Eä - Aventura

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blue
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Eä - Aventura

Mensagem por blue » 23 Out 2014, 09:02

Tópico de jogo do PBF de Eä

Índice:
Prólogo

Especificações da Campanha:
Ano da Campanha no Cenário: ano 2540 da Nova Era.
Quem está jogando?
Dornelles
Galahad
JJ
DonaKei
Tolshimir
Ramongtx

House Rules:
1- Novos usos dos Pontos de Ação e o modo de conseguí-los;
2- Perícias baseadas em conhecimento devem ser explicadas com uma cena narrativa
2 - Tem alguma idéia de house rule ??? Me diga...

Pontos de Ação:
==> Modos de conseguir:
Heroismo: pois heróis salvam as pessoas
Interpretação ou Cena muito bem escrita: com aprovação de todos ou do mestre. Se algum jogador fez uma cena foda, e você (outro jogador) acha que ele merece um Ponto de Ação? Então diga ! Com a aprovação do mestre, ele ganhará o ponto =].
Intervenção do Mestre: se o mestre deixa os jogadores em alguma situação desfavorável, o vilão foge para lutar outro dia, etc etc.... o players afetados ganham um PA.

==> Usos:
Adicionar um 1d4(este valor muda com o nível) a uma jogada ou teste que não saiba o resultado;
Adicionar um 1d4(este valor muda com o nível) à sua CA até o início do próximo turno;
Refazer uma jogada ou teste;
Realizar novamente um teste de resistência, contra algum efeito nocivo que o está afetando, Exemplo: Efeito contínuo;
Realizar uma ação padrão ou de movimento adicional na rodada;
Recuperar 1d8+1(este valor muda com o nível) pontos de vida;
Receber aquela "ajudinha" do mestre;
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blue
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por blue » 23 Out 2014, 10:59

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Prólogo
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Trilha Sonora

1804 N.E.

--- Vocês ouviram o homem, senhores! --- Finn bradou para o grupo parado a frente da Delírios e Deleites. As pessoas circulavam na rua movimentada de Dhynamus, uma das maiores cidades de Omnüs, sem dar-lhes atenção. Mercadores gritavam concorrendo entre si pela atenção das pessoas que passavam pela área do Grande Mercado, crianças de rua brincavam descalças sobre os paralelepípedos negros e um grupo da milícia circulava próximo, conversando descontraídos. Ao fundo, a fumaça das fornalhas dos artesãos coloria o céu de preto, e de tempos em tempos ouvia-se o som das explosões do sistema de transporte de carga do reino, o M.E.T.R.O.. --- Podem sentar a porrada no imbecil!

--- Não foi isso que eu disse, Finn... --- Gareth suspirou. Era o líder d'Os Caçadores do Nunca, um bando de cinco caçadores de recompensas que viajavam pelos reinos a procura de trabalho. A missão dessa vez? Nada menos do que um Deus. --- Mantenham o foco, pessoal. Sabemos bem do que ele é capaz, não é, Olly?

--- Ha ha! Muito engraçado! --- o halfling mostrou o dedo do meio metálico para Gareth, resultado do último confronto com Mishra. Uma simples palavra e o braço do pequenino havia sido separado do corpo. Seria o fim das aventuras para Olly, não tivesse sido Bompalim. O Mestre-Ferreiro deu um upgrade ao companheiro, instalando uma prótese de Ellyrium no lugar do braço do pistoleiro. Ellyrium era um metal feito pelo próprio Bom utilizando técnicas de forja dos Kazedruns, os anões do fogo, e, além de ser tão forte quanto o aço, permitia a manipulação telepática de outros objetos feitos com o mesmo minério. --- Por mim colocávamos uma bala na testa desse infeliz!

--- Nada disso, Olly, precisamos dele vivo! Lembrem-se disso! --- Gareth relembrou, a voz firme e grossa como um trovão. Pelo menos uma cabeça mais alta que todos ali, o líder era um guerreiro habilidoso como ninguém. Vinha de Nunca, um condado féerico de Eä'Singen, e o sangue das fadas corria por suas veias. --- Thayla só poderá aprisioná-lo quando estiver muito fraco... mas ainda sim VIVO!

--- Pode deixar comigo, boss! --- a elfa confirmou com a cabeça encarando concentrada a porta da taverna, duas varinhas em cada uma das mãos.

--- Boooooooring! --- Finn suspirou entediado, fazendo um punho se chocar contra o outro, enquanto dava pulinhos leves. Pequenas faíscas saíam de suas manoplas, emitindo um estalo a medida que a eletricidade percorria o seu corpo. --- Ou seja, podemos debulhá-lo, contanto que deixemos ele vivo.

O grupo sorriu, hesitando um pouco. O último embate com Mishra havia custado a vida de Ward, o clérigo do grupo, e a promessa de que se viessem procurá-lo novamente, seria a última batalha de suas vidas. Gareth se aproximou de Ward e colocou a mão no ombro do rapaz, dando-lhe forças.

--- Desta vez vai ser diferente, Ward! Estamos próximos do fim da nossa jornada.

--- Dessa vez, temos o Pesadelo ao nosso favor! --- Ward disse determinado, as olheiras marcadas sob os olhos cansados. Após ser ressuscitado, clérigo de Soleil passou 2 anos em sua busca por uma arma contra o Deus. Voltara extremamente forte, mas a jornada havia quebrado sua alma de tantas formas que era impossível recuperá-lo. Já não conseguia mais dormir e permanecia boa parte da noite estudando ou rezando.

