Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

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Keitarô
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 27 Jul 2018, 00:52

Tenzi

A dor, a princípio, impedia Tenzi de se concentrar. Também a presença da mestra, ali, que se mantia, então, em silêncio. Sentia o cosmo da entidade também ficando mais calmo. Estaria ela também meditando? O cosmo foi ficando calmo, sutil, suave… até sumir. Ficou apenas a dor do abdômen, e a sensação do próprio cosmo. Já havia meditado antes, mas não dessa forma, por vontade própria ou ideia própria. O silêncio ensurdecedor era, a princípio, incômodo.

"Isso é mesmo necessário? Talvez seja melhor cuidar dessa dor… não gosto dela.", pensou Tenzi.

O cosmo fluia pelo corpo inteiro. A barriga, as pernas, os braços, cabeça… a energia subia e descia, tranquilizando quando Tenzi prestava atenção. Ao longe, conseguiu sentir os cosmos de Cecilia, Carlos e mesmo Amaretsu, que estava furiosa com algo.

"Talvez precisem de ajuda", pensou Tenzi.

— Fique aqui — disse a mestra, embora Tenzi não tenha aberto os olhos para verificar —, volte para o Agora.

"Você está ouvindo um ser que nem sabe se existe direito, Tenzi. Ela é só um espírito… nem diz seu nome. Talvez não mereça confiança."

Então, Tenzi começou a perceber algo. Seus pensamentos… lhe falavam coisas as quais não pensava propositalmente. O que pensava provocava emoções sensíveis no corpo, como medo, ou tédio e sono, ou aumentavam ou diminuíam a dor no corpo. Aliás, já tinha esquecido da dor, mas ao lembrar dela, ela voltou.

"Não serve de nada prestar atenção na respiração… não vou ficar mais forte ou ganhar algo com isso."

Então, silêncio mental. A cosmoenergia foi tomando seu corpo, e cada vez mais, uma tranquilidade surgia. Então, como se olhasse para dentro de si, Tenzi pôde ver o que parecia ser a si mesmo, separado. Moveu um braço e viu o movimento de fora.

— Não há inimigo algum, Tenzi… sua mente cria o inimigo… mas você está acima dela. Quem é você?

Amaretsu

O homem sorriu de maneira diferente frente à recuperação de Amaretsu. Cruzou os braços, as feridas totalmente recuperadas. Observou os efeitos que a lupina invocava, como que um desafio. Seu olhar era observador, mas ainda, de certa forma, parecia esperar por algo.

— A única pessoa aqui que está provocando é você, Amaretsu. Você está provocando a si mesma. Isso é natural.

Mas, diante das réplicas da guerreira do cosmo, principalmente com as maldições à casa de Gêmeos, ele colocou:

— Distorção aqui não é uma moeda de comparação, porque uma Verdade, ao ser dita, já deixa de ser Verdade. A interpretação já tira seu sentido absoluto. No entanto, pense. Esqueça os livros, pense… uma lei universal vale para todos, sem exceção. Se não valer para todos, não é lei; se valer para alguns, é vantagem, ou preferência, e deixa de ser universal. Amor é amor a tudo, não a poucos. Se assim não fosse, dois ladrões imundos não mereceriam ser crucificados ao lado do Cristo, recebendo deste a promessa de que se encontrariam em breve.

"Ela não vai entender o demiurgo agora, está tudo conforme o desejo dele. Realmente, ele se passa muito bem por Sofia."

O homem olhou para a casa, enquanto pensava. Procurava outra forma de explicar o que a "voz" da casa dizia.

— Eu sou seu pai. Não diretamente, mas sou. Assim como volto a repetir que a única pessoa a atacar e ferir, aqui, é você.

Ele começou a andar em círculos, de tempos em tempos olhando a pedra incandescente que Amaretsu alimentava com o cosmo violento.

— Mas o que a casa quer dizer, é que — e nesse ponto, a maneira como refletia realmente lembrava a seu pai nos momentos de interpretação do Evangelho sagrado — nós temos… centros de crenças, e não estou dizendo sobre tais crenças estarem certas ou erradas. Esses centros de crenças governam nossas vidas, pois se materializam. Se você se considera autoridade e espada de Deus, atrairá cada vez mais sangue. Um dia, só haverá sangue sobre suas mãos, e você mesmo jamais se perdoará, mesmo lutando pelo… "bem". Por exemplo, você chamou de pagão aqueles que falam de demiurgo. Bem, você não sabe o que é o demiurgo. Talvez nem eles. E também, não há "eles". Entende? Não há essa separação. A separação é uma armadilha para que haja sempre guerra.

O homem, desafiando Amaretsu, aproximou-se e encostou a mão em seu ombro. De repente, não era mais o pai da garota, e sim, Carlos. Como a mudança acontecera, não era possível conceber.

