Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

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Galahad
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Galahad » 04 Fev 2019, 17:03

Tenzi

Tenzi não mudava seu tom de voz, mantinha ele mais firme, mas não era de raiva ou outro sentimento negativo, aquele não era o momento para mais negativamente.
.

— Amaretsu, eu acho que você respondeu a própria pergunta. As estrelas não obrigam pessoas a seguirem um determinado caminho, da mesma forma um cavaleiro não pode obrigar pessoas a tomarem certas ações, ou mesmo eles mesmo terminarem uma guerra que foi começada pela vontade pessoas, mesmo que estas sejam poucas. — o santo de Compasso dava uma breve pausa, levando uma mão ao peito — pelo menos é nisso que acredito, quanto às ações de cavaleiros do Santuário. Eu não posso falar muito sobre cavaleiros de prata, já que Mika é a única que conheço, embora também conheço uma pessoa do mesmo nível de força.

Sem sair do mesmo lugar, olhava para Amaretsu sem desviar o olhar,

— Você diz palavras e conceitos que infelizmente eu não entendo Amaretsu. Sei que "milhões" é uma grande quantidade, mas não sei exatamente o quando é isso; você fala de ditadores e tiranos, eu não sei o que seriam tais coisas, da mesma forma que não sei o que é comunismo. Mas sei o que seria um assassino... e um cavaleiro numa guerra começada por pessoas normais não seria isso? Se as pessoas que lutam numa guerra dessas não escutam as palavras de um cavaleiro, não teria ele que matar pessoas mais fracas para deter a guerra? E sim, dar abrigo e comida é uma ação muito boa, mas não seria mais significativo se pessoas fora do Santuário dessem tais coisas para pessoas que também são de fora do Santuário?

A expressão de Tenzi ficava triste ao escutar as palavras sobre perdas. Mas ainda assim não recuava, pois como uma companheira de luta, ela merecia honestidade.

— Eu sinto muito que tenha passado por isso, Amaretsu, sinto de verdade, mesmo eu pessoalmente não tenha passado por tais eventos. Querer impedir que outros sofram é algo muito nobre, mas não se pode o fazer guiado pela raiva, ainda mais quando você direcionara a raiva que seria para poucos contra todo um grupo,

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Pontus Maximus
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Pontus Maximus » 06 Fev 2019, 22:35

Amaretsu:

Pelo que vejo o Tenzi é meu extremo oposto, enquanto sou explosiva ele é firme e de cabeça fria, o mundo precisa de mais gente assim, no entanto algumas considerações precisam ser feitas.

-Tenzi, olhe para mim e diga o que vê. Tenho uma definição diferente de Soldado e Assassino, o Soldado verdadeiro ele combate às lutas certas, um Assassino não tem tais virtudes, qualquer suposta "honra" de um Matador profissional tenha pode ser comprada, ou seja não vejo dignidade nenhuma vinda de gente que mata por motivos torpes.

-Agora me responda mais uma vez: Sempre que o Santuário precisa de nós, estamos aqui para servir, por que o contrário não pode acontecer? Se nos envolvemos com assuntos do Santuário sempre que eles precisam então por que eles não se inclinam para nos ajudar? Não seria justo "uma mão lavar a outra"?

-Não foi só eu que perdeu alguém, a Amazona serva do Ingi tirou de mim muitos amigos verdadeiros, tirou pais de filhos, irmãos de irmãos, filhos de pais. E todo dia chegam notícias de mortos. Lutar contra os deuses só quando Atena está por perto pode não ser fácil, por isso estamos aqui, os Cavaleiros de Aço sempre respondem ao chamado dos maiorais daqui, mas o contrário não acontece. Os que vivem aqui, os que são treinados pelos grandes mestres são melhores do que o resto do mundo? Pessoas simples são o que, uma piada?

-Vejo que aos olhos de gente como o Grão Mestre, só existe o Santuário e só o Santuário. Pequenos destacamos de Prata não prejudica o contingente dos defensores de Atena, eu duvido que os grandalhões daqui darão algum reconhecimento por termos perdido parentes para trazer Nike até aqui.

-Os Cavaleiros não devem intervir em assuntos de plebeu? Então por que deveríamos continuar respondendo ao chamado deles? A única coisa boa que os Cavaleiros de Prata fazem é treinar novos guerreiros, isso quando não estão ansiosos para venderem suas almas por um copo de bebida alcoólica.

