Sob o Céu de Vectora
Parte 1: A Espada de Sir Gorboduc
Sem pestanejar,
Bethany caminha por suas raízes e gavinhas que tentam enroscar em suas pernas. A druida é familiarizada e conhecia os caminhos certos para por os pés. Não demorou muito para chegar até a carroça e divisar a silhueta...
Enquanto a druida andava rumo à carroça, seu lobo rosnava em desafio para o porco.
Valvadis, então, sem mais cartas de ataque, optou por controlar o terreno. Com sua carta "Yoba", uma gosma translúcida com um rosto esférico indicando sorriso. Uma gosma etérea envolveu o corpo do porco. Suas patas não conseguiam mais manter-se firmes no chão e tombar foi a consequência.
Shantii tentava se concentrar no combate, embora sua mente trabalhasse de maneira confusa sobre as palavras ditas por
Max. A queda do porco devido à gosma conjurada por
Valvadis o deixou incerto, porém não abalou sua determinação. Com um movimento rápido, sua perna se ergueu ao céu antes de descer com o calcanhar pesado. O animal sentiu o baque e bateu o focinho no chão com força.
Nesse momento, o porco foi agora preso pelas gavinhas. As raízes enredaram-se nas grossas patas do animal enquanto ele grunhia tentando se soltar. As quatro patas estavam esticadas, arriadas de modo que
Max agora via sua presa totalmente indefesa. Sem piedade, sua espada subiu e desceu. A lâmina enterrou na cabeça do porco que guinchou desesperado antes de morrer. O sangue molhou as raízes espalhando para todos os lados.
...
Bethany via um goblin. Ele era desdentado, com pele cinzenta com várias manchas esbranquiçadas pelos braços e pelo rosto. A surpresa inicial foi superada pelo grito de morte do porco. O goblin correu dentro da carroça até sua saída, jogando ferramentas e outras coisas pelo caminho. Parecia que atacaria a meio-dríade, mas então, desviou o caminho, pisando nas gavinhas como se fossem nada. Ele parecia desesperado.
Goblin velho
Malditos assassinos! Ele era meu porco de estimação! Estava só tentando me proteger...
O goblin choraminga agachando-se perto do animal. Mas não demora muito. Seu rosto não tinha lágrimas, embora as rugas sugerissem conformidade. O goblin se ergueu no meio daquela constrição e deixou-se pender. Logo, seus pés estavam enroscados em raízes e seus braços alcançados por gavinhas.
Glong
Eu me chamo Glong e eu sou um humilde baloeiro em busca de ferramentas.
Antes que todos pudessem falar algo, o mercador Khoras aparece subitamente.
Khoras
Você é um bandido! Está roubando minhas ferramentas!
Glong
E você é um gordo covarde. Eu só queria conversar e comprar suas ferramentas pro meu balão... e você saiu correndo feito uma menininha.
O velho goblin era impaciente e agressivo. O mercador irritou-se ainda mais e, encorajado pela situação favorável, esbofeteou o goblin.
Khoras
Ora, seu animal! Vamos, meus heróis, vamos entregar esse bandido às autoridades em Prado Verde. É o meu caminho mesmo!
Glong parecia conformado como se não se importasse com seu destino.
Glong
Foda-se. Meu balão já tá fodido mesmo.
Ele piscava muito os olhos, mas não freneticamente, e deu de ombros o quanto as raízes permitiam. Khoras logo salta pra dentro de sua carroça e mexe um pouco até retornar com um vaso de cerâmica quebrado para entregar a
Valvadis.
Khoras
Eu ia te dar isto. Era bem valioso antes do bandido quebrá-lo...
Estava nitidamente entristecido...
Enquanto isso...
Em Prado Verde é uma comunidade humana - que não pode ser chamada exatamente de cidade devido ao tamanho - que está inflada de pessoas devido ao festival. Ela é formada por casebres com telhado de sapé e fica sobre uma planície verdejante, cortada por um pequeno riacho e uma estrada de terra batida que leva a Valkaria - cerca de três dias a cavalo. A única coisa notável em Prado Verde é um pequeno mausoléu de pedra, que contém a espada de sir Gorboduc. Com a espada em exposição no festival, o mausoléu está vazio.