— Eu não tenho certeza de que gosto disso, quero dizer… nós lutamos pelo bem, mas você parece que vai me matar se eu fizer algo errado. É meio… assustador. Você fala tanto de Deus, e de certa forma me convence de que fiz certo em não ter religião… sempre vai pro fanatismo. Desculpa eu te dizer isso.

"Deus não é Enlil. Enlil é YHWH. Enlil é Satã. Deus não é nenhum deles, não é ninguém. É Tudo."

Cecilia

— Eu? Eu dependo da sua escolha para decidir o que fazer. Disso depende o seu desenvolvimento, e o Seu desenvolvimento — ele olha para cima, de alguma forma olhando para os olhos da Cecilia energética.

Então, naquela show de cores, o homem que se aparenta com Derik se ajoelha junto de Cecilia, absorvendo sua compaixão. Por algum motivo, naquele momento, o corpo energético de Cecilia tornou-se sua aparência, assim como o homem se apagou, ficando apenas a figura de Derik. Houve um silêncio de algum tempo.

— O inimigo cresce quando há negação. Mas o inimigo só existe dentro de você, porque é você quem define quem é o inimigo. Lutar… é se separar do outro, e fazê-lo um alvo, um oponente. Isso indica que já houve uma derrota, porque a luta é território de quem a inventou. É necessário lutar, essa é a função do santo, mas poucos entenderam… que não fazem por si, nem pelos outros, nem por Atena, embora ela também costume esquecer do que estou querendo dizer até atingir sua maturidade divina…

Ele continuava olhando para a Cecilia maior, de energia, lá em cima. Um fluxo de energia sutil, mais leve que o próprio cosmo, parecia conectar Cecilia Etérea e o pseudoDerik pela cabeça.

— Esse é um conhecimento milenar, quase nunca praticado… você precisa entender quem você é. O cavaleiro é uma representação sua, importante e com sua função… mas é apenas uma representação…

PseudoDerik apertou as bochechas de Cecilia, levantando-a pelo rosto de maneira muito dolorida. Levantou-se, e a santa de Taça não conseguia encostar seus pés no chão. Ele olhava com atenção.

— Amar a ilusão é reconhecer a Verdade. A Verdade está dentro de você. Mas quem é você? Uma cantora, dançarina, sacerdotisa, constelação personificada, corpo prometido de uma entidade caótica… ou…

"Ou você criou tudo isso para si mesma, Taça?"

— Diga-me. Quem sou eu?

Carlos

"Não está morta, sua constelação. Você está vivo, e assim, sua constelação sempre estará."

— Treinei, Carlos, aprendi muitas coisas. Nesta realidade em que estamos, dentro da sua visão do Pégaso Lendário, que parece morto, eu sou invencível. Li absolutamente tudo sobre os cavaleiros, treinei meu corpo físico ao limite do cosmo, e despertei o que sempre quis.

Ela bateu um punho contra o outro, e uma espécie de chama-vapor dourado se elevou da batida.

— Aqui, eu tenho o Cosmo Desperto.

Os cabelos de Safira começaram a esvoaçar, e, por sobre toda ela e atrás, uma aura dourada formava a figura de um Touro imparável.

— Mas, é claro que não estou aqui para te matar. Eu jamais desejaria isso. Eu só quero e vou vencer, porque se isto aqui existe, e existe, porque estamos aqui, eu e você, é porque significa que sou mais forte, e que você tem mesmo e resistência. A quê? Do que você tem medo, Pégaso Negro? Guerreiro renegado… você sempre gostou disso. Qual era mesmo o seu herói preferido?

Ela começou a andar, e Carlos percebeu passos calculados. Safira vestia uma roupa de academia, calça leggie, top apertado e uma blusa por cima, junto com uma toalha. Jogou a toalha ao lado e tirou a blusa, lançando-a próximo à gaiola de Pégaso. Realmente, seu corpo estava forte e definido, as coxas mais grossas, o abdômen quase trincado.

Seu cosmo era o que impressionava. A ilusão era muito real, pois o cosmo de Safira parecia tão maior quanto Ingi, Atlas ou mesmo o Mestre!

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 27 Jul 2018, 11:48

Tenzi

Tenzi se assustou com o que escutou durante a meditação, a dor, ainda que incomoda, não era nada comparada com o que escutou em seus próprios pensamentos. Até o momento não tinha parado para realmente pensar naqueles assuntos, o que sentia sobre tudo aquilo em sua vida, apenas tinha aceito como se não tivesse outra opção se não aceitar, desde a meditação até sua relação com sua mestra, que ainda se mostra um mistério para ele.

"......."

