Crônicas da Tormenta – Chamas da Guerra
Proteus, Kelaste e Cornélia
Ruínas de Caer'Erelm - Colinas de Marah – Sudeste de Deheon
(Manhã de Kalag 30 sob Wynn, 1410 CE)
Um nevoa escura e fria cobre a clareira quando o bruxo recita as últimas palavras de seu ritual profano, sacrificando sua própria vida para atrair a atenção dos poderes abomináveis a que serve, poderes cujo único desejo é a destruição de toda a vida.
A sombra que protegia o bruxo parece despertar com seu sacrifício, crescendo até cobrir tudo com uma escuridão que ofusca a luz dos relâmpagos da tempestade, deixando a clareira fria como uma caverna profunda. Ao mesmo tempo, tentáculos de névoa, densos como fumaça, começam a se espalhar a partir do corpo do bruxo, deslizando por entre os mortos como uma fera faminta.
Os tentáculos deslizam por entre as pernas de Kelaste, Andes e Proteus, cobrindo os corpos dos mortos ao seu redor como uma mortalha. Mas assim que a névoa cobre os primeiros corpos, eles começam a tremer e um vento estranho surge do nada, atraindo-os para o centro do ritual, onde o corpo do feiticeiro se tornou apenas uma mancha indistinta no meio da névoa, brilhando com uma luz esverdeada espectral.
Em menos de um instante, Kelaste, Proteus e Andes estão em um turbilhão de névoa que atrai os corpos dos mortos para o centro, onde uma forma grande e hedionda começa a tomar forma. O brilho esverdeado pulsa dentro da névoa como os relâmpagos de uma tempestade, revelando os contornos de uma criatura formada pelos corpos dos mortos, crescendo com as incontáveis pernas, braços e cabeças que se unem a partir da massa negra.
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Pelos deuses! O que é aquilo? - Andes grita, tentando resistir ao turbilhão de corpos e fumaça.
E então uma luz intensa brilha no centro do turbilhão.
Kelaste era quem estava mais perto do feiticeiro quando ele completou o ritual, ficando totalmente encoberto pela fumaça que forma a abominação, mas quando tudo parecia perdido, o mago brilha como um farol no meio da escuridão. As linhas do hexagrama arcano pulsam em ressonância com a energia que flui pelo corpo do elfo, dissipando a magia antes que alcance o limite.
Há uma explosão quando o turbilhão cessa e a escuridão se dissolve, revelando a bela clareira cortada pelo leito do rio, maculada apenas pela pilha de cadáveres que se formou. O ritual atraiu a maioria dos corpos dos mortos para onde o feiticeiro estava, reunindo-os em uma pilha mais alta do que Proteus. É difícil dizer o que o ritual criaria, mas muitos dos corpos começavam a se misturar de uma forma hedionda, unidos por um muco escuro como sangue.
Notas
Kelaste gastou 11 PMs usando Cancelamento de Magia.
Assim que a criatura começou a tomar forma dentro da escuridão, Kelaste percebeu que a energia necessária para anular o encanto seria imensa, muito além do que ele poderia manipular. Ainda assim, ele não hesitou, tentando usar todas as suas forças em uma contramágica, para anular o efeito. Felizmente, assim que ele começou seu encanto, o elfo sentiu que o bruxo estava usando a energia residual dos mortos para alimentar o ritual, então bastaria apenas quebrar essa ligação para anular o efeito.
Proteus não está mais sofrendo os efeitos de Assombrado. Foi como se o turbilhão tivesse dissipado também os espectros que o atormentavam.
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Eddie e Rakim
Vila de Lerna - Baronato de Armingham – Sudeste de Deheon
(Manhã de Kalag 30 sob Wynn, 1410 CE)
A taverna Barril Vermelho fervilha com o burburinho da multidão que enche o lugar, discutindo os boatos de guerra que se alastraram pela vila mais rápido do que o fogo de um elemental, desde a chegada dos aventureiros, no dia anterior. Todas as mesas do lugar estão ocupadas por aldeões de olhares ávidos e rostos preocupados, amontoados ao redor dos viajantes que vêm dos feudos do Sul, onde, dizem, a luta já começou. O movimento é tanto que a multidão se espalhou pelos pátios da estalagem, onde mesas e cadeiras foram montadas para atender as pessoas que, como vocês, não conseguiram entrar.
Assim que chegam na estalagem, vocês ficam um pouco perdidos, mas Anna aparece por trás da multidão, chamando-os para a mesa onde está sentada com Akie, entre a estalagem, o templo e a estrada que corta a vila. A brisa que sopra dos campos atenua o calor do sol do meio-dia, mas alguns toldos coloridos foram esticados diante da estalagem, para fornecer um pouco de sombra a todos que ficaram de fora, cuja sede parece aumentar graças ao aroma agradável da carne assada ao ar livre.
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Aqui está... Uma tigela de legumes cozidos, empadão de frango, pão, ovos cozidos, queijo, carne de carneiro... e outra caneca de cerveja para o senhor.
O atendente da estalagem deixa a comida sobre a mesa, a tigela de legumes para Akie e uma caneca de um litro de cerveja vermelha para Rakim, depois pega a moeda de ouro que Anna colocou sobre a bandeja e voltar para a taverna.
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Anna contou o que aconteceu nas colinas - diz a tamuraniana, devorando calmamente a terceira tigela de legumes, a espada encostada na cadeira. -
Queria ir com vocês, mas se os goblins estão avançando sobre as vilas, acho que ficarei para ajudar.
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Ainda não sabemos o que os goblins estão planejando - diz Anna, comendo um pedaço de empadão de frango sem muito interesse. -
Eles estão abrindo caminho para alguma coisa, isso é certo, mas não sabemos o que pode ser. Pode ser que seja um exército, mas acho que a prioridade é deter o feiticeiro.
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Então pretende voltar para a floresta?
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Ainda não sei... Voltei para ajudar onde minha espada pode ser mais útil, mas não quero abandonar todos agora...
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