Rio Grande Verde o qual banhava a cidade em que crescera, das brincadeiras que faziam e entre outras histórias, ao escutar o comentário de Safira a respeito da apresentação do dia anterior, Carlos respondia que infelizmente ele não pode vir mas que escutou que alguns alunos e professores haviam sido afetados de alguma maneira.
— Não precisa se preocupar Safira, eu tive alguns problemas quando cheguei aqui que me impossibilitaram de vir a universidade, por conta disso eu acabei perdendo uma vaga no alojamento do campus, mas felizmente eu fui realocado para um local próximo, por sorte a reitora Katia mora ali perto então eu estou vindo com ela...Ah.... Cecilia, uma sugestão que eu dou é esconder objetos com formatos roliços, eles tendem a sumir quando Safira está por perto.
Carlos sentia algo a mais pressionando o seu peito enquanto abraçava sua prima, um sorriso nostálgico surgia em seu rosto a medida que lembrava os bons momentos que passara com sua prima, uma lagrima de alegria escorria pelo seu rosto.
O brasileiro ficava muito surpreso ao ver que sua prima havia se tornado uma grande amiga de Cecilia, por um lado isso era muito bom pois ele poderia conversar mais com ela, mas por outro lado ficava preocupado, ele estava receoso do que sua prima poderia estar falando a seu respeito para Cecilia, fato que acabou se confirmando pouco tempo depois, um pouco envergonhado agora pois havia sido desmoralizado frente a Cecilia.
— Você fica tão bonitinha quando faz essa carinha de brava haha — Diza em um tom de brincadeira — E sim foi uma surpresa muita boa, fez muito bem em esconder esta noticia de mim — Limpava a lagriva que escorria em seu rosto com as costas da mão direita, logo em seguida mudava para uma expressão mais séria — Agora como que você pode falar uma coisa dessas de mim ? Ainda mais na frente de Cecilia Hoshino, acho que você se esqueceu, mas você é muito mais pervertida do que eu, já esqueceu daquele dia que eu te peguei brincando com socador de alho ? E tem mais, mas eu só não conto agora para poder me defender mais tarde, quanto a amizade de vocês duas eu fico muito feliz, tenho certeza que Cecilia irá gostar muito de você. — Ainda um pouco envergonhado ele fazia uma pausa para respirar. — E em minha defesa eu não me derretia tanto assim.. eu só admirava como continuo admirando o trabalho dela.
Carlos se desculpava com a bibliotecária e falava que iram fazer menos barulho, em seguida tentava acalmar um pouco os ânimos de Safira, ela estava muito serelepe, com sua prima um pouco mais calma conversou com sua prima e Cecilia a tarde toda, relembrou dos dias em que ia com Safira na fazenda do Nhô Lau e "assaltavam" o pé de goiabeira, quando matavam aula e iam nadar no Rio Grande Verde o qual banhava a cidade em que crescera, das brincadeiras que faziam e entre outras histórias, ao escutar o comentário de Safira a respeito da apresentação do dia anterior, Carlos respondia que infelizmente ele não pode vir mas que escutou que alguns alunos e professores haviam sido afetados de alguma maneira.
— Não precisa se preocupar Safira, eu tive alguns problemas quando cheguei aqui que me impossibilitaram de vir a universidade, por conta disso eu acabei perdendo uma vaga no alojamento do campus, mas felizmente eu fui realocado para um local próximo, por sorte a reitora Katia mora ali perto então eu estou vindo com ela...Ah.... Cecilia, uma sugestão que eu dou é esconder objetos com formatos roliços, eles tendem a sumir quando Safira está por perto.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Cecilia
— Hehe...
Cecilia sorria, feliz com o reencontro dos dois primos. Era contagiante o jeito com que os dois se abraçavam e dialogavam. Ria discretamente quando era puxada por Safira e usada como um troféu, relevando os comentários picantes que os dois faziam um ao outro e deixando-se levar pela conversa.
— Ahahaha, todos temos nossas "transgressões", somos humanos, no fim das contas. — Sorria para os dois, coçando uma das bochechas com a mão que não estava agarrada por Safira. — Não se preocupe, Carlos. Tenho certeza de que seremos grandes amigas, mas... — deixava um sorriso malicioso perfazer o seu rosto, preparando-se para pregar uma peça na brasileira que estava bastante exaltada — ...um socador de alho, Safira? — Inclinava o seu rosto na direção da amiga, esticando sua mão na direção da bochecha dela e deslizando-a lenta e carinhosamente para baixo até segurar seu queixo em uma atuação bastante...perigosa. Trazia o rosto dela para si, aproximando o seu rosto do dela e sussurrando. — Posso mostrar-lhe algo bem mais seguro e...divertido. O que acha...? — Dava uma pausa, abrindo os olhos como se fitasse a alma da brasileira e então, um riso. — Pff...Brincadeira, haha, mas eu entendo. Eu também estou com...ah...você sabe...
A alemã então se afastava, sorrindo com a sua "atuação" e voltando-se a sentar à mesa, o rosto levemente ruborizado, lembrando-se que não estava em uma posição de julgar à amiga visto que estava levemente lascívia ultimamente. Ficava feliz quando escutava que o rapaz admirava seu trabalho e um pouco desconcertada ao ter a atenção chamada pela bibliotecária, o que em certo ponto foi bom, visto que a brasileira aproveitou para pegar os livros e alguns exemplares únicos em braille. Seria eles exemplares obtidos pela diretora?
"Obrigada, senhora."
Agradecia a diretora em sua mente, abrindo um dos livros em braille e checando-o com as pontas dos dedos. Deixava os primos à vontade, esperando um momento para pedir para os dois mostrarem um lugar bom para fazer sua assinatura no álbum musical de Carlos e quando estes diziam, usava de sua ótima maestria em caligrafia para escrever seu nome tanto em Kanji e Katakana como no alfabeto romano. Devolvia o álbum, focando-se então nos livros com os dedos e entrando na conversa aqui e ali quando pudesse adicionar algo relevante à conversa, quando então lembrava-se do tempo e de que tinha um encontro com Kátia. Sentia uma aura contornando Carlos e parava para prestar atenção nela, imaginando o que seria aquilo. Não era no mesmo nível que a de Sara, mas bastante parecida.
— Hmm...a reitora o traz aqui, então? O que me lembrou, tenho algo a discutir com ela logo logo... — pensava em comentar a respeito e mencionar a aura estranha do rapaz, mas decidiu ficar calada. — Tempo passou bem rápido, não? Ah, não se preocupe, tomarei cuidado, haha!
Cecilia então puxava seu celular, acionando um comando vocal para verificar a hora. Assentia com a cabeça e então coletava sua bengala, levantando-se cuidadosamente.
— Pois bem, terei de encontrar-me com a diretora em pouco tempo. Voltar ao dormitório para arrumar-me, então. Prazer conhecê-lo, Carlos.
Inclinava o tronco levemente em cumprimento, preparando-se para voltar ao seu dormitório. Iria voltar sozinha para o quarto caso Safira quisesse passar mais tempo com o primo. Chegando lá, tomaria banho, arrumaria-se e aguardaria pela chegada da diretora para finalmente tentar desvendar qual seria o segredo desse "Santuário" e do espírito que a "acompanha".
"Será uma noite interessante."
Incentivada pelo reencontro de Safira com o primo, Cecilia aproveitava que tinha de aguardar à chegada de Katia e ligava para sua mãe, deixando-a à par de seu primeiro dia de aula, de como sua percepção espacial havia mudado e desculpando-se pela exaltação na ligação anterior. Não havia necessidade de antagonizar sua progenitora.
— Hehe...
Cecilia sorria, feliz com o reencontro dos dois primos. Era contagiante o jeito com que os dois se abraçavam e dialogavam. Ria discretamente quando era puxada por Safira e usada como um troféu, relevando os comentários picantes que os dois faziam um ao outro e deixando-se levar pela conversa.
— Ahahaha, todos temos nossas "transgressões", somos humanos, no fim das contas. — Sorria para os dois, coçando uma das bochechas com a mão que não estava agarrada por Safira. — Não se preocupe, Carlos. Tenho certeza de que seremos grandes amigas, mas... — deixava um sorriso malicioso perfazer o seu rosto, preparando-se para pregar uma peça na brasileira que estava bastante exaltada — ...um socador de alho, Safira? — Inclinava o seu rosto na direção da amiga, esticando sua mão na direção da bochecha dela e deslizando-a lenta e carinhosamente para baixo até segurar seu queixo em uma atuação bastante...perigosa. Trazia o rosto dela para si, aproximando o seu rosto do dela e sussurrando. — Posso mostrar-lhe algo bem mais seguro e...divertido. O que acha...? — Dava uma pausa, abrindo os olhos como se fitasse a alma da brasileira e então, um riso. — Pff...Brincadeira, haha, mas eu entendo. Eu também estou com...ah...você sabe...