Mesmo com o cosmo fluindo por seu corpo e o tranquilizando, as dúvidas ainda permeavam seu corpo. Queria ir tentar ajudar seus companheiros, mas não apenas escutara de sua mestra para ficar, como também não tinha certeza se realmente poderia fazer algo por eles, visto que ele mesmo se encontrava numa situação da qual não sabia como sairia. Na verdade, Tenzi não sabia muita coisa, nem mesmo por que se via naquele momento.

— Eu não sei... Sei meu nome, sei de onde vim, minha "ocupação", mas nada diz o que sou. Estou aqui a frente de uma parte minha ou estou atrás da coluna vendo duas partes minhas interagindo, talvez corpo, espírito ou mente? Eu não sei...
PVs 06/10 PVs, 13/20 PM

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Pontus Maximus
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Pontus Maximus » 27 Jul 2018, 13:38

Amaretsu:

No calor do momento eu ainda parei para dar uma chance de que aquela cópia pirata do meu pai tentar passar para mim filosofias que se auto se contradizem, como se não bastasse Gêmeos ainda zombava de minhas convicções, Gêmeos tinha o poder de ler os nossos sentimentos e imitar nossos entes queridos, seja quem for esse sujeito ele lembrava muito meu verdadeiro pai.

-Você pai, ou melhor sua cópia pirata do meu verdadeiro pai, as reflexões que você e Gêmeos tentam me passar não condizem com meu verdadeiro pai, não fazem o menor sentido, Deus é uma pessoa simples de entender, ao escrever os Evangelhos e toda sua Palavra ele pode até não responder todas as nossas perguntas, mas Ele sempre responde as principais questões da vida.

Quando Gêmeos novamente me provocou chamando-o de demiurgo eu perdir parte da minha reflexão, mas logo voltei ao meu raciocínio.

-Uma verdade quando dita deixa de ser verdade? Sua conclusão é um absurdo, pois a verdade não deixa de existir quando ela se manisfesta, pois Conhecereis a Verdade e ela o libertará, a verdade é libertação e não ilusão. Se eu sou uma das espadas de Deus, meu pai, minha mãe e todos os combatentes agentes da ordem também o são, somos todos "lobos que caçam lobos" para proteger as ovelhas, pois assim como a Arca de Noé, não tinha somente ovelhas para serem salvas, se um terrorista sequestra sua família, é erro resgata-la? Os ladrões crucificados, pelo menos reconheceu que merecia a espada e clamou por misericórdia, sua alma foi salva, mas ninguém vai embora desse mundo sem pagar suas dívidas e na outra vida, colher os frutos que plantou em vida. Justiça e misericórdia andando juntas, porém existem aqueles que só merecem a espada e a morte, como o ladrão arrogante na outra cruz.

-Você não é meu pai pois foi ele que a "lei universal" não é o que você diz, tudo que existe abaixo de Deus tem limite, nenhuma criação no universo existe sem ter um limite, para que um não possa ter direitos de esmagar o outro, ao quebrar limites existem conseqüências, ao respeitar os limites existe benevolência como resultado, mas nada impede expandir limites com conhecimentos, desde que tenham um alicerce sólido.

Mas enquanto eu segurava a enorme pedra incandescente fui pega de surpresa com a mudança de forma do homem, que agora se assemelhava ao Carlos, meu coração bateu forte, olhei seu rosto e eu sacudi a cabeça em sinal de negação, mas era "ele".

-Esse jogo de ilusões não irá me enganar, você não é nem meu pai e nem o Carlos, mas se o verdadeiro Pégaso Negro estivesse aqui, e ele me rejeitasse como sua companheira, eu o deixaria em paz e sairia do seu caminho, mas seria uma pena, uma pena rejeitar um amor sincero, eu entregaria meu corpo todo a ele, mas tambem o amaria, lutando sempre ao seu lado, mas eu o deixaria voar livre caso ele rejeitasse tudo isso, respeito seu livre árbitro. E com tristeza no coração eu pensaria comigo mesma: " Será que esse mundo ainda merece salvação? ", mas eu não mataria ninguém que não merecesse, não mataria um herói em potencial como ele (Carlos), Cecília e Tenzi.

Quando a Casa de Gêmeos novamente proferiu heresia, se fosse uma pessoa comum ou algum Cavaleiro leigo no assunto, eu perdoaria mais facilmente, mas uma forma de vida ancestral como Gêmeos ter dito isso eu respondi a altura:

-Sabe de uma coisa cópia barata dos meus entes queridos, você não é mais meu inimigo, quando eu peguei nessa rocha em chamas o meu alvo não é para você, não mais, sei que não sou santa, mas eu não vou virar as costas para o que acredito, não sou fanática, eu sempre busco melhorar como pessoa embora não pareça a primeira vista, não vou virar as costas para o Deus Verdadeiro que até os gregos o cultuavam sem conhece-lo, e lhe fizeram um altar com o título em um altar escrito " AO DEUS DESCONHECIDO " que Paulo lhes explicou quem realmente ele é.