-O Deus Cristão mandou seu Filho socorrer toda uma civilização e pagou caro por isso. Andou na maior parte do tempo com gente humildes, ou façam como Atena que se vestiu de uma Armadura de Aço em sinal de respeito.

-Tenzi, sei que muitos dos Cavaleiros de menor patente e uns poucos de patente elevadas são gente de bem, mas o mundo está cheio de gente inocentes que choram enquanto seus algozes riem, não a perdão para tudo aquilo que você cedo ou tarde verá.

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Keitarô
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Keitarô » 07 Fev 2019, 10:07

O assunto, tenso.

Amaretsu apontou a arma para o rosto do mestre, que, sério, nada reagiu. Então, ao abaixar a arma, chutou de maneira circular a cabeça do homem, arrancando sua máscara e fazendo-o virar o rosto. A perna de Amaretsu reclamou; fosse o cosmo ou simplesmente a forma física ou rijeza do representante dos santos de Atena, era muito resistente.

Enquanto discutia com Tenzi sobre alguns conceitos, Amaretsu começou a estranhar que ninguém havia reagido a seu chute. Tenzi se colocara após o apontar da arma, mas ela havia atacado o mestre! E, quando olhou de relance para o homem novamente, percebeu que estava de máscara, na mesma posição de antes, como se tivesse se recuperado num instante.

Teria sido apenas um pensamento, que não se concretizou? Mas a perna doía…

— Sinto por sua visão, Amaretsu. Você não está errada, apenas não está certa. Embora soldado, você me parece ter sucesso apenas como assassino. Não tem a disciplina e respeito exigidos, questionando a base do ensino militarista, mas não se permite questionar o que deveria, absorvendo crenças duvidosas. Sua mente questiona todos os que usam de "filosofia", no seu ponto de vista, mas você mesma age conforme a sua própria filosofia, atacando todos os que pensam diferente como se fosse uma escolhida divina. Fala de amor, mas não perdoa. Parece-me muito claro que você aponta aquilo que é, porque todos só enxergam o que têm.

O mestre olhou para Atlas, mas não se pronunciou a ele. Voltou a olhar para Amaretsu, analisando-a.

— Não adianta usar de fatos ou argumentos para com você. Só quer gritar, acusar e matar. E digo mais: as organizações filantrópicas que você citou são apenas tentáculos dos homens que querem dominar o mundo e provocam as guerras que você mesmo citou. Se você, nem nenhum de vocês, conseguem ver isso, estão tão perdidos quanto a própria humanidade ignorante.

O mestre suspirou. Curiosamente, pareceu triste.

— … Pobre criança. Chora e esperneia, gritando e cuspindo nos próprios pais, até mesmo batendo neles, reclamando que têm a responsabilidade de dar a ela a lua… incapaz de perceber que ela mesmo não pode tocar a lua. Eu sei de sua condição, Amaretsu. E sei que a lua está alterando-a. Como soldado, você deveria ter mecanismos para controlar tais aspectos.

— Incapaz de mudá-lo, incapaz de defendê-lo, você sofrerá nas mãos do mundo, Amaretsu, porque não percebe que é igual àqueles que teme. A maior arma dos manipuladores é distorcer palavras, a ameaça da divulgação de informações baseadas apenas na própria vontade, sem dados. Acusar o outro daquilo que eles mesmo são. Os manipuladores se cobrem de religião, como se fossem santos protegidos por um deus que nada faz com eles… e se isso a irrita, algo está errado, pois se não fosse verdade, você não precisaria se preocupar.

Atlas olhou para baixo. Sabia que fim aquilo teria. O mestre continuou.

— Se um cavaleiro fosse até Gracus e o ameaçasse com palavras, isso já seria o suficiente para retaliação. Ameaça de violência e morte? Você sabe a resposta. A partir deste momento você está banida do Santuário. Será observada e vigiada como potencial futura inimiga por sua instabilidade mental e distorção de valores. Atlas, peço que, ao seguir com eles até a saída, oriente Kátia e comunique aos Cavaleiros de Aço que Amaretsu está expulsa daqui, até adquirir alguma noção, alguma clareza espiritual. Ajude-a a se recuperar do ferimento da perna, levando-a à Fonte onde os outros estão.