--- Então vamos, pessoal! --- o líder deu um passo a frente, derrubando a porta da taverna com um chute.


============================
Say your prayers little one
Don't forget, my son
To include everyone
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A porta bateu no chão e os Caçadores entraram no ambiente com armas em punho. Os clientes do lugar gritaram assustados, se afastando da entrada da taverna correndo. O taverneiro aproximou-se bradando com o grupo, mas Finn tratou de calá-lo arremessando-o pela janela da frente do estabelecimento.

--- Mishra, sabemos que está aí! --- Gareth bradou, uma rapier em cada uma das mãos. Uma lâmina brilhava de leve, enquanto a outra emitia uma névoa escura como a noite que escorria para o chão e desaparecia. --- Mostre-se, Deus dos Sonhos!


============================
Tuck you in, warm within
Keep you free from sin
Till the sandman he comes
Sleep with one eye open
Gripping your pillow tight
============================



Sentado em uma mesa de frente para a entrada, um homem bebia descontraído uma caneca de cerveja escura, os pés apoiados na mesa. Os cabelos negros presos a um rabo de cavalo desarrumado, a pele castigada pelo sol característica de viajantes e as vestes de mago puídas não faziam jus a um Deus. Abriu um sorriso ao ver o grupo e, apontou para cinco cadeiras próximas.

--- Caçadores, quanto tempo! Por favor, sentem-se, abaixem essas armas. --- ele estalou os dedos e, sobre a mesa onde estava, cinco canecas se materializaram, juntamente com um cordeiro assado. --- Vocês devem estar tão cansados quanto eu destes nossos encontros. Sentem-se e vamos comer...

--- Não estamos aqui para isso, desgraçado! --- Olly gritou apontando uma pistola para o Deus. --- Nós queremos ...

--- ... o meu poder. Eu sei, eu sei. --- Mishra acenou com a mão para que aproximassem. --- Eu o darei para vocês, não se preocupem.

Os Caçadores se olharam sem entender o que estava acontecendo. Seria assim tão fácil? Há cinco anos, tentavam capturá-lo e, de uma hora para outra, ele se entregaria?

--- Não precisam ficar tão surpresos... afinal, não era isso que vocês sempre sonharam? --- ele sorriu, esticando uma das mãos na direção de Gareth. --- Venham, Caçadores do Nunca...


============================
Exit, light
Enter, night
Take my hand
We're off to never-never land
============================


Gareth se aproximou lentamente, os dedos ainda apertando os cabos das espadas, olhou a taverna que já se encontrava vazia, com a saída dos clientes. Os outros o seguiram confusos, mas ainda mantendo as armas e magias preparadas caso o Deus tentasse algo. Gareth sentou-se, repousando as armas em seu colo, e o restante seguiu seu líder. Mishra preencheu magicamente as canecas com as bebidas que cada um deles gostavam e ergueu a sua brindando.

--- Vocês venceram, Caçadores! Vocês derrotaram o Sonho. Aproveitem...

Tímidos e desconfiados, os aventureiros beberam. E depois que beberam, comeram. Se alimentaram até que estivessem satisfeitos, o cordeiro que estava no centro da mesa dera lugar a pães exóticos, queijos de sabores extraordinários e carnes assadas de formas que nem o melhor dos chefes poderia sonhar. Tudo isso regado a bebidas jamais confeccionadas que enchiam suas canecas até quase transbordá-las. Após o banquete, Sonho ainda deu-lhes presentes. Armaduras e armas para os guerreiros e o pistoleiro, livros e grimórios para a maga e o clérigo. O Deus ofereceu camas, para que os jovens descansassem e aias que surgiam de lugar algum vinham para levar-lhes para banhos.


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Somethings wrong, shut the light
Heavy thoughts tonight
And they aren't of Snow White
============================



--- Sabe qual é a melhor parte de não dormir, Mishra? --- Ward sorriu, quando uma aia se aproximou para ajudá-lo. A insanidade dançando pelos seus olhos e sorriso --- É muito fácil saber quando se está sonhando ou quando se está acordado. Você não tem noção de como a realidade é muito mais dolorosa...

O clérigo sussurrou e pelos seus lábios tudo ruiu.

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Dreams of war, dreams of liars
Dreams of dragon's fire
And of things that will bite
Sleep with one eye open
Gripping your pillow tight
============================



Os cantos mais escuros da taverna se projetaram e as chamas dos lampiões que iluminavam o ambiente se apagaram. A salão comunal da taverna tornou-se frio e uma brisa cortante vinda de lugar nenhum pareceu banhar a todos. O clérigo sussurrou e todos relembraram de todos os seus maiores medos. Gareth se viu vagando desolado no Deserto Negro de Eä'Singen, sem água e comida às portas de Igh’ara, o Coração do Deserto --- a fortaleza destruída por Vitta, Soleil e os outros deuses-pais. Olly reviveu o momento em que perdera o braço e visões de um novo confronto com Mishra que lhe arrancava outras partes do corpo. Finn assistiu o assassinato dos pais, sendo obrigado a viver novamente nos orfanatos de Kurlein, sendo espancado pelos donos do lugar. Thayla assistia a ela própria visitando o túmulo de seu marido, falecido durante os confrontos na guerra, e ele próprio retornando como um fantasma e culpando-a de sua morte. Ward se viu apenas dormindo.

