Apesar de não demonstrem com clareza, Hoenheinn percebeu alguns sorrisos discretos e olhares mais confiantes no rosto dos tripulantes. Eles haviam parado suas tarefas para ouvir a voz do paladino e depois de tudo, voltaram ao trabalho gritando energicamente uns com os outros num senso de camaradagem e apoio mútuo. Os marujos andavam pra lá e pra cá, alguns meneando a cabeça para Hoenheinn. O imediato se aproximou em seguida com uma corda enrolada no torso.
O homem não sorria nunca e seus olhos estavam sempre vidrados, mas o paladino sabia que estava tentando ser amigável pelo tom de sua voz, bem menos agitado ou trovejante como outrora.
Meu nome é Legba. Obrigado por suas palavras. À noite os camaradas gostam de se juntar dentro do convés para contar histórias e relaxar. Cê é bem vindo.
Aos poucos, o grupo de aventureiros contratado buscou se conhecer melhor. Maya e Úrsula trocaram palavras amigáveis de apoio e Tak mantinha à vista o que era importante com questões pragmáticas e norteando os rumos da conversa. Apesar do distanciamento cultural de sua raça, algumas coisas ainda eram básicas para o bom convívio geral.
Tak também foi saudar com os halflings curioso quanto ao que fumavam. No primeiro momento, os dois ficaram em silêncio olhando para o corpanzil do vardak e depois caíram na gargalhada. Depois de conseguir controlar as lágrimas e os risos, conseguiram falar.
Togo e eu apostamos se você seria uma espécie de animal, sabe? Um animal do Circo do Froley... cada animal inteligentão por lá... mas nenhum deles falava.
Desculpe essa risada exagerada, meu caro. Guto ri muito quando fuma... eu me chamo Togo Cachopardo e este é Guto Cachopardo, meu irmão. Então, você é interessado nessas verdinhas, não é?
Não ligue para meu irmão caçula. Chamamos este fumo é de uma espécie de planta, a sibannac. Fazemos essa erva para o fumo recreativo, tirar as preocupações da cabeça...
... relaxar o corpo...
E ambos voltaram a rir. Eventualmente Togo ofereceu uma tragada a Tak e se ele quisesse, poderia continuar durante a tarde com eles.
... viajar no mundo das ideias...
Enquanto Hoenheinn preferiu uma abordagem geral aos tripulantes, Pietro preferiu conversar com uma só, a jovem de cabelos castanhos selvagens e olhos afiados, talvez com intenções mais individualistas. A despeito de seu comportamento galanteador a moça não parecia muito a fim de conversar. Seu semblante denotava pouca paciência e insatisfação causada provavelmente pela reunião dos tripulantes.
E foi embora cuidar de seus afazeres. Alguns marujos não conseguem conter o riso em suas bocas e passam por Pietro com olhares zombeteiros.
Sally. Espero que proteja mesmo, pois está sendo pago pra isso. Ou melhor, quem sabe, não é mesmo?
Estes mesmos marujos passaram por onde Maya e Úrsula conversavam. E, dessa vez, não perderam a chance de dar uma boa olhada nas duas enquanto cochichavam algo. Enquanto a cavaleira não conseguia captar as palavras, Úrsula ouviu palavras bastante desagradáveis, menções desonrosas a sua aparência e à de Maya.
O navio zarpou deixando para trás o porto da Colina dos Bons Halflings. As velas abertas pareciam gastas onde nas beiradas apresentavam uma cor amarronzada. O céu estava limpo e vento era forte, perfeitas condições para navegar. Logo "Angra Azul" perdeu de vista qualquer trecho de terra à vista. Quando Azgher inclemente despontava no centro do céu azul um sino foi tocado fazendo alguns marujos largarem os afazeres para descer ao convés. Era hora do almoço, mas os tripulantes tinham que revezar para o navio continuar funcionando normalmente.
Quando algum dos aventureiros começou a se juntar a eles, o capitão Roger apareceu abrindo as portas de sua cabine.
Para aqueles que decidirem ir, encontraram a mesa onde assinaram o contrato e uma outra mesa colada a essa forradas por uma toalha branca com flores bordadas nos quatro cantos e no centro. Havia dez pratos, todos de porcelana com detalhes circulares em azul e com talheres à disposição. Talheres eram peças raras, destinadas a quem tinha muito dinheiro ou quem se importava com ostentação. A comida era um porco assado com uma maçã na boca, onde havia vários pratos com salada, tomate, cebola e cenoura. Além do capitão, os halflings e os humanos comerciantes estavam presentes. Enquanto Togo e Guto eram amigáveis com todos, principalmente com Tak. Já os comerciantes conhecidos por Úrsula não pareciam muito dispostos a conversar. Oswaldo era mais sisudo, quieto e não dava olhares para ninguém. Mas Waldemar pelo menos acenou e fingia algum constrangimento ao cruzar olhares com a samaritana de Tenebra.
Meus caros, vocês comem comigo. O cozinheiro conseguiu um vinho de Sambúrdia. Delicioso! Venham, venham!