A alemã então se afastava, sorrindo com a sua "atuação" e voltando-se a sentar à mesa, o rosto levemente ruborizado, lembrando-se que não estava em uma posição de julgar à amiga visto que estava levemente lascívia ultimamente. Ficava feliz quando escutava que o rapaz admirava seu trabalho e um pouco desconcertada ao ter a atenção chamada pela bibliotecária, o que em certo ponto foi bom, visto que a brasileira aproveitou para pegar os livros e alguns exemplares únicos em braille. Seria eles exemplares obtidos pela diretora?
"Obrigada, senhora."
Agradecia a diretora em sua mente, abrindo um dos livros em braille e checando-o com as pontas dos dedos. Deixava os primos à vontade, esperando um momento para pedir para os dois mostrarem um lugar bom para fazer sua assinatura no álbum musical de Carlos e quando estes diziam, usava de sua ótima maestria em caligrafia para escrever seu nome tanto em Kanji e Katakana como no alfabeto romano. Devolvia o álbum, focando-se então nos livros com os dedos e entrando na conversa aqui e ali quando pudesse adicionar algo relevante à conversa, quando então lembrava-se do tempo e de que tinha um encontro com Kátia. Sentia uma aura contornando Carlos e parava para prestar atenção nela, imaginando o que seria aquilo. Não era no mesmo nível que a de Sara, mas bastante parecida.
— Hmm...a reitora o traz aqui, então? O que me lembrou, tenho algo a discutir com ela logo logo... — pensava em comentar a respeito e mencionar a aura estranha do rapaz, mas decidiu ficar calada. — Tempo passou bem rápido, não? Ah, não se preocupe, tomarei cuidado, haha!
Cecilia então puxava seu celular, acionando um comando vocal para verificar a hora. Assentia com a cabeça e então coletava sua bengala, levantando-se cuidadosamente.
— Pois bem, terei de encontrar-me com a diretora em pouco tempo. Voltar ao dormitório para arrumar-me, então. Prazer conhecê-lo, Carlos.
Inclinava o tronco levemente em cumprimento, preparando-se para voltar ao seu dormitório. Iria voltar sozinha para o quarto caso Safira quisesse passar mais tempo com o primo. Chegando lá, tomaria banho, arrumaria-se e aguardaria pela chegada da diretora para finalmente tentar desvendar qual seria o segredo desse "Santuário" e do espírito que a "acompanha".
"Será uma noite interessante."
Incentivada pelo reencontro de Safira com o primo, Cecilia aproveitava que tinha de aguardar à chegada de Katia e ligava para sua mãe, deixando-a à par de seu primeiro dia de aula, de como sua percepção espacial havia mudado e desculpando-se pela exaltação na ligação anterior. Não havia necessidade de antagonizar sua progenitora.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Amaretsu
A reunião com o diretor foi breve; o diretor ouviu o relatório de Amaretsu e recolheu o artefato para si. Era bem verdade que havia uma aura mística naquele pedaço de aço superior, mas ele parecia ter apagado totalmente quaisquer energias manifestadas horas antes, na Turquia. Agora, era simplesmente um artefato muito antigo, muito limpo e bem-conservado, mas apenas isto. O diretor disse que avaliaria a procedência das energias magnéticas naquele item utilizando da tecnologia disponível na academia, e dispensou Amaretsu.
— Ainda que agora não responda a nós, tanto você quanto Terra afirmam ter visto o mesmo fenômeno. Analisarei também os vídeos captados pelo helicóptero, e em breve darei alguma notícia do resultado. A aparência, porém, não nega. Pode até ser uma réplica, mas é mesmo um pedaço de Nike, a deusa da Vitória, braço direito de Atena. Nos reunimos mais tarde; por hora, está dispensada, Amaretsu.
Do lado de fora, Kaguya bateu continência a Amaretsu, em respeito militar. As duas foram para o quarto, onde Amaretsu pôde tirar sua máscara e relaxar. Um abraço mais amoroso na mãe e então um momento para consertar a armadura, que já a ajudava tendo começado a se consertar no momento em que fora retirada. Kaguya observou a máscara sobre a cama, curiosa.
— Seu pai não manda notícias há algum tempo, mas aparentemente está indo tudo bem. As imagens de satélite acusam que o inimigo está sendo controlado na África. O noticiário já começa a falar em possível recuperação nas áreas controladas pelos terroristas.
Ela então sorriu, muito feminina, e cruzou uma perna sobre a outra, apoiando-se com as duas mãos atrás, na cama, e inclinando o corpo em posição de descanso.
— Qual a sensação de sua primeira missão estrangeira? Eu não esperava que você enfrentasse um alvo.
Tenzi
Agni cochilou por mais algum tempo; estava bem cedo quando Tenzi levantou. Enquanto refletia sobre o sonho e concluía que precisava ir até o Santuário, Tenzi pensou sobre a distância que teria de percorrer. Era muito longe, e o mapa não cobria toda a Europa, de maneira que ele não poderia calcular sequer um caminho.
Depois, Agni acordou. Cobriu um dos dedos com um pano e limpou o rosto — era pouco prático utilizando o aço dos dedos, que poderia estar quente ou muito frio. Os cabelos estavam despenteados e ela mantinha-se com os ombros cobertos pelo cobertor que usara para dormir. Seu "bom-dia" foi simplesmente um sorriso para Tenzi, sem falar nada. Ela pegou o próprio cantil, gargarejou um pouco de água e levantou-se para cuspir mais afastada, observando a cordilheira. Arrumou os cabelos com as mãos, mesmo — o que pareceu suficiente — e voltou para tomar café, comendo uma fraça de sua própria ração.
— Então, Tenzi — disse ela já mais acordada e pronta para conversar. —, qual o próximo passo, agora? Ouvi você murmurando algo sobre o Santuário… Atenas fica na Grécia, certo? Vai demorar até chegarmos lá, eu acho, se for isso mesmo, haha. Mas… até que eu sei chegar até lá. Talvez dê para chegar em um mês, se formos a pé.
Uma pulsação diferente veio da armadura; poderia ser impressão de Tenzi, ou reflexo do Sol relativamente forte do momento, mas o círculo em baixo relevo feito pelo desenho do compasso, na lateral da caixa da armadura, parecia brilhar e ir enchendo gradativamente.
Carlos e Cecilia
Quanto à provocação de Carlos, Safira nada disse. Apenas fechou a cara, os olhos meio baixos — não adiantava dizer que era mentira, mas a garota sabia que Carlos apenas guardara para si parte da história. No fim todas as pessoas eram assim, ela pensava. Também sentiu-se ofendida, porque, por mais que tivesse brincado com o primo a ponto de ofendê-lo, não usara de nenhum acontecimento específico, ainda mais verdadeiro. Optando por não se rebaixar a isso, mas sem conseguir não transparecer a ofensa, a brasileira apenas ficou calada com um sorriso forçado.
Quando Cecilia brincou com a amiga, Safira se viu completamente corada, até um pouco assustada; por um momento, chegou a acreditar. Respirou fundo quando Cecilia assumiu a brincadeira, mas ficou com a ideia na cabeça por algum tempo. Cecilia já entendia mais da situação de Safira do que Carlos, por ter contado a ela sobre sua vida de ensino médio. Talvez ela entendesse que o socador de alho era uma curiosidade quase desesperada para sentir-se normal, e que no fim não servira de nada. E o que será que Cecilia mencionara? "Será que ela usa a bengala?". Resolveu espantar os pensamentos por enquanto.
Mais tarde, Cecilia e Safira foram ao quarto arrumar-se para visitar o Santuário. Carlos ficou na biblioteca, e esperaria a diretora lá, conforme fora avisado durante a tarde pela bibliotecária que recebera uma ligação de Kátia. Mais tarde, a diretora chegou, ao fim do expediente, e tratou de encaminhar o jovem. Disse apenas que precisava passar num lugar antes.
No caminho para o quarto, Safira questionou Cecilia:
— Mm, Cecilia, cuidado. Você quase falou mais do que deveria para o Carlos, aquela hora… quando falou que você também estava meio assim. É melhor que ele não saiba dessas coisas. Bom, pelo menos por agora, já que vocês mal se conhecem. Ele pode entender de maneira errada.
Ao dobrarem no corredor do dormitório feminino, Cecilia sentiu-se levemente atordoada daquela sensação comentada: os pelos se eriçaram e a mente parecia dividida entre controlar e ser controlada pelos instintos. No entanto, mesmo usando seu radar, não pôde enxergar nada. Seus ouvidos, porém, acusaram a presença de alguém correndo e deixando o dormitório pelo outro lado do corredor. O cheiro era familiar; a sensação passou em alguns segundos, porém.