O clérigo sussurou e todos os habitantes de Dhynamos caíram sobre as garras de seus medos. Uma menina se viu sendo atacada por aranhas, baratas e todos os tipos de insetos. Um guarda da milícia da cidade se viu culpado de crimes que nunca cometera. Um menino de rua fora atacado pelos demônios que sempre o espreitavam nas esquinas escuras durante a noite. Um ferreiro se viu não conseguindo mais produzir joias magníficas, um trabalho de família que já vinha desde os tempos de seu bisavô, e assistiu seu nome e os de seus antepassados caírem na desgraça. Um acadêmico em períodos de provas na Escola de Magia de Dhynamus se viu falhando em todos os seus exames, sendo obrigado a reprovar todo o ano. Um senhor de idade, já próximo dos seus últimos dias e clamando pelo descanso de Nerull, descobriu-se imortal. Uma jovem nobre se viu casada com um bêbado que a maltratava toda a noite. Ward apenas dormia.

O clérigo sussurrou e a mágica do Deus dos Sonhos desapareceu.
O clérigo sussurrou e todos ouviram Pesadelo.


============================
Now I lay me down to sleep
I pray the Lord my soul to keep
If I die before I wake
I pray the lord my soul to take
============================


Estavam todos de volta à taverna. Ward estava no chão, dormindo, com Mishra agachado ao seu lado, chorando. O Deus dizia, em meio aos soluços, a voz quase não saindo de sua boca:

--- O que... o... que... que eu fiz com você?


O restante dos Caçadores levantavam-se, assustados e sem entender o que havia acontecido.Tomaram alguns segundos para entender a situação, até que Gareth bradou:

--- CAÇADORES!! ATACAR!!!! --- erguendo-se e correndo em direção ao Deus. No meio do caminho, pegou uma de suas rapiers no chão e pulou, investindo em seu alvo de cima para baixo. A lâmina estocou o ar, fincando-se fundo no ombro de Mishra. Com um movimento veloz, o Deus dos Sonhos agarrou o cinto do líder dos Caçadores e arremessou-o na parede oposta a entrada.

Finn investiu logo que o inimigo se virou para arremessar Gareth, agarrando-o pelas costas e derrubando-o no chão. Com as manoplas carregadas de energia, desferiu golpes no rosto do Deus. A eletricidade percorreu o corpo do inimigo, transferindo-se para o chão em ondas luminosas até se dissipar. Sonho sussurrou um encanto e uma força invisível ergueu o lutador de cima de si e o jogou contra a parede da taverna. O impacto foi tanto que Finn atravessou os tijolos, rolando para a rua a frente do estabelecimento.

Thayla murmurou encantos, rodopiando suas varinhas entre os dedos. Energia luminosas tomaram a forma de correntes de luz e se enrolaram nos braços do Deus. Presas ao solo, a magia da feiticeira fez os elos das correntes se aproximarem, esticando os braços do inimigo e obrigando-o a cair de joelhos no chão. Olly, aproveitando da magia da elfa, ergueu seu braço metálico com os dedos abertos. O Ellyrium da prótese se iluminou, ativando as conexões com o sistema nervoso do halfling, e as pistolas e o rifle que o pistoleiro carregava consigo foram se desprenderam de seu coldre, levitando magicamente no ar ao redor do braço de seu dono.

--- Clair, Teresa, Miria! ATACAR!!! ---
o halfling gritou o nome de suas armas, fechando os dedos da mão. As armas dispararam uma onda de tiros, que acertaram o peito do Deus. A fumaça das armas se espalhou no ambiente encobrindo a visão de todos. --- THAYLA! AGORA, PRENDA O DESGRAÇADO!

A feiticeira murmurou seus encantos, desenrolando um pergaminho extenso. As inscrições do objeto brilhavam, destacando-se do papel, tomando forma física e rumando em direção à fumaça com a mesma velocidade que os disparos das armas de Olly. A fumaça se dissipou, mostrando o Deus ainda preso pelas correntes luminosas, as inscrições do pergaminho de Thayla formando um círculo no chão ao redor de Mishra. Suas vestes eram vermelho puro, apresentando buracos onde as balas haviam atingido-o. Ele apenas olhava para Ward, murmurando:

--- Eu só... o que fiz? ... me tornei aqueles que eu tanto odeio... --- lágrimas escorriam de seus olhos. --- ... o que fiz com você, garoto? ...

O encanto da arcana foi concluido e as inscrições no chão brilharam ainda mais, se aproximando do Deus, como se o círculo diminuísse o seu diâmetro. Thayla gritou sobrecarregada pela energia arcana, suas pupilas brancas, e então uma explosão de luz cegou a todos.


============================
Take my hand
We're off to never-never land
============================



Gareth ergueu-se zonzo, o cheiro de pólvora impregnando o ambiente, esfregou os olhos com as costas da mão, tentando desembaçar a visão. Gritou pelos companheiros e viu Finn entrando no salão da taverna por uma abertura na parede. Olly estava sentado, com a cabeça de uma Thayla sem forças e desmaiada apoiada em seu colo. O halfling falou aliviado:

--- Conseguimos... Gareth... conseguimos...

Os Caçadores do Nunca olharam para o local onde estivera o Deus dos Sonhos, e avistaram seis joias esféricas. Uma vermelha, uma azulada, uma verde, uma branca, uma preta e uma amarela.

