Ato 0 ~ Prefácio

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Inoue91
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Inoue91 » 21 Nov 2015, 18:39

Carlos

Caminhando em direção à faculdade, Carlos ia tendo uma agradável conversa com Sofia e a medida que suas perguntas eram respondidas ele tentava manter um dialogo.

— Mika havia me falado deste código de conduta que algumas amazonas seguem e o porque dela não segui-lo, mas não me havia dito que a mascara fornecia proteção a gases tóxicos e a outros tipos de fumaças, sem duvidas é algo que possa ser bem útil dependendo da situação enfrentada.

— Assim que tiver a oportunidade falarei com ela, creio que não será muito difícil encontra-la, ela vem me dado bastante suporte ultimamente, talvez seja o fato de eu ter virado cavaleiro recentemente e ainda ter que administrar meus estudos.

Fazia uma pequena pausa para tomar um gole de agua que havia trazido em um cantil, oferecia um gole para a amazona e aproveitava para escutar o que ela tinha a dizer a respeito de seu sonho.

— Lendas de um Pégaso matador de deuses e que foi aniquilado da existência por Zeus ? Nossa... Isso é novidade para mim... Surgiram agora em minha cabeça milhares de perguntas, mas acho melhor procurar por livros que contem mais desta lenda ou até mesmo perguntar para esse cavaleiro em meu sonho, antes de sair por ai perguntando.

Ao se aproximar da faculdade, notava que Katia chegava ao mesmo tempo


E, em meio à conversa, já vinham descendo a última ladeira, a faculdade à vista. Kátia, curiosamente, parecia estar chegando naquele mesmo momento, procurando algum lugar para estacionar daquele lado mesmo do campus.


— Fechado, assim que eu voltar da Universidade, iniciaremos nosso treinamento.

O brasileiro despedia-se de Sofia e em seguida caminhava até a sua sala de aula seguindo as dicas que havia recebido anteriormente ou ao menos ele tentava.

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Keitarô
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Keitarô » 22 Nov 2015, 12:35

Tenzi

— Certo. Eu já terminei, então peço que espere um pouco enquanto me seco e me visto.

Agni então levantou-se, descolando as costas de Tenzi. A garota parou um pouco, e então começou a caminhar na direção da saída da água. Tenzi apenas pôde ouvir os sons: a água se mexendo conforme Agni se afastava, as pisadas na escada curta para sair do local e então o som dos tecidos se movimentando. Primeiro a toalha, usada para secar, um processo mais demorado por causa dos cabelos. Depois um tecido mais suave, provavelmente o vestido que ela usaria e que fora colocado ali por Atlas. Houve então um silêncio pensativo, e mais um som de roupa sendo vestida.

— Ufa. O banho fez mesmo bem. Tenzi, eu terminei, sua toalha e roupas estão sobre o banquinho aqui, logo na parede do lado direito. Vou esperar na mesa lá fora — mais um silêncio, e então o som de Agni saindo do banheiro, as pegadas tornando-se distantes.

Naquele breve momento, quando Tenzi fez menção de ir até as roupas, sentiu uma presença familiar. No caminho de água ainda trêmulo deixado por Agni, uma luz prateada suave pareceu se depositar, vinda da janela distante do banheiro. Formou, sobre a água, uma aparência humanoide difusa, cujo rosto não podia ser identificado, mas parecia ser mais baixa que o jovem, o corpo curvilíneo e os cabelos longos e lisos, as pontas onduladas. A fronte do rapaz pulsou algumas vezes, e, em seguida, a sensação se direcionou para o topo da cabeça, sobre os cabelos. Um fluxo de energia entrava por ali, ativando o cosmo mais puro que o rapaz possuía.

— És o santo que deverias ser, Tenzi. A Roda dos Mundos começará a agir; o tempo é deveras curto. Ame aqueles que desejar do teu lado, e lute para manter a esperança em teu coração; a deusa da Terra não tardará para proteger tudo o que é dos seres terrestres por direito.