Repentinamente, a dor que Amaretsu sentia na perna do chute, tendo sido executado ou não, pareceu espasmar. Ela não conseguiu se apoiar naquela perna, que apartou no meio num movimento estranho, parecendo uma borracha mole. Os ossos estavam quebrados, embora não soubesse como.

— Os outros estão livres até segunda ordem. Atlas passará as informações no momento certo.

Sem esperar pelo posicionamento dos outros, o mestre se virou e se dirigiu para a saída de Áries, subindo as escadas. Safira tinha uma expressão estranha, desgostosa. Atlas estava sério.

— … Vamos rápido.

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Galahad
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Galahad » 07 Fev 2019, 19:07

Tenzi

Tenzi estava para responder as ultimas colocações de Amaretsu, pois o jovem muviano realmente não estava gostando das atitudes da amazona, esta que se dizia soldado e ainda assim não apenas apontara um instrumento de destruição para alguém desarmado, como agredira verbalmente sem provocação. Mas não tivera a oportunidade para isso, pois o Grão-Mestre se manifestara.

— .....

As palavras do Grão-Mestre foram dura, embora não fossem muito diferentes do que o cavaleiro de Compasso pensava, não teria dito da mesma forma que o santo de Virgem. Tenzi não tinha certeza o que falar no momento, o clima descontraído que tinha se formado após a saída da casa de Gêmeos passou de tenso para pesado.

— Sim..

Eram as únicas palavras proferidas por Amaretsu, já não tinha força de vontade de falar mais. Apenas seguia Atlas junto do grupo.

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Nulo
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Nulo » 08 Fev 2019, 18:00

Cecilia

Cecilia inicialmente pensava que a situação de Amaretsu e o Grão-mestre não iria escalar tanto. O quão enganada estava...

— A-Amaretsu?

Tartamudeava, não imaginando o que via através dos seus sentidos especiais. Ameaçar alguém com uma arma à queima-roupa e ainda agredi-lo fisicamente. Era algo que se fazia com um superior? Aliás, era algo que se fazia com alguém que não tinha mostrado agressividade alguma?

— Cuidado, Tenzi...

Era a única coisa que dizia para o santo quando esse saía para argumentar com a soldada. Escutava o ponto dos dois, mas por mais que entendesse o quão magoada Amaretsu parecia estar, tinha de ficar do lado de Tenzi e do Grão-Mestre. Não era violência, principalmente naquele momento, que resolveriam desavenças. Ficava em silêncio, deixando os três ali argumentarem até que tudo acabava. Não de uma maneira que ela esperava.

Cecilia pensava que o Grão-Mestre iria perder a paciência e atacar Amaretsu, mas ele era anormalmente sereno para com aquela situação toda. Não tinha entendido como tinha feito aquilo com a perna da soldada...seria tão poderoso assim?

"Eles estão realmente em outro nível."

A punição que dera à Amazona de Aço até que parecia aceitável visto o que ela fez, com uma chance dela ser admitida de volta. Todavia, tudo aquilo havia a deixado com um gosto amargo na boca. O que era para ser uma reunião amigável logo entrara numa situação tão estranha que parecia uma situação de filme.

"Livres até segunda ordem? Não me lembro de ter me recrutado, mas...bem, vamos ver no que vai dar."

Será que tinha sido reconhecida como uma santa? Pelo menos já era um bom ponto positivo para aquilo tudo.

— Entendido.

Era a única palavra que pronunciava, acompanhando Atlas e os outros.

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Inoue91
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Inoue91 » 10 Fev 2019, 22:14

Carlos

Carlos ficava um pouco apreensivo com a atitude de Amaretsu, ele não imagina que a situação iria sair do controle e chegar naquele ponto, por mais que não fosse com a cara do mestre do santuário, ele não podia agir daquele jeito, ao menos naquele momento.

-- Amaretsu, por que você fez isso ?

Depois daquela pequena discussão, agradecia por ela não ter sido intensificada , apesar de terem banido Amaretsu do santuário ela ainda poderia remover esse banimento se mostra-se o seu valor de alguma forma, e naquele momento ele percebia a diferença de poder que havia ali, assim caso um dia realmente quisesse tornar o mestre do santuário, Carlos teria que treinar muito, assim após o comando dado pelo mestre do Santuário apenas concordava com a cabeça, e com um sorriso sem graça no rosto dizia.

