Mensagem
por Aquila » 08 Abr 2016, 18:15
Tyr
Enquanto você se ocupa com os papéis e livros de registros, Carrez se encarrega de preparar a carta para Celius Drover. Mesmo trabalhando com atenção, usando todos os títulos honorífico que julgou adequado, ele termina a carta rapidamente. Assim que termina, ele pede para o jovem Baran levá-la sem demora. Prestativo e cheio de energia, o jovem guarda a carta dentro de suas vestes, faz uma mesura e parte rapidamente.
O seu trabalho, no entanto, demora bem mais. Em pouco tempo, você já está cercado por rolos de papéis e livros de diversos tamanhos e idades. O cheiro de cera quente (verde, porque alguém enviou a cor errada), preenche a sala. Durante esse tempo, o goblin lhe ajuda em todas as tarefas. A localização de um pergaminho; a data de uma expedição; o valor exato de um pagamento; o goblin parece simplesmente saber a resposta.
Depois de algumas horas, o trabalho do dia termina. Seus olhos lacrimejam quando afasta os olhos dos papéis. Enquanto você descansa, Carrez organiza os últimos pergaminhos em tubos e os livros nos baús e prateleiras adequados. Nesse momento, alguém bate à porta. Carrez abre, e recebe um mensageiro de Vectora.
- Desculpe incomodá-lo, senhor. Tenho uma encomenda para este endereço. Assine aqui. E aqui. Sim. Boa noite.
Depois de pegar a encomenda e dar uma moeda para o mensageiro, Carrez o acompanha até a porta. Quando ele volta para lhe entregar o embrulho, ele olha para o cartão que o acompanha, e você observa sua expressão de surpresa.
- Ora, realmente é uma surpresa. - Ele diz, enquanto passa direto por sua mesa e entrega a encomenda para Uhuth. - Parece que é um presente para ela.
Rawiri
Assim que sai pelo portão da cidade, você sente o ar frio da noite. Uma brisa corta os campos que contornam a cidade, trazendo uma nova onde de cheios e sons. Apesar da escuridão da noite, quebrada pelas luzes que vem dos acampamentos e fogueiras, de alguma forma tudo parece mais claro. Tão claro que você nota, pela primeira vez, a distância que os guardas mantém de sua montaria. Até mesmo os animais parecem desconfortáveis com você, e é preciso atenção para manter o cavalo na direção certa.
Além das muralhas da cidade, os campos estão cheios de pequenas propriedades e estalagens, bem como uma infinidade de tendas e barracas. Sem poder entrar na cidade por falta de espaço ou autorização, caravanas montaram acampamento ao lado de celeiros e barracões; cavaleiros levantaram tendas e bandeiras ao lado de moinhos de vento; viajantes e aventureiros se reúnem em volta das fogueiras para comer, cantar e dançar. Em meio a escuridão, sua visão percebe a presença de várias figuras furtivas, observando os acampamentos das sombras, escondendo-se da luz das tochas e lampiões. E os goblins.
Depois de algum tempo cavalgando, vendo as pessoas se afastarem quando se aproxima, ou ignorando suas perguntas, vocês descobrem que não podem avançar estando montados. Dois dos guardas acham um estábulo (cheio), e decidem ficar para cuidar dos cavalos e perguntar nas tavernas e estalagens próximas.
- O que estamos procurando, Rawiri? Nos diga o que Abbas pediu e poderemos ajudar.
Você e mais dois guardas seguem caminho pelas trilhas entre os acampamentos. Depois de algum tempo, conversando com diversas pessoas, vocês chegam a uma praça próximo a uma estalagem, onde uma fogueira ilumina um grande grupo. Parece que algumas pessoas das tavernas locais se reuniram para vender comida aos viajantes, mas alguém espalhou a notícia de que a comida era de graça. Enquanto outros chegaram para tocar instrumentos e cantar, a comida foi sendo distribuida, somada a novas doações. Quando se aproximam, o grupo não parece dar muita atenção. A fogueira já não queima intensa, mergulhando alguns espaços em sombras. Enquanto faz suas perguntas, pratos de cozido e batatas são servidos para vocês. Uma pele com vinho passa de mão em mão (se demorando mais em algumas do que em outras).
É fácil descobrir onde está o acampamento mercenário. Todos apontam para um grande acampamento, distante da cidade nas colinas ao norte.
- Muitos soldados já estavam em Thartann, reforçando a guarda para a feira - diz um guerreiro velho, descansando em meio ao seu equipamento de viagem. - Esta tarde, o restante chegou. Vieram das terras do norte e do oeste, pelo que dizem. Mais de mil homens, foi o que ouvi. Todos guerreiros treinados e preparados.
- Mas isso não é tudo - diz outro homem, um espadachim barbudo que decidiu ficar com a pele de vinho só para ele. - Pelo menos mais três mil já estão próximos dos fortes Shiarydon e Jharydanshar, na fronteira com Tyrondir. - Depois de beber um longo gole de vinho, ele continua. - Só espero que eles não abandonem essas terras definitivamente. Enquanto estão aqui, as fazendas têm um pouco de segurança.
As únicas mulheres que encontra nos acampamentos fora de Thartann ou são prostitutas (exibindo corpos seminus, em meio a penumbra das barracas), ou então aventureiras. Embora muitas aventureiras sejam bonitas, nenhuma bate com a descrição dada por Abbas.
Quando estão se preparando para tentar outro acampamento, um homem fala das sombras. Vocês se voltam para a voz e veem um homem de capa, capuz jogado para trás exibindo um rosto jovial. Sob a capa, um traje completo de couro escuro, uma espada curta e algumas algibeiras. Ele está terminando de comer um prato de ensopado com pão.
- Escutei vocês falarem o nome Lyra? Que coincidência. Conheço uma mulher que se chama Lyra. Se quiserem posso levar vocês até ela. Não é longe.
Celius
Após um breve momento de intimidade, Alice o puxa para dentro do quarto. No seu olhar, insinuação. Parece que ela planeja algo especial.
- Venha, meu amor. - Ela diz com uma voz suave e provocante. - Você está muito tenso, e eu sei exatamente como fazê-lo relaxar. Prometo que vou ser gentil.
Mas assim que entram no quarto, a visão do vestido cortado faz Alice parar. Ela muda de expressão, como se perdesse todo o foco, como se não soubesse mais o que fazer. Antes que possa fazer algo, ela se afasta.
Alice anda pelo quarto como que distraída. Não escuta nenhuma de suas palavras. A cada passo, seu olhar se volta para alguma marca de suas garras. Arranhados, antes imperceptíveis, ganham uma nova dimensão e significado. Por fim, seu olhar se demora em um ornamentado vaso de flores. Sem cuidado, as flores murcharam. Quando ela tenta segurá-las, suas pétalas caem e sua garra corta um caule sem nenhum esforço.
Ela fica por um momento em silêncio, então parece esquecer tudo pelo que acabou de passar. Quando se volta para você, o ar melancólico desapareceu, substituído pela sua tradicional jovialidade e alegria. Ela sorri.
-Querido! Lembrei! - Ela volta aos pulinhos até você com um papel na mão. - Como sou distraída. Esta carta chegou mais cedo. Eu esqueci completamente de entregá-la. Parece importante. Eu abri, sem querer. Desculpe.
A carta foi aberta, sim. Diversos cortes destruiram o selo e o papel em vários pontos. Mesmo assim, seu conteúdo pode ser lido sem problema.
A carta foi enviada por um comerciante chamado Tyr, falando sobre uma entrega que ficou retida no bairro Magus: uma caixa que só seria entregue ao seu destinatário, Celius Drover.