A aura pairou por alguns instantes, ali, reluzente.

Amaretsu

— A Academia está em estado de alerta. Fomos atacados ontem à noite por um inimigo diferente do que estávamos acostumados. O invasor usava de cosmo e feriu gravemente nosso líder, que está sob observação. Parece contaminado por um veneno desconhecido. Parece ser uma doença energética, e meu chute é que tenha a ver com o cosmo do invasor. Encurrado, ele se explodiu próximo à muralha que nos protege.

Kátia ficou em silêncio por algum tempo, sem tirar os olhos da câmera. Parecia não saber muito bem como reagir àquela informação. Kaguya, então, continuou.

— O Diretor solicitou que enviássemos Amaretsu até vocês, no Santuário. Ela é uma de nossos melhores guerreiros, e é capaz de dominar o próprio cosmo. Recentemente encontrou um artefato que pode chamar a atenção do Santuário. Suspeitamos que seja Nike, ou ao menos parte dela. De alguma forma o invasor sabia disso, e deve ter vindo procurá-la.

As sobrancelhas da mulher de cabelos violeta levantaram, mas a expressão continuou a mesma. Kaguya ficou em silêncio, desta vez, e foi a vez de Kátia se manifestar.

— É claro que a permissão está concedida. Esta formalização não é necessária. Os Cavaleiros de Aço são servos de Atena tanto quanto qualquer um que desejar amar este mundo. Todo aquele que agrada à deusa e propaga o amor é um servo de Atena e merece ser recebido no Santuário — a mulher sorriu; suas palavras eram levemente diferentes das ouvidas nos últimos anos, onde houve sim uma separação cultural e hierárquica entre o Santuário e a Academia de Aço. Kátia, porém, falava de maneira próxima e sincera. — Peço que tenham cuidado com o pedaço de Nike que encontraram, porém. Se o invasor desejava encontrá-la, pode haver mais ataques no caminho até aqui. Eu lamento pelos ataques e pelos mortos, e posso providenciar reforços à Academia de Aço se assim desejarem.

A expressão de Kátia tornou-se consoladora e empática. Amaretsu sentiu-se entre amigas, naquele momento.

— Não é necessário — completou Kaguya, ainda um pouco formal, mas já mais "amolecida" também. —, estamos seguindo os protocolos já conhecidos. Amaretsu, porém, está partindo o mais rápido possível. Aonde ela deverá seguir?

— Estou passando as coordenadas através de nossa ligação. Acredito que seja mais seguro se vierem até mim, que estou próxima ao Santuário, mas não diretamente nele. Há um heliporto aqui na Universidade de Atenas.

Kaguya então cumprimentou novamente Kátia, que lançou um olhar significativo a Amaretsu e a cumprimentou com um movimento de cabeça. Os preparativos então foram feitos: Amaretsu foi até o cofre e levou consigo o pedaço de Nike que encontrara, cuja energia parecia dormir, totalmente inerte; não era mais que um pedaço comum de metal. Terra já a esperava no heliporto do prédio principal, analisando as coordenadas que precisaria seguir.

Cecilia

— Já ouvi falar dessas fotografias, sim. Gosto bastante de pesquisar essas coisas, sabia? Só fico um pouco frustrada porque parece que o motivo místico por trás delas nunca é o verdadeiro. Se bem que para as fotografias, não acho que os contra-argumentos científicos isolem os místicos. Então você tem visto auras que nem nessas fotografias? Eu não enxerguei auras ontem não… quem sabe em outro momento?