-- Bom...Acho que depois disso tudo ninguém deve estar mais animado para aquele jantar....Acho que irei comer algo que tenho em meu aposento.

Em seguida caminhava ao lado de Amartesu enquanto seguiam Atlas, talvez fosse melhor ficar em silencio naquele momento ou talvez ela gostaria de conversar, Carlos não sabia muito bem como agir ali depois daquela situação então apenas dizia.

-- Bem, se quiser conversar, podemos ir para um local mais reservado...ou se quiser descarregar um pouco as energias acho que posso treinar um pouco com você

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Pontus Maximus
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Pontus Maximus » 11 Fev 2019, 22:15

Amaretsu:

Será que fiz besteira? Muitos irão dizer que sim, brinquei com a morte? Talvez.

Em meio a um lapso fiquei sem saber se chutei a fuça do Grão Mestre, mas acho que sim eu fiz isso sim, e com muito gosto por sinal, mas paguei o preço. Não percebi quando ele quebrou minha perna que eu lhe havia chutado e me baniu do Santuário.

-Aaaaa. ......

Sinto minha perna quebrar como um graveto, mas não dobrei meus joelhos, não daria esse gosto ao Grão Mestre, fui rápida e me apoiei com ajuda da minha Calibre 12, mas enquanto ele começou a dar os primeiros passos eu lhe falei:

-Grão Mestre, não pense que vou implorar e nem me ajoelhar, mas você e todos os seus antecessores devem um pedido de perdão ao mundo, desde a origem dos Soldados de Aço, nunca negamos ajuda ao Santuário, o que eu fiz com você é o mesmo que muitos querem fazer mas não estão aqui, mortos por causa da negação de vocês Mestres representantes de Atena que só fazem bonito quando sua deusa está por perto e ignoram o fato que Guerra Santa é todo dia, a luta não terminará ainda.

Me apoiei na minha bengala Improvisada e continuei:

-Você me faz passar por fanática religiosa e ameaça ao Santuário, no entanto eu não sou como vocês maiorais campeões do Santuário. Chegará o dia que o Filho de Deus dirá aos perversos e hipócritas como você.

-"Se afastem de mim malditos, estive doente e não me deram a cura, fui escravo e não me libertaram, estive aflito e não vieram ao meu socorro, estava indefeso e não me protegerão, pois toda vez que fizeram o mau, ou deixaram de fazer o bem a um dos meus pequenos, então foi a mim que vocês maltrataram".

-Agora eu vou Grão Mestre, mas eu lhe avisei, se eu perder meus pais por culpa do Santuário, eu vou retornar para fazê - lo pagar junto com todos os assassinos que vou matar também.

Então manquejando, com a minha "bengala" para fora e eu ia com a direção às águas curativas, tentei ao máximo não pedir ajuda, mas todos ali estavam exaustos e não queria ser peso para alguém. Com uma das mãos eu coloquei nas costas minha Armadura recém consertada.

Com Carlos:

-Carlos, não quero lhe causar problemas, sei que está cansado e precisa de um merecido descanso, aliás todos aqui precisam, mas a noite bate as portas e a lua cheia ainda me dói ter que me adaptar, essa noite depois das águas curativas, eu preciso que arranje algo para comer e beber, assim será mais fácil suportar a privação de conforto na estrada de pedras batidas do lado de fora do Santuário, como o ancião que encontramos perdido na estrada daquela vez, buscarei abrigo nas colinas em volta e esperar por hora, e avise a Diretora Katia por favor.

E mais um ponto, tenha um coração de ouro dentro desse peito, não se deixe poluir com a Vaidade do Grão Mestre e seus preciosos Cavaleiros de Prata.

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Keitarô
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Keitarô » 17 Fev 2019, 16:09

Os seis começavam a sua descida de volta à Fonte de Atena para a recuperação de Amaretsu. Havia um clima estranho, interpretado de maneira diferente para cada um ali. Atlas sorriu de um jeito indecifrável.

— Creio que devo pedir perdão, Amaretsu, por estar ajudando-a. Gostaria de contar minha estória, e ao final você fará seu julgamento.