Safira e Cecilia tomaram banho e se prepararam para a noite. Safira parecia um pouco quieta, embora sorrisse, com a ideia de Cecilia visitar o Santuário. Não tardou e alguém bateu à porta. Safira atendeu e teve uma surpresa.
— Boa-noite — era Kátia, a diretora. — Está pronta para ir dar um passeio, Cecilia?
A diretora procurou com o olhar a alemã no quarto, encontrando-a sentada sobre a cama. A surpresa de Safira justificava-se pela presença de Carlos, que acompanhava Kátia e também participaria da excursão.
— Suponho que já tenha encontrado seu primo, Safira? Ele vai conosco visitar o Santuário, pois está dormindo em um dormitório próximo de lá. — sensitiva, a diretora observou a expressão de Safira por algum tempo, como se lesse sua alma. Por fim, sorriu maternalmente. — Você também está convidada para ir, se desejar.
Safira, claro, aceitou. Logo estavam atravessando o campus até o estacionamento, adentrando o carro de Kátia. Carlos sentou-se à frente e Cecilia e Safira foram atrás. Kátia, que dirigia com calma pela rua ao lado do campus, puxou assunto.
— O que estão achando da universidade? Lamento as aulas esburacadas de hoje. Estamos tendo alguns problemas com este caso de saúde generalizado que está acontecendo.
A reunião com o diretor foi breve; o diretor ouviu o relatório de Amaretsu e recolheu o artefato para si. Era bem verdade que havia uma aura mística naquele pedaço de aço superior, mas ele parecia ter apagado totalmente quaisquer energias manifestadas horas antes, na Turquia. Agora, era simplesmente um artefato muito antigo, muito limpo e bem-conservado, mas apenas isto. O diretor disse que avaliaria a procedência das energias magnéticas naquele item utilizando da tecnologia disponível na academia, e dispensou Amaretsu.
— Ainda que agora não responda a nós, tanto você quanto Terra afirmam ter visto o mesmo fenômeno. Analisarei também os vídeos captados pelo helicóptero, e em breve darei alguma notícia do resultado. A aparência, porém, não nega. Pode até ser uma réplica, mas é mesmo um pedaço de Nike, a deusa da Vitória, braço direito de Atena. Nos reunimos mais tarde; por hora, está dispensada, Amaretsu.
Do lado de fora, Kaguya bateu continência a Amaretsu, em respeito militar. As duas foram para o quarto, onde Amaretsu pôde tirar sua máscara e relaxar. Um abraço mais amoroso na mãe e então um momento para consertar a armadura, que já a ajudava tendo começado a se consertar no momento em que fora retirada. Kaguya observou a máscara sobre a cama, curiosa.
— Seu pai não manda notícias há algum tempo, mas aparentemente está indo tudo bem. As imagens de satélite acusam que o inimigo está sendo controlado na África. O noticiário já começa a falar em possível recuperação nas áreas controladas pelos terroristas.
Ela então sorriu, muito feminina, e cruzou uma perna sobre a outra, apoiando-se com as duas mãos atrás, na cama, e inclinando o corpo em posição de descanso.
— Qual a sensação de sua primeira missão estrangeira? Eu não esperava que você enfrentasse um alvo.
Tenzi
Agni cochilou por mais algum tempo; estava bem cedo quando Tenzi levantou. Enquanto refletia sobre o sonho e concluía que precisava ir até o Santuário, Tenzi pensou sobre a distância que teria de percorrer. Era muito longe, e o mapa não cobria toda a Europa, de maneira que ele não poderia calcular sequer um caminho.
Depois, Agni acordou. Cobriu um dos dedos com um pano e limpou o rosto — era pouco prático utilizando o aço dos dedos, que poderia estar quente ou muito frio. Os cabelos estavam despenteados e ela mantinha-se com os ombros cobertos pelo cobertor que usara para dormir. Seu "bom-dia" foi simplesmente um sorriso para Tenzi, sem falar nada. Ela pegou o próprio cantil, gargarejou um pouco de água e levantou-se para cuspir mais afastada, observando a cordilheira. Arrumou os cabelos com as mãos, mesmo — o que pareceu suficiente — e voltou para tomar café, comendo uma fraça de sua própria ração.
— Então, Tenzi — disse ela já mais acordada e pronta para conversar. —, qual o próximo passo, agora? Ouvi você murmurando algo sobre o Santuário… Atenas fica na Grécia, certo? Vai demorar até chegarmos lá, eu acho, se for isso mesmo, haha. Mas… até que eu sei chegar até lá. Talvez dê para chegar em um mês, se formos a pé.
Uma pulsação diferente veio da armadura; poderia ser impressão de Tenzi, ou reflexo do Sol relativamente forte do momento, mas o círculo em baixo relevo feito pelo desenho do compasso, na lateral da caixa da armadura, parecia brilhar e ir enchendo gradativamente.
Carlos e Cecilia
Quanto à provocação de Carlos, Safira nada disse. Apenas fechou a cara, os olhos meio baixos — não adiantava dizer que era mentira, mas a garota sabia que Carlos apenas guardara para si parte da história. No fim todas as pessoas eram assim, ela pensava. Também sentiu-se ofendida, porque, por mais que tivesse brincado com o primo a ponto de ofendê-lo, não usara de nenhum acontecimento específico, ainda mais verdadeiro. Optando por não se rebaixar a isso, mas sem conseguir não transparecer a ofensa, a brasileira apenas ficou calada com um sorriso forçado.
Quando Cecilia brincou com a amiga, Safira se viu completamente corada, até um pouco assustada; por um momento, chegou a acreditar. Respirou fundo quando Cecilia assumiu a brincadeira, mas ficou com a ideia na cabeça por algum tempo. Cecilia já entendia mais da situação de Safira do que Carlos, por ter contado a ela sobre sua vida de ensino médio. Talvez ela entendesse que o socador de alho era uma curiosidade quase desesperada para sentir-se normal, e que no fim não servira de nada. E o que será que Cecilia mencionara? "Será que ela usa a bengala?". Resolveu espantar os pensamentos por enquanto.
Mais tarde, Cecilia e Safira foram ao quarto arrumar-se para visitar o Santuário. Carlos ficou na biblioteca, e esperaria a diretora lá, conforme fora avisado durante a tarde pela bibliotecária que recebera uma ligação de Kátia. Mais tarde, a diretora chegou, ao fim do expediente, e tratou de encaminhar o jovem. Disse apenas que precisava passar num lugar antes.
No caminho para o quarto, Safira questionou Cecilia:
— Mm, Cecilia, cuidado. Você quase falou mais do que deveria para o Carlos, aquela hora… quando falou que você também estava meio assim. É melhor que ele não saiba dessas coisas. Bom, pelo menos por agora, já que vocês mal se conhecem. Ele pode entender de maneira errada.
Ao dobrarem no corredor do dormitório feminino, Cecilia sentiu-se levemente atordoada daquela sensação comentada: os pelos se eriçaram e a mente parecia dividida entre controlar e ser controlada pelos instintos. No entanto, mesmo usando seu radar, não pôde enxergar nada. Seus ouvidos, porém, acusaram a presença de alguém correndo e deixando o dormitório pelo outro lado do corredor. O cheiro era familiar; a sensação passou em alguns segundos, porém.
Safira e Cecilia tomaram banho e se prepararam para a noite. Safira parecia um pouco quieta, embora sorrisse, com a ideia de Cecilia visitar o Santuário. Não tardou e alguém bateu à porta. Safira atendeu e teve uma surpresa.
— Boa-noite — era Kátia, a diretora. — Está pronta para ir dar um passeio, Cecilia?
A diretora procurou com o olhar a alemã no quarto, encontrando-a sentada sobre a cama. A surpresa de Safira justificava-se pela presença de Carlos, que acompanhava Kátia e também participaria da excursão.
— Suponho que já tenha encontrado seu primo, Safira? Ele vai conosco visitar o Santuário, pois está dormindo em um dormitório próximo de lá. — sensitiva, a diretora observou a expressão de Safira por algum tempo, como se lesse sua alma. Por fim, sorriu maternalmente. — Você também está convidada para ir, se desejar.
Safira, claro, aceitou. Logo estavam atravessando o campus até o estacionamento, adentrando o carro de Kátia. Carlos sentou-se à frente e Cecilia e Safira foram atrás. Kátia, que dirigia com calma pela rua ao lado do campus, puxou assunto.
