Área de tormenta do Reino de Tollon
*Passos*
*Uma caminhada sobre grama pontiaguda, que se quebra sob o peso de suas botas (ou seriam grievas?) , gerando um som similar ao de vidro se partindo.
Folhas vermelhas de navalha, caem de arvores vermelhas distorcidas, dando a impressão de terem em seus troncos vermelhos, faces melancólicas gritando em horror. Seria apenas uma ilusão ótica, se das bocas abissais, não vazassem gritos de verdade. As folhas de navalha caem ininterruptamente,
tentando cortar sua armadura, provando sutis e passageiros cortes em suas faces. Elas caem como num eterno outono vermelho, Abaixo de um sol vermelho, que raia num céu vermelho. Vermelho. Vermelho. Tudo é vermelho. Pois tudo é lefeu*
*Passos*
*O vento sopra acido. Cada lufada, faz sua capa farfalhar e também a corroi um pouco mais. Dos ombros, mãos e guarda da espada, surgem focos de corrosão donde se esvai vapor. A pele de seus braços mesmo, já se marca com pequenas queimaduras e manchas vermelhas. Mas assim como os cortes,
não duram. A tormenta não acompanha sua eternidade. A tempestade não é capaz de consumi-lo a tempo. Você é muito para ela*
*Passos*
*E por ser muito ela o deseja. Você pode ouvir. Vindo das árvores. Das plantas. De olhos que espreitam. O sussurro dentro de sua mente. "Seja bem vindo". "Bem vindo ao seu destino". "Seja parte do que somos e será muito mais do que você já é". "Não seja usado pelos deuses, use-os". "Tome o panteão para si". "É o seu destino". A tentação tenta seduzi-lo, mas você seduz a tentação e então a dispensa, magoando-a. É. A idéia traz um sorriso para os lábis*
*Passos. Não mais apenas os seus. *
*Você para.*
*Nada atrás de ti. E por nada, digo ninguém. O que há é uma vasta vegetação, extremamente densa. As plantas anseiam pelo sangue. Os troncos tentam enlouquecê-lo. Os insetos, são versões miniaturas de humanos, com olhos de lefeu, asas insetóides e corpos nus mutilados convidando uns aos outros a orgia. Nada de novo na tormenta. Você se sente decepcionado. Quando fora chamado para explorar uma nova área de tormenta, que surgira bem no meio das florestas de Tollon, você imaginou que finalmente haveria um desafio a altura. Mas até agora, nenhum lefeu. Nenhum exército, Nenhum desafio. A área é realmente menor em comparação a todas as outras, mas você esperava bem mais.*
*Mas as ordens vieram de cima. Literalmente. Um desafio proposto por Valkaria. Um pedido preocupado de Lena. Uma súplica em lágrimas de Marah. Um comando imperativo de Tauron. Um desejo justo de Khalmyr. A vontade Thyatis.*
*Quando você a avistou a quilômetros de distância, podia dizer que sua visão até era impressionante. Uma colossal árvore, erguendo-se em direção ao céu. Ao invés de nuvens, longas ramificações preenchidas em vegetação escarlate. Suas grossas raizes mergulhadas ao chão, pareciam correr por quilômetros em todas as direções. E ao invés de devastar as arvores abaixo as transformou, fundindo-as a si mesmo. A vida que antes abençoada por Alihana, agora era antivida, corrompida por lefeu*
*Dentro da área tudo era pior. Não havia beleza. Principalmente agora, diante da visão que você alcançara:*
*O grotesco gigante não se movia. Parecia na verdade uma estátua feita de troncos e sustentado por cadáveres de animais selvagens. Cervos, coelhos, raposas, esquilos, ursos, hienas... Animais sagrados de Allihana agora se mesclavam em uma formação gosmenta e pulsante, aprisionada nas raizes vermelhas da estátua. Seus olhos, espalhados em pontis distintos, ainda piscavam agonizantes, revelando que ainda estavam conscientes. Que ainda eram mantidos vivos. Por alguma razão*
*Antes que você pudesse pensar em fazer alguma coisa, raízes lançaram-se em sua direção. Lábios humanos espalhadas por sua extensão, chamava por seu nome com as linguás escancaradas para fora. Elas tentavam enrolá-lo, abraçá-lo e amá-lo.
O que você faz?
* Área de magnitude de efeito 6, aproximando-se do sete. *