Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 14 Jul 2018, 20:23

Tenzi

Tenzi se decepciona pelo fato da resposta ter sido apenas quase certa, fora afobado em dá uma resposta e não explicar, nem para Cecila e nem para a "voz" por que queimara o cosmo, uma lição que o Santo de Compasso guardaria para o futuro, sentia que não seria a última vez que passaria por um teste como aquele, só poderia esperar se sair melhor na próxima vez.

"Talvez é um pouco tarde para explicar, mas..."

— Peço desculpas por ter pedido você fazer algo e não explicar por que. Minha ideia era usar nossos cosmos para ofuscar as estrelas e assim criar um caminho no qual as estrelas não brilhassem, mas parece que fui afobado e esqueci de pensar como isso afetaria nossas constelações...

O Santo de Compasso soltava um suspiro, não de desanimo, mas de decepção consigo mesmo, pois era o Santo "veterano" ali e não fizera um bom trabalho ensinando Cecilia o que deveria.

— Não sei ao o que responder agora às "vozes". Estar ligado a uma estrela não é necessariamente ruim, é ter mais um tipo de vinculo. E mesmo que não seja com uma pessoa, ainda é um vinculo que pode trazer motivação e força. Quanto a ser escravo, não tenho certeza...sei pouco sobre esse termo, mas é uma pessoa que é tratada como uma posse e é forçado a fazer tarefas mesmo contra a vontade, não é?

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Nulo
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Nulo » 15 Jul 2018, 19:16

Cecilia

— Não se preocupe, Tenzi, está tudo bem.

Cecilia levantava uma mão em aceno para o cavaleiro de Compasso como se demonstrasse que tudo estava indo bem. Não estava culpando o rapaz, de qualquer forma. A "batalha" contra aquela entidade, talvez a casa ou a armadura, teria de ser travada de outra forma.

— Escravidão? Existem várias definições, todas certas e erradas ao mesmo tempo — Cecilia dava alguns passos para frente. — De ausência de auto-determinação até àquele que naturalmente está disposto a ser mandado.

Com os olhos abertos, a alemã fitava o que estava diante de si, uma expressão blasé em seu rosto.

— Mas e se olharmos para a liberdade? Ser livre é bom? Sim, mas com a liberdade segue-se a responsabilidade e conseqüências que recairão sobre nós, mesmos. Nem todos estão dispostos a arcar com as consequências. Então "liberdade" não é o objetivo final.

A loira inclinava a cabeça para um lado, pensativa.

— Temos então de fazer um compromisso — Ela levantava a mão esquerda, abrindo-a como se segurasse algum pote com a mão espalmada. — Precisamos de duas coisas: segurança e... — Levantava a mão direita do mesmo jeito que a esquerda. — ...liberdade. Não posso me considerar uma santa por completo ainda, mas olhem para cima.

A garota levantava o rosto, checando a sua constelação e sorrindo como se encontrasse a sua mãe ali.

— A constelação é minha fonte de segurança e governança, mas se eu apenas segui-la e esquecer da minha auto-determinação, livre arbítrio ou apenas ser mandada — Ela cerrava o punho direito. — Eu sou apenas uma escrava. Em uma situação oposta, onde eu viva apenas com liberdade e negligencie minha segurança, eu irei viver em caos, com uma liberdade "artificial" — Fazia o oposto dessa vez. — Então temos de encontrar o equilíbrio entre as duas. Ninguém sabe a proporção perfeita ainda, pois não é uma receita de bolo, mas estamos aqui para isso. Para voar. Para servir. Para encontrar o balanço perfeito e ter uma vida satisfatória.

Ela terminava, juntando as mãos como se estivesse fazendo uma prece.

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Inoue91
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Inoue91 » 15 Jul 2018, 20:59

Carlos

"Ninguém é verdadeiramente livre. Uns são escravos da riqueza, outros da lei e há os que restringem seu modo de agir de acordo com terceiras vontades...."

Esta foi a última coisa que Carlos pensou antes de se despertar para a realidade, antes mesmo de ouvir a resposta da pergunta que havia feito, uma onda de poeira espalhava ao seu redor, como reflexo, Carlos cobria seus olhos com o braço, por alguns segundos ficou sem enxerga nada, o que fez com que utilizasse seus outros sentidos para tentar perceber o que ocorria em sua volta.

