Sob o Céu de Vectora
Conclusão
Enquanto
Maryanne procurava atentamente pela pequena sala,
Millyan recuperava a varinha da bola de fogo. Estava chamuscada e ela mesma duvidava que voltasse a funcionar um dia. Demorou alguns minutos, mas encontrou uma pedra solta na parede onde estava o tapete mágico enrolado junto de um livro, uma espécie de diário. Estava escrito em élfico, portanto somente
Millyan conseguia ler. Basicamente eram histórias de como Zairon escapou da escravidão de Astos Tivanor, das desventuras que teve, o dia em que conheceu a própria arqueira. Ele descrevia como realmente era apaixonado por ela, mas não queria ter uma vida simples... por isso tornou-se um ladrão cruel a ponto de não se importar com a vida alheia. Zairon ainda explicava seus planos. Na Catedral Invertida ele esperaria alguns dias para afastar a possibilidade dos aventureiros o caçarem. Ele voltaria para a superfície depois e, disfarçado, leiloaria a espada de
sir Gorboduc sem que soubessem que ela fora roubada. Sua última escrita falava que o lugar era perigoso, mas com a espada em mãos nenhuma criatura se atrevia a se aproximar, mesmo que ele mesmo, uma pessoa maligna, não pudesse empunhá-la para o combate.
Nada mais a ser feito naquele ambiente, restou às duas o retorno. De posse do tapete, era necessário conhecer a palavra mágica de ativação.
Millyan buscou no diário de Zairon e encontrou o dia em que ele roubou de um qareen, meses atrás. A palavra mágica fora perdida para sempre, mas Zairon foi capaz de recriar uma nova versão para ele. A palavra era "
ruahel" algo como "Estrela Infeliz".
Maryanne e Millyan adquirem o tapete voador, 3mx3m que voa como se tivesse voo prolongado e pode carregar até 400 kg.
Ao retornarem para a sala principal com Zairon deitado em um canto do tapete, bastou
Maryanne erguer sobre a cabeça a espada mágica para os esqueletos se afastarem inofensivos. Enquanto a luz brilhante emanava pelo ambiente escuro, nenhum deles conseguiu fazer qualquer mal. Era hora de rever os mortos. Encontraram lá Seiber, Leonhard e Valvadis, todos caídos nas mesmas posições: Seiber estava com a barriga pra baixo com um buraco na nuca vazando a ponta de um virote. Leonhard estava recostado em uma estalagmite com um virote na barriga e o rosto sereno. Valvadis, entretanto, parecia respirar. Estava vivo! Muito debilitado, é verdade, e incapaz de se comunicar, mas bastava ter os cuidados necessários que restabeleceria sua saúde.
Com a ajuda do tapete, todos os três aventureiros e Zairon foram carregados para fora da Catedral Invertida. O caminho de volta não foi muito difícil. As duas seguiram cautelosamente até encontrar a saída. O Mercado Negro em seguida, também não foi problema. As pessoas ocultas em seus mantos que andavam pelas ruas dedicavam apenas alguns olhares, mas não era exatamente estranho andar com corpos e itens mágicos por ali.
Maryanne e
Millyan, sujas e embrutecidas pela aventura, não sofreram qualquer contato ou moléstia até a superfície de Vectora.
Saindo na mesma passagem que conhecera antes, viram o entediado anão caolho. Sem fazer perguntas, apenas demonstrando um pouco de surpresa ao ver um tapete mágico carregando corpos, o anão apontou uma outra saída pelos fundos, onde não teriam o risco de encontrar algum agente da milícia cheio de perguntas. Uma vez do lado de fora, já era noite em Vectora. Como não havia templos no Cidade nas Nuvens e não queriam arriscar o Mercado Negro para alguma cura duvidosa ou a troco de algo profano,
Maryanne e
Millyan prosseguiram até aonde tinham amigos: a Pombo Perneta da Praça.
Oskar
Por Tenebra, mas o que aconteceu? Sabrina, vá chamar o Glong!
O anão saiu de trás do balcão para ajudar
Millyan e
Maryanne enquanto Sabrina correu pela porta afora. Ofereceu água, frutas frescas. Ele olhou os corpos fez um sinal de sua religião - que a arqueira prontamente identificou como o símbolo da Dama da Noite. Um grande quarto foi oferecido a todos. As duas puderam tomar banho, ganharam novas roupas enquanto
Valvadis dormia em uma cama com faixas nos ferimentos mais graves. Adormecia e estava realmente fora de perigo. Acordaria em alguns dias, provavelmente.