Ao lado das joias, Ward apenas dormia...
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blue
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por blue » 25 Out 2014, 11:07

Ano 2540 da Nova Era de Eä

Galdrus abriu os olhos e observou estupefado a superfície pela primeira vez. O olho de Pelor banhou-o como se dando as boas vindas. Estava no topo da Fenda da Espada, um penhasco que seguia por dezenas de quilômetros para baixo da superfície até um rio de água gelada. Às suas margens, erguia-se Akhräen, a Cidade da Superfície. Galdrus ria da ironia, uma vez que o vilarejo era tido entre os anões como a cidade mais próxima da superfície e, mesmo assim, tivera que enfrentar uma escalada de 8 dias para chegar até o topo da Fenda.

"Anões e sua vontade de ficarem sozinhos, sem serem incomodados por ninguém", pensou, mas logo riu de si mesmo, vendo que ele próprio se encaixava no pensamento. Havia saído de Aëra, a capital do reino Kazedrun, havia duas semanas. Seu pai mandara dois outros anões para acompanhá-lo, uma decisão que o próprio Galdrus fora contra. No caminho, infelizmente, uma confusão aconteceu no acampamento dos três. Dois Vermes do Subterrâneo, atraídos pelo cheiro de um de seus alimentos favoritos, carne podre, atacou o grupo. Os companheiro de Galdrus lutaram bravamente mas, na confusão, o anão fugiu, deixando-os para trás. O Kazedrun desviou sua rota para o norte, na tentativa de despistar os anões, até que chegara em Akhräen. O vilarejo há muito já havia sido abandonado pelos anões, que rumaram para cantos mais afastados da superfície em busca de proteção durante a 1a Grande Guerra da superfície. Uma cidade fantasma significava ninguém para servir de testemunha sobre sua passagem e isso era o que ele mais precisava no momento.

O ladino olhou ao redor, assustado com a imensidão do Mundo Superior. Estava em uma região de colinas e, para sua alegria, abundante em ventos. Retirou o bordão das costas e, com um movimento, ativou os mecanismos internos do aparelho. Dos lados do botão, hastes metálicas se abriram em um semicírculo e, no meio delas, um tecido projetado especificamente para auxiliar e estabilizar o voo. Galdrus esperou algum tempo, medindo a velocidade do vento com o indicador, e no momento exato saltou com o bordão às suas costas. Com uma destreza singular, o anão e seu planador caíram por alguns segundos, mas depois o vento mudou sua trajetória e o ladino, como se já previsse isso, ascendeu. Gargalhava no ar, modificando sua trajetória a medida que as correntezas de ar o atingiam, nunca imaginara que seria tão fácil planar... ou melhor, voar!

As terras se estendiam por quilômetros e ainda por muito mais. Havia lido aquilo diversas vezes nas vastas bibliotecas de seu pai, mas aquela visão era melhor do que qualquer coisa que um livro poderia lhe contar. A leste de onde estava, avistou uma massa azulada no lugar onde deveria ser a terra. Não entendeu a princípio, mas depois lembrou-se das vastas extensões de água que existiam na superfície. Rumou em direção ao mar, absorvendo toda a informação visual. Passou por pequenos bosques e viu vastas planícies ao norte. Avistou, próximo à massa de água, uma cidade. Construções se espalhavam por quilômetros, protegidas por uma muralha. Torres altas tanto próximas ao muro como no interior da cidade chamaram a atenção da mente já adaptada a encontrar pontos bons para decolar.

Estava na hora de conhecer uma cidade...
Estava na hora da Superfície conhecê-lo...

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Gulk espreitava por entre as árvores e arbustros dois porcos do mato, e Irys o observava enquanto armava o acampamento. Havia salvo o monstro há algumas semanas, nos pântanos próximos da fronteira entre o norte da Latveria e Durkein. Ainda não entendia o que a fera era, se era um homem monstruoso ou um monstro com características de homem. Ele falava pouquíssimo e, até aquele momento, só havia visto-o dizer duas palavras: "Gulk", o que acreditava que era o nome da fera, e "Treta", a primeira palavra que havia dito quando ela o salvara dos guardas que o queriam capturar. Pelo que ela entendia, mais de um nobre estava decidido em ter Gulk como uma das espécimes de sua coleção particular. Quando aceitou o contrato, achava que era apenas mais um monstro, mas havia algo diferente nele. Tinha que decidir se iria voltar à cidade para encontrar o seu contratante ou se rumavam para outro lugar.

O homem-crocodilo aproximou-se dela, um porco do mato em cada mão, as presas em um sorriso orgulhoso. Ele arremessou os animais próximos da fogueira que a Kaërin havia feito e bradou para ela:

--- Bacon !!!! Bacon !!!

Irys riu. Ele sabia mais do que duas palavras...

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Uthread havia recolhido suas poucas posses --- suas armas, armadura, algumas moedas e o que seu estômago podia carregar de comida --- e partido da Arena sem se despedir de ninguém. Ainda hoje, anos após ter sido separado de seus companheiros, dizer adeus era algo difícil para o centauro. Sem rumo, queria apenas fugir ir para o mais longe daquele lugar. A Arena ficava no bairro boêmio de Tolaria --- uma cidade portuária de médio porte nos Reinos da Fronteira do Norte --- cercava de tavernas, estalagens e bordeis. A medida que caminhava pela rua, podia ver as pessoas olhando para ele, algumas espantadas de ver o ex-escravo caminhando na rua como qualquer um dos outros. Outros o olhavam com admiração, relembrando da vez que haviam assistido suas lutas na Arena. Ainda havia uma ou outra prostituta que acenava-lhe, relembrando de noites que haviam sido presenteadas para o gladiador por espectadores mais ricos do coliseu.