Carlos não havia sentindo nenhuma outra presença com seus outros sentidos, deste modo quando a poeira baixava ele descobria os seus olhos, mas para sua surpresa ele estava na saída da casa de Gêmeos, uma leve brisa batia em seu rosto o que fazia com que Carlos ficasse um pouco confuso, seria este um truque da casa de gêmeos ou era algo do destino devido a sua condição ? Ele olhava ao seu redor em busca de Amaretsu, mas não a encontrava, tudo o que lhe vinha em sua cabeça eram as palavras da casa de Gêmeos.

" A caverna de Platão..." Pensava Carlos, e rapidamente ele lembrava do triste fim que o homem liberto tivera em seu fim, talvez tudo aquilo seria uma alusão que o cavaleiro estava fazendo, mas para Carlos o que lhe restava agora, era apenas prosseguir para fora da caverna e viver o seu mito da caverna.

Desconfiado de que aquela era a verdadeira saída, Carlos caminhava em direção a pessoa que se protegia com uma sombrinha, a princípio ele não faria a leitura de seu cosmo, apenas a observaria conforme se aproximasse.

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Keitarô
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 15 Jul 2018, 23:30

Tenzi e Cecilia

O discurso de Cecilia, assim como era observado por Tenzi, parecia ser observado pela própria casa. Quando a alemã juntou as mãos, sua constelação iluminou-se ainda mais, pulsante, vibrante. As estrelas ao redor começaram a sumir, mas, então, acenderam um pouco. De repente, assim como os dois santos pensaram, não havia problema em estar meio às estrelas.

"É problemático acreditar em problemas. O escravo só o é porque tem algo que pode ser roubado de si…"

"Sim, mas eles fogem da Verdade, assim como todos. A Verdade é ou não é; não há meias verdades. Fora dela, há apenas conceitos. E quando os conceitos são roubados… surge a escravidão do medo."

Cecilia

Então, tudo apagou para Cecilia. As estrelas, a casa, o cheiro, o som, o tato, o paladar. Cecilia sentia mais nada, absolutamente nada. Conseguia pensar, mas não "ouvia" os próprios pensamentos, apenas os sentia. Sentia o cosmo em seu corpo, mas não o corpo em si. Fez sentido, então, que a maneira a se sentir o cosmo fosse através de um outro "sentido", ou algo mesmo diferente de um sentido cientificamente falando.

Então, teve um vislumbre — não era uma visão externa, nem um pensamento, mas uma visão interna, como se assistisse à visão dentro da própria energia. Inicialmente, pareceu ser uma recriação de uma memória antiga, conhecida por ter sido repetida em inúmeros sonhos, incluindo o primeiro onde surgiu. Na visão, sentia-se acompanhada. Sabia que deveria estar no camarim, após o fim de um show, mas aquela vez era diferente. Estava na casa de Gêmeos, afinal, e a presença estava ali. Podia sentir seu sorriso, embora não sentisse mais nada.

— Ainda estou esperando, senhora. O Plano precisa finalizar… os tempos são chegados… não há fuga.

A presença começou a se aproximar, invisível, fosse lá onde estivesse.

Tenzi

Das estrelas que estavam à frente e ao redor, uma luz muito forte começou a se concentrar alguns metros de Tenzi e Cecilia. Aquela luz concentrada ia apagando cada uma das estrelas, deixando apenas Taça e Compasso onde estavam antes. A figura formada flutuava suavemente no ar, toda prateada. Tinha forma humanoide, cabelos compridos e esvoaçantes, olhos sem íris ou pupilas, prateados. Observava Tenzi com atenção, seu pupilo.

— O próximo passo de nosso treinamento. — ela sorriu serenamente. — Preciso ser sincera, Tenzi. Você está fazendo tudo errado. Vamos aproveitar que Cecilia está meditando, graças ao seu ensinamento. Estão sendo confundidos pelo cosmo de um simples lugar.

A entidade tocou o chão, adquirindo um contorno mais material, embora sua figura ainda fosse informe.