— O que estão achando da universidade? Lamento as aulas esburacadas de hoje. Estamos tendo alguns problemas com este caso de saúde generalizado que está acontecendo.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Carlos
Carlos percebia que sua prima ficará ofendia com sua brincadeira, de fato ele tinha pegado pesado, mas ao mesmo tempo ele também se sentia ofendido, afinal sua prima estava acabando com sua imagem na frente de Cecilia, meio cabisbaixo e agora sem graça, levou a mão ao ombro de Safira.
— Acho que passei dos limites.....Me desculpe — Logo em seguida abraçava Safira novamente ( Ou tentava) — Estamos em um momento para comemorar, afinal estávamos há muito tempo sem nos ver, e no fim acabamos ofendendo um ao outro, bem a nossa cara isso né ? Hehehe... Bom vamos tentar recomeçar... Quem diria você se tornar a melhor amiga de Cecilia — Dizia agora com um sorriso no rosto — Isso é algo que eu jamais iria imaginar, não leve para o lado pessoal, pelo contrário, você é uma ótima pessoa e uma grande amiga, tenho certeza que você e Cecilia iram passar bons momentos juntos, mas eu digo isso pelas nossas limitações, somos apenas dois jovens do interior e Cecilia uma cantora conhecida mundialmente. Podemos marcar um almoço ou um jantar só entre nós dois ? Temos muita coisa para conversar ainda, o que me diz ?
O brasileiro despedia de ambas as garotas, e agradecia mais uma vez pelo autografo que receberá, com muito cuidado ele guardava cuidadosamente o álbum que agora tinha um novo valor para ele em sua mochila e logo em seguida voltava a estudar, mas sua concentração era quebrada por pensamentos causados pela brincadeira de Cecilia.
"Minha prima e Cecilia...(Pensamentos Impróprios)...." — Ficou um bom tempo imaginando, quando era interrompido pela bibliotecária, avisando que Katia passaria por lá mais tarde para busca-lo.
Voltou para seus estudos, e quando chegou a hora combinada acompanhou Katia pelo campus, para sua surpresa, eles foram até o quarto de Safira e Cecilia que para sua felicidade ambas iriam visitar o santuário, ao vê-las Carlos cumprimentava ambas.
— Aproveite Safira, você irá adorar o santuário, é um lugar muito bonito, quem sabe de tempo para mostrar onde eu estou dormindo.
"Eu não estou sentindo nada, talvez seja por que eu ser um cavaleiro iniciante, mas será que elas possuem o cosmo adormecido ? Katia irá querer ver se elas podem se tornar futuras amazonas ?" — Dizia e pensava consigo mesmo, enquanto atravessava o campus, ao chegar no carro da reitora sentava no banco da frente.
— Eu estou gostando muito, o campus é muito bom e possui ótimos laboratórios, uma coisa que eu tenho que fazer é ir atrás de algum clube esportivo, mas antes disso eu teria que verificar se com a minha grade horaria atual eu iria poder me dedicar à algum esporte. Eu estou mais feliz ainda em me reencontrar com Safira, nunca iria imaginar que minha querida prima iria vir estudar aqui, espero poder passar bons momentos com ela em essa nova faze de minha vida.
Carlos percebia que sua prima ficará ofendia com sua brincadeira, de fato ele tinha pegado pesado, mas ao mesmo tempo ele também se sentia ofendido, afinal sua prima estava acabando com sua imagem na frente de Cecilia, meio cabisbaixo e agora sem graça, levou a mão ao ombro de Safira.
— Acho que passei dos limites.....Me desculpe — Logo em seguida abraçava Safira novamente ( Ou tentava) — Estamos em um momento para comemorar, afinal estávamos há muito tempo sem nos ver, e no fim acabamos ofendendo um ao outro, bem a nossa cara isso né ? Hehehe... Bom vamos tentar recomeçar... Quem diria você se tornar a melhor amiga de Cecilia — Dizia agora com um sorriso no rosto — Isso é algo que eu jamais iria imaginar, não leve para o lado pessoal, pelo contrário, você é uma ótima pessoa e uma grande amiga, tenho certeza que você e Cecilia iram passar bons momentos juntos, mas eu digo isso pelas nossas limitações, somos apenas dois jovens do interior e Cecilia uma cantora conhecida mundialmente. Podemos marcar um almoço ou um jantar só entre nós dois ? Temos muita coisa para conversar ainda, o que me diz ?
O brasileiro despedia de ambas as garotas, e agradecia mais uma vez pelo autografo que receberá, com muito cuidado ele guardava cuidadosamente o álbum que agora tinha um novo valor para ele em sua mochila e logo em seguida voltava a estudar, mas sua concentração era quebrada por pensamentos causados pela brincadeira de Cecilia.
"Minha prima e Cecilia...(Pensamentos Impróprios)...." — Ficou um bom tempo imaginando, quando era interrompido pela bibliotecária, avisando que Katia passaria por lá mais tarde para busca-lo.
Voltou para seus estudos, e quando chegou a hora combinada acompanhou Katia pelo campus, para sua surpresa, eles foram até o quarto de Safira e Cecilia que para sua felicidade ambas iriam visitar o santuário, ao vê-las Carlos cumprimentava ambas.
— Aproveite Safira, você irá adorar o santuário, é um lugar muito bonito, quem sabe de tempo para mostrar onde eu estou dormindo.
"Eu não estou sentindo nada, talvez seja por que eu ser um cavaleiro iniciante, mas será que elas possuem o cosmo adormecido ? Katia irá querer ver se elas podem se tornar futuras amazonas ?" — Dizia e pensava consigo mesmo, enquanto atravessava o campus, ao chegar no carro da reitora sentava no banco da frente.
— Eu estou gostando muito, o campus é muito bom e possui ótimos laboratórios, uma coisa que eu tenho que fazer é ir atrás de algum clube esportivo, mas antes disso eu teria que verificar se com a minha grade horaria atual eu iria poder me dedicar à algum esporte. Eu estou mais feliz ainda em me reencontrar com Safira, nunca iria imaginar que minha querida prima iria vir estudar aqui, espero poder passar bons momentos com ela em essa nova faze de minha vida.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Tenzi
Tenzi, enquanto examinava o mapa, olhava as vezes para Agni, a fim de ter certeza que ela estava bem, embora já soubesse que ela estava acostumadas com viagens a lugares remotos, ainda se preocupava com a companheira de viagem, levando-se em conta os últimos fatos, e também clima daquelas montanhas. O jovem suspirava quando se dava conta de sua ingenuidade em acreditar que o mapa mostraria tanta coisa.
Quando Agni acordava, Tenzi retribuía o "bom-dia" dela com um sorriso também. Estava contente que a companheira acordara bem, e também estava feliz por ela ainda estar ali, pois tinha alguém para não apenas dividir aquela experiência, como também poderia perguntar coisas para ela sobre o mundo, saber coisas que lhe ajudariam a se virar em situações que não são comuns em Jamiel, mas são no restante do mundo. Ainda que não demonstrara, Tenzi achara curioso que ela se afastara para cuspir após gargarejar, talvez ela quisesse manter uma certa aparência, algo um pouco desnecessário, pois o jovem não pensaria menos dela apenas por causa daquilo, visto que Agni se mostrara uma pessoa incrível.
"Será que vou conseguir conhecer mais do mundo nessa jornada? Ou será que ficarei a maior parte do tempo no Santuário?"
Tenzi escutava então Agni falando com ele sobre o destino deles, sobre o tempo que levaria para chegar até o Santuário na Grécia, lugar que conhecia apenas o nome, O jovem fazia uma expressão pensativa enquanto respondia.
— De fato, o próximo passo realmente é o Santuário, onde eu poderei continuar a treinar e aprender sobre ser um cavaleiro. — parava um pouco, se perguntando se ser um cavaleiro seria realmente o que ele esperava, se seria ajudar as pessoas, proteger a paz. —, eu conheço o lugar apenas de nome, não sei como chegar lá. Se puder me guiar, eu agradeceria muito, senhorita Agni.— dizia isso com uma certa animação, ainda que aquela jornada fosse um treinamento, algo sério, iria aproveitar ao máximo. — Eu acho que posso diminuir o tempo de viagem com alguns daqueles "saltos" meus, mas queria tanto perguntar tantas coisas para você, aprender mais sobre como é o mundo moderno, em Jamiel não há muitas informações....
Sentia então a pulsação vinda da caixa; assim como aquele estranho fenômeno que ocorria no círculo. Se perguntava o que poderia ser aquilo, se seria a armadura tentando se comunicar, ou se seria apenas um efeito da luz do Sol ali. Tenzi tocava no círculo da caixa, enquanto esperava a resposta de Agni.