A princípio o pedido de Atlas não fez sentido, mas ele continuou explicando-se.

— Sou de aparência jovem, mas já treinei muito no Santuário e fora dele. Por ser muviano, e por ter conseguido um alto domínio de meu cosmo, acredito que passei a envelhecer mais lentamente. Quanto mais conectado ao Universo, mais espaço e tempo você possui, vamos assim dizer…

Quando desceram as escadas de Áries, caminharam por uma região plana, logo avistando, mais a frente, as casas administrativas baixas do Santuário. Atlas olhou para o lado, onde seria a Fonte de Atena, mas continuou andando em frente. Safira se mostrava muito interessada na estória.

— Meu mestre se chama Hakurei, e eu fui treinado juntamente com uma outra muviana chamada Rena. Tenzi conhece o mestre, porque também foi treinado por ele… embora no seu caso as coisas tenham sido um pouco diferentes.

Atlas olhou para Tenzi, que sabia o que ele queria dizer: determinada noite, Rena, sua veterana, começou a receber a presença de uma entidade que se tornaria sua própria mentora, tutelando-o junto a Hakurei, e, posteriormente, pedindo a este que apenas ela o tutelasse. Hakurei deu por encerrado o treinamento de Tenzi e Rena.

— Meu treinamento encerrou-se primeiro que o de Rena, a qual passei também a tutelar. Eu vim para o Santuário e me consagrei cavaleiro de Columba. Em minha primeira missão, no entanto, eu despertei o Sétimo Sentido, o Cosmo Real. Áries, meu signo, reagiu a meu chamado, e fui promovido a cavaleiro de ouro, uma vez que a situação demandava.

Ele então parou, fazendo com que todos parassem.

— Eu peço perdão a você porque Columba, atualmente, é uma armadura de prata. Eu fui um cavaleiro de prata. E, pelo que entendi, seu ódio não permitiria eu estar ajudando-a, se soubesse antes o que sabe agora.

Apesar de pedir desculpas, Atlas não parecia triste, ou mesmo em posição devedora. Parecia muito dono de si.

— Se não houver problema para você, iremos à Fonte agora. Sua perna pede muita atenção, portanto, teletransportarei com você para lá.

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Pontus Maximus
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Pontus Maximus » 17 Fev 2019, 22:12

Amaretsu:

Cada passo era difícil com minha "bengala" improvisada, mas eu me segurava bem, dentro da Casa de Gêmeos eu tive mais do que um osso quebrado, mesmo que temporariamente.

Atlas pediu a palavra educadamente e me contou sua história que pelo visto está vinculada ao de Tenzi, foi então que respondi a Atlas:

-Sabe Atlas eu já imaginava que todo Cavaleiro de Ouro passaria gradativamente de patente, agora sobre o "Sétimo Sentido" que você adquiriu, por sinal eu nem fazia idéia que esse Sentido existia, foi pelo que entendi, um Dom que todo Cavaleiro de Ouro recebe.

-Na comunidade cristã que participo temos um lema que diz "A prata é o Espelho de Deus". O que me irrita Atlas é o fato que um metal tão nobre seja sujado por homens e mulheres que, de acordo com os Cavaleiros de Aço Lendários, lutavam apenas com o desejo de matar para se divertir, e não foi apenas uma ou duas vezes, a divisão de Prata tem um histórico catastrófico de decisões erradas, como eu gostaria de que o Grão mestre me dissesse que eu estava errada e que o Santuário tem missões humanitárias mundo afora, mas meu medo se realizou quando disse de forma formal "Que se dane o resto do mundo". Aquele imbecil e todos os que o antecedem parecem pensar igual, fazer bonito apenas na frente de Atena, depois que ela vai embora o Santuário pouco se mexe e não se dão conta que os Cavaleiros de Aço também enfrentam os deuses que vocês temem, mas também enfrentamos outros deuses também, homens que se alto intitulam "deuses" mas não passam de "dragões" que acumulam dinheiro e glamour para si as custas dos indefesos.