Então me posicionei para arremessar a grande pedra e a atirei contra a parede, metros atrás dele, para que se chocasse contra a parede da Casa de Gêmeos, mas para intimidar aquele ser imitador, a pedra passou, de propósito, a poucos centímetros de distância de sua cabeça, uma forma de ferir a Casa de Gêmeos em resposta a suas palavras.

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Nulo
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Nulo » 30 Jul 2018, 20:57

Cecilia

— Minha escolha?

Cecilia escutava a prédica do PseudoDerik em silêncio, sorrindo um pouco quando ambos assumiam formas humanas temporariamente. Aquela quimera parecia querer dizer algo para ela...ou "elas", considerando a outra Cecilia ali perto.

"Por quem eu luto?"

Enquanto pensava naquilo e em quem seria, a loira era agarrada pelo rosto e erguida de uma maneira agradável. Mais perguntas, o problema seria respondê-las. Refletindo em tudo que havia passado, todos ali que tinha encontrado e as ilusões que era submetida, uma resposta parecia surgir em sua cabeça.

— Eu sou Cecilia e você é Cecilia, também. Meus medos e meus receios manifestados. Sente-se sozinho, não? Então...

A loira parava de tentar se desvencilhar, abrindo os braços.

— Venha a mim. Eu lhe aceito.

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Inoue91
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Inoue91 » 31 Jul 2018, 19:25

Carlos

—Não foi apenas você que treinou, eu também dei meu sangue e alma e fiquei mais forte, enfrentei meus medos, lutei contra adversários cuja força eu não pude medir, você pode ter lido tudo sobre os cavaleiros, mas não basta apenas ler sobre eles para poder ganhar de um, pois a pratica em muitos dos casos é diferente da teoria.

Retirava o seu casaco com uma mão e o jogava para traz de seus ombros, deixando que o vento o carregasse para longe.

Ajustava o seu passo e entrava novamente em postura defensiva, concentrando e liberando o seu cosmo, o fazendo queimar de forma a igualar ao de sua prima, ou ao menos era isso que o brasileiro tentava.

— Quero ver o quão forte você ficou, esta luta será muito interessante pois quero ver o quanto você cresceu... Quanto aos meus medos você sabe quais eu tenho e não são poucos, afinal sempre discutíamos isso quando éramos mais novos e olha só onde estamos. — Dava alguns passos para a esquerda, mas sem deixar de olhar para Safira — Não posso negar que não gosto disso, sentir o cosmo percorrer por todo meu corpo no estase da batalha, foi sem dúvidas foi uma das melhoras sensação que já tive — Dava um leve sorriso — E quanto meu herói favorito é sem duvidas o All Might


Ver o Pégaso daquele jeito certamente o incomodava, ele tinha algo em mente para ajuda-lo ou ao menos tentar, mas para isso teria que ganhar um pouco de tempo com a ilusão de Safira, talvez um golpe para arremessa-la para longe ou incapacita-la por alguns segundos, mas uma coisa era certa, esta Safira era diferente da Safira que Carlos conhecia, a diferença era notável e para ter sucesso em sua estratégia teria que dar tudo de si e contar com um pouco da sorte.

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Keitarô
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 03 Ago 2018, 00:56

Tenzi

Então, naquela visão separada que Tenzi possuía, ao seu lado uma energia começou a se formar. O ambiente também pareceu mudar. A imagem ficou confusa, com apenas o corpo do santo nítido. Primeiro, o ambiente se restaurou, e Tenzi se viu sentado no que parecia uma estátua gigante: uma grande mão aberta, os dedos unidos, sobre a outra mão. Olhando para cima, um Buda gigante, sorridente e sereno.

A luz ao lado passou a assumir uma forma humanoide de longos cabelos claros, semelhante à entidade mestra do santo. No entanto, dessa vez foi diferente. Seu corpo se formou materialmente. A mestra sentou ao lado na mesma posição de Tenzi. Tinha os cabelos longos e prateados, sem ondulação alguma, como se mostrava em Rena. Seus olhos eram brancos, mas na verdade as íris eram muito claras. Foi o que o santo pode perceber antes de ela os fecharem. Sua pele era levemente azulada. Era uma mulher um pouco mais alta do que imaginava, possuía um corpo bonito, mas com menos curvas que Rena. Usava um manto claro com símbolos que Tenzi não conhecia, a maioria envolvendo espirais. O rosto apresentava-se adulto, maduro, mas sem marcas de expressão. Pela primeira vez, parecia sem aura ou qualquer efeito sobrenatural algum.