Tenzi, enquanto examinava o mapa, olhava as vezes para Agni, a fim de ter certeza que ela estava bem, embora já soubesse que ela estava acostumadas com viagens a lugares remotos, ainda se preocupava com a companheira de viagem, levando-se em conta os últimos fatos, e também clima daquelas montanhas. O jovem suspirava quando se dava conta de sua ingenuidade em acreditar que o mapa mostraria tanta coisa.
Quando Agni acordava, Tenzi retribuía o "bom-dia" dela com um sorriso também. Estava contente que a companheira acordara bem, e também estava feliz por ela ainda estar ali, pois tinha alguém para não apenas dividir aquela experiência, como também poderia perguntar coisas para ela sobre o mundo, saber coisas que lhe ajudariam a se virar em situações que não são comuns em Jamiel, mas são no restante do mundo. Ainda que não demonstrara, Tenzi achara curioso que ela se afastara para cuspir após gargarejar, talvez ela quisesse manter uma certa aparência, algo um pouco desnecessário, pois o jovem não pensaria menos dela apenas por causa daquilo, visto que Agni se mostrara uma pessoa incrível.
"Será que vou conseguir conhecer mais do mundo nessa jornada? Ou será que ficarei a maior parte do tempo no Santuário?"
Tenzi escutava então Agni falando com ele sobre o destino deles, sobre o tempo que levaria para chegar até o Santuário na Grécia, lugar que conhecia apenas o nome, O jovem fazia uma expressão pensativa enquanto respondia.
— De fato, o próximo passo realmente é o Santuário, onde eu poderei continuar a treinar e aprender sobre ser um cavaleiro. — parava um pouco, se perguntando se ser um cavaleiro seria realmente o que ele esperava, se seria ajudar as pessoas, proteger a paz. —, eu conheço o lugar apenas de nome, não sei como chegar lá. Se puder me guiar, eu agradeceria muito, senhorita Agni.— dizia isso com uma certa animação, ainda que aquela jornada fosse um treinamento, algo sério, iria aproveitar ao máximo. — Eu acho que posso diminuir o tempo de viagem com alguns daqueles "saltos" meus, mas queria tanto perguntar tantas coisas para você, aprender mais sobre como é o mundo moderno, em Jamiel não há muitas informações....
Sentia então a pulsação vinda da caixa; assim como aquele estranho fenômeno que ocorria no círculo. Se perguntava o que poderia ser aquilo, se seria a armadura tentando se comunicar, ou se seria apenas um efeito da luz do Sol ali. Tenzi tocava no círculo da caixa, enquanto esperava a resposta de Agni.
- Pontus Maximus
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- Registrado em: 09 Dez 2013, 21:15
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Amaretsu:
Com formalidades eu a cumprimentei com gesto de continência, mas quando estávamos só nos duas aproveitei para relaxar e colocar a conversa em dia:
-Mãe, nem sei como te dizer, por onde eu começo?.............. Foi tudo tão épico e surreal ao mesmo tempo, nunca pensei que uma batalha com elementos cósmicos pudesse ser tão assim.
Dãããããã..... Como é que eu falo uma besteira dessas, claro que um combate envolvendo a energia criada para criar o universo tinha que ser assim mesmo.
-Me surpreendi com algumas coisas, principalmente com meu oponente quando ele finalmente se revelou, ele não parecia ser alguém do mau, apenas esta com o mau, ele tentou fazer algo grande demais sozinho, tenho pena dele agora, mas enquanto lutávamos me senti vitoriosa do inicio ao fim.
-Nike me mostrou visões que estou tentando interpretar até agora, ela me mostrou épocas antigas, uma delas eu até gostaria de ter nascido como nos anos de 1980/1990 e 2000 em diante, outras não, mas enfim, acho que aquele artefato que eles chamam de "artefato deus" queira me dizer algo, e minha única conclusão é que a medida que o mundo avança as pessoas ficam mais agressivas e você precisa responder com mais agressividade ainda, sei que não é assim que devemos pensar mas acho que essas batalhas não parecem ter um fim, pelo menos não por enquanto.
-Me sinto realizada mas não nego que tive medo de cair em combate depois daquele "pau" que a senhora me deu antes de ir em missão e achei que não fosse dar conta do recado mas consegui e venci e vou querer revanche viu (rsrs). Mas enfim encarar uma missão em outro pais não tem tanto a se dizer, se fosse viagem de turismo sim, mas viagem de guerra posso dizer que não tive problema algum para me adaptar, esquisito isso a senhora não acha?
Fazendo uma pausa e depois eu novamente toco no assunto.
-Papai mandou alguma mensagem de video, holograma ou até mesmo de texto para senhora? Se eu pudesse escolher iria pra junto dele o quanto antes, o anjo Atena já tem guardiões demais para lutar por ela, então acredito que o que quer que aquela peça antiga tenha me dito em visões pode esperar.
Com formalidades eu a cumprimentei com gesto de continência, mas quando estávamos só nos duas aproveitei para relaxar e colocar a conversa em dia:
-Mãe, nem sei como te dizer, por onde eu começo?.............. Foi tudo tão épico e surreal ao mesmo tempo, nunca pensei que uma batalha com elementos cósmicos pudesse ser tão assim.
Dãããããã..... Como é que eu falo uma besteira dessas, claro que um combate envolvendo a energia criada para criar o universo tinha que ser assim mesmo.
-Me surpreendi com algumas coisas, principalmente com meu oponente quando ele finalmente se revelou, ele não parecia ser alguém do mau, apenas esta com o mau, ele tentou fazer algo grande demais sozinho, tenho pena dele agora, mas enquanto lutávamos me senti vitoriosa do inicio ao fim.
-Nike me mostrou visões que estou tentando interpretar até agora, ela me mostrou épocas antigas, uma delas eu até gostaria de ter nascido como nos anos de 1980/1990 e 2000 em diante, outras não, mas enfim, acho que aquele artefato que eles chamam de "artefato deus" queira me dizer algo, e minha única conclusão é que a medida que o mundo avança as pessoas ficam mais agressivas e você precisa responder com mais agressividade ainda, sei que não é assim que devemos pensar mas acho que essas batalhas não parecem ter um fim, pelo menos não por enquanto.
-Me sinto realizada mas não nego que tive medo de cair em combate depois daquele "pau" que a senhora me deu antes de ir em missão e achei que não fosse dar conta do recado mas consegui e venci e vou querer revanche viu (rsrs). Mas enfim encarar uma missão em outro pais não tem tanto a se dizer, se fosse viagem de turismo sim, mas viagem de guerra posso dizer que não tive problema algum para me adaptar, esquisito isso a senhora não acha?
Fazendo uma pausa e depois eu novamente toco no assunto.
-Papai mandou alguma mensagem de video, holograma ou até mesmo de texto para senhora? Se eu pudesse escolher iria pra junto dele o quanto antes, o anjo Atena já tem guardiões demais para lutar por ela, então acredito que o que quer que aquela peça antiga tenha me dito em visões pode esperar.
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Cecilia
"Hmm, entendo..."
Cecilia sorria ao ouvir o comentário final de Carlos, quando este mencionava a diferença deles com ela. Naquele momento, era só uma universitária como eles. Por que se subestimava sem necessidade? Pensava na atitude final de Derik no dia anterior, pensando se ele não se afastou dela devido à essa "barreira invisível" que ela aparentemente possuía. Triste se essa suspeita fosse verdade.
Provavelmente culpa dela.
Após sair e ser abordada por Safira, Cecilia coçava a cabeça, levemente envergonhada.
— Tomarei mais cuidado. — a alemã forçava um sorriso, coçando uma das têmporas e depois inclinando o rosto levemente na direção da brasileira. — Desculpe-me, é que eu tentei aj- H-huh? Espera.
A loira parava subitamente no meio do caminho, envolvendo o corpo com os braços e encolhendo-se um pouco. As sensações de outrora a assolavam novamente e ela checava com o seu radar para ver se encontrava algo, mas nada via. Contudo, os ouvidos detectavam um som do outro lado e logo ela girava o corpo na direção deste, mas não conseguia discernir quem seria.
— Esse cheiro... — Cecilia passava alguns segundos ponderando quem seria a fonte do olor familiar, mas logo desistia e virava-se. — Desculpe-me, vamos?
Já no quarto, Cecilia tomava seu banho e preparava-se para o seu passeio com a diretora. Sentia o coração apertado em não poder chamar Safira para a excursão, mas era ordem da diretora.
— Bem...err... — a alemã percebia, pela quietude e os batimentos cardíacos, que a brasileira estava querendo sair com ela. Cecilia coçava a cabeça, pensando no que dizer para quebrar o clima, até que alguém batia na porta. Deixava um pequeno sorriso escapar, esperando sentada na sua cama enquanto Safira ia abrir a porta. Inclinava a cabeça levemente para o lado quando notava a diretora, recolhendo sua bolsa e bengala. — Boa-noite. Estou pronta, sim.