Cecilia, à medida que folheava as folhas do livro de Taça, sentia um arrepio estranho. Nada muito diferente das suas reações distintas dos últimos dias, mas o que estranhava é que estava simplesmente folheando um livro. Talvez, claro, houvesse um significado especial para aquilo. Ela chegou nos capítulos finais do livro, que para Taça eram numerosos comparados a Touro e Peixes, e, como esperava, não encontrou páginas vazias ou sem lógica. Havia desenhos, esquemas gráficos, e sempre textos aparentemente descritivos. Ela precisava fazer algum esforço para entender o que as letras diziam, o que aumentava ainda mais a sensação de arrepio e energia que atravessava seu corpo, mas estava tudo legível.

Safira logo percebeu que os olhos de Cecilia, embora cegos, tateavam com o olhar um texto existente e muito visível. A brasileira observava à medida que Cecilia varria uma ou outra página e percebia que, para ela, o livro era realmente ilegível.

— Acho que é isso mesmo. Não consigo ver nada nestas páginas, mas acho que você consegue, né?

As páginas que Cecilia conseguia vivenciar com seu radar falavam sobre santos da constelação de Taça do passado e seus poderes. Alguns eram capazes de utilizar água e gelo como forma principal de ataque, enquanto os outros eram capazes de ver o futuro, como a lenda que Kátia contara sobre a Taça. Isso incluía até mesmo enviar ataques que sumiam e reapareciam muito tempo à frente. O giro para gerar tornados de água, ou acelerar e frear o tempo, também era muito utilizado. Parecia um texto tirado de um jogo ou história fantástica de um livro.

— Vou aproveitar para me trocar. Colocar umas roupas leves para visitar os clubes. Tenho realmente muita vontade de lutar! Aqui pode ser o começo.

Carlos

Kátia via o brasileiro chegando, indo em direção ao portão, e se apressou para acompanhá-lo.

— Carlos! Bom-dia. Tudo certo com você? Eu tenho novidades.

A diretora se apressou para destrancar o portão daquele lado (caso não tivesse chegado junto com a diretora, Carlos teria que dar a volta para o portão principal ou esperar alguém aparecer para abrir o portão lateral; pulá-lo também seria uma opção), um pouco ofegante. Esperou que o brasileiro entrasse e o fechou do outro lado, dessa vez apenas encostando, sem o cadeado. Ela suspirou e começou a conversar com o brasileiro.

— Hoje receberemos uma visita importante! Se eu soubesse que você estava vindo a essa hora, teria passado no dormitório e te dado uma carona. Precisei voltar ao Santuário e falar urgentemente com o Mestre do Santuário. Nossos colegas da Academia de Aço nos visitarão para tratar de assuntos importantes! Você não quer me acompanhar e servir de representante dos cavaleiros de bronze? Talvez este encontro acabe em uma nova missão, e provavelmente você participará junto dos outros cavaleiros de bronze.

Kátia acompanhou Carlos até o corredor da sala de aula, onde acenou para o rapaz antes que ele entrasse na sala de aula. A diretora parou bruscamente, a expressão mudando para desconfiada. Olhou ao redor, e pareceu perceber algo óbvio que até então não fora cogitado por ela. Balançou a cabeça negativamente e suspirou, e seguiu adiante.

— Perto da hora do almoço venha até a minha sala, por favor — e seguiu apressada, ajeitando a saia de um lado.

Saja estava sozinha na sala de aula, sentada na mesa do professor. Não havia aluno algum ali, todos atrasados com exceção de Carlos. Ou talvez ainda fosse muito cedo (faltava vinte minutos para o começo das aulas).

— Bom-dia, Carlos. Tudo bem com você?

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Pontus Maximus
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Pontus Maximus » 23 Nov 2015, 16:49

Amaretsu:

Refletindo comigo mesma:

Essa mulher, Kátia, parece ser gente boa e de confiança, porém temos uma ligeira diferença entre o "servir a deusa Atena", embora não fosse segredo pra ninguém que minha família e eu tenhamos uma perspectiva diferente sobre ela, vemos como um anjo do Senhor, principalmente devido as molduras e estatuetas com uma armadura alada ao qual ela usava. Mas eu nunca tive problemas em me socializar com pessoas com crenças diferentes, talvez uma das poucas exceções sejam os satanistas convictos ou seguidores ferrenhos de Maomé, com estes não sou nada amistosa.

