Histórico
Rhaysa é uma jovem aguerrida de sorriso fácil. Tem personalidade forte, é descontraída, exuberante e otimista. É uma espadachim natural de Salistick, mas passou boa parte de sua vida em Yuden e em Petrynia. Hoje ela é uma aventureira iniciante, mas com grandes poderes latentes.
Rhaysa nasceu em Salistick, na capital Yuton, filha de Sebastian e Roanna Maedoc. Sebastian era bisneto do desbravador Laenor, um dos três lendários irmãos Maedoc a abandonar Sckharshantallas em busca de um lugar no mundo sob a égide da Rainha Eterna, a dragoa dourada ancestral da família, rainha de Agadir, um mitológico reino do Deserto da Perdição.
Sebastian e Roanna eram ateus, como todos os nativos de Salistick e se conheceram no Colégio Real de Medicina. Apesar da finalidade da profissão de salvar vidas, o casal era mais estudioso, mais curioso quanto a ciência e a anatomia dos corpos dos seres vivos. Pouco se interessavam em ajudar os outros, cumprindo o período de residência com o mínimo de visitas às casas das pessoas. O casal, ainda no Colégio, teve a menina Sheyla antes de Rhaysa.
A Tormenta caiu pela primeira vez em Arton antes do nascimento de ambas. As lembranças do que vieram a seguir são muito turvas e nebulosas na cabeça de Rhaysa, mas seu pai sempre fizera questão de contar entre um lamento e outro. Poucos anos depois da destruição de Tamu-ra, muitos magos e diversos estudiosos passaram a tentar desvendar a natureza daquela invasão – até então considerada apenas demoníaca.
Roanna persuadiu Sebastian a estudarem a Tormenta e seus habitantes, mas nem nenhuma conclusão satisfatória foi alcançada. Roanna queria ir além, queria misturar-se com os invasores.
As práticas do casal foram descobertas pelo Conselho de Medicina e ambos foram expulsos, exilados de Salistick. Sem opções, eles viajaram para sul, até Yuden. Eles encontraram o general Lorde Ackermann, um ambicioso guerreiro que buscava de uma arma secreta para ajudar seu Príncipe Mitkov contra Deheon. Roanna seduziu o general e o convenceu a seguir seus experimentos macabros para a construção de uma arma-viva. Dessa vez, o casal inescrupuloso usou a filha caçula para os experimentos, já que Sheyla estava velha demais. Rhaysa fora vítima de manipulações em seu corpo. As agressões foram tantas que a pequena menina de dois anos aparentemente não sobreviveu. Roanna, então, a descartou como se fosse lixo.
A frieza de Roanna provocou um choque de realidade em Sebastian. Acarretado pela culpa infinita, ele brigou com Roanna, mas acabou recebendo uma estocada fatal no peito. Roanna o deixou para morrer no meio da rua em Kannilar. Milagrosamente Sebastian sobreviveu e conseguiu resgatar Rhaysa, que não havia morrido.
Roanna e sua filha Sheyla permaneceram em Yuden nos anos posteriores. Lorde Ackermann casou-se com sua cientista, mas acabou falecendo com a cara enterrada em sua sopa. Roanna assumiu seus arrendamentos com documentos comprobatórios da herança. Os macabros experimentos continuariam...
Sebastian fugiu para o mais longe que podia, até Petrynia, onde passou a viver com sua filha Rhaysa. Apesar da vida colorida em Malpetrim, cheio de contadores de histórias e aventureiros garbosos, eles eram solitários. Sozinhos em sua casa, pai e filha não desenvolveram laços afetivos próximos. Ele, atolado em culpa e ela, com sentimentos confusos sobre seu pai. Um homem inescrupuloso que fazia experimentos com ela ou alguém que queria protegê-la e a salvara? Além disso, Sebastian se tornou um aventureiro e raramente estava presente.
Rhaysa cresceu brigona e antissocial. Sozinha boa parte do tempo ela passou a trabalhar em uma taverna onde freqüentava toda sorte de marinheiros, piratas, corsários etc. Não foi difícil aprender alguma coisa ou outra sobre embarcações e mesmo a manejar armas. Foi durante esse período de maior convivência com estranhos e suas histórias do mar que Rhaysa desenvolveu um forte sentimento protetor às pessoas e suas vidas sofridas. Além disso, Rhaysa passou a torcer o nariz para todo tipo de autoridade – considerada tirânica automaticamente por ela.
Numa noite chuvosa, entrou em sua simples casa e viu sangue espalhado pelo chão. Rhaysa correu pela sala até o quarto e viu seu pai morto com uma espada cravada em seu peito. O assassino de seu pai ainda estava na casa, mas Rhaysa não conseguiu pegá-lo. Seu pai a chamou para suas últimas palavras. Sebastian revelou, em seu leito de morte, que Rhaysa era uma lefou, uma mistura de artoniana e lefeu. Por fim, ele pediu desculpas por ter sido ausente durante sua vida, pois buscava uma “cura” para sua filha durante suas aventuras. Rhaysa ainda encontrou uma carta assinada com o nome de Roanna, sua desconhecida mãe.
Rhaysa chorou de tristeza. Perdera a chance de se acertar com seu pai. Depois chorou de ódio. Jurou fazer sua mãe pagar por tudo que fez.