— Está tudo errado.

Amaretsu

O homem familiar, ao ser levantado por Amaretsu, sorriu satisfeito. Não mostrava resistência a princípio. O cheiro também ludibriava a amazona: era muito familiar. Podia quase afirmar que era seu pai, mas, como estavam num treinamento, precisava ser cautelosa. Não tinha como saber se era uma ilusão ou não, mas o toque era real, tudo era real.

— Quem ameaça com violência e intimidação não serve a Deus. Você é satanás, completamente cega em si mesma. Encarnação de satã. Eu também sou, claro. Também distorço tudo para o que quero. De que adianta saber quem eu sou?

O sorriso do homem sumiu por um momento, e ele ficou muito sério.

— Você continua ignorante.

Sem saber exatamente como aconteceu, Amaretsu sentiu a pressão que fazia no pescoço do inimigo diminuir, e então, sumir. O homem não estava mais à sua frente. Simplesmente sumira, deixando ar. Pela presença cósmica, porém, Amaretsu se virou ao perceber que ele estava atrás. Os ferimentos estavam se fechando gradativamente, e ele mantinha, agora, uma posição bestial de combate. Seu contorno era vibrante, como se fosse uma imagem instável, ou como se fosse muito, muito rápido.

— No sparring contra sua mãe você falhou na mesma estratégia. Vou usá-la exatamente igual, mas pior, porque serei muito duro. Você não merece gentileza.

O homem abriu o olho da mesma forma de antes, e a energia ao redor do seu corpo começou o mesmo movimento de antes. Do pó e das pedras no chão, figuras começaram a se formar num pequeno redemoinho. Seis lobos adultos, feitos do cosmo do homem e da própria pedra daquele lugar, rosnavam para Amaretsu como se ela fosse um inimigo mortal. Sem delongas, as bestas saltaram quase todas ao mesmo tempo contra a amazona, investindo com as bocarras salivando em busca de sangue.
Ao total, são seis lobos. Todos atacaram Amaretsu, que, apesar de se defender com sua FD normalmente, não pôde se proteger apropriadamente e foi a 0 PVs. Ela está consciente, mas não pode agir (mas pode usar Energia Extra, se conseguir se concentrar por um turno e gastar os PMs necessários), a não ser que recupere PVs de alguma forma.
Os lobos se afastam um pouco e começaram a circundar a presa, enquanto o homem observa de longe, concentrado. Seria mesmo seu pai? A voz, apesar da máscara, e o jeito de falar, eram realmente o que Amaretsu se lembrava.

Carlos

— Vou atacá-lo assim que chegar mais perto. Essa é a regra do mundo, e tanto você quanto eu estamos presos a ele. Aquele que voa foi preso por lutar contra essa lógica. O que impera é a luta, o sangue. Certo?

Ela se virou, e, para a surpresa de Carlos, era Saja. Ou ao menos a visão dela. Carlos já havia sido enganado por ilusões antes, inclusive no dia anterior, embora, no caso, fosse uma transfiguração da forma. Talvez fosse o mesmo, ali. Saja trajava um vestido escuro, e um chapéu francês. Os cabelos estavam soltos.

— E um cavaleiro não existe sem luta. Kátia deve tê-lo dito algo assim. Um dia ela iria falar para mim também, se eu tivesse sobrevivido sem sequelas. Se vocês tivessem sido mais rápidos.

Ela lançou o chapéu no penhasco, que voou e foi levado pelo tempo para as planícies distantes. Fechou a sombrinha e a fincou na grama daquele pequeno terreno. Tirou os sapatos altos delicados e optou por ficar descalça, se por acaso não estivesse usando uma fina meia-calça, informação que Carlos não conseguia definir dali.

— Assim, mesmo um vegetal, descarregarei minha frustração em você como leonina que sou. Somos, certo? Você também vai descarregar isso em mim, e estará tudo certo. Luta e sangue.

Um cosmo elétrico surgiu, pequenos raios rápidos percorrendo o corpo da mulher. Ela esticou a mão direita chamando Carlos de forma provocativa.

— Espero que ao menos nisso você tire uma boa nota.
A primeira ação, seja qual for, é de Carlos.