Porém, alguns poderiam preferir almoçar com o restante da tripulação. O convés era amplo e escuro, onde as únicas divisórias eram destinadas aos quartos dos aventureiros e dos comerciantes. O cheiro abafado era suplantado pela maresia forte e algum cheiro de ferrugem e peixe também podia ser sentido, embora nenhum metal ou peixe pudesse ser visto ali. Havia um espaço mais ao fundo uma porta por onde o cheiro de ensopado de frango inundavam as narinas. Os aventureiros encontrariam uma tripulação neutra, onde ninguém pareceria notá-los. Se Hoenheinn estivesse presente, a reação seria um pouco melhor, com alguns cumprimentos, mas no modo geral os marujos não se importavam com os aventureiros. Queriam apenas comer rápido para descansar nas redes penduradas no canto oposto da cozinha. Se Úrsula estivesse ali, muitos olhares recairiam sobre ela, embora bastante rápidos e singelos. Exceto de um daqueles três desagradáveis (os outros dois continuavam o turno de trabalho).Nota do Mestre: Aqui é mais uma pequena cena onde podem ocorrer interações entre os personagens ou com os NPCs. Vocês podem gerir a conversa dando voz aos NPCs. Este é um bom momento para estreitar laços com os comerciantes, ou com o capitão. Testes serão pedidos neste caso.
Após o almoço, havia toda a tarde livre. O mar espalhava-se por todos os lados, o calor estava forte, mesmo para o começo do outono.Nota do Mestre: Aqui é mais uma pequena cena onde podem ocorrer interações entre os personagens ou com os NPCs. Vocês podem gerir a conversa dando voz aos NPCs. Este é um bom momento para estreitar laços com algum tripulante e conferir a ele uma história simples para uma conversa. Se houver tentativa de influenciar o NPC em alguma coisa, testes serão pedidos.
Os dias se passaram sem que as habilidades dos aventureiros fossem requisitadas. O cotidiano era o mesmo: almoço ao meio dia, janta no começo da noite. Os marujos iam e vinham por todos os lados, mexendo em cordas, caixotes e vigiando o mar. Alguns pescavam, outros faziam averiguação do convés. Quando não estavam trabalhando, ou dormiam nas redes improvisadas ou cantavam, contavam histórias e bebiam à noite.
Durante o anoitecer do quinto dia, antes da janta:
Gritou um marujo em cima de uma das velas enquanto manejava sua luneta. Boa parte da tripulação se agitou andando para a beirada do navio — e só não foram todos porque alguns dormiam na hora do descanso. Era possível ver na popa do navio em sua madeira escurecida um alongamento como se fosse uma cauda e suas várias velas estiradas. Seu movimento sugeria falta de direção completa, balançava ao sabor do mar. Os remos estavam imóveis, inclusive muitos deles faltando.
Drácar a estibordo!
O capitão logo foi chamado pelo imediato. Ao ver o navio ali parado, pegou sua própria luneta.
Súbito as palavras lhe faltaram. Ficou de olhos arregalados, suas mãos apertaram firme a amurada de madeira de seu navio. Sally se esticou pra ficar pendurada e espremeu os olhos.
Ele... não tem ninguém naquele navio. O que...
O capitão olhou para sua tripulante como se fosse a primeira vez que a via. Estava estático.
É o navio daqueles piratas escrotos! Eles nos atacaram há alguns dias... temos que dar o troco! Agora temos aventureiros!
A voz de Waldemar quase não fora ouvida, exceto por Togo.
Pode ser uma armadilha...
Aquela perspectiva deu a Sally um sorriso desafiador.
... ou podem ter se amotinado e morrido todo mundo. Afinal, são piratas!
O homem parecia dividido, indeciso. Olhava para Waldemar compartilhando de seu medo, mas olhava também para Sally e para o restante de seus marujos, todos ansiando por uma resposta. Por fim, Roger virou-se para os aventureiros.
Deve ter alguma coisa de valor com eles. Vamos abordar, capitão Roger. Você nos deve isso! Use os aventureiros!
O-o que vocês acham?
Dados dos Personagens
- Hoenheinn Mitternach <> PV: 23 PA: 1 PE: 3 CA: 15 <> Destruir o Mal: 1 <> Domínio da Viagem: 1 <> Condição: Normal
- Lady Úrsula Angelica de Morel <> PV: 17 PA: 3 PM: 6/0 CA: 10 <> Luz do Dia: 1 <> Canalizar Energia Positiva: 5 <> Magias preparadas: Bênção, bênção, bom fruto, proteção contra o mal, santuário, santuário <> Condição: Normal
- Tak <> PV: 22 PA: 1 CA: 17 <> Patriota: 2 <> Moldar Rocha 1 <> Condição: Normal
- Maya Pinnend <> PV: 22 PA: 1 PE: 3 CA: 13 <> Patriota: 2 <> Desafio: 3 <> Pirueta de Nimb: não usado <> Condição: Normal
- Pietro Silverstone <> PV: 13 PA: 1 PM: 5/0 CA: 14 <> Bagual: CA: 15 PV: 35 <> Amaldiçoado: - <> Magias preparadas: Detectar portas secretas, armadura arcana, toque chocante, mísseis mágicos, mísseis mágicos <> Cápsula carregada: Bala de força <> Condição: Normal