Gilliard
- Jaeger era o único a conseguir apontar as localizações dos quatro senhor. - Annastriana iniciou. - Utilizando sua percepção, fomos capazes de identificar as localizações aproximadas para que eu e Salazar pudéssemos utilizar nossa magia. Infelizmente, isso fez com que Jaeger fosse usado como o alvo principal deles. Ele recebeu quatro tiros. Salazar sofreu seis golpes de espada. - Ela apontou para o arcanista, sangue ainda pingando de seu corpo. - Ele também diz ter sido cego por um dos tiros, mas ainda não consegui examiná-lo. Eu fui atingida por um tiro no ombro e um corte nas costas, mas pude me recuperar à tempo. Jaeger eliminou dois dos inimigos, Salazar eliminou dois com sua magia e eu eliminei um deles. Este é o relatório senhor.
- Eles nem sequer reagiram quando eu desintegrei um deles... São máquinas.- Salazar murmurou.
A voz de Lucius novamente se manifestou:
- Ou seja, vocês levaram uma surra mas ainda saíram por cima. Talvez vocês não sejam tão frágeis como eu pensei. Sem ofensa.- Ao ouvir a pergunta de Gilliard, o homem riu e seu olho direito e alienígena encarou Gilliard. Era perturbador o quão violentos os olhos daquele homem eram. - Eu conhece Zlaahael quando eu era um kobold. Digo, eu era um homem até um dia antes, aí esse goblin fez um terremoto e uns dragões levantaram e eu acabei morrendo. Aí eu conheci Zlaahael quando ele andava junto de Cecília Maedoc, um cara de barba e um necromante com as escravas dele. Ele e Cecília me prometeram uma luta, e então nos separamos. Ele voltou para Malpetrim e eu fui pra Valkaria. Em Malpetrim, ele matou Tauron junto de uns outros. E em Valkaria...- Ele pela primeira vez parou de falar e deu um tapa na espada oriental presa em sua cintura. A lâmina era absurdamente grande, quase não prática de se usar, mas Gilliard sentia poder emanando dela. - Eu matei Lin-Wu, o deus dos tamuranianos. E com a alma do deus eu forjei essa espada com o Forjador. E então um amigo em comum nosso me informou que ele havia vindo para o sul matar um deus em Lenórienn. E eu pensei, porque não ir té lá, cobrar minha luta contra ele e matar mais um deus na mesma viagem? Então eu ataquei uma fortaleza pra conseguir comida depois de algum tempo aqui e vocês levaram um exército para lá. E Zlaahael estava lá com o exército, eu desafiei ele e... Bom, eu ganhei. Não que seja surpresa. Eu não sou mais capaz de perder.
Os três agentes agora encaravam o homem de cabelos prateados como se ele fosse uma alucinação. Nada do que ele havia falado fazia sentido. Mas de uma coisa Gilliard tinha certa: aquele homem era perigoso.
- Enfim, agora eu estou aqui e acho que vou me juntar a vocês no ataque à Lenórienn. Quero lutar contra Thwor Ironfist!
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Zlaahael
Alguns passos para fora do templo, enquanto tentava acessar as memórias de Holgor. Nada. O General não havia pisado em Lennórien nos últimos anos. Quando saiu das memórias do monstro, seu coração parou novamente. Lennórien não era como ele se lembrava.
Vinhas apodrecidas por todos os lugares. A luz que entrava pelo teto quebrado do templo, que ele achava ser do sol do crepúsculo, vinha de uma lua vermelha que se sobrepunha sobre a cidade, maior do que qualquer lua que ele já vira. Os céus não possuíam as negras nuvens da noite, mas nuvens roxas que lhe davam um aspecto sinistro e doentio. Ao sair do templo, ele se deparou com estátuas. Dezenas de estátuas de pessoas desesperadas se agarravam às paredes do templo. Haviam várias daquelas estátuas. Eram elfos, gritando, se amontoando uns sobre os outros. As estátuas eram perturbadoras. Ele continuou a andar. Haviam mais e mais daquelas estátuas, mas exceto por elas, não havia nada vivo. Nenhum hobgoblin, como ele esperava ver. Aquela parte da cidade estava abandonada.
E então ele viu.
Quando se aproximava da mansão Aranarth, ele viu um grupo de estátuas se agarrando aos portões vandalizados de sua antiga casa. E eles as reconheceu. Sua mãe. Alguns servos. Outros nobres menores. Não eram apenas estátuas. Ele sentiu o vômito subir à sua garganta, o ódio borbulhando. Os únicos barulhos agora eram os de coisas se arrastando e do vento. Não muito longe ele via a trilha que levava ao castelo real. Agora, diante dos portões de sua antiga casa, ele via tudo o que perdera.
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Gatrius e Akira
Mais uma flecha foi disparada por Gatrius, e dessa vez, não havia dúvidas que ele havia causado algo contra a besta. O deus cravou as patas no chão e rugiu enquanto o disparo do minauro afundava em seu pescoço, icôr divino sendo despejado em solo morto. Akira aproveitou a abertura e com um golpe atingiu o corpo ferido do deus. Os aliados de Gatrius não perderam tempo. O machado de Balgruuf, a lança da meio-orc, magias disparadas por Alexander... O corpo do deus foi atingido por todos os lados, e pela primeira vez ele demonstrou dor real. Tentou se livrar das correntes que o prendiam, mas nada adiantava. Estava preso ao chão. E então, ele olhou para o sol.
Primeiro, o mundo ficou negro.
"Um eclipse...?" - Gatrius ouviu a voz de Alexander se manifestar em sua cabeça. E então ele viu do que se tratava e a palidez tomou conta de sua face.
O deus da Calamidade revelava seu poder. Um buraco na realidade absorvia a luz ao redor, assim como a cidade. Prédios foram puxados, e corpos de halflings eram absorvidos pelo abismo que o ser criara. Tudo era destruído.
"Não não não"
Akira olhou com horror para o falso sol criado não mais do que sessenta metros acima deles. O mundo era puxado. Ela, que estava voando, se encontrava ainda mais próxima. Sentia aquela coisa lhe puxando.
Era o fim do mundo como conheciam.
Verhängnis
--> Gatrius
Akira
Midori
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O Rei Caído
A criança se aproximou da dádiva lefeu. Os simbiontes, que erodiam a mente das partes artonianas e deixavam apenas lefeu. Ela pegou um com as mãos. E então, com uma mordida voraz, destruiu o inseto lefeu. A criança rosnou para Helden e derrubou o inseto, pisando nele quando a criatura tentou se mover novamente. Em passos lentos, se aproximou mais do Rei. E apenas o seguiu. Natural da dádiva. Sem a necessidade de corrupção. A viagem seria certamente interessante. E então, ele viu ao longe.
O sol se tornava escuro. Um buraco no céu, distante, absorvia a luz. Estava na direção leste. As nuvens tomavam um tom avermelhado diferente dquele que era lefeu. O próprio céu sangrava por um furo. O novo mundo continuava a surpreender.