Mais tarde, após a janta com ensopado de camarão, Glong abriu a porta com Sabrina atrás.
Glong
Por mil demônios! Só vocês duas saíram vivas? Que tragédia... ah, o Valvadis está bem? Ufa... Não cheguei a conhecer direito o Leon, mas o Seiber era um humano bem legal. Espero que os deuses cuidem bem de suas almas no outro mundo. E que alma de Zairon sofra a eternidade no colo de Ragnar.
E cuspiu no chão, um péssimo hábito que fez Oskar balançar a cabeça suspirando. Glong olhou para a elfa
Millyan com desdém, mas depois amoleceu.
Glong
Desculpe, Milhona, não quis ofender. Você é uma elfa legal.
E mostrou o polegar para ela.
As coisas deveriam ser resolvidas. Juntamente com Oskar, Sabrina e Glong,
Maryanne e
Millyan decidiram levar o corpo de Zairon para a milícia de Vectora onde seria paga a maior recompensa, 500 tibares de ouro. Seiber era um devoto de Valkaria, então teria seu rito funerário seguindo os critérios de sua deusa, enquanto Leonhard seria levado a um templo de Keenn, ambos na capital de Deheon. A ideia de ressurreição não estava totalmente descartada, mas
Millyan tinha ciência de que seria muito difícil. Já
Valvadis acordou no dia seguinte graças a uma poção de cura comprada por Glong. Realmente, o goblin demonstrava gostar bastante do rapaz meio-elfo.
Valvadis
Obrigado, Glong. Maryanne, Millyandaranny, obrigado por me resgatarem. Desculpem-me por não ter ajudado mais. Eu tinha as magias certas para o crápula...
Disse pela manhã antes do desjejum com pão, queijo, ovos e bacon.
Valvadis,
Maryanne,
Millyan e Glong andaram pelas ruas de Vectora até a milícia, que era um prédio grande e alto, perto do Palácio de Lorde Vectorius. A arqueira solicitou a presença de Bert que apareceu meia hora depois com o rosto trazendo assombração. Zairon estava envolto em seu tapete e quando foi descoberto, estava com aquela expressão congelada. Metade do rosto era negro, revelando partes internas de seus músculos faciais. Bert tapou o corpo e abraçou
Millyan
Tenente Bert
Ainda bem que está viva, senhorita
Aqui Bert tentará alguma aproximação devido à emoção do momento. Se Millyan permitir ele a beijará na frente de todos na milícia. Se não, ele vai pigarrear e se afastará como se nada tivesse acontecido.
No fim, a recompensa caiu para 250 por trazer Zairon morto. Valor este que ficou dividido entre Valvadis,
Millyan e
Maryanne.
Glong ofereceu a viagem de volta em seu balão totalmente consertado. Com a gangue de goblins baloeiros destruída, ele poderá voltar a trabalhar no Mercado nas Nuvens normalmente e se meter em novas enrascadas. Primeira parada foi em Prado Verde.
Na cidade, os três são recebidos por mestre Orjan e pelo sargento Vigar, além de muitos comerciantes e populares da cidade. Mestre Orjan, o prefeito, parecia muito feliz ao rever a espada.
Mestre Orjan
Prado Verde jamais esquecerá os feitos dos grandes heróis que lutaram e trouxeram a espada de nosso fundador
sir Gorboduc. Reunimos moedas de ouro para recompensá-los. Sei que não havíamos combinado um valor, mas não podemos deixá-los sem esta recompensa.
Foi entregue três sacolas de ouro para cada um. Havia mais 150 tibares que foram entregues aos heróis no centro da cidade cercada pelos moradores. Alguns pareciam satisfeitos, solenes, mas outros pareciam ressentidos.
Este é um momento também interessante. Vocês haviam combinado de entregar parte do ouro para ajudar as famílias de Prado Verde, mas agora o prefeito aparece oferecendo ouro para vocês. E pelo jeito, nenhuma família parecia indenizada. Vocês podem doar os 150 que cada um recebeu para as famílias no post de vocês. Valvadis fará o que vocês fizerem.
A próxima parada seria Valkaria, mas aqui Glong e Valvadis se despediram de
Maryanne e
Millyan
Valvadis
Eu vou seguir meu caminho. Obrigado por tudo, mais uma vez. Millyan, foi uma honra trabalhar ao lado de uma elfa pura. Mande lembranças aos meus "meio-irmãos" na Vila Élfica... Maryanne, nunca esquecerei sua amizade, mesmo que tenhamos perdido nossas lindas jaquetas vermelhas.