Indeciso ainda sobre o que fazer, o centauro contou suas moedas, ponderando quantos dias sobreviveria com aquele dinheiro. Se fosse se afastar da cidade, provavelmente teria que comprar alguns suprimentos e equipamentos. Se fosse ficar no lugar, talvez encontraria algum trabalho ou usaria da sua fama para descolar uma noite em algumas estalagens....

... ou estábulos.

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Arvoui se sentia estagnado, via que não evoluía, não aprendia coisas novas e, para um estudioso, um arcano, isso era decepcionante. Ele, entretanto, ajudava os halflings que o acolhera alguns anos atrás. Fossem em tarefas pequenas e bobas, ou ajudando os poucos soldados que lutavam contra as criaturas das florestas que atacavam o vilarejo de tempos e tempos. Se sentia útil, isso não tinha dúvidas, mas será que isso era tudo? Seu coração dizia que não.

Por vezes sentia falta da época em que frequentava, Wissenrum, a academia de magia, no grupo de estudos de Raemi, sua mentora. Cada reunião aprendia algo e aprimorava seus conhecimentos e habilidades. Até que Raemi fora convocada à frente de batalha para auxiliar o confronto contra os Kaërins e perecera no combate. Arvoui sentia raiva de sua própria raça, não concebia a magia, algo tão belo em sua essência, ser utilizado para algo tão assombroso como a guerra. Sentia que poderia... ou melhor... que deveria fazer algo pela sua raça. Fosse minimizar os problemas dos confrontos entre os elfos, fosse dar um basta neles. Seus pensamentos e ideias eram muito belos, mas, na prática, não sabia como fazer isso.

Já estava no quinto atendimento do dia, um halfling vinha pedir-lhe ajuda para expulsar um lobo que havia atacado sua criação de ovelhas na noite anterior. Ele havia encontrado a toca onde o lobo dormia e capturado-o com uma de suas magias. Entregou o animal, ainda atordoado, para a guarda da vila e recebeu algumas poucas moedas do halfling.

Na cabeça, sua mente já se nutria de ideias se deveria ou não partir dali...

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Liorav não conseguia parar de sorrir desde que chegara ao vilarejo que Soleil morara na infância e quando retornara de sua aventura com Vitta. A cidade se chamava Solius, em homenagem ao reino de Pelor, e em seu centro um suntuoso templo ao Deus-Sol se erguia. O próprio Soleil havia supervisionado a reforma do templo, deixando a construção da forma que acreditava que o Grande Vigia merecia: impetuosa e bem ornada com ouro. Anexadas ao templo, se destacavam duas construções bem mais humildes. Uma delas era uma capela em honra ao próprio Soleil, erguida depois que o Deus dos Humanos se retirara de Eä em direção ao seu Plano. A segunda era um restaurante com mesas postas à rua a sua frente, a Dádiva do Sol.

Liorav havia comido no lugar no dia que chegara. Comandado pelos clérigos de Pelor que trabalhavam no templo, o estabelecimento servia comida de graça para os habitantes de Solius e pedia, aos forasteiros, uma pequena doação caso gostassem da comida. O cardápio contemplava diversos pratos criados pelo próprio Deus dos Humanos, alguns com nomes bastante engraçados que remetiam aos companheiros do clérigo em suas aventuras.

A praça central onde o templo se encontrava, contava também com uma estalagem, onde Liorav dormia, algumas lojas e comércios e também a Casa Maior, antiga moradia de Soleil e que, atualmente, servia como uma espécie de prefeitura da cidade. O líder do lugar se chamava Mithridates Di Verano, um clérigo de Pelor na faixa de seus 45 invernos e descendente de um dos filhos de Soleil. Altivo e sempre muito alegre era frequentemente visto andando pelas ruas e conversando com os aldeões.







OFF: Pessoal, coloquei uma cena inicial apenas para nós começarmos a jogar. Vou deixar vocês descreverem um pouco de vocês... oq estão fazendo (levando em consideração a cena que eu postei) e o que pretendem fazer... e vamos jogando ;)
Vocês estão livres para postar!!! Let the games begin!
Editado pela última vez por blue em 25 Out 2014, 14:09, em um total de 1 vez.
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jirayajonny
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por jirayajonny » 25 Out 2014, 14:02

Gulk não sabia falar, na verdade, nunca precisou. Seu nome veio a sua mente por simples obra da natureza, pelos ruídos que a própria natureza fazia. Não precisava de palavras para resolver os problemas q assolavam os animais. Rosnava e gritava se estivesse com raiva, batia no chão e nas árvores se precisava mostrar sua força, parecia calmo se não queria ser hostil. A simplicidade da natureza era estampada no maciço corpo verde musgo.

Aprendera duas palavras, simplesmente imitando os homens que vinham invadir seu espaço. Não sabia o que queriam dizer exatamente, mas sabia que Bacon era comida (o que era uma coisa muito boa) e Treta era algo ruim... Um dos guardas gritou isso a plenos pulmões quando o viu pela primeira vez. "É TRETA MANO, É TRETA!!!"... Devia ser algo assim.