Cumprimentei Kátia quando ela me olhou pela tela do computador, tudo parecia estar indo bem, apesar de eu estar mal em perder amigos que considerava irmãos, os mesmos irmãos que perdi a anos para caçadores de "monstros" anos atrás, queria te-los aqui comigo mas no fim dos tempos tenho esperança de revê-los como "anjinhos" por assim dizer, quem mandou aquela assassina fazer um reconhecimento do local vai pagar, eu não volto sem fazer os responsáveis pagarem, mesmo que sejam os deuses do Olimpus (que são mais pecadores que os mortais).

Nesse instante me lembrei de como eles recompensam os seus servos mais leiais, aprisionando suas almas em estatuas bizarras, Nike me mostrou essa lembrança e varias outras, quando estou com ela e em sincronia com o meu cosmos eu me sinto bem, porém minha natureza humana acaba me fazendo pensar mais nas maldades do que nas vitórias passadas que ela (Nike) me passou e isso me faz mau, muito mau. Apesar de ser um suposto artefato abençoado eu não quero mais entrar em contato com Nike, espero chegar logo ao Santuário e passar para "a próxima página", correr atrás de quem fez isso aqui na Academia.

Quando soube que teria que levar Nike eu me manifestei:

-Senhora Kaguya, eu levarei o artefato ao seu destino, mas antes preciso lhe contar algo.

Caso ela pergunte o que se trata eu falarei de todo o bem e mal que Nike me faz, mas não recuso a missão que me foi dada.

-Senhora, gostaria de passar rapidamente se for possível pelo necrotério para uma última homenagem a amigos que queria que fossem meus irmãos. E por último dá um beijo no pai por mim, pelo visto não vai ser dessa vez que matarei minhas saudades, a senhora concorda?

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Galahad
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Galahad » 23 Nov 2015, 22:25

Tenzi

Tenzi apenas concordava com a cabeça ao ouvir Agni, pois ele já havia dito que iria a esperar, permanecendo pacientemente no mesmo lugar, de olhos e fechados e de costas para onde a companheira estava, a fim de dar o máximo de privacidade permitida naquela situação. Não ligava se Agni demorava, já que ele não estava exatamente com pressa, assim como queria aproveitar o banho mais um pouco, já que não sabia quando teria outra chance de o fazer.

— Tudo bem, Agni, já estou saindo também.

O jovem então fora surpreendido por um estranho fenômeno que ali acontecia, com uma figura se formando na água do banho, e, embora não visse o rosto, sabia quem era, sentia quem ali estava: era a sua mestra. Fazia algum tempo que não conversava com ela de verdade, por isso se surpreendia com aquela aparição, ficando sem saber o que fazer além de permanecer parado, olhando para ela e escutando suas palavras.

— Suas palavras me honram, mestra. — dizia tentando assumir sua postura calma de costume. — Farei meu melhor para estreitar os laços com as pessoas que prezo, pessoas como Agni, que quero permaneçam comigo; e sempre lutarei sem desistir, assim como você me ensinou. — levava a mão ao peito — Mestra, o que mais posso fazer para melhorar no meu treino? Devo procurar ajuda do Santo de Virgem? Se eu for enfrentar outro inimigo como aquele...

Tenzi tentava suar seu cosmo para dizer aquelas palavras se possível, queria tornar aquela conversa mais "verdadeira",pois com ele não havia como mentir, aquela energia expressava quem o jovem era de verdade, assim como sua intenções.

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Inoue91
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Inoue91 » 27 Nov 2015, 22:49

Carlos

— Bom-dia Katia, estou um me sentindo um pouco sonolento, acho que meu corpo ainda não está totalmente acostumado com essa nova rotina, mas já já eu me acostumo, e com você, tudo certo ?

