Vestiu-se com calças simples e uma camisa de linho e seguiu para o quarto. Maryanne escolheu a beliche de cima, assim como Khaled. A moça, claro, não se despiu para dormir. O bardo começou então uma guerra de travesseiros, acertando John nas costas. O cavaleiro deu um sorriso cansado.
Então arrumou suas coisas no canto e saiu do quarto, descendo até o salão comunal. Sentou-se numa mesa, sozinho, havia poucas pessoas naquele momento ali. John viu a atendente se aproximando, moça bonita, simpática, ainda que o olhasse com uma certa curiosidade receosa. Ele a olhou cansado, sem sorrisos, apenas um semblante neutro, talvez triste.
- Desculpe, Khaled, talvez outra hora.
Ela disse o preço, John apenas assentiu, mas prestou atenção quando disse que era de uma safra de Sambúrdia. O cavaleiro esperou, vendo-a se distanciar, seus cabelos eram castanhos, rapidamente lembrou-se de uma pessoa. Quando ela retornou, com a dose da bebida, por algum motivo John soltou.
- Veja uma dose de conhaque, por favor.
A moça pareceu confusa, mas sorriu.
- Você me lembra alguém.
- Quem? - perguntou.
A moça sorriu tímida.
- Quando jovem eu me apaixonei por uma moça, lady Winnie, seu nome, era bela e na época achei que era o amor de minha vida... Porém mantinha um romance com outro, James, um espadachim patife, se assim posso dizer. Esse amor bandido teve um fim certa vez e então eu a cortejei, mas acabei rejeitado... A vida parecia se resumir ao amor e a ser escudeiro naquela época. Porém, peço que me perdoe, estou aqui divagando e olhe quem nem bebi meu conhaque ainda.
- Não têm problema... O que houve com lady Winnie, se me permite perguntar, antes que eu tenha retornar ao trabalho? - quis saber, dando uma olhada para o balcão.
A moça não pôde deixar de soltar uma singela gargalhada.
- Ela engravidou de um bárbaro das Uivantes e hoje vive por lá.
- Isso foi surpreendente.
- Sim, foi... Mas como eu disse, a vida era mais simples naquela época e proporcionava estes tipos de histórias...
- Pois bem, devo ir agora, espero que goste da bebida.
A moça agradeceu e saiu timidamente.
- Espere, aqui está, pela bebida e mais esta pela rápida, mas agradável conversa.
John então encarou o conhaque, de fato era mais simples, mas agora as responsabilidades são minhas, eu as encarro, eu as carrego. Apanhou o copo e bebeu tudo num único gole, era hora de dormir. Voltou ao quarto e todos já estavam recolhidos, escolheu uma cama vazia e deitou-se, para uma noite de sono sem sonhos.
A manhã seguinte chegou fria, com a promessa de novos perigos e também novos desafios, algo que alegra Valkaria, pensou. Mais uma vez pediu ajuda a Khaled com sua armadura, e desceu com a capa com capuz dobrada sobre o braço esquerdo. Sentou-se a mesa com os demais, dando um meio sorriso para a atendente, quando veio ter com eles. Era difícil comer apenas com uma mão e o cavaleiro sentiu-se frustado, arrancando pequenos pedaços de pão doce com os dentes e tendo certeza de que parecia um selvagem. Bufou, e empurrou tudo para dentro por um fabuloso suco de amora.
Quando terminou e estava prestes a pedir outro, afinal John adorava bebidas doces, um homem se aproximou, pedindo ajuda. De acordo com ele, seu mestre, que também era um médico havia desaparecido. Maryanne fora rápida em mostrar interesse e Khaled mais uma vez mostrava seus conhecimentos fantásticos. O cavaleiro sabia que eles possuíam sua própria missão, mas não viam porque não ajudar aquele homem, então também falou quando os demais terminaram.
- Onde você o viu pela última vez, meu caro? Eu e meu amigo aqui temos nossos próprios assuntos para resolver na cidade, mas acredito que possamos ajudar. Estava pensando em sair para comprar um escudo mais leve para mim devido... A minha condição mais recente. Poderíamos procurar informações sobre aquele assunto e sobre o médico também.
John gasta 5 TO no conhaque e 1 TO de gorjeta para a moça