Tudo ia bem na vida dele: Ele comia, lutava com um ou outro monstro ali, uns homenzinhos cheios de espetos na mão vinham... Ele os afogava no pântano... Tudo na mais perfeita ordem. Até o dia que vieram muitos. Muitos mesmo. E Gulk não deu conta...

- TRETA!!! TRETAAAAAAAAAAA!!! GUUUUULK!

Fora amarrado em cipós muito duros, não conseguia quebrá-los. Seu couro esverdeado foi cortado em vários locais por causa deles. Se fosse um pouco mais esperto, saberia que ali era seu fim, e que devia rezar pra algum Deus. Mas Gulk sequer entendia o que era um Deus.
Um homenzinho estava bem perto, com um daqueles espetos, mas muito mais largo e reluzente, estava apontando para a cabeça do Gulk. Gulk não gostava disso.

Mas do nada um vulto acertou ele com um outro espeto ("Esses homenzinhos só usam essas coisas!", ele falaria, se soubesse). Os homenzinhos ficaram correndo como formigas após o formigueiro ser destruído... E todos foram mortos pelo vulto.
Depois ele foi até Gulk, q não gostou nada daquilo, até que finalmente ele se revelou... E era a coisa mais linda em que Gulk já pôs os olhos - se assim ele pudesse descrever! Seu cheiro era agradável, muito melhor do que o fétido pântano que sempre viveu. Não poderia se um homenzinho, como aqueles... Era algo mais... E seus instintos animais sabiam que ela era contraparte dele, seu outro lado, e uma possível companheira... Como todo animal deve ter...

Assim que ela o desamarrou, Gulk se pôs a sua disposição... Dizendo:

- Bacon!

OFF: AEEEEEEEEEEEEEEEE!!! VAMOS XOCAAAAARRRR!!!

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DonaKei
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por DonaKei » 25 Out 2014, 15:28

- Ter libertado você não foi uma ideia tão má assim - disse Irys rindo, erguendo um dos porcos do mato que seu novo companheiro havia matado - mas eu mesma teria caçado, viu? - concluiu ela em tom amistoso.

A elfa trabalhava habilidosamente com o corpo de um dos animais abatidos. Retirou a pele praticamente inteira, separou as vísceras, desmembrou o corpo com cortes quase perfeitos, e apenas quando terminou percebeu que o homem-crocodilo a observava com olhar extremamente curioso.

- Aprendi isso á muito tempo. Meu pai era caçador e me ensinou a aproveitar todas as partes da caça. Vender todas as partes rende um bom dinheiro...

"Ótimo, estou conversando com um ser que mal conheço e que aparentemente só fala três palavras" pensou Irys, balançando a cabeça levemente.

- Então... prefere qual parte? - pergunta a elfa após alguns segundos de silêncio razoavelmente desconfortáveis, apontando para os diversos pedaços de carne.

Gulk parecia não saber a resposta a pergunta. Provavelmente nunca havia visto carne daquele jeito. Então se aproximou e agarrou o porco inteiro que havia sobrado. Irys deu uma gargalhada alta e disse:

- Terei que me acostumar com você, Gulk...?

- Gulk - disse o homem-crocodilo assentindo com a cabeça.


Off: FINALMENTE!! IASDOADSUIEWADSIADSJ
Agi um pouquinho pelo Gulk, mas o JJ deixou kkkkk espero que não seja um problema :3

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Tolshimir
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por Tolshimir » 25 Out 2014, 17:13

Estava na hora da Superfície conhecê-lo...

Os ventos o carregaram quilômetros montanha abaixo e na direção da cidade que dominava o horizonte. Suas torres e sua muralha o lembravam de casa, do paredão infinito, que dominava a visão, um pequeno filete azul no mais alto ponto de onde toda luz se propagava e refletia nos metais na parede até atingir um gigantesco cristal preso entre as duas paredes do penhasco. Aquele era seu Deus, melhor dizendo, aquela rocha, semi-transparente, quase pura, era a representação de seu deus, seu maior altar. Os sacerdotes falavam de sua piedade de colocar-la para que eles pudessem ver o sol refletido por seu prisma, e iluminar os salões do rei e a casa dos camponeses. Alguma magia a mantinha brilhante por algum tempo depois do sol sumir das pedras acima, mais um favor do Deus que lhes dera uma segunda chance.

Galdrus lembrava de suas brincadeiras por entre os salões reais e as casas no despenhadeiro, todos os adultos tratavam todas as crianças como seus filhos, o rei fornecia comida para todos os visitantes que brincavam com seus filhos, e dia após dia as crianças corriam em seu palácio na mais alta parte da cidade. "AH! Que doces dias, que felicidade perdida." pensou o Anão que se lembrava com saudade dos dias onde ninguém esperará mais dele do que ser curioso, brincalhão e se divertir pela cidade sem responsabilidades.

"Talvez alguém me entenda." Pensou em seus amigos que infância, das brincadeiras e da separação posterior. Todos conversavam ainda, mas as distancias com o tempo aumentaram, enquanto ele e alguns poucos foram encaminhados para o exercito, para treinamento, outros passaram a ajudar nas oficinas de seus pais e mestres. Tudo mudara e pouco sobrou dos tempos de sossego. "Agora tenho que procurar respostas para tudo."