O brasileiro aproveitava que a diretora havia a destrancado o portão e para não ter que dar a volta até o portão principal entrava na universidade junto a ela, Carlos ficou um pouco surpreso com o pedido da diretora, mas ele já espera que este tipo de coisa fosse acontecer, só não esperava que fosse tão cedo.

— Mas eu te avisei ontem que eu viria a pé, não se lembra ? — Fazia uma pequena pausa, levava sua mão esquerda ao queixo de maneira pensativa — Academia do Aço ? O que eles são ? Pensei que os cavaleiros fossem apenas divididos em bronze, prata e ouro — Perguntava o brasileiro, ele não fazia a mínima ideia do que era essa Academia. — Agora eu ser o representante dos cavaleiros de bronze ? Não acha que é um compromisso muito importante para alguém que acabou de se transformar em um a poucos dias ? Bom...se realmente quer me levar eu aceitarei sem problema algum, ficarei honrado em representar os cavaleiros de bronze nesta reunião, só teria que avisar a Sofia que não irei poder ir treinar com ela ou a reunião será um outro dia ?

Acompanhado por Katia até a sala de aula, agradecia mentalmente, afinal sem ela ele poderia ir parar em outra área do campus, antes de entrar na sala de aula percebia que Katia desconfiava de alguma coisa, Carlos não conseguia sentir nada, talvez ela suspeitava que alguém tivesse observando ?

— Combinado, estarei em sua sala por volta do horário de almoço, até mais — Acenava despedindo-se de Katia.

Ao entrar na sala notava que apenas Saja estava presente, cumprimentou-a com a mão em seguida olhou em seu celular para ver que horas eram e viu que ainda faltava vinte minutos para começar a aula, colocava sua mochila em uma carteira da segunda fileira e se aproximava de Saja.


— Bom-dia, Saja. Estou um pouco cansado apenas, mas nada demais e com você, está tudo bem ? Sabe, lá em minha antiga universidade eram raros os professores que chegavam na hora, eles sempre atrasavam uns 5-10 minutos, não sei se era por má vontade deles ou por outros motivos, mas o que me decepcionava eram os que faltavam se avisar.

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Nulo
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Nulo » 27 Nov 2015, 23:07

Cecilia

— Mmm...em um outro momento, talvez.

Cecilia balançava a cabeça vagarosamente em sinal de positivo, impressionada com o conhecimento que Safira tinha para com o "paranormal". Uma grande entusiasta, provavelmente. Pensando com mais cuidado enquanto esfolheava o livro, Cecilia se lembrava de quando restabelecera temporariamente a sua visão original e pode ver uma aura dourada contornando Sara e também a diretora parecia estar ciente da mesma quando a viu tentando tocá-la durante o passeio ao santuário. Talvez em um momento mais oportuno poderia aprender o significado disso com a diretora.

— Isso novamente... — parava de folhear o livro por alguns instantes, checando os pelos em seu braço se eriçarem levemente. Abria e fechava a mão algumas vezes, voltando a esfolhear o livro com um pouco mais de atenção, quando então alcançava os capítulos finais do livro e impressionava-se ao ver um conteúdo se materializando. — Oh!

"Então era realmente problema de incompatibilidade."

Por um momento a alemã se esquecia de seu problema e ajeitava a postura, abrindo os olhos e concentrando-se no livro como alguém o faz para ler algo em uma fonte extremamente pequena. Era desnecessário visto que poderia "ver" em todas as direções mesmo sem uma linha de contato específica, mas a euforia em poder ler um livro depois de mais de um ano e a estática a fazia esquecer da situação.

— Consigo sim. O autor do livro provavelmente usou alguma técnica de esteganografia ligada à constelações, o que é bem incrível. O mecanismo que ele usou para detectar a constelação do leitor que eu não entendo. Bem absurdo, não?