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 16 Jul 2018, 10:55

Tenzi

Após dar sua resposta, da qual não tinha muita certeza, já que escravo não era um termo muito usado em Jamiel, Tenzi escutava em silêncio o que Cecilia tinha a dizer, ficando impressionado com a sabedoria da alemã e se tranquilizando com seu o gesto de mão, mostrando não o culpava pela falha na resposta anterior.

"Ela realmente é uma pessoa incrível"

Agora só restava esperar aguardar para saber se as respostas dadas satisfariam as "vozes". Infelizmente não descobria, pelo menos não através das "vozes". Uma luz ia apagando as estrelas, exceto Taça e Compasso, e a figura de sua mestra surgia, proferindo palavras que o acertavam com mais força do que qualquer golpe que levera nas lutas que tivera desde que saíra de Jamiel.

— Tudo errado? Desde quando estou errando? Desde que entrei nesta casa? — um desanimo tomava o jovem — Pensei que estivesse fazendo algo certo quando sugerir que o grupo explorasse as duas casas e também como responder a questão de não ser um escravo.... ou será que estou errado desde antes e entrar na Casa?

Ainda que sua mestra sorrira de forma serena, serenidade era a última coisa que o jovem lemuriano sentia naquele momento. Talvez a única coisa boa era que Cecilia aparentemente estava bem, estava apenas meditando.

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Keitarô
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 16 Jul 2018, 11:16

Tenzi

A mestra começava a sorrir, o sorriso quase humano. Lábios finos, a boca numa curva sensual.

— Sim, tudo errado. Mesmo sua percepção, errada. Cecilia não está serena. Está presa dentro de si mesma, e você não pode fazer nada, pois ela pode não voltar se for interferida. Assim como você. Não percebe o perigo?

A mestra se aproximou como se flutuasse, sem mexer os pés. Alguém que não entendesse o que se passava ali a tomaria por assombração. O calor de seu cosmo, no entanto, era o familiar a Tenzi, o mesmo sentido em suas meditações, vidências, sonhos ou incorporações em Rena, no país natal. Repentinamente o jovem sentiu saudade de casa, onde tudo parecia mais fácil. A mestra sempre fora muito neutra, de poucos elogios, mas também de poucos apontamentos ríspidos.

— Não se engane, Tenzi de Compasso. Você está se enganando, todos vocês estão. A Terra sofre por enganos. Isso é parte do jogo. Eu me enganei muito em… outras épocas — não era isso que ela pretendia falar, mas, talvez por ser complicado demais de explicar, assim saiu. — Como você pode saber se sou mesmo sua mestra? Não quero fazê-lo paranoico. Não se torne Amaretsu. Você precisa ser o porto seguro espiritual. O que quero dizer é…

Os cabelos da mestra começaram a esvoaçar para cima. Era um tanto assustador, pois embora sua energia crescesse conforme o movimento de sua aura, não parecia haver violência.

— Se eu não for sua mestra, o que você faria? Se eu tiver o enganado…? Se eu o golpear…?

Algumas estrelas reacenderam, constelações que Tenzi não conhecia ou não sabia. Começavam a se juntar num redemoinho de energia, mais acima e ao longe dos dois, mas a vibração do cosmo era a da mestra.

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Nulo
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Nulo » 16 Jul 2018, 11:49

Cecilia

"?"

Tudo desaparecia mais uma vez, lembrando a garota do dia anterior quando estava rumando ao coliseu com Safira e teve um encontro peculiar com uma certa mulher; pelo menos dessa vez fora mais rápida em alcançar esse estado vazio.

"Nirvana? Não, eu não estou em paz."

Cecilia refletia as suas últimas horas, e tinha certeza de que não tinha alcançado a meta máxima da prática espiritual budista. Nem estava tentando fazê-lo. Era outra coisa. Estava presa em seu cosmo, sentia o cosmo, via o que tinha em seu cosmo: parecia ser energia.

"O que estou fazendo aqui?"

Novamente uma visão familiar, um pesadelo recorrente, saudades. Observava ela mesma descansando em um camarim, como o fazia todas vezes que finalizava um show. Contudo, sentia que aquilo era falso: estava treinando com os outros santos e uma presença estranha fazia-se notar.