Vendo o chão se aproximar Galdrus saiu de seu semi-transe onde dedos, pernas e braços regulavam automaticamente o movimento de seu planador, e começou a procurar o melhor lugar para "pousar". Uma pequena clareira o chamou atenção e rapidamente ajustou o movimento para que o arco que fazia pelo céu terminasse logo acima das folhas das árvores, deixando na direção correta para o pouso.

Sua mão desceu automaticamente para seu cinto verificando se seu Machado estava propriamente preso, na volta para a posição de voou verificou a alça de sua mochila, que apesar de conter o mínimo de peso possível atrapalhara o tempo inteiro. Estava ainda se acostumando com a bagagem, já viajara muitos pelos tuneis e escadas a carregando, mas poucas vezes voara com ela e nenhuma havia sido por tanto tempo.

Olha para o chão procurando a clareira novamente e notou que alguém estava nela.

"Tarde demais para mudar de direção agora."

[off] : como diriam nossos amigos eletrônicos do CS 1.6 GO!GO!GO!!!!!
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Galahad
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por Galahad » 25 Out 2014, 22:46

Mesmice, fora a isso que os dias que Arvoui se resumiam nesses últimos anos. Estava contente em poder usar sua magia para ajudar os pequeninos, principalmente porque eles o acolheram, mesmo ele não sendo do povo deles, algo que os elfos poderiam aprender, mas aquilo estava começando a se tornar insuficiente para o elfo, Arvoui queria mais , algo significativo para sua vida, e ficar ali não iria trazer isso.

Arvoui queria poder voltar aos tempos em que estudava Wissenrum, sentia falta daquele tempo; sentia falta das aulas com Raemi, a quem admirara até hoje, mesmo após sua morte em luta contra os Kaërins, e mesmo a morte de sua mentora não o fazia odiar seus "primos", apenas não tinha um apresso por eles, pois fora o ódio uma das causas da guerra que levara Raime; sentia falta dos outros alunos que estudavam sob a tutela de Raemi, principalmente de Seranni, por quem se apaixonara, não via desde que ele o outros membros da turma abandonaram o reino élfico, fora algo que decidiram após a notícia da morte da professora, cada um indo para um lugar diferente, como instruído por Raemi, caso algo assim acontecesse; e claro, sentia falta de seus estudos, algo que não conseguia naquela simples cidade.

Naquele dia, o quinto atendimento que fizera fora o mais fácil difícil, ainda que não o mais interessante, o qual ajudara a capturar um lobo que estava atacando ovelhas, e após descobrir o local de sua toca, fora fácil o capturar com uma magia de sono, e ganhar algumas moedas com isso. Os outros foram fácil, o primeiro fora o curandeiro local que pedira ajuda com o preparo de bálsamos;o segundo fora ajudar com "fantasmas" na vila, que no final não passaram de alguns jovens pregando peças, e, surpreendentemente, um desses jovens, chamado Fillion, era um feiticeiro, e conseguira esconder o fato muito bem até ser descoberto pelo elfo; os outros foram apenas conselhos com coisas cotidianas, mediação de conflitos.

E eram todos esses sentimentos fazia Arvoui querer sair da vila, estava decidido a embarcar numa jornada para continuar seus estudos, evoluir, e conseguir seja poder, conhecimento ou mesmo influência para mudar o mundo, principalmente seu reino natal, para que a magia seja vista com novos olhos. Estava decidido a partir assim que sol raiasse na manhã do dia seguinte, isso daria tempo o suficiente para fazer todos preparativos possíveis, principalmente se despedir da família Yindel, a qual lhe acolhera nesses anos. Talvez, antes de partir, deixaria para trás um tomo para o jovem Fillion, para que ele pudesse pelo menos manter os poderes sobre controle.

"Tanto a fazer, mas dará tempo, e então, poderei sair, e fazer Ramei orgulhosa...."

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ramongtx
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por ramongtx » 26 Out 2014, 01:38

A indecisão incomodava Uhtred mais do que deveria. Acostumado com o campo de batalha e com a arena, onde momentos de indecisão custavam vidas, ele não conseguia aceitar que esse sentimento o dominasse.

Balançou a cabeça, respirou fundo e resolveu então seguir em frente. Ele iria ao sul, continuar a marcha que havia começado há anos e descobrir aonde isso o levaria. Uhtred tinha sede de glória e vontade de lutar, e esperava que esse continente bárbaro não fosse decepcioná-lo em nenhum dos dois aspectos.

O centauro temia que sua reputação na arena fosse chamar a atenção de arruaceiros se ele seguisse pela estrada, preferindo então a proteção dos bosques que seguiam o curso da estrada. Ele não trazia comida alguma consigo mas prometeu-se ir o mais longe que pudesse de Tolaria antes de parar para comprar comida e suprimentos.

O sol estava se pondo quando ele avistou os riscos de fumaça no céu, indicando a presença das lareiras de pequenas casas. Uma cidade estava próxima e essa seria o primeiro destino do centauro.

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Dornelles
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por Dornelles » 26 Out 2014, 13:10

"Há potencial", pensou Liorav. Estava de excelente humor, tendo conhecido tantos lugares com os quais sonhava. Havia visto a casa de Soleil, prestado suas homenagens no templo, curvado-se perante a estátua de Sonne, o irmão de Soleil, seu primeiro clérigo e fundador da igreja. A estátua o retratava como sendo alguém com uma leve deformidade, embora os textos antigos dissessem que ele tivesse sido bem mais alterado por conta de uma tempestade rubra. Claro que os pesquisadores nunca entraram em um consenso quanto à veracidade dos relatos da época, e que fosse um dos pontos a esclarecer na religião dos humanos.

