MOMENTO NARRATIVO
A primeira ferramenta de narração que resolvi incorporar nas minhas campanhas foi o
MOMENTO NARRATIVO. Sempre que houver oportunidade, vou delegar a um ou mais jogadores a responsabilidade de representar algum NPC ou narrar algum acontecimento no passado ou em real-time.
Além disso, o jogador poderá criar fatos do passado de seu personagem e inseri-los na aventura, criando ganchos e "material" para o mestre desenvolver a trama da campanha. Na verdade o MOMENTO NARRATIVO serve para qualquer situação onde o jogador pode contribuir com a história, narrando uma cena importante, um fato, um acontecimento, algo que vai dar um "tempero especial" no jogo.
Essa iniciativa permite que os jogadores se comprometam com a "criação" e desenvolvimento do universo do jogo e que se divirtam no papel de outros personagens, diferente de seus próprios heróis.
Essa mecânica permite inclusive, que um jogador interprete algum NPC que surge num flashback criado por outro jogador, criando uma rede de interpretações e narrativas compartilhadas. Confuso? Talvez um pouco, baseando-se apenas nessa explicação, no entanto, é super-simples na hora do jogo.
Vou dar um exemplo:
Em nossa campanha de VITTA, Dornelles controlava Soleil, um clérigo cujo avô tinha relações próximas com os anões de fogo do cenário, levando até que o garoto aprendesse o idioma anão. Em algum momento oportuno, eu posso pedir para o jogador que controla esse personagem me contar como foi a primeira vez que seu avô lhe contou sobre sua relação com os anões.
Então, tentando incrementar a história, Dornelles, descreve a cena em que seu avô chega na cidade dos anões e avista a enorme cachoeira de lava, bem como a cidade e os sons das forjas. Em um momento, ele, por acaso, pode inserir na cena dois anões que o receberam na cidade e eu, como mestre, poderia designar outros dois jogadores para fazerem o papel dos NPCs, interagindo com eles.
Isso permitiria que os três jogadores criassem a história e a cena de como se desenrolou a primeira passagem do avô de Soleil, incrementando a história e possivelmente fornecendo ganchos e material para a criação do mundo.
Um aspecto bastante importante é que Eä não está totalmente criada. Eu e Tolshi não pensamos e todos os detalhes do mundo e isso dá uma possibilidade de vocês de, além de nos ajudarem, deixarem um pouco de sua marca nesse cenário que eu tanto gosto (apesar de ser suspeito pra falar disso kkkk).
Qual a vantagem?
A cada MOMENTO NARRATIVO que o jogador participa ou cria; seu personagem ganha um PONTO NARRATIVO (PN) que pode ser usado da seguinte maneira:
2 PN = Um bônus de +4 em no próximo teste de perícia, resistência ou ataque (este bônus se acumula, permitindo que você gaste 4 PNs para um bônus de +4). Você deve avisar que está usando os PNs antes que o teste seja realizado
5 PN = Troca por um Ponto de Ação, para uso imediato
10 PN = Troca de +1 em um atributo
15 PN = Troca por um talento de personagem
O bacana é que o personagem pode sugerir um MOMENTO NARRATIVO para completar os PN necessários para uma de suas utilizações e então descrever a cena narrativa, descrevendo a cena em real-time logo em seguida, já usando os benefícios garantidos.
Ex: Galahandriel está com 4 PNs acumulados e está cercado por 2 lupinos. Ele está ferido e seu arco possui apenas uma flecha. Claramente um combate direto poderia ser muito desvantajoso.
Então para virar a balança, Galahad, o jogador que controla o personagem, sugere a utilização de um MOMENTO NARRATIVO. O mestre permite, então ele narra um flashback, contando como Galahandriel, durante a um ataque Kaërin a sua vila, matou dois guerreiros kaërins em situação parecida, permitindo então que ele e sua família pudessem escapar intactos graças ao seu golpe de sorte.
Com isso, Galahad garante mais um PN para Galahandriel, que então usa sua reserva de 5 PN para trocar por um Ponto de Ação e então ganha uma ação padrão a mais e consegue atacar os dois lupinos em sua rodada.
É basicamente isso...
Pontos Narrativos utilizados são "queimados" e apagados da ficha.
Qual a desvantagem?
Que eu saiba... nenhuma...