Levantava-se lentamente de sua cama, aproximando-se vagarosamente de Safira que parecia surpresa com a presença de seu primo. Não se surpreendia muito, visto que ele tinha avisado que vinha com a diretora para a faculdade mais cedo. Quando a diretora convidava Safira, Cecilia levava uma mão ao ombro dela, sorrindo.
— Que ótimo, Safira. Vamos?
Sorria, aliviada pelo fato da diretora chamar a brasileira para o passeio e quando esta se arrumava, acompanhava a todos até o estacionamento. Entrava nos bancos traseiros juntamente com Safira e tratava logo de colocar o cinto de segurança, procurando seu cartão de estacionamento e entregando à diretora. Já a ajudaria a pegar uma vaga de estacionamento melhor onde fosse o estacionamento da acrópole.
— Eu estou gostando. O layout é bem simples, as salas são boas e os funcionários são prestativos. Uma pena esse problema que está ocorrendo ao corpo docente, mas nada que possa ser feito em casos como esse. O que está acontecendo, afinal? — encostava a cabeça em um dos vidros, pensativa. — Estou conseguindo me adaptar, embora lugares mais cheios como o restaurante sejam um desafio. Tantos odores e sons diferentes que me sinto perdida, haha.
Cecilia então ficava calada por um tempo, dando oportunidade para os outros conversarem, também, enquanto aproveita a viagem e analisava o cenário. O cheiro do combustível, o som das engrenagens do carro, as imagens monocromáticas do "esqueleto" e componentes do veículo em sua mente: eram incríveis.
— Acrópole de Atenas...fico impressionada com a resistência dela. Tantos séculos e ainda mantêm-se hirta, enfrentando o intemperismo. Incrível, não? Pergunto-me se o encontrarei lá...
Cecilia estava bastante temerosa. Por que o espírito a levaria para um lugar em ruínas? Por que Kátia teria de levá-la a um lugar em ruínas para contar o que acontecia com ela? Que auras era aquelas que começava a ver em todos?
— Sara está bem, diretora? Não consegui falar com ela mais cedo na enfermaria...
"Hmm, entendo..."
Cecilia sorria ao ouvir o comentário final de Carlos, quando este mencionava a diferença deles com ela. Naquele momento, era só uma universitária como eles. Por que se subestimava sem necessidade? Pensava na atitude final de Derik no dia anterior, pensando se ele não se afastou dela devido à essa "barreira invisível" que ela aparentemente possuía. Triste se essa suspeita fosse verdade.
Provavelmente culpa dela.
Após sair e ser abordada por Safira, Cecilia coçava a cabeça, levemente envergonhada.
— Tomarei mais cuidado. — a alemã forçava um sorriso, coçando uma das têmporas e depois inclinando o rosto levemente na direção da brasileira. — Desculpe-me, é que eu tentei aj- H-huh? Espera.
A loira parava subitamente no meio do caminho, envolvendo o corpo com os braços e encolhendo-se um pouco. As sensações de outrora a assolavam novamente e ela checava com o seu radar para ver se encontrava algo, mas nada via. Contudo, os ouvidos detectavam um som do outro lado e logo ela girava o corpo na direção deste, mas não conseguia discernir quem seria.
— Esse cheiro... — Cecilia passava alguns segundos ponderando quem seria a fonte do olor familiar, mas logo desistia e virava-se. — Desculpe-me, vamos?
Já no quarto, Cecilia tomava seu banho e preparava-se para o seu passeio com a diretora. Sentia o coração apertado em não poder chamar Safira para a excursão, mas era ordem da diretora.
— Bem...err... — a alemã percebia, pela quietude e os batimentos cardíacos, que a brasileira estava querendo sair com ela. Cecilia coçava a cabeça, pensando no que dizer para quebrar o clima, até que alguém batia na porta. Deixava um pequeno sorriso escapar, esperando sentada na sua cama enquanto Safira ia abrir a porta. Inclinava a cabeça levemente para o lado quando notava a diretora, recolhendo sua bolsa e bengala. — Boa-noite. Estou pronta, sim.
Levantava-se lentamente de sua cama, aproximando-se vagarosamente de Safira que parecia surpresa com a presença de seu primo. Não se surpreendia muito, visto que ele tinha avisado que vinha com a diretora para a faculdade mais cedo. Quando a diretora convidava Safira, Cecilia levava uma mão ao ombro dela, sorrindo.
— Que ótimo, Safira. Vamos?
Sorria, aliviada pelo fato da diretora chamar a brasileira para o passeio e quando esta se arrumava, acompanhava a todos até o estacionamento. Entrava nos bancos traseiros juntamente com Safira e tratava logo de colocar o cinto de segurança, procurando seu cartão de estacionamento e entregando à diretora. Já a ajudaria a pegar uma vaga de estacionamento melhor onde fosse o estacionamento da acrópole.
— Eu estou gostando. O layout é bem simples, as salas são boas e os funcionários são prestativos. Uma pena esse problema que está ocorrendo ao corpo docente, mas nada que possa ser feito em casos como esse. O que está acontecendo, afinal? — encostava a cabeça em um dos vidros, pensativa. — Estou conseguindo me adaptar, embora lugares mais cheios como o restaurante sejam um desafio. Tantos odores e sons diferentes que me sinto perdida, haha.
Cecilia então ficava calada por um tempo, dando oportunidade para os outros conversarem, também, enquanto aproveita a viagem e analisava o cenário. O cheiro do combustível, o som das engrenagens do carro, as imagens monocromáticas do "esqueleto" e componentes do veículo em sua mente: eram incríveis.
— Acrópole de Atenas...fico impressionada com a resistência dela. Tantos séculos e ainda mantêm-se hirta, enfrentando o intemperismo. Incrível, não? Pergunto-me se o encontrarei lá...
Cecilia estava bastante temerosa. Por que o espírito a levaria para um lugar em ruínas? Por que Kátia teria de levá-la a um lugar em ruínas para contar o que acontecia com ela? Que auras era aquelas que começava a ver em todos?
— Sara está bem, diretora? Não consegui falar com ela mais cedo na enfermaria...
Re: Ato 0 ~ Prefácio
Tenzi
— Eu já fui até a Grécia algumas vezes. Atenas é uma bela cidade. Você olha para aquelas ruínas e tem certeza de que há uma história magnífica por trás delas. Embora parcialmente destruídas, é incrível que tenham sobrevivido ao tempo, a tantas mudanças culturais, a tantas crises econômicas e tudo mais. Para chegar até lá precisamos caminhar a oeste; tenho um mapa um pouco maior aqui que podemos utilizar para nos guiar por boa parte do caminho, e ... ... ...
A voz de Agni foi ficando distante, quando Tenzi tocou na caixa. Embora seu corpo ainda estivesse ali, junto de Agni, sua visão, ao tocar o compasso, foi transportada para longe, muito longe. Viu-se saindo do planeta, observando toda a sua majestosa curvatura e as manchas brancas, as marrons em diversos tons e as azuis. Continuou sendo levado e viu a lua, muito menor que a Terra, mas ainda redonda. Teve a sensação de subir, então, e logo pôde observar a extensão de quase todo o sistema solar. Um Sol enorme comparado aos outros astros, e extremamente circular. Os planetas circulando-o — estaria a visão de Tenzi acelerada? —, a Terra sendo o terceiro mais próximo. Cinturões de poeira estelar em forma circular, ou elipsoide, e uma infinidade de outros astros. Assim, a visão de Tenzi deixou aquela região até o sistema solar parecer minúsculo em meio à escuridão.
Em meio à treva, acompanhado apenas pelo brilho espetacular distante de estrelas e nebulosas que deixavam manchas, a visão de Tenzi presenciou algo muito interessante. Não conseguia exatamente entender como aquilo acontecia, mas percebeu o fenômeno. O "tapete" espacial daquele lugar parecia dobrar. O ponto em que estava ainda era reto e contínuo, mas todo o caminho à frente começava a se distorcer como se fosse um grande U — e a dificuldade em visualizar o efeito era que, se fosse um tapete, trataria-se de apenas duas dimensões observadas, mas ali o espaço se distorica em todas as três dimensões. A distorção continuou e uma mancha distante se aproximou até Tenzi se ver imerso naquela nebulosa. As "pontas do tapete" então uniram-se, formando uma esfera espacial gigantesca que parecia um espelho distorcido: do lado de fora, era o espaço onde o jovem estava, e do lado de dentro, uma imagem que não combinava com a visão exterior, uma outra região até então distante anos-luz dali, mas aproximada num passe de mágica.