Era a primeira vez que a loira encontrava livros que só poderiam ser vistos por aqueles com constelações concordantes ao conteúdo, o que era extremamente mágico. Não como se pudesse discutir visto os seus supostos poderes e tudo aquilo que passara até agora.

— Santos de Taça, manipulação da água, gelo e tempo para combate, premonição, ataques com atraso? Bem fantasioso. Ah...já irei arrumar-me, também, só alguns minutos...

"Santo de taça, santo de touro e provavelmente santo de peixes. Santos...o que a diretora quer com isso?"

Continuava a leitura por mais um tempinho, até que notava que já havia enrolado Safira demais. Coçava a cabeça, levemente envergonhada.

— Desculpe-me, Safira. Vou trocar-me agora.

E com isso, fechava o livro, guardando-o e arrumando-se para visitar Sara e os clubes de artes marciais com a brasileira. Poderia verificar o livro de Peixes, depois.

— Algum clube de luta em mente? Infelizmente para mim não deu para prestigiar as apresentações antes de ontem, haha....

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Keitarô
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Keitarô » 13 Dez 2015, 23:20

Tenzi

— Aproxima-te do Santo de Virgem. Tu precisas de superação constante, e ele entende disso mais do que ninguém neste Santuário. Em breve, o Destino mostrará seu primeiro movimento e tu serás solicitado a lutar pelo bem.

A energia pairou mais algum tempo sobre as águas, avaliando o estado de seu aluno. Assim, tal qual ali chegou, sumiu, tranquila. Momentos depois Atlas avançou no banheiro, olhando confuso como se procurasse por algo. Ele, de alguma forma, também sentira a sutil energia da mestra de Tenzi.

— O almoço está pronto, Tenzi. Agni já está na mesa esperando. Quando estiver pronto, junte-se a ela. Eu vou falar com o Mestre do Santuário para que ele converse com você agora à tarde.

Assim, o jovem Santo de Áries deixou o banheiro. Após se vestir e sair do banheiro, Tenzi almoçou comida típica grega com uma taça de vinho de pouco álcool. Agni estava mais calada, mas parecia muito melhor que antes, mais leve, e os olhos sempre profundos, perdidos em pensamentos.

Amaretsu

Kaguya assentiu com a passagem de Amaretsu pelo necrotério, e ouviu sua história com respeito a Nike. Ela sorriu, ainda rígida pela necessidade discioplinar do momento, e opinou com seu conhecimento de mãe e cosmo.

— Interessante, Amaretsu, acredito que Nike queria mostrar alguma coisa especial para você com essas imagens… essas memórias. Hum — de alguma forma, Kaguya pareceu entristecer, olhando para o vazio. Um silêncio pesado se fez com aquela expressão da mãe da brasileira. Então, ela suspirou levemente, e, baixinho, comentou, levantando-se para deixar o local. — Em que ano… estamos mesmo? Não melhoramos nada, não é? Não mudou nada… há milênios…

Assim, cada um foi para sua função. Kaguya voltou à guarda para orientar o que fazer naquela hora do dia, e logo em seguida iria descansar por duas horas (já que não havia dormido ainda aquela noite). Amaretsu passaria no necrotério (muito embora a maior parte dos mortos tenha sido quase totalmente pulverizado no ataque suicida do inimigo) e depois iria para o heliporto novamente, onde Terra esperava.

(OFF: esperarei sua ação no necrotério e depois fazemos a viagem até o Santuário.)

Cecilia

Safira também ficou empolgada com o texto lido por Cecilia. Os livros possuíam uma conotação diferente, estranha, quase exotérica, o que combinava ainda com a técnica criptográfica usada para limitar ao leitor do livro as informações mais importantes.

Depois, ambas foram visitar os clubes desejados. Safira inicialmente queria visitar o clube de artes marciais, mas logo pareceu mudar de ideia quando, caminhando pelo corredor na ala do clube determinado, chegou à porta dupla, que estava aberta. Lá dentro Derik treinava golpeando violentamente um saco de pancadas usando apenas faixas ao redor das mãos e braços. A região das mãos que impactava em cada golpe parecia levemente manchada, uma vez que Cecilia não podia ver cores.