Comeu bem, e ficou surpreso quando viu uma jovem passando na rua usando uma das joias que ele havia desenhado e feito enquanto ainda morava com os pais. Reconheceu seu primeiro trabalho de lapidação com uma safira dourada, engastada no colar de prata no pescoço da menina. Sorria e foi assobiando até o a sede da paróquia local perguntar ao alto-sacerdote se havia pedidos de ajuda disponíveis. Seu dinheiro estava no fim, e ele ainda tinha muito a fazer.

Com sorte, arranjaria um grupo como o de Soleil, séculos atrás, e viveria uma grande aventura. Anões, elfos, halflings e até outras raças. O céu era o limite.
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blue
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Re: Eä - Aventura

Mensagem por blue » 27 Out 2014, 20:44

Irys e Gulk se alimentaram até que suas barrigas estivessem cheias e, ao fim da refeição, Irys armou o seu saco de dormir ao lado da fogueira, enquanto Gulk se acomodou perto de uma árvore.

Antes de cair no sono, a elfa pensou o que havia acontecido no último dia e o que faria com o grandalhão. Seu contratante, um mago de uma cidade há 4 dias de viagem em direção ao nordeste de Durkein, ainda esperava que Irys entregasse-lhe Gulk. Além disso, ela também sabia que mais guardas, além dos que ela e o homem-crocodilo haviam matado, provavelmente iriam procurá-los nos próximos dias.

Antes de cair no sono, deu uma última olhada em Gulk, que emitia alguns sons em meio aos sonhos...

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Galdrus se aproximava da clareira que avistara quando notou a figura de um cavaleiro caminhando por entre as árvores. Não havia tempo de mudar de direção e, portanto, apertou os pés na base do planador, ativando um mecanismo que deslocou as hastes e diminuiu sua velocidade, até que pousar ao lado do cavalo. Por sua mente estar focada no pouso, não notou que a criatura ao seu lado não era, de fato, um cavaleiro montado em seu cavalo, mas algo totalmente diferente de tudo que havia visto antes. O ser era homem, da cabeça até a cintura, e cavalo daí para baixo. Pelo menos duas vezes mais alto que o anão, a criatura carregava consigo uma enorme lança nas costas e, nos braços, um escudo e um machado de batalha tão alto quando si próprio.

Uthred havia deixado Tolaria para trás fazia pouco mais do que meio dia. Já estava cansado de andar por entre as árvores e colinas da região, evitando as estradas. Este, entretanto, não era físico, mas o centauro já não aguentava aquela monotonia de cenários e paisagens. As lembranças de sua terra invadiam sua mente de tempos em tempos, relembrando das caçadas organizadas por seus irmãos de sangue. Chegava em uma clareira, quando avistou por entre as árvores os riscos de fumaça no céu. O estômago já roncando, não via a hora de comprar uma boa cerveja e descansar. Sua língua já sentia o gosto da cevada, quando algo passou voando ao seu lado e parou a dois metros de si, assustando-o.

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Liorav gostava do que via na cidade, porém não poderia aproveitá-la por muito mais tempo. Seu dinheiro estava acabando e decidiu ir conversar com o sacerdote responsável pelo templo a procura de algum trabalho. Chegando no interior do templo, fora recebido por um acólito que mostrou as acomodações do lugar e depois levou-o até Hynna, a responsável pelo templo.

Liorav surpreendeu-se com a beleza da sacerdotiza. Era uma senhora de pouco mais de 40 invernos, longos cabelos loiros e lisos ornavam a face de expressões delicadas. Os olhos castanhos eram um misto de bondade e felicidade quando recebera Liorav. Ela o cumprimentou com um abraço e o clérigo de Soleil pode ver o medalhão que a senhora trazia consigo. Um sol envolto em raízes habilmente trabalhado na madeira. Uma serva radiante, uma das uniões entre a seita de Pelor e Vitta. Lembrava-se de todas as histórias de como Soleil reerguera a ordem dos servos radiantes, perdida há anos.

--- Olá, Liorav, seja muito bem-vindo à casa do Grande Vigia. Eu sou Hynna a responsável por esse templo. Me enche de alegria receber um servo de Soleil, o padroeiro deste nosso vilarejo. Espero poder te ajudar no que for necessário... --- ela o acolhe com um sorriso.

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Arvoui, decidido em partir, acordou na manhã seguinte e acertou todos os preparativos necessários. Despediu-se da família Yindel e encontrou-se com Fillion. O jovem halfling feiticeiro ficou feliz quando o elfo entregou-lhe um tomo com algumas poucas magias para que estudasse e prometeu que, um dia, os dois iriam se encontrar, desta vez com Fillion muito mais forte. Os dois se abraçaram e o mago partiu da cidade.

Estava na fronteira de Eä'Singen e Galenbar e restava-lhe decidir para onde iria. Voltaria para sua cidade? Procuraria seus companheiros do grupo de estudos de Raemi? Ou tomaria um rumo completamente diferente, afastando-se de Galenbar?




OFF: Mandem bala, pessoal! Ou como diria a criançada de hoje em dia... "Taca-lhe pau, Marco Véio!".
Coisas que eu quero ver nesses próximos posts:
JJ, DonaKei e Galahad --> o que farão agora?
Tolshimir, Ramongtx e Dornelles --> podem interagir tranquilo... ^ ^
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