O espaço distorcera-se em uma esfera para aproximar o lugar de partida e o lugar de chegada. E uma esfera era nada mais que uma circunferência em três dimensões, desenhada por um compasso em vários planos diferentes. A união do começo e do fim.
Quando deu por si, Tenzi estava sendo sacodido por Agni. A caixa da armadura havia parado de brilhar, e voltado a ser apenas um item prateado muito bonito.
— Tenzi? Tenzi, está bem? Tenzi!? — ela suspirou, ao perceber que o brilho dos olhos do rapaz havia voltado. — Será que não se recuperou ainda da luta de ontem?
Amaretsu
— Você parece bem empolgada. Satisfaz-me o fato de estar bem depois de tamanha batalha.
Ela ficou pensativa após a descrição do que Nike mostrara a Amaretsu. Com a sabedoria que o tempo e a posição de mãe lhes dera, ela ponderou, diferentemente:
— Não sei se este é o caminho correto. Sempre penso que deveríamos primeiro tentar resolver os problemas com diálogo e amor antes da batalha. Se olhar por este lado, ainda somos grandes pecadores; nossos punhos falam mais que nosso coração. Independente de estarmos certos ou errados, estamos sempre errados, porque os fins não justificam os meios. São os meios que justificam os fins… — ela deu de ombros, então, séria. — Mas se é assim que tem que ser por enquanto, se não há outro jeito, teremos de continuar errando. Não nos façamos de ignorantes, porém, pois a culpa é tão nossa quanto dos outros.
Ela caminhou até o armário e retirou uma toalha limpa para entregar à filha, que merecia um banho.
— Seu pai mandou uma mensagem um pouco antes de você partir, está tudo bem com ele. A expectativa é que ele volte em alguns dias. A missão a que foi designado está quase concluída.
Então Amaretsu pôde usar de algumas horas para limpar-se, comer alguma coisa e relaxar. Chovia furiosamente lá fora, uma tempestade de raios. Algo a dizia que era a mesma tempestade criada na cidade onde encontrara Nike. Ao som da chuva, Amaretsu pôde, então, dormir, sonhando que defendia Atena e outros anjos, seguindo uma ordem de Deus. Entretanto, quando seu punho trespassava o inimigo, vencendo-o e supostamente conquistando a paz, Amaretsu percebia a mão e o braço totalmente sujos de sangue. Um gosto amargo tomava conta de sua boca e parecia impregnar seu coração, e ao procurar ajuda naqueles que defendera, só via sorrisos vazios. Estavam satisfeitos? Viu-se, então, em um grande tribunal. O juiz, soberano, era gigantesco, e seu rosto não podia ser visto. Ele apontava o dedo para Amaretsu e então martelava seguidas vezes a mesa, dando um veredito que não podia ser ouvido.
Amaretsu acordou com batidas na porta; era o mesmo som que ouvira no sonho. Ainda era madrugada. Uma mensagem foi colocada por debaixo da porta, e dizia: "Esteja na sala do diretor em quinze minutos."
Carlos e Cecilia
Kátia começou a dirigir vagarosamente pela estrada lateral à faculdade, rumo a norte. A estrada seguida sempre reta, aparentemente, mas terminava bruscamente após um ou dois quilômetros. No meio desta distância, Kátia diminuiu a velocidade e fez menção de dobrar à esquerda em uma estrada de terra. "Observando" o lugar, Cecilia teve a atenção parcialmente distraída pela diretora que começou a puxar conversa com os três.
— Que bom que estão gostando. Sobre essa virose geral, até então o único ponto em comum é que todos os adoentados pegaram alguns minutos de chuvisco da tempestade da noite da apresentação. Talvez estivessem com a imunidade baixa, já que nem todos adoeceram. A professora de engenharia do Carlos, por exemplo, pegou chuva e não adoeceu.
Kátia seguiu por uma estrada de terra meio escura; parecia adentrar uma pequena montanha, porque do lado da estrada plana erguiam-se duas paredes de pedra. O caminho era quase sempre reto, mas de tempos em tempos algumas curvas sinuosas e perigosas apareciam, e a diretora precisava diminuir bastante a velocidade. Os sentidos de Cecilia acharam aquilo meio estranho: ela não conseguia identificar muito bem os limites da estrada, e mais de uma vez teve a sensação de que o carro estava atravessando uma região que deveria ser rocha maciça. Já nem se assustava muito quando tal sensação de repetia — e repetiu-se várias vezes.
— Sabe dizer se o Derik adoeceu, diretora? Não o vimos o dia inteiro, e pensando agora ele pegou um pouco de chuva — disse Safira, curiosa.
— Até onde eu sei ele está bem, mas não tenho realmente o poder de saber como está cada um dos alunos. Amanhã verificarei e informo a você. Quanto à Sara, Cecilia — ela olhou no retrovisor, observando a alemã com um olhar atento e diferente, ou seria impressão da loira? — ela se recupera bem. Acordou hoje à tarde e estava bem exausta, mas alguns exames indicaram que seu corpo está saudável.
Alguns momentos de silêncio e a estrada, em uma última seção reta, tornou-se uma ladeira suave. Estavam em um nível mais alto do que a paisagem lá embaixo, um vilarejo construído ao lado de dois montes e uma floresta. Algumas casas ligadas por uma escadaria podiam ser vistas em um dos montes, culminando com a estátua de Atena no topo. O outro monte, não muito distante, era um grande talude íngrime. A floresta ficava por trás do primeiro monte, e alguns monumentos famosos poderiam ser identificados mais a leste, mais baixos em termos de altitude que o resto da paisagem, ligando-se ao resto de Atenas. Talvez Kátia tivesse optado por ir por aquele caminho diferente por ser mais rápido do que dar a volta inteira. Dobrou, então, à direita, antes de chegar ao vilarejo, para ir até as ruínas turísticas conhecidas.
— Aliás, Carlos, eu preciso falar com você depois. Talvez as duas também possam me ajudar. Estou preocupada com um problema que surgiu no dia da apresentação… uma conhecida minha sumiu e eu não consegui encontrá-la, ainda.
Mais alguns minutos e Kátia estacionou o carro ao lado de algumas ruínas. Havia colunas caídas e quebradas, e um templo a Atena parcialmente destruído adiante. Era possível ver o teatro dali, e, ao se olhar para a região mais alta por onde vieram, algo estranho pôde ser percebido: dependendo da forma como se olhava, hora se via ruínas ou nada, hora se via o monte com as doze casas interligadas por escadas e a estátua de Atena — apenas Safira sofria com este efeito; Carlos se confundia um pouco, ainda, mas via mais a vista verdadeira das doze casas do que as ruínas. O coliseu ficava mais ou menos no caminho entre os dois locais (a ruína onde estavam e o monte de visão duvidosa). Kátia saiu do carro e sorriu, espreguiçando-se.
— Bem-vindas ao Santuário. Esta área possui algumas ruínas e monumentos já conhecidos, e aquela área pela qual viemos é a acrópole — a diretora olhou para Cecilia, o mesmo olhar do carro, no retrovisor. Cecilia era cega, e não tinha como entender as indicações de Kátia, nem como ter as impressões confusas que os outros dois tinham. Seus sentidos, porém, não falhavam. O radar não podia ver tão à distância, mas Cecilia não fora enganada por truque algum: viu as doze casas, o vilarejo, os montes mais ao longe. Havia uma aura sutil ao redor de todas as ruínas, e também ao redor de Kátia, Carlos, e até mesmo Safira. Havia uma aura até mesmo ao redor de si! — Espero que gostem do passeio turístico.
— Eu já fui até a Grécia algumas vezes. Atenas é uma bela cidade. Você olha para aquelas ruínas e tem certeza de que há uma história magnífica por trás delas. Embora parcialmente destruídas, é incrível que tenham sobrevivido ao tempo, a tantas mudanças culturais, a tantas crises econômicas e tudo mais. Para chegar até lá precisamos caminhar a oeste; tenho um mapa um pouco maior aqui que podemos utilizar para nos guiar por boa parte do caminho, e ... ... ...
A voz de Agni foi ficando distante, quando Tenzi tocou na caixa. Embora seu corpo ainda estivesse ali, junto de Agni, sua visão, ao tocar o compasso, foi transportada para longe, muito longe. Viu-se saindo do planeta, observando toda a sua majestosa curvatura e as manchas brancas, as marrons em diversos tons e as azuis. Continuou sendo levado e viu a lua, muito menor que a Terra, mas ainda redonda. Teve a sensação de subir, então, e logo pôde observar a extensão de quase todo o sistema solar. Um Sol enorme comparado aos outros astros, e extremamente circular. Os planetas circulando-o — estaria a visão de Tenzi acelerada? —, a Terra sendo o terceiro mais próximo. Cinturões de poeira estelar em forma circular, ou elipsoide, e uma infinidade de outros astros. Assim, a visão de Tenzi deixou aquela região até o sistema solar parecer minúsculo em meio à escuridão.