Nesse contexto,
Seiber,
Ali e
Maryanne estão rumando para a cidade, todos ao acaso.
Seiber Karase
A vida de
Seiber merecia um livro. Ele seria um protagonista daqueles capazes de conquistar o coração dos jovens, e arrancar admiração dos mais velhos. Mesmo assim, o arcanista era jovem. Um bardo que não estava interessado em contar as histórias dos outros, mas de ser o seu próprio protagonista em sua odisseia. Um longo caminho para aventura se abria em sua frente e seu objetivo parecia minúsculo no horizonte. Havia muita estrada, muito chão de terra batida.
Por isso quisera Valkaria, sua musa, colocá-lo no caminho de Prado Verde. Uma cidade de mais ou menos 500 habitantes com várias casas de pedra e madeira, com uma praça central onde uma fonte de água límpida brilhava sob a luz do sol. Muitas pessoas se iam e vinham com seus afazeres. Parece que haveria um festival em breve, pois muitas tendas, palcos e espaços diversos estavam sendo preparados pela população. Não precisou de muito para
Seiber descobrir: Vectora passaria perto da cidade por algum motivo desconhecido. Além disso,
Seiber também notara que havia poucas pessoas dignas de nota.
Eram todos camponeses naquela cidadezinha, com exceção dos poucos guardas e do sargento Vigar, duas pessoas trajavam armas. Uma menina muito jovem com pinturas selvagens no rosto e uma mulher com roupas escuras e um bandolim nas costas sobre a mochila de viagem.
Ali Shultz
"Sawblade" era como ficou conhecida. Sua ferocidade cheia de dentes precedia sua alcunha. Depois de escapar do passado de morte e sofrimento, o corpo e o coração de
Ali Shultz estavam endurecidos. Em sua vivência esteve acostumada apenas ao tratamento hostil. Vivia para sobreviver, caçava para matar e mesmo nisso teve muitas dificuldades, pois o que sabia mesmo fazer era lutar. Tudo que restou de seus captores. As lembranças do passado antes disso desvaneciam com o tempo e o rosto de seus pais agora estavam embaçados em sua mente.
Ali agora guiava-se pelo cheiro. Encontrava um animal para comê-lo. Fugia das predadores maiores. Passou por muitas regiões sentido fome, frio, sede, calor... a existência da garota tão nova se resumia a isso. E, mais uma vez atraída pelos cheiros e pelo estômago,
Ali encontrou um conglomerado de casas feitas por mãos humanas. Havia muita gente andando pra lá e pra cá. A princípio, ela notou apenas alguns olhares curiosos, nada demais. Ninguém se meteria com ela. Guiada pelo cheiro,
Ali encontrou uma cerca demarcando um espaço circular pequeno onde galinhas andavam livres pra lá e pra cá.
Seu estômago roncou alto, mas logo ela conseguiu perceber dois olhares. Duas pessoas. Um homem alto, barbudo, loiro. Uma mulher jovem com uma ferramenta estranha nas costas. Ambos armados. Aliás, eram uma das poucas pessoas armadas naquele lugar.
Maryanne Maedoc
O céu resplandecia ao redor de
Maryanne. O sacolejar da carroça não atrapalhava seu dedilhar. Seu alaúde arrancava notas alegres e sua voz atraía o sorriso dos viajantes ali presentes. A jovem lutadora gostava de tocar e cantar como uma barda. Na verdade, ela se apresentava como uma barda sempre que podia. Não que tivesse vergonha de seu treinamento de espadachim com seu amado mestre, mas porque queria mesmo ser uma barda. Apreciava a arte, a música, os poemas. Era uma voraz leitora.
Mas quis o destino que o chamado da aventura a tirasse de sua vida de simplicidades em Valkaria.
Maryanne agora seguia para Prado Verde, uma pequena comunidade onde Vectora passaria por perto em