— Estou aqui com você, porque todos nós sempre estamos juntos de todos. Este conhecimento ainda precisará ser entendido por este planeta — sua voz era um pensamento, ou alguma outra coisa, assim como as respostas anteriores de Tenzi.

— Seu nome não o define; ele poderia ser outro, escolhido por aqueles que o criaram. Sua ocupação é transitória, e pode ser mudada. Sua terra natal, de onde veio, poderia também ter sido qualquer uma. Tudo o que existe é transitório e não define, porque passa; na verdade, são eles o que são definidos.

Ela respirou fundo, e Tenzi observou a si mesmo fazendo o mesmo, como numa sintonia perfeita. Assim, o cosmo do santo começou a circular seu corpo, e, de maneira semelhante, o cosmo platinado da mestra começou a fazer o mesmo com sua forma.

— Você é um ser humano? É a sua idade? Ela também passará, e um dia seu corpo retornará à Gaia-Terra, sendo reciclado. E você, quem é?

Os cosmos começaram a crescer, e Tenzi observou seu cosmo expandindo, formando um compasso rústico nas altuas, como sua constelação. O cosmo da mestra também fazia um grande símbolo, mas que Tenzi não conhecia. Mas havia algo mais… o Compasso formado parecia se mexer lentamente…

— Talvez você seja o espírito, a alma… mas essas coisas, embora sejam ditas eternas, também têm nomes que as definem. Se elas são definidas, de alguma maneira mais profunda são transitórias. Em algum momento "você" não existiu, foi criado, ou surgiu de alguma maneira. Certo?

Então, Tenzi se assustou. Em proporções megalítica, seu cosmo, numa cor mais sutil e vibração mais alta, formou o que parecia um ser gigante com sua própria aparência. Esse ser mexia o Compasso, como um simples desenhista. Exalava um respeito tão grande quanto Tenzi achava que tinha por Atena. O medo tomou conta de seu corpo e seus pensamentos.

"O que é aquilo? Isso não sou eu! Como poderia?"

— Observe o medo e a repressão, que estão em você, mas não são você. Não os deixe controlá-lo. Não deseje controlá-los. Aceite-os. Aí está o Amor. Quem… é…

Dos símbolos do cosmo da mestra, um ser gigantesco, mais brilhoso, também surgia. Uma das mãos parecia estar desenhando os símbolos criados antes, e a outra parecia se aproximar para tocar o rosto do Tenzi Cósmico, que sorria, olhando diretamente no santo que observava a tudo.

Amaretsu

As pedras atingiram as colunas, mas, por algum motivo, as colunas despedaçaram as rochas como se fossem feitas de areia. Amaretsu sentiu duas costelas quebrarem, uma de cada lado de sua caixa torácica.
Amaretsu perdeu 5 PVs.
Carlos inclinou o rosto para o lado, tentando entender o que Amaretsu falava, e aparentemente estava um tanto quanto confuso. Era uma pessoa da ciência, de raciocínio e pensamento, mesmo que não parecesse. Sabia alguma coisa sobre religião, embora não a fundo — apenas a história normalmente contada dos últimos até os tempos atuais.

— Acho que você vê inimigos demais nos outros, Amaretsu. É fácil chamar os outros de loucos, mas como saber… se não somos, não é mesmo? Existe um ditado pouco conhecido que vi uma vez. A imagem era um homem de joelhos, a alma parecendo que estava sendo arrancada do corpo, e um pilar de luz saindo da cabeça. O ditado dizia o seguinte…

"A iluminação é um processo destrutivo. Não tem nada a ver com tornar-se melhor ou ser mais feliz. A iluminação é o ruir de falsas verdades. É ver através da fachada da pretensão. É a erradicação completa de tudo o que imaginávamos ser verdadeiro."

— E com isso, vou embora. Não tenho direito de falar mais nada, porque realmente, não sei.

Ele acenou, virou as costas, e foi embora. Repentinamente, toda a casa de Gêmeos era um deserto. Carlos ia caminhando e afundando na areia, aparentemente sem se importar com isso. Amaretsu não conseguiu impedir.

Ao longe, muito longe, parecia haver um oásis no topo de uma duna. Possuía uma região de floresta grande, e dava a impressão de que tinha água, dando a Amaretsu automaticamente a sensação de que tinha sede.

Amaretsu sentia-se observada, acompanhada. Era diferente da sensação que tinha até então.

— Eles não têm amor, eu te entendo. Eles não compreendem… a justiça sagrada tem de ser feita a todo custo. Não vá para lá, venha comigo. Eu posso tirar sua sede, porque você tem toda razão em tudo aquilo que você impõe aos outros. Eles não sabem.

Instintivamente, a direção indicada pela voz era a contrária ao oásis.