Em meio à treva, acompanhado apenas pelo brilho espetacular distante de estrelas e nebulosas que deixavam manchas, a visão de Tenzi presenciou algo muito interessante. Não conseguia exatamente entender como aquilo acontecia, mas percebeu o fenômeno. O "tapete" espacial daquele lugar parecia dobrar. O ponto em que estava ainda era reto e contínuo, mas todo o caminho à frente começava a se distorcer como se fosse um grande U — e a dificuldade em visualizar o efeito era que, se fosse um tapete, trataria-se de apenas duas dimensões observadas, mas ali o espaço se distorica em todas as três dimensões. A distorção continuou e uma mancha distante se aproximou até Tenzi se ver imerso naquela nebulosa. As "pontas do tapete" então uniram-se, formando uma esfera espacial gigantesca que parecia um espelho distorcido: do lado de fora, era o espaço onde o jovem estava, e do lado de dentro, uma imagem que não combinava com a visão exterior, uma outra região até então distante anos-luz dali, mas aproximada num passe de mágica.
O espaço distorcera-se em uma esfera para aproximar o lugar de partida e o lugar de chegada. E uma esfera era nada mais que uma circunferência em três dimensões, desenhada por um compasso em vários planos diferentes. A união do começo e do fim.
Quando deu por si, Tenzi estava sendo sacodido por Agni. A caixa da armadura havia parado de brilhar, e voltado a ser apenas um item prateado muito bonito.
— Tenzi? Tenzi, está bem? Tenzi!? — ela suspirou, ao perceber que o brilho dos olhos do rapaz havia voltado. — Será que não se recuperou ainda da luta de ontem?
Amaretsu
— Você parece bem empolgada. Satisfaz-me o fato de estar bem depois de tamanha batalha.
Ela ficou pensativa após a descrição do que Nike mostrara a Amaretsu. Com a sabedoria que o tempo e a posição de mãe lhes dera, ela ponderou, diferentemente:
— Não sei se este é o caminho correto. Sempre penso que deveríamos primeiro tentar resolver os problemas com diálogo e amor antes da batalha. Se olhar por este lado, ainda somos grandes pecadores; nossos punhos falam mais que nosso coração. Independente de estarmos certos ou errados, estamos sempre errados, porque os fins não justificam os meios. São os meios que justificam os fins… — ela deu de ombros, então, séria. — Mas se é assim que tem que ser por enquanto, se não há outro jeito, teremos de continuar errando. Não nos façamos de ignorantes, porém, pois a culpa é tão nossa quanto dos outros.
Ela caminhou até o armário e retirou uma toalha limpa para entregar à filha, que merecia um banho.
— Seu pai mandou uma mensagem um pouco antes de você partir, está tudo bem com ele. A expectativa é que ele volte em alguns dias. A missão a que foi designado está quase concluída.
Então Amaretsu pôde usar de algumas horas para limpar-se, comer alguma coisa e relaxar. Chovia furiosamente lá fora, uma tempestade de raios. Algo a dizia que era a mesma tempestade criada na cidade onde encontrara Nike. Ao som da chuva, Amaretsu pôde, então, dormir, sonhando que defendia Atena e outros anjos, seguindo uma ordem de Deus. Entretanto, quando seu punho trespassava o inimigo, vencendo-o e supostamente conquistando a paz, Amaretsu percebia a mão e o braço totalmente sujos de sangue. Um gosto amargo tomava conta de sua boca e parecia impregnar seu coração, e ao procurar ajuda naqueles que defendera, só via sorrisos vazios. Estavam satisfeitos? Viu-se, então, em um grande tribunal. O juiz, soberano, era gigantesco, e seu rosto não podia ser visto. Ele apontava o dedo para Amaretsu e então martelava seguidas vezes a mesa, dando um veredito que não podia ser ouvido.
Amaretsu acordou com batidas na porta; era o mesmo som que ouvira no sonho. Ainda era madrugada. Uma mensagem foi colocada por debaixo da porta, e dizia: "Esteja na sala do diretor em quinze minutos."
Carlos e Cecilia
Kátia começou a dirigir vagarosamente pela estrada lateral à faculdade, rumo a norte. A estrada seguida sempre reta, aparentemente, mas terminava bruscamente após um ou dois quilômetros. No meio desta distância, Kátia diminuiu a velocidade e fez menção de dobrar à esquerda em uma estrada de terra. "Observando" o lugar, Cecilia teve a atenção parcialmente distraída pela diretora que começou a puxar conversa com os três.
— Que bom que estão gostando. Sobre essa virose geral, até então o único ponto em comum é que todos os adoentados pegaram alguns minutos de chuvisco da tempestade da noite da apresentação. Talvez estivessem com a imunidade baixa, já que nem todos adoeceram. A professora de engenharia do Carlos, por exemplo, pegou chuva e não adoeceu.
Kátia seguiu por uma estrada de terra meio escura; parecia adentrar uma pequena montanha, porque do lado da estrada plana erguiam-se duas paredes de pedra. O caminho era quase sempre reto, mas de tempos em tempos algumas curvas sinuosas e perigosas apareciam, e a diretora precisava diminuir bastante a velocidade. Os sentidos de Cecilia acharam aquilo meio estranho: ela não conseguia identificar muito bem os limites da estrada, e mais de uma vez teve a sensação de que o carro estava atravessando uma região que deveria ser rocha maciça. Já nem se assustava muito quando tal sensação de repetia — e repetiu-se várias vezes.
— Sabe dizer se o Derik adoeceu, diretora? Não o vimos o dia inteiro, e pensando agora ele pegou um pouco de chuva — disse Safira, curiosa.
— Até onde eu sei ele está bem, mas não tenho realmente o poder de saber como está cada um dos alunos. Amanhã verificarei e informo a você. Quanto à Sara, Cecilia — ela olhou no retrovisor, observando a alemã com um olhar atento e diferente, ou seria impressão da loira? — ela se recupera bem. Acordou hoje à tarde e estava bem exausta, mas alguns exames indicaram que seu corpo está saudável.
Alguns momentos de silêncio e a estrada, em uma última seção reta, tornou-se uma ladeira suave. Estavam em um nível mais alto do que a paisagem lá embaixo, um vilarejo construído ao lado de dois montes e uma floresta. Algumas casas ligadas por uma escadaria podiam ser vistas em um dos montes, culminando com a estátua de Atena no topo. O outro monte, não muito distante, era um grande talude íngrime. A floresta ficava por trás do primeiro monte, e alguns monumentos famosos poderiam ser identificados mais a leste, mais baixos em termos de altitude que o resto da paisagem, ligando-se ao resto de Atenas. Talvez Kátia tivesse optado por ir por aquele caminho diferente por ser mais rápido do que dar a volta inteira. Dobrou, então, à direita, antes de chegar ao vilarejo, para ir até as ruínas turísticas conhecidas.
— Aliás, Carlos, eu preciso falar com você depois. Talvez as duas também possam me ajudar. Estou preocupada com um problema que surgiu no dia da apresentação… uma conhecida minha sumiu e eu não consegui encontrá-la, ainda.
Mais alguns minutos e Kátia estacionou o carro ao lado de algumas ruínas. Havia colunas caídas e quebradas, e um templo a Atena parcialmente destruído adiante. Era possível ver o teatro dali, e, ao se olhar para a região mais alta por onde vieram, algo estranho pôde ser percebido: dependendo da forma como se olhava, hora se via ruínas ou nada, hora se via o monte com as doze casas interligadas por escadas e a estátua de Atena — apenas Safira sofria com este efeito; Carlos se confundia um pouco, ainda, mas via mais a vista verdadeira das doze casas do que as ruínas. O coliseu ficava mais ou menos no caminho entre os dois locais (a ruína onde estavam e o monte de visão duvidosa). Kátia saiu do carro e sorriu, espreguiçando-se.
— Bem-vindas ao Santuário. Esta área possui algumas ruínas e monumentos já conhecidos, e aquela área pela qual viemos é a acrópole — a diretora olhou para Cecilia, o mesmo olhar do carro, no retrovisor. Cecilia era cega, e não tinha como entender as indicações de Kátia, nem como ter as impressões confusas que os outros dois tinham. Seus sentidos, porém, não falhavam. O radar não podia ver tão à distância, mas Cecilia não fora enganada por truque algum: viu as doze casas, o vilarejo, os montes mais ao longe. Havia uma aura sutil ao redor de todas as ruínas, e também ao redor de Kátia, Carlos, e até mesmo Safira. Havia uma aura até mesmo ao redor de si! — Espero que gostem do passeio turístico.