-Não sei sua idade Atlas mas meu pai talvez tenha sua idade também, não se ofenda mas devido ao fator de cura de lobisomem alguns vivem muito tempo, 194 anos de idade meu pai fez e ele passou lutando longe da família, Comandante da Armada de Aço, nosso esquadrão de elite, eles aceitam missões que um soldado em sã consciência nunca aceitaria, poucos são os que voltam pra casa e menos ainda os que sobrevivem depois de algum tempo. A classificação de suas missões é confidencial, muito pouco se sabe sobre onde e com quem lutam.

-Tudo que durante séculos pedimos ao Santuário é um pouco de dignidade, com pequenos destacamentos de prata poderiam fazer anos de combates sangrentos serem terminados em dias com poucas baixas. Muito sofrimento podia ser evitado, escravidão africana, segunda grande guerra mundial. ..... tudo isso podia ser evitado, mas os Cavaleiros de Bronze que lutaram contra o 3 Reich nazista só um sobreviveu, não se sabe muito, sei que um deles era Cavaleiro de Taça como a Cecília e que a maioria deles foram mortos por um assassino de prata, para reaver as armaduras dos "desertores".

-Mas hoje os Cavaleiros de Bronze são mais independentes, participam de missões humanitária, doam sangue e brinquedos as crianças, mas por algum motivo que não sei qual é eles não ficam muito tempo conosco, mas agem como anjos nas vidas dos Cavaleiros de Aço e para as pessoas comuns, queria agradecer ao Cavaleiro de Berenice por se sacrificar por Minerva, duvido que o Grão Mestre preste alguma homenagem.

Então me posicionei na frente de Atlas e olhei em seus olhos.

-Atlas, não é crime ser um soldado de prata, mas macular suas armaduras, negligenciar ajuda, ser sádico e pirata ladrão de vidas isso é muito comum entre essa divisão. Então eu te pergunto Atlas, você na sua carreira de Cavaleiro de Prata foi exceção à regra? Ou você foi assassino, ladrão, pirata e omisso?

Se a resposta do Atlas for algo bom aos ouvidos eu aceito sua ajuda.

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Keitarô
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Re: Ato 2 ~ Aço de Prata ou Prata de Aço?

Mensagem por Keitarô » 18 Fev 2019, 00:58

— Não, não existe ascensão natural de patente no Santuário. Em geral os cavaleiros de ouro o são desde o começo. E não vou discutir com você, Amaretsu. Apenas contei minha estória, e pedi desculpas por aquilo que sei que você não mudará de opinião dentro de si. A pergunta que quero deixar a você, é: você se perdoaria, se fizesse tais coisas? Não precisa responder. Apenas guarde a pergunta. Medite em silêncio.

Atlas olhou para os outros deixando o recado de que poderiam fazer o que quisessem por algum tempo, como comer alguma coisa na central administrativa mais à frente, onde Minerva estava. A janta seria servida em duas horas. Ele combinou de se encontrar com todos ali mesmo, e partir para um restaurante próximo.

Após os recados, o santo de ouro pegou num ombro de Amaretsu e simplesmente sumiu numa fenda espacial que surgiu e sumiu rapidamente.

Amaretsu

Os dois reapareceram no pequeno lago, na Fonte de Atena. Atlas a tinha nos braços, e a deitou sobre o espelho de água. A água, ao entrar em contato com a perna, causou uma sensação contraditória. Parecia estar "consertando" o problema, mas ao mesmo tempo, à medida que o fazia, aumentava a dor. Amaretsu não conseguia gritar. Aumentou, aumentou… até que tudo passou. Desmaiou, ou pelo menos dormiu.

Sonhou que estava diante de um penhasco, observando o mundo lá embaixo. Havia uma guerra usando armas militares clássicas. Um dos lados pareceu usar mão de algo novo, um canhão que repentinamente surgiu como se convocado do nada. Então, passos ao lado de Amaretsu. Seu pai, seguido por Gracus, ambos sorriam.

— Eu o encontrei na missão, Amaretsu — disse o pai, muito ferido, mas sorridente.

— Eu não acreditei, mas talvez seja verdade — completou o diretor, com o que parecia ser uma criança nos braços.

O menino estava abraçado com Gracos, o rosto de costas para Amaretsu. Parecia ter uns oito anos. Virou o rosto para a amazona, e os olhos eram de um azul muito profundo. Olhar diretamente ali parecia fazer Amaretsu afundar num lago sem fundo.

O pai continuou.

— O messias voltou.

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