Cecilia

Derik pareceu assustado pela conclusão de Cecilia. Repentinamente, a Cecilia energética não estava mais lá, porque a santa de Taça passou a se enxergar por sua versão materializada lá embaixo. No entanto, a sensação ainda estava presente… sentia-se a grande, a energia, mas ao mesmo tempo era a pequena, cantora, cega. Porém, naquele momento, enxergava como quando era uma criança, uma alegria ressonante em seu ser.

A forma de Derik começou a se transmutar novamente, não antes sem mostrar um Derik sorridente e com as bochechas rubras. Em seu lugar, formou-se uma Cecilia cega em trajes cerimoniais japoneses, um microfone na mão. Cecilia podia sentir o que ela sentia, sua vontade de chorar e uma infinidade de outras energias.

— … você sabe que não é tão simples, e que essa é a jornada… E-eu crescerei de n-novo, para fazê-la c-crescer… — a voz da outra Cecilia falhava, e algumas lágrimas começavam a escorrer de seus olhos ainda vazios. Eram poucas gotas, mas, quando tocavam o chão, pareciam revelar um grande espelho d'água onde as duas flutuavam.

No imenso lago, cada vez que uma gota de lágrima caía, uma memória que Cecilia em realidade "não tinha" surgia, incluindo a visão de si mesma, mais velha e com uma altura e aparência levemente diferentes, trajando uma armadura, cegando o que parecia ser um inimigo. Outras visões surgiram, mas não eram memórias ou sonhos que tenha tido. Seriam suas, de alguma maneira?

No meio de tudo aquilo, a Cecilia cega que conversava com a santa, começou a sorrir. Seu choro se intensificou, e a emoção era quase capaz de tomar a santa. No entanto, fosse a grande energia de antes, fosse a sua conclusão interior, aceitava, e isso não a tomava. Sentir e não ser possuída pela sensação era maravilhoso.

— E-e será difí-fícil… e… e está bem. Por hora… por hora… Obrigada!…

Ela salta e abraça Cecilia. Cecilia abraça a si mesma. Neste momento, a posição espacial perde o sentido, e Cecilia sente que abraça a si mesma. Seu cosmo se manifesta expandindo e mudando a cena novamente, e ela se vê sentada numa cadeira de vime, uma mesinha à frente com um bule e duas xícaras. Chá, pelo cheiro. Ao redor, um campo belo e uma casinha simples, mas muito bonita. Há som de pássaros e outros animais.

Uma mulher se aproxima e faz um carinho com as costas das mãos no rosto de Cecilia, limpando suas lágrimas que ela nem havia percebido que lá ainda estavam. A mulher contorna a mesa e se senta na outra cadeira. Traja uma veste branca, coberta por algumas peças dos trajes de couro das aprendizes de amazona do Santuário. Tem cabelos castanhos compridos, lisos, presos num coque lateral. Ela o solta mexendo nos cabelos, deixando-os livres.

Sorri, de maneira muito significativa.

— Sinto muito que tudo seja tão complexo… e que sempre haja tão pouco tempo para explicar… Cecilia. Temos sempre a sensação de que as coisas nos custam tanto, não é mesmo? Mas sou muito grata a Gêmeos por estarmos aqui, finalmente. Os outros ainda não chegaram. Acredito que queira conversar algumas coisas antes… e uma vez que eu ainda não acordei totalmente…

Ela serve chá a Cecilia, e depois coloca para si.

— Sirva-se, é ambrosia.

Notando o rosto belo da mulher, Cecilia percebeu o pingente com uma placa de ouro de adorno, e os dizeres em grego.

Αθήνα

Carlos

Safira observa Carlos com atenção, mas não se mexia muito. Ia circulando, mudando os pés de posição, entendendo a dança que estavam fazendo — o cavalo alado é mais ágil que um touro. Safira ia lendo os movimentos de seu primo, o cosmo aos poucos retornando ao normal e se transformando numa simples aura que cobria seu corpo.

All Might, embora um herói de uma história muito velha, realmente é bem a sua cara. Mas como lidar com a fraqueza que ele tenta esconder o tempo todo com uma aparência poderosa… a fraqueza que diminui o cosmo… que mata… mas que só existe em função do medo…

Uma detalhe muito discreto apontou na visão periférica de Carlos. Das feridas do Pégaso, dentro da prisão, sangue começou a escorrer, primeiro gotejando, depois em pequenos fios. Uma pequena mancha de sangue começou a se formar.

— No momento você é um livro aberto para mim, Carlos. Começarei, então, no seu nível… e irei aumentando… até chegar no seu medo…

Safira se inclina na direção de Carlos e aproximou-se com um salto. Pousando próximo do cavaleiro de Pégaso Negro, freou o movimento arrastando o pé no chão sincronizando com a corrida de Carlos, ficando frente a frente com ele. Como um touro raivoso, a princípio ela torceu o tronco inteiro num soco largo, daqueles que que vêm do lado, demorados, mas com muita força.
Safira ataca Carlos com FA 12.