"Esperando? Plano?"

Quem que estaria falando aquilo? Do que estava fugindo? Da sua deficiência visual? Não, já tinha aceitado aquilo. De como havia obtido sua "maldição"? Não necessariamente. Tinha se transformado até em uma benção, até. Da "outra" Cecilia estranha em suas visões e que Sara havia mencionado? Talvez, mas...quem era essa?

"Senhora? Quem você está procurando? Quem é você?"

Pensava, embora seu questionamento provavelmente não alcançasse a entidade invisível. Por que ela estava invisível, afinal? Seria alguma peça da casa de gêmeos? Ou estava tendo sua alma vasculhada?

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 16 Jul 2018, 11:50

Tenzi

Aquilo tudo deixava o Santo de Compasso mais confuso e preocupado. Primeiramente por descobrir que Cecilia não estava bem e ele não poderia fazer nada para a ajudar, depois com a possibilidade de quem estava vendo a sua frente não ser sua mestra, mas uma ilusão ou outra coisa do tipo criada por Gêmeos - a Casa, o Santo ou a Armadura -, e não sabia o que era pior no momento.

Tenzi chegava a se afastar um passo para trás por conta da possibilidade de não estar falando com sua mestra, aquele sentimento de saudade também o fazia vacilar. Teria sido algo causado por ver sua mestra ou algo que fora induzido a sentir pela força que habita a Casa de Gêmeos? O lemuriano acabaria descobrindo de uma forma ou de outra...

— Eu não entendo... No que e por quem estamos sendo enganados? Por Gêmeos? Por alguma outra força no Santuário? — sentia seu coração apertando agora. — Eu não posso ter certeza se você é minha mestra, pelo menos não de imediato, tenho que observar, escutar e pensar antes de agir, isso se possível.... e sobre me golpear, como isso provaria quem você é? Talvez você seja mesmo minha mestra e me ataque a fim de ensinar algo ou o faça para me forçar a tomar uma decisão, o mesmo vale mesmo se você não for minha mestra.

Mesmo que ainda não totalmente recuperado, Tenzi volta a posição que estava antes, "desfazendo" o recuo que fizera antes.

— Eu preferia não ter que lutar, a violência não deve ser a primeira resposta. Mas se tiver que lutar, eu o farei, seja você minha mestra ou outra pessoa tentando me ensinar algo, seja você alguém com intenções hostis.

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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 16 Jul 2018, 12:46

Cecilia

— Hoh, esqueceu de mim? Esqueceu de nós… jamais esquecemos de você. Descendente do caos primordial. Themis pode ter roubado a entropia para si, mas sabemos quem é o verdadeiro detentor. Você é a senhora…

A energia se fazia mais próxima, ainda assim insondável. A "voz" ressoava no interior de Cecilia. Então a casa pareceu se envolver no diálogo (se já não fosse parte dele), embora a voz parecesse mais distante.

"Os ideogramas para Buda em chinês são 'Homem' e 'Não', nesta ordem."

— O poder mais próximo do começo… e que nunca deixará de existir… a ordem do Caos prevalecerá! Acorde! Venha conosco, como prometeu!

"Mas não há como alcançar não ser o que já se é. Nirvana não se encontra. Ao procurar, você o perde. Virgem disse isso uma vez, e mostrou isso muitas vezes."

Então a energia sensível começou a se fazer visível em Cecilia. Conseguia ver o que parecia ser seu corpo, pois o via de cima, mais ou menos de onde seriam seus olhos. Um leve contorno brilhoso, ainda imóvel. Na linha central do corpo, uma energia sutil, espiralada, subindo por entre centros discoides de cores diferentes. Então a visão se transportou, mais para cima, e o corpo estava lá embaixo, longe. A energia sutil saía de sua cabeça e se conectava a um corpo muito maior, feito de estrelas e "algo". Esse algo era Cecilia. Era assustador. A figura, então, estava ali, na frente do corpo energético menor. Um vulto negro encapuzado, circulando, um predador numa vítima indefesa. A figura parecia não ouvir a voz de Gêmeos, ou fosse lá o que fosse.

