O Vale das Sombras
Parte 1 - Conhecendo o Inimigo
Aldeia de Beorna - Norte de Fortuna
Anoitecer de Tirag 19 Sob Altossol - 1410
Lyra e Turok
Os habitantes de Beorna dizem que a Estalagem do Urso Dourado é a mais antiga de Fortuna, fundada muito antes de Cyrandur Wallas descer das Montanhas Uivantes para explorar as terras selvagens. Foi ali, segundo eles, onde Quordot, o primeiro rei de Fortuna, encontrou a Princesa Selvagem que seria sua rainha, e onde Reis Errantes se reuniram antes de partirem para a batalha contra Morcar, o Feiticeiro Negro. Verdade ou não, suas paredes de pedra desgastadas foram testemunhas de grande parte da história de Fortuna.
A estalagem foi construída sobre as ruínas de um castelo mais antigo do que o próprio reino, da época em que os anões ainda habitavam as colinas nos sopés das montanhas. Todo o andar de baixo foi erguido no que antes devia ter sido o salão principal da fortaleza, com paredes de pedra bruta com um metro de largura por quatro de altura sustentando um piso superior de madeira bruta.
No salão principal da estalagem, candelabros de velas perenes se intercalam com grossas vigas de madeira, envoltas pela névoa tênue formada pelo calor da comida, e pela fumaça dos cachimbos dos viajantes, sentados ao redor de mesas marcadas pelo tempo.
O lugar está cheio quando vocês chegam, mas uma atendente os tranquiliza quando vocês perguntam sobre as vagas.
-
Nimb os abençoou - dia a atendente, uma mulher de rosto sardento, levando-os para uma mesa vazia no outro lado do salão, perto da lareira. -
Ainda temos um quarto disponível - é pequeno, tem apenas uma cama, mas acho que isso não vai ser um problema, heim? - Ela pisca para
Lyra enquanto faz um sinal com a cabeça apontando para
Turok, quando o rastreador não está olhando. -
Vou trazer a chave junto com seus pedidos...
A hospedagem e a comida custam 1 PO.
Kyösti
Cerca de trinta pessoas da vila se reuniram no pátio da estalagem para ver a chegada da caravana, e outras tantas podem ser vistas nas janelas das casas ao redor, observando com certo fascínio a passagem dos cavaleiros.
-
Parece que toda a vila veio nos ver - diz Saramis, cavalgando ao seu lado logo atrás da carruagem. -
Eles não devem receber uma comitiva tão grande com frequência...
Na verdade, eles não estavam ali por causa do tamanho da caravana, você imaginava - caravanas mercantes não eram incomuns na região - mas sim para ver a grande carruagem negra que subia a estrada rugindo como um trovão, puxada por quatro cavalos que mais parecem pesadelos. Aquela carruagem sim, não era comum...
-
Não sei porque fomos escolhidos para cuidar da garota - o sulista comenta assim que vocês passam pelo portão da vila, -
mas eu é que não vou questionar. Vai que eles mudem de ideia...
A escolha também o surpreendeu, pois desde que você se juntou a caravana, a escolta da carruagem sempre ficou à cargo de guardas veteranos do baronato, cuja lealdade é inquestionável. Muitos deles ficaram em Caermor com a baronesa, mas ainda sobraram vários, dois dos quais compõem o restante da guarda.
Mas seus devaneios são deixados de lado quando a carruagem chega diante da estalagem. Você desmonta rapidamente enquanto os condutores lutam para parar os animais, seguindo para a porta da carruagem com Saramis e os outros guardas. Um instante depois, você escuta o som dos ferrolhos e a porta do coche é aberta, revelando uma cabine espaçoso e confortável, forradas com almofadas e peles, iluminada por uma pequena luz mágica, cheirando a incenso e perfume de flores.
Uma mulher ricamente vestida sai do coche assim que a porta é aberta, descendo sem ajuda a pequena escada lateral. “Britannia”, você a reconhece imediatamente, apesar do véu de renda que oculta o rosto dela
Britannia é uma das damas da baronesa Marissa, uma mulher cuja beleza só é superada pela sua arrogância, você ouviu dizer, e cujos hábitos são tão estranhos quando o de sua senhora.
-
Bem-vinda a Beorna, senhora - diz o prefeito da vila, se adiantando para saudá-la com uma reverência desajeitada assim que ela se aproxima, sem saber que ela é tão nobre quanto ele. O engano, proposital ou não, é justificado.No meio daquela vila de pedra e lama Britannia parece tão majestosa quanto uma rainha.
Mas enquanto a mulher cumprimentando o prefeito, sua atenção se volta para outra ocupante da carruagem. Amalia surge da penumbra do coche logo depois de Britannia, tentando descer os degraus sozinha, mas escorrega e quase cai.
Você segura a garota antes que ela caia, ajudando-a a ficar em pé, sentindo a fraqueza de seu corpo. Ele parece estar no limite da exaustão, mas ainda assim luta para ficar em pé, os olhos fixos na mulher.
-
E-eu estou bem, obrigada - ela diz, nervosa. -
Foi apenas uma tontura.
“Mentira”, você sabe, sentindo o corpo dela tremer, mas antes que possa dizer algo, uma aia sai do coche e se aproxima da garota, uma mulher bonita, apesar da roupa simples, de cabelos cor de cobre e uma expressão sinistra no olhar.
-
Deixe-a comigo - a mulher diz, tirando a garota de suas mãos com rispidez, e conduzindo-a para dentro da estalagem.
-
Ei, Uivante, venha aqui - Saramis o chama, quando o vê parado. -
Venha aqui e me ajude a levar os baús para os quartos das senhoras...
Dados dos Personagens
- Lyra <> PVs: 8/8; PMs: 5/5; PAs: 2/2; CA: 14 <> Condição: <> 125 XP <> Moedas: 39/0/0.
- Turok <> PVs: 17/17; PAs: 1/1; CA: 16 <> Condição: <> 200 XP <> Moedas: 4
- Kyösti <> PVs: 14/14; PAs: 1/1; CA: 16 <> Condição: <> 50 XP <> Moedas: 12/0/0.