Episódio 1 - Reencontro
Lucas solta um sorriso estranho, poderia ser animação contida ou outra coisa, mas concorda e entrega a espada para Yuzeh.
- Eu mesmo tentei, mas não encontrei nada...
Disse, enquanto esperava o outro. O finntroll estende as mãos sobre a espada e emite uma luz verde e tênue, porém logo se apagam e ele percebe que não há magia naquele item. Era uma espada muito bem feita, de fato, porém não mágica e também não havia golpeado nada mágico.
O jovem mago por sua vez endireitou o corpo.
- O mesmo resultado, não? Enfim, ficaria honrado se visitasse meu laboratório posteriormente.
O finntroll percebeu que o jovem mago estava diferente de antes e isto poderia ser o que eles chamavam de "maturidade". Rapidamente, Edvard e Aldred concordaram que deveriam partir logo e ninguém se opôs, não era como se fossem aventureiros iniciantes que precisassem descansar antes de uma missão. O grupo rapidamente seguiu pelos corredores do castelo, guiados por Bran, que rumava firme, movimentando os braços musculosos. Quando saíram para o pátio, o homenzarrão ergueu o olhar para o céu, sob o vento cortante e frio.
- Pelos deuses, o Carcará! Nunca pensei que iria vê-lo novamente.
Lucas deixou o amigo admirado e retirou um pergaminho das vestes. Media mais ou menos trinta centímetros e estava enrolado.
- Aqui há todas as coordenadas que precisam para chegarem á
Ferrofrio, basicamente basta seguirem ao norte daqui, adentrando ás Uivantes. Boa sorte.
E com isto, deixam Bran e Lucas, enquanto embarcam no navio voador, Carcará.
***
A tripulação rapidamente se apronta com a chegada do capitão e recebem suas ordens, não antes de distribuírem acenos e comprimentos para os recém chegados e velhos conhecidos. Não muito tempo depois, Carcará seguia deslizando pelo ar em direção ao norte. O frio se tornava cada vez pior, ainda mais naquela altitude. O vento assoviava impiedoso, naquele céu cada vez mais escuro. Porém, o navio era preparado para todas a situações de viagem. Distribuído por todo ele haviam muitas lamparinas e também lugares para se abrigar do frio, como as cabines ou a cozinha.
Mais ou menos três horas depois de deixarem
Beloaço, receberam confirmação do avistamento do local, seguindo para o norte, de acordo com o mapa dado por Lucas.
Ferrofrio era um castelo rústico, quase soterrado em neve, mesclado as rochas que ficavam mais abaixo. Em algumas partes mais parecia uma ruína, e era impossível não pensar que de fato fosse. Mas a verdade era que ali não havia conforto, pois na realidade tratava-se de uma mina de Gelo Eterno.
O Carcará descia o suficiente para que todos pudessem desembarcar em segurança pelas escadas, exceto Edvard, que ao ver o lugar se aproximar, saltou á borda, virou-se e com sorriso deixou-se cair de braços abertos. Ato esse que fazia com frequência e chamava de "Salto de Fé".
O corsário deixou o vento frio gritar em seus ouvidos conforme caía, até que á poucos metros do chão sua velocidade fora diminuindo gradativamente, até pousar suavemente. Alguns minutos depois todos estavam reunidos, enquanto o navio subia um pouco mais. Mais acima, Kurze o seguiu, colocou um dos pés na borda, girou o corpo e se deixou cair, livre pelos ares. Da mesma maneira, aterrissou suavemente.
Diante deles estava um enorme arco de pedra sobre o chão de neve. Adentrando um pouco era possível chegar á uma câmara de pedras colocadas e um portão de ferro, portão este levantado. Passando por ele um enorme corredor se estendia, totalmente vazio e frio. As aberturas no alto servem como janelas e por elas entram a luz da lua e das estrelas. Pelo caminho há algumas ferramentas, como martelos e picaretas jogados e nas paredes duas portas de madeira fechadas. Porém, algo chama a atenção logo que se colocam no corredor. Misturada com o barulho do vento e quebrando o silêncio daquele lugar morto, surge um cantarolar feminino.
- Hmmm... Hmmm... Hmmm...
-Venham criancinhas, venham comigo
Salvas e felizes como devem ser
Longe de suas casas, vamos correr
Oh, criancinhas, por favor não chorem
Eu não faria mal a uma mosca
Seja livre, seja livre para brincar
Venham para a minha caverna ficar
- Hmmm... Hmmm... Hmmm...
- Oh, criacinhas, por favor não fujam
Essas cordas, eu sei, irão te segurar firme
Eu falei que isso era verdade
Mas infelizmente, Eu menti
- Hmmm... Hmmm...
- Oh, criancinhas, vocês não podem fugir
Suas famílias por vocês sofrerão
Suas mentes irei descuturar
Para assim, eu poder assombrar
- Hmmm... Hmmm... Hmmm...
- Mas certamente, tudo que vocês querem saber
Se já é a hora de vocês partirem
Oh, criancinhas, vocês não são inteligentes
Agora vocês devem ficar comigo para sempre!
- Hmmm... Hmmm... Hmmm
O que vocês fazem?