Vila de Mirona - Baronato de Cadamar - Norte de Ahlen
Tarde de Valag 18 sob Wynn, 1410 CE
Kallyan
Embora muitas das pessoas que vivem no Vale de Mirona sejam antigos moradores da região, descendentes dos pioneiros que descobriram o vale, a centenas de anos, muitos das aldeias são formadas por refugiados de guerra, que buscaram na região um lugar para reconstruírem suas vidas, depois de perderem tudo. Pessoas que servia como servos de alguma casa nobre de Ahlen, mas que, depois da guerra, foram jogados na rua e abandonados à própria sorte.
Acostumados a uma vida dura, os refugiados não temeram o trabalho que lhes foi exigido em troca da chance de uma vida melhor, mas se surpreenderam quando receberam o pagamento devido por seu esforço.
Embora muitos boatos sobre o governo circulem pelas tavernas da região, iniciados por aventureiros temerosos ou fomentados por aproveitadores, falando sobre manipulações e planos secretos dos poderosos, de que as pessoas ainda servem a um regente, apesar da aparente liberdade, de que as riquezas da terra são exploradas por poucos e seus benefícios nunca serão repartidos, a maioria dos habitantes não parece dar atenção a eles.
Nas vilas do Vale de Cadamar, não existem a manipulação e exploração de servos por nobres gananciosos, não existe a sede de poder pelo ouro, existe apenas o resultado do trabalho. Isso acabou criando um senso de comunidade forte entre todos, que é facilmente estendido à qualquer um que queiram ajudar.
Do alto de seus postos de vigia improvisados, os guardas o saúdam, quando atravessa a ponte do moinho e chega na entrada da vila.
Como centro do comércio entre as aldeias de lenhadores e fazendas da região, o movimento na vila se concentra ao redor da praça central, onde ficam os prédios da prefeitura, as tavernas, os armazéns de suprimentos, o quartel da milícia e o pequeno templo do Panteão. Por toda a praça, carroças cheias de barris e sacos, esperam pelos trabalhadores que os levarão para os depósitos.
Você cruza a praça na direção do templo, encontrando um sacerdote que conversava com um homem.
O sacerdote se despede do homem com uma benção, prometendo continuar a conversa sobre um festival mais tarde, depois da missa, antes de olhar para você.Kallyan disse
- Com licença, senhor. Procuro por um de vossos sacerdotes, Carver. Poderia falar com ele? Diga-lhe que é Kallyan de Callistia – ele me conhece.
- Boa tarde - ele diz, cumprimentando-o, enquanto observa suas roupas e equipamentos. - Está procurando lorde Carver? O senhor deve ser um aventureiro, suponho, que veio para nos ajudar a lidar com o problema do lobo monstruoso. Sinto muito, mas ele não se encontra. Saiu esta manhã, antes do cantar do galo, para lidar com o monstro, e até agora não tivemos notícias.
- Eu não sei quanto tempo pode demorar para que ele volte, pois não cheguei a conversar muito com ele sobre o assunto, antes que partisse - alarmado com algo, devo dizer - mas, se quiser, uma sacerdotisa veio com ele da cidade, e ela está a par do problema. Entre. Vou levá-lo até ela. Seu nome é Nadinah.
O sacerdote o conduz pelo pequeno templo até uma sala que fica atrás do altas dos deuses.
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Nadinah
Uma brisa refrescante entra pela janela do escritório do templo, atravessando suas vestes e arrepiando a sua pele morena como o toque suave das mãos de um espírito elemental.
Parada diante da janela, você observa as nuvens brancas deslizando pelo céu azul, imaginando o quanto elas viajaram para chegar até essas terras misteriosas, tão distantes do deserto. O Sol brilha tão intensamente quanto na sua terra natal, mas aqui, ele simplesmente parece incapaz de aquecer o mundo completamente.
O canto dos pássaros e o zumbido dos insetos chamam a sua atenção para as colinas cobertas de grama verdejante e bosques densos, que se estendem até onde a vista alcança, onde animais cobertos por pelos espessos pastam sem se darem conta da abundância à sua disposição. Além das colinas, a grande floresta cobre a maior parte das terras que cercam as montanhas, a oeste, enquanto ao norte, você observa com um brilho no olhar, a grande cadeia de montanhas chamadas Uivantes, com seus picos cobertos de neve se estendendo por todo o horizonte - onde uma rainha-dragão é soberana.
Enquanto observa os campos, tentando distinguir as formas das vilas e casas distantes, imaginando todos os seus segredos e mistérios, sua mente volta para o dia em que a tempestade de areia a jogou para o outro lado do mundo...
Era fim da tarde quando a tempestade atingiu a caravana onde você viajava, cobrindo o mundo como um encanto sombrio. A caravana ainda tentou se refugiar nas ruínas de uma antiga cidade, mas não conseguiu chegar a tempo. A tempestade cobriu tudo rapidamente, distorcendo a realidade de tal forma que todos foram separados e perdidos.