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 03 Ago 2018, 11:51

Tenzi

Tenzi se surpreendia, não só com a mudança de ambiente, agora estava sentado no que parecia uma gigantesca estátua, como também a aparência de sua mestra, agora via o que parecia ser sua verdadeira aparência, não mais via apenas Rena ou algo que lembrava Rena, via agora um ser próprio, talvez, se o momento fosse outro e se sua criação tivesse sido outra, repararia mais na beleza dela, mas o que o prendia mais sua atenção eram os símbolos desconhecido nos trajes claros da mulher de pele levemente azulada.

O muviano então se calava, se calava tanto para escutar o que a mestra tinha a dizer sem interrupções, quanto por não saber o que ou como a responder. Se sentia uma criança naquele momento, tanto pela ignorância que sentia, como por estar entre gigantes, incluindo uma versão megalítica sua e um ser luminoso que surgia dos símbolos criados por sua mestra. Ainda que aquele ser luminoso sorrisse para Tenzi, o Santo de Compasso não sorria, pelo contrário, lágrimas de frustração vinham aos seus olhos, estavam mais confuso que antes. Escutara as palavras de sua mestra, vira aquelas visões, mas nada vinha a sua mente. Não tinha ideia de quem é, tudo que pensara fora refutado a cada nova lição dada pela mestra naquele lugar.

— E..eu ainda não sei.. — tirava as mãos das pernas e levava ao rosto. — Se "tudo o que existe é transitório e não define, porque passa; na verdade, são eles o que são definidos", então alguma coisa nesse mundo tem realmente uma identidade? — o Cavaleiro nunca se sentira confuso ou ignorante assim antes. — O..o que define o quem sou? Experiências, sentimentos, crenças, tudo isso é passageiro, não? Eu não sei me definir, não sei quem sou!

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Keitarô
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Keitarô » 03 Ago 2018, 12:42

Tenzi

As lágrimas correm de Tenzi, daquele que é observado, mas não do Observador. A consciência de Tenzi, que reagia àquelas visões, sentia toda a frustração e um quase desespero em não saber, em não conseguir. Sentia-se uma criança, e assim mesmo tomou sua forma. Transmutou-se, parecendo uma criança, que levou as mãos ao rosto chorando. A mestra abriu os olhos, e sorriu com compaixão. Aproximou-se engatinhando e abraçou o pequeno Tenzi, também chorando. Mas seu choro era diferente: ela sorria, e seu cosmo queimava tanto que o simples Observar era quente, mesmo ao longe.

— Essa é a resposta, Tenzi. Você não sabe! Mas não tema… é verdade que seus pensamentos não podem conceber, mas algo acontece quando se procura todas as respostas e nenhuma delas serve… surge algo que sempre esteve, e que é a resposta desde o começo.

Ela olhou para cima, para a aura do Tenzi Cósmico, que parecia ficar cada vez mais brilhante com o choro do pequeno Tenzi, seu brilho quase se igualando ao mesmo brilho da cosmoenergia megalítica da mentora.

— … sobra o Silêncio. E, no Silêncio, você é invencível. Você é.

Ela beija a testa do jovem Tenzi, e se levanta. Começa a flutuar, os cabelos esvoaçantes, e repentinamente se desmaterializa. O verdadeiro Tenzi, que observava à cena como um observador, repentinamente passou a ter a visão de cima, olhando para o pequeno lá embaixo, que olhou para cima confuso. Pareceu perceber ou entender a resposta, e sorriu, os olhos mais vivos do que nunca. A figura material também sumiu num espiral de energia, e então, tudo era cosmo. Não havia mais estátua, nem nada, apenas Universo.

Tenzi sentia que era sua forma humana, era a armadura, era as estrelas era Compasso, era o cosmo. Era tudo!

— Deixe-me finalmente te dizer meu nome… muito prazer, eu sou Vishnu. Ou talvez — um sorriso cósmico foi sentido dentro de Tenzi — eu estou Vishnu.

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Pontus Maximus
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Pontus Maximus » 03 Ago 2018, 13:46

Amaretsu:

Arremessei a grande pedra que eu havia arrancado do chão e a tinha transformado em um "cometa" quando entra na atmosfera planeta, mas me surpreendi ao ve-la se desfazer como se fosse areias de uma praia, então subitamente uma forte dor no meu peito, dores de costelas quebradas, que me fizeram curvar para frente, no entanto aquilo apesar de incomodar bastante, eu pudia me recuperar daquela ferida, só preciso ter um pouco de cautela, pelo menos não sinto nenhuma hemorragia interna, embora isso também seja fácil de sarar também, isso não era problema. Mas eu estava exaurida, usei força demais e até para um lobisomem há limites e eu precisava de uma pausa para me tratar, mas eu não tinha tempo para isso.

