Não pela primeira vez na vida, não sabia como lidar com o conflito entre algo que tomava como certo, invariável, e provas palpáveis de que alguém havia mentido para ela. Ou não havia contado toda a verdade. Seu irmão e Sir Hessuls. Os clérigos de Tanna-Toh. O regente da melhor nação do mundo. Sua mãe...
Nos dias que se sucederam, Maya ateve-se a si mesma, mantendo seus treinos e cuidando de seus equipamentos com um carinho quase maternal. Ela participou das refeições, e chegou a conversar um pouco com seus colegas aventureiros, mas não tinha certeza se a vida que escolhera era o ideal que buscava.
Até que faltava apenas um dia para chegarem.
E o dragão veio.
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Um paredão d'água avançou sobre o navio, derrubando diversos tripulantes para fora. Maya correu em desespero atrás de sua alabarda. Justo naquele momento estava somente com suas roupas: tinha tirado a armadura de couro para olear e ela secava ao sol.
A corrida foi o que a salvou de um jato de ácido que derreteu navio, carne, vidas. Gritos. Confusão. Ela se jogou no chão, tentando manter a compostura, mas acabou presa embaixo de um barril enquanto o navio se partia em dois e afundava com um segundo jato de ácido.
Nadou. Como se nada mais pudesse fazer. Não sabia se alguém tinha sobrevivido, só pôde nadar e nadar.
Exausta, chegou a uma praia.
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Mais ao longe, o capitão Roger Guedes. Pietro e o cavalo Bagual também estavam ali. E Úrsula, com Tak. Onde estava o resto? Todos tinham morrido?
Se aproximou.
Pietro
Um dragão marinho. Um maldito... dragão... marinho. Olha, eu não conheço magias para me orientar. Não sei onde estamos, embora não seja difícil achar o norte. Precisamos de... referências. Barbaridade... por mil infernos de Ragnar!
Pietro andou até o capitão e o tirou do chão, dando-lhe um tapa na cara para parar de choramingar.Maya
Recorrer a magia nunca é uma boa opção de qualquer maneira...
Pietro
Temos que sair daqui, tchê, não há tempo para lamentar. O dragão pode voltar para terminar o serviço... já que este lugar é dele agora, né não? Vejam... aquela floresta é úmida, tropical. Há uma chance de estarmos em Sambúrdia. Mas precisaremos de abrigo antes de anoitecer... estes lugares costumam ter bichos muito grandes à espreita de gente incauta como nós. Peguem suas coisas e vamos safar fora.
Muita gente tinha morrido ali, mas a perda daquelas lembranças importantes de seu passado deu uma nova pontada de tristeza.Maya
Eu perdi tudo o que tinha. Minha alabarda. Minhas azagaias. Minha armadura. Até a minha adaga...
Algum de vocês entende de sobreviver nesse tipo de lugar inóspito?
Lady Úrsula escreveu:
...Nós precisamos achar os outros também! ...E se tem gente que tá viva ainda e perdida?
Tak escreveu:
-Achar os outros. Sim! Guto e Sally e Legba e Jason e Finn e os outros! Juntos somos mais fortes!
- Mas não Togo...
Enquanto falava com os outros, não estava parada. Vasculhava os destroços em busca de algo que pudesse usar como arma. Não demorou muito para encontrar um pedaço de madeira longo, com alguns pregos salientes. Talvez tivesse sido uma porta.Maya
Togo morreu? Sinto muito, Tak....
...mas você tem um bom faro. Não consegue perceber mais ninguém conhecido por perto?
Agora seria sua arma. Teria que servir.
Maya perde todo seu equipamento, ganha 1 PA. Maya adquire um tacape.