— Nossa… ele não parece bravo? Na verdade, desde aquela apresentação tenho achado o Derik meio estranho. Nós quatro, eu, você, Sara e ele nos aproximamos meio repentinamente, mas agora parece que cada um foi para o seu lado com uma sensação de estranheza no ar, não foi? Sara ainda está na enfermaria, e ele sumiu… será que as aulas de Arquitetura estão acontecendo normalmente?

Havia poucas pessoas no clube, e um veterano dando dicas a Derik de como bater mais eficientemente. Sua regata estava encharcada, colada ao corpo cujos músculos não eram grandes e pareciam começar a se definir melhor após treinos de algumas semanas.

— Algum problema em entrarmos mesmo assim? — Safira estava meio temerosa, em dúvida do que fazer.

Carlos

Kátia achou curiosa a colocação de Carlos, mas não comentou nada a respeito. Para ela, não era cedo para ser considerado um cavaleiro de bronze, afinal ele já o era.

Saja, na sala de aula, parecia um pouco distraída. Conversando com Carlos sobre o costume dos professores no seu país de origem, ela achou engraçado.

— Lá na Coreia do Sul somos sempre pontuais quando podemos. Atraso significa conhecimento não passado e talvez não aprendido. Mas eu queria aproveitar para falar com você sobre outra coisa. Achei muito legal toda aquela história de ontem… mal consegui dormir com a presença daquele livro. Li alguns capítulos e achei muito interessante. Já checou a última parte do seu?

Um mal-estar sutil tomava conta de Carlos. Uma presença estranha se fazia no campus, um… cosmo. Podia ser sentido apenas de vez em quando, e era neutro ou bom, mas trazia um mal pressentimento junto com a sensação.

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Pontus Maximus
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Pontus Maximus » 14 Dez 2015, 16:16

Amaretsu:

Eu sempre imaginei o necrotério como o segundo pior lugar do mundo perdendo apenas para um boteco ou cervejaria qualquer, continuo pensando assim, mas não nesse caso ao qual eu me encontro agora, não dessa vez, esse necrotério é especial, pois foi aqui que perdi pessoas queridas, gente que não se importa se sou portadora de uma doença milenar ou não, quando lembro e passo entre os corpos (ou o que sobrou deles) eu tento ver em seus rostos alguma expressão de vida, algo que diga "chame um médico pois estou vivo eu não morri" como eu queria que isso acontecesse, lembro até das cantadas que levei algumas vezes, piadas com respeito sobre mim e minha mãe, nunca mais vou ouvir esses risos e essas brincadeirinhas, tentei segurar as lágrimas, mas dizem que quando você não chora pra fora chora pra dentro e o coração se afoga, vou tentar colocar essa lenda aprova dessa vez.

Em meus pensamentos eu imaginava e tentava conciliar perdão e vingança, pela Bíblia existe perdão para assassinos embora ainda estejam passiveis de punição, só que naquele momento eu quero condenação tanto para o corpo como para a alma dos que fizeram isso contra nós, acendi meu cosmo em sinal de fúria e revolta e numa leve explosão fiz com que as macas onde estavam os corpos se movessem para os lados e batessem uma nas outras, nesse momento o sistema anti incêndio deve ter feito o seu serviço e apagou as poucas labaredas que fiz.

-Desculpe pessoal, mas seja como for eu não deixarei barato, e jogarei com violência extrema contra os mandantes desse massacre, que Deus me ajude a não sair da linha e me tornar na mesma coisa que são os assassinos de meus colegas e amigos.

Depois disso me arrumei e demorei só um pouco mais para me aprontar e seguir para o heliporto, peguei Nike com carinho e ódio ao mesmo tempo, seja quem for (deuses do Olimpus, Asgard e mortais), eu vou atrás e não volto sem o serviço concluído.