— Mas talvez… eu possa tirá-lo e ajuda-lo a sair… — e começou a se aproximar por trás do corpo energético menor de Cecilia.

Tenzi

— A resposta que eu esperava. Então observará… eu lhe disse que deveria fazer isso. Tem de ser feito. O tempo todo. A distração é a enganação! Quem é o inimigo, Tenzi de Compasso? Onde ele está?

Por algum motivo, Tenzi viu, atrás de sua mestra, ao longe, a sua própria figura passando, caminhando tranquilamente. A figura observava curiosa, escondendo-se atrás de uma coluna. Seria uma previsão do futuro? Ou uma metáfora para um Tenzi observador do jeito que a mestra queria? Mas seu cosmo era possível de ser sentido, e era diferente. Familiar. Tentava se lembrar, mas parecia tão distante, a memória. Era um cosmo mais pesado que o seu próprio.

— Preste muita atenção, porque vou matá-lo, e talvez então você perceba o inimigo…!

A energia branca e cristalina das estrelas se formava em uma lótus cósmica. Do centro, uma maça brotava apontada para Tenzi, com uma joia prateada na ponta. A joia acumulava a energia das estrelas, enquanto a mestra elevou as mãos para cima. Do espaço do tronco surgiram mais dois braços, curvando-se para baixo em simetria espelhada aos braços superiores. A entidade recuou e subiu no ar.

DARSHAN GADA!

A estrutura cósmica disparou um raio que passou por dentro da mestra, fazendo-o mudar de cor muitas vezes. O raio rumava à cabeça do santo de Compasso. O cosmo era muito maior que a casa de Gêmeos, ou qualquer cavaleiro já visto por Tenzi. Mas não maior que Minerva.
Tenzi ao tirar um 2 em sua FD, sucumbiu ao ataque perdendo 12 PVs. Ainda está consciente, mas não pode agir, a não ser que recupere PVs de alguma forma.

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Inoue91
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Inoue91 » 16 Jul 2018, 13:07

Carlos

Carlos reconhecia a voz da mulher e para sua surpresa, quando a mesma se virou, realmente era sua professora Saja, mas o que ela estava fazendo ali ? Ela estava hospitalizada pelo o que ele lembrava, tinha tentado ajuda-la em sua recuperação, mas ela não havia apresentado nenhuma melhora, ele então parava de se aproximar e voltava novamente a pensar se aquilo era uma ilusão de Gêmeos ou se realmente era real, mesmo não sabendo a resposta ele voltou a andar ignorando assim o possível perigo que poderia passar, e parada ao lado de Saja, observando o horizonte.

—E não existe vitória sem lutas, muito menos conquistas sem batalhas... Eu já deveria imaginar isso desde do dia em que me tornei um cavaleiro, mas acho que foi algo que eu deixei de lado afinal eu estava muito empolgado com a ideia de me tornar um cavaleiro, poder fazer parte de algo maior assim como nos filmes, desenhos e jogos que eu assistia na minha infância.

Quanto a parte de ter sido mais rápidos, Carlos não tinha o que responder, ao menos naquele momento, talvez ela, sua consciência ou a casa de gêmeos estivesse certo, se fosse mais rápido, ela poderia estar curada de seus ferimentos, embora o surto de cosmo que ela teve foi algo ainda que ninguém pode explicar, ou não quiseram explicar.

— Se deseja descarregar suas frustações em mim, vá em frente, eu não tenho motivos para lutar com você aqui e agora, você é minha professora e eu seu aluno se ao menos estivesse querendo me ensinar alguma lição eu até aceitaria lutar com você mas por um motivo como este, eu me recuso, ao menos de momento ou até que você me faça realmente mudar de ideia e apresentar um motivo que não seja frustação pois embora eu me culpe por não ter sido forte e rápido o suficiente para lhe salvar eu uso está frustação para me fortalecer ainda mais, procurando sempre melhorar onde falhei e não descontando nos outros.

Carlos não entrava em posição de ataque, continuava a observar o horizonte com um sereno olhar, ele sentia o cosmo de Saja crescer, e estava muito ciente de que poderia tomar ali a maior surra de sua vida, mas era algo que ele estava disposto a correr.

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