Você estava no centro da cidade, se protegendo do vento intenso que atingia o seu corpo, quando tudo ficou escuro. Aos poucos, um calor intenso como você nunca sentiu antes a atingiu, fazendo com que quase perdesse os sentidos. No entanto, no limite da consciência, quando o calor parecia prestes a consumi-la em chamas, como um galho seco, você rezou. Imediatamente a sensação de sufocamento começou a diminuir, desaparecendo como o calor de uma fogueira abandonada, enquanto a areia que a atingia se transformava em chuva.
Quando a tempestade passou, você estava no centro de um vale entre montanhas, próxima de uma cidade murada, erguida sobre uma colina rochosa, sentindo a chuva fina tocar o seu rosto, segurando com firmeza seu símbolo sagrado entre as mãos.
Quando chegou na Cidade de Cadamar, você estava sendo aguardada.
Carver, lorde-conselheiro do baronato, estava esperando por você no portão da cidade, guiado por uma mensagem que recebeu da própria Deusa do Conhecimento. Sacerdote da Mãe da Palavra, Carver a recebeu em Cadamar como se você estivesse em uma missão divina, colocando todos os seus recursos à sua disposição, embora nenhum dos dois imagine do que se trata exatamente.
Como seu guia, ele a ajudou a se adaptar aos costumes do novo mundo, que você apenas entendia de textos antigos e relatos de viajantes, enquanto ele se mostrava cada vez mais interessado em suas pesquisas sobre a Rainha Eterna.
Quando um monstro que supostamente havia sido derrotado voltou a atacar as terras do baronato, você seguiu com Carver ate o Vale de Mirona, para ajudá-lo. O krenshar, espírito do terror, como Carver o chamou, era um espírito que possui o corpo de lobos, criado eras atrás como arma de guerra para o exército de uma deusa esquecida, mas que agora ressurgia no mundo apenas como um arauto de morte e destruição.
Carver reuniu os aventureiros da região para combater o monstro, mas, estranhamente, não quis levá-la para o assalto ao templo da floresta, onde a criatura estava aprisionada. Ao invés disso, ele a deixou na cidade, com todas as suas anotações sobre a criatura, incluindo o ritual de aprisionamento do espírito no jarro de ferro.
Uma batida na porta aberta do estúdio, chama a sua atenção para o sacerdote do templo onde vocês estão hospedados.
- Com licença, senhora diz Elanno, o sacerdote. - Há um homem aqui que diz ter assuntos urgentes com lorde Carver. Achei que poderia ajudá-lo. Por aqui, senhor Kallyan.
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Cerridwen
O guarda olha para você como se tentasse entender sua motivação.Cerridwen disse
- Entendo... Pode me indicar esse local? Acredito que minha experiencia pode ser util, o que faz com que meu encontro com o sacerdote seja imediato.
- Os batedores foram atacados perto de Ponte de Angras - ele diz - que fica a umas três horas a cavalo daqui, mas não sei para onde lorde Carver foi a partir daquele ponto. Pode ser que a senhora não o encontre quando chegar lá... A estrada que segue para Angras também não é segura, mesmo para um grupo, e já deve estar escuro quando chegar. Mas, se me permite uma sugestão, lorde Carver chegou com um sacerdotisa, ontem.
Ele aponta para o templo dos deuses, no outro lado da praça. No topo da escadaria que conduz à entrada, você vê o sacerdote do templo, conversando com um jovem de cabelos escuros. Os dois trocam algumas palavras, antes de entrarem no templo.
- Ela está no templo - diz o guarda - Ela não foi com o grupo para Angras, mas pode saber para onde foram.
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Erick, Gaius e Maryanne
O tempo demora a passar, enquanto vocês seguem pela estrada de volta à vila.
Próximo da floresta, pequenas propriedades de lenhadores surgem ocasionalmente em meio aos bosques densos de árvores altas, mas vocês não avistam ninguém trabalhando. Somente quando se aproximam da vila, o movimento parece aumentar um pouco. Carroças carregadas de lenha cortada e pessoas, surgem das pequenas estradas que cortam o vale, vigiadas por alguns guardas.
Quando vocês contornam uma curva da estrada, avistando a entrada da vila sobre a colina, vêem Nathaniel, sentado em um tronco, ao lado de um moinho de água. Ele se levanta assim que os avista chegando, mas continua esperando embaixo de uma árvore, olhando para o minauro com sua expressão indecifrável.
- O que aconteceu? - ele pergunta para Maryanne, com um tom que poderia ser interpretado como preocupação.
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Cerridwen: PVs 10, PMs 10; PE 0; T$ 2.650.
Gaius: PVs 24, PMs 20; PE 1; T$ 200.
Erk: PVs 10, PMs 6; PE 5; T$ 880.
Kallyan: PVs 20, PMs 47; PE 0; T$ 1.100.
Maryanne: PVs 20, PMs 17; PE 6; T$ 960.
Nadinah: Pvs 10, PMs 20; PE 0; T$ 3.280.