E assim, os dois voam para o horizonte no balão do goblin idoso. Restava voar no tapete para Valkaria. Seiber e Leonhard estavam enrolados em panos de seda perfumados e seus corpos passaram por um processo químico para preservar suas características físicas. Foram três dias voando no tapete mágico até avistar a imensa estátua de Valkaria.
Valkaria.
Em Arton, o próprio nome evoca a ideia de aventuras, insatisfação, ambição e criatividade. Valkaria é a Deusa da Humanidade, da Ambição e dos Aventureiros. Também a capital do Reinado, onde os primeiros colonos começaram sua nova civilização, aos pés da gigantesca estátua de sua padroeira. Não existe nenhum artoniano que não tenha opinião sobre Valkaria. Muitos sonham em viver na maior cidade do mundo conhecido, desfrutar de seus luxos e maravilhas - mas, ao tentar construir uma vida na cidade, deparam-se com uma realidade muito pior, de pobreza, violência urbana e cidadãos frios e distantes. Outros sabem que nunca suportariam morar em uma aglomeração tão grande, e falam de Valkaria como de uma ferida na face de Arton.
Seja como for, Valkaria recebia
Myllian e
Maryanne como quaisquer outro. A diversidade da cidade era conhecida e mesmo que viajassem em um tapete voador com dois fardos enrolados não despertavam mais que meros olhares desinteressados.
Ao chegarem a um templo de Keenn, que parecia mais uma fortaleza no meio de um campo de treinamento militar perto de bairros mais empobrecidos, as duas foram recebidas pelo capelão do lugar. Um homem rude que só aceitou prestar os ritos cerimoniais depois de mostrarem que sabiam lutar com suas armas. Ao meio dia foi erguida uma pira funerária onde o corpo de Leonhard foi queimado sob a Litania de Keenn.
- A morte não é suficiente para meus inimigos. A vida não é
suficiente para mim. Eu desejo a luta e o sangue, e que nunca viva
em paz. A lâmina assassina antes da morte na cama, o fogo da
batalha antes do esquecimento do tempo.
Quem não luta merece o sofrimento, a piedade gera fraqueza.
A guerra me torna melhor, a guerra revela quem sou. Se todos os
inimigos morrerem, lutarei contra os aliados. E se restar apenas eu,
acharei outros e lutarei de novo. Abro mão do repouso, condeno
minha alma se não morrer no combate.
Digo estas palavras para que palavras não me enganem na
batalha. Falo agora, para que minha lâmina fale por mim.
Matar é viver. Viver é lutar
Entregar Seiber ao templo de Valkaria foi fácil. A Catedral de Valkaria estava em reformas, mas
Maryanne já sabia disso, pois ela estava SEMPRE em reformas. Parte de algum tipo de dogma da deusa, sobre melhoria constante. Havia um quadro de com ofertas de trabalho para aventureiros, mercenários e exploradores na Catedral - era comum que pessoas em busca de heróis fixem anúncios aqui, sabendo que irão atrair a atenção desejada, como
Maryanne bem sabia.
Neste momento só havia cartazes e pergaminhos com trabalhos de mercenários ou coisas muito pequenas que não interessariam as duas, cansadas pela aventura recém concluída.
Um sacerdote da Catedral de Valkaria os atendeu e cobrou 50 TO pelo ritual. Um caixão foi feito, orações e apenas as duas estavam presentes para ouvir o sermão do padre. Durante aquela tarde choveu e Seiber Karase foi enterrado longe de seus ancestrais desconhecidos.
Agora, sozinhas em Valkaria,
Maryanne e
Millyan poderiam descansar.
Nota do Mestre:
Façam um post em que vocês reajam aos acontecimentos, podendo retroagir e incluir novas informações e ações, desde que não entrem em contradição com o que já foi escrito e que não exija resposta de um NPC. Sigam até falar o que vocês farão a partir de agora. Pode ser embarcar em uma nova aventura, pode ser rever suas famílias, podem fazer planos etc.
Além disso, Millyan inclua em seu post as magias tipicamente preparadas. E ambas escrevam em um espaço quais equipamentos de Seiber e Leonhard vocês ficarão.
Dados dos Personagens
Maryanne I. Maedoc <> PV: 31/31; PA: 1; CA: 19 <>
Condição: Normal
Millyan Lorthtandar <> PV: 24/24; PA 1; CA: 23/19; Flechas: 100 <>
Magias preparadas: a preparar <>
Canalizar energia positiva: 1/1 <>
Condição: Normal