Pelo Rádio contatei minha mãe e superior:

-Ore a Deus por mim mãe, pois meu coração arde e quer vingança e não penso em medir esforços ou consequências para fazer os assassinos pagarem.

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Galahad
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Galahad » 14 Dez 2015, 22:54

Tenzi

— Escuto suas palavras e assim farei, lutarei com todas as minhas forças, mestra.

O jovem cavaleiro ficava satisfeito que aparentemente não desagradara sua mestra até agora, já que ela não falara que Tenzi cometera alguma falta ou falha em sua jornada até o Santuário. Sentia a tranquilidade ela até o momento que Atlas retornara, alertando que o almoço estava pronto e só faltava ele se juntar à mesa.

— Obrigado, mestre Atlas, já estarei indo almoçar.

Tenzi sentia uma certa vontade de perguntar para Atlas sobre a mestra, mas preferia o fazer num momento mais propenso, talvez após conversar com o Mestre do Santuário e o Santo de Virgem, além do mais, o jovem queria apenas relaxar no momento, a fim de ter um momento de paz antes de provações começarem. Vestia a nova muda de roupas, contente por poder usar roupas que não estejam sujas, seguindo então para almoçar.

" O que será que há para comer?"

No almoço o jovem aproveitava aquela diferente refeição, já que nunca experimentara comida grega, sendo uma agradável experiência; assim como provava vinho pela primeira vez, bebida que não achara ruim, mas não gostaria de tomar com muita frequência, algo no sabor daquela bebida não lhe agradava totalmente. Por não querer estragar o momento da refeição foi que Tenzi esperou tanto ele quanto Agni acabarem de comer para então fazer a pergunta que estava ansioso para fazer.

— Senhorita Agni? Algum problema? Parece distante nesse momento.

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Nulo
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Re: Ato 0 ~ Prefácio

Mensagem por Nulo » 18 Dez 2015, 22:51

Cecilia

Cecilia ficava parada diante a porta do clube de artes marciais, ouvindo o comentário de Safira atentamente enquanto focava sua audição para entender o que se passava ali dentro. Vez ou outra os músculos faciais tencionavam involuntariamente com o som de pancadas, mas não demorava muito para Cecilia se acostumar com o ritmo daqueles movimentos bruscos e relaxar.

"Derik..."

Seu radar envolvia o ambiente e a alemã percebia a figura do rapaz que parecia exagerar no treinamento, principalmente com o furor usado naqueles movimentos. Golpar com tamanha raiva seria realmente o método correto de treinamento? O que será que aconteceu com ele nos últimos dias? A sensação de que ela seria a responsável por tal mudança ainda cutucava sua cabeça.

— Sim, como se estivesse extravasando tudo neste saco de pancada... — Cecilia comentava em um tom mais baixo, aproximando-se de Safira e colocando a mão no cotovelo dela. — A porta dupla está aberta e só precisamos encontrar algum instrutor, não? Vamos.

Terminando de falar isso, a loira dava uma pequena puxada na roupa da brasileira, adentrando o recinto e procurando alguém que não parecesse tão ocupado para informar-se. Não parecia ser o momento certo para abordar Derik, visto que parecia focado em seu treinamento...qualquer que seja o seu objetivo final.

— Bom-dia. Prazer, sou Cecilia e essa é minha amiga, Safira. Infelizmente antes de ontem tive um problema e não consegui assistir à apresentação de artes marciais no coliseu. Se não for incômodo, poderia dar-nos algumas informações ou mostrar alguém que possa fazê-lo?

Tentaria ser discreta para não chamar tanta atenção e obter as informações que Safira desejasse, o que era difícil visto a sua aparência e situação. Será que existia algum instrutor com conhecimento de artes marciais para deficientes visuais, como disfisen?

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