Então eu fiquei novamente de pé como se aquilo não fosse nada, eu não tenho a opção de demonstrar vulnerabilidade naquele momento, demonstrando força e resistência eu respondia ao falso Carlos:

-Se você fosse um lobisomem, alguém que carrega uma maldição ancestral lançada por falsos deuses saberia o fardo que carrego então saberia que não posso abaixar a guarda, nascemos em um mundo onde temos inimigos que nos cercam deste o ventre materno, escolher amigos e entes queridos é mais difícil, então quem é você para me julgar?

Ao ouvir o ditado que ele me disse eu apenas dizia:

É difícil entender a mente de vocês filósofos, a maioria de vocês sonham que sabem a verdade, mas na verdade não passam de garotos perdidos, quando o Caminho, a Verdade e a Vida se apresentam do diante de vocês, a maioria os ignoram, preferem se apegar não a verdade, mas preferem continuar numa cruzada que não os levaram a lugar algum, mas Deus perdoa os "cegos" pois não sabem o caminho, mas aqueles que tem "olhos" e lhe viram as costas, seus pecados continuam.

Depois de torcir um pouco, e ver o falso Pégaso Negro se afastar, e a Casa de Gêmeos me levar a um deserto onde eu via o "Carlos" afundando nas areias eu me abalei um pouco por dentro, aquele homem/Carlos deixou de ser meu inimigo, aliás ele nunca foi um inimigo, corri em sua direção antes que a areia movediça o consumisse, eu segurei com toda minha força mas não adiantou, ele escapou pelos meus braços e o chão o engoliu, cavei o chão para acha-lo mas foi em vão, eu o perdi, mas as areias nada faziam contra mim, mas por via das dúvidas eu sai daquele setor.

Sem saber o que fazer e nem saber para onde ia, eu vi algo que poderia ser uma "luz no fim do túnel, um Oásis aqui? Como ele apareceu do nada? Então eu senti meu corpo pedindo para ser tratado, mas aquilo era conveniente demais, outra armadilha? Talvez.

O Sol daquele deserto não parecia muito quente então fiquei sentada longe do suposto Oásis, e meditando sobre o que fazer, me deitei em uma pequena duna por um tempo e alguém me encontrou no deserto, alguém que elogiou minhas convicções e aquelas palavras me fizeram ter um pouco de paz, nos dias de hoje está difícil achar pessoas que pensam como eu, então eu me levantei rapidamente e busquei a fonte daquelas palavras de alento.

-Quem é você?...... Onde esta?...... Seja quem for eu preciso antes fazer uma observação: Tudo que disse é verdade, porém eu não imponho minhas convicções, apenas as mostro, para que não tenham medo de serem cristãs, mas sem faltar com respeito ao seu livre árbitro.

Respirando com um pouco de dificuldade eu prossegui, mas meu tom de voz era calmo:

-Quem é você? Pode mesmo provar ser um benfeitor? Por que não devo descer ao Oásis? Aquelas águas estão envenenadas assim como as frutas daquelas árvores e a sombra das palmeiras são perigosas? Pode provar?

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Galahad
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Re: Ato 1.5 ~ Caminho Pedregoso

Mensagem por Galahad » 03 Ago 2018, 17:50

Tenzi

O Santo de Compasso se sentia mais vulnerável, acabava se tornando mais "vulnerável", tendo sua forma mudada para de uma criança. Era então pego desprevenido tanto pelo abraço da mestra, pois mesmo naquele estado não esperava receber um abraço de sua mestra que sempre se mostrara séria, como também pelas palavras dela, que confirmavam que não saber quem é era a resposta certa.

— Essa é a resposta? Está tudo bem não saber?

Acompanhou então o olhar da mestra em direção do seu "eu" gigantesco, que brilhava mais por conta de seu choro, quase se igualando ao do "eu" maior da mestra. A escutou falando sobre o silêncio, o que fazia o muviano se calar e escutar, sendo novamente pego de surpresa por uma ação da mestra, desta vez um beijo em sua testa. Talvez sentisse vergonha se fosse mais velho, mas no momento era reconfortado por aquele gesto, em seguida a sua visão mudava, sua percepção mudava, mas não só os sentidos, mas sua compreensão também.

— Finalmente começo a compreender quem sou. — limpava algumas das lágrimas com as costas da mão direita — ou melhor quem estou, mestra Vishnu. Que não sou só uma coisa.

Falou aquelas palavras um sorriso, sua mente ainda assimilando o que aprendera, sentia-se mais leve, não como se um peso tive sido tirado de seus ombros, mas como se tivesse se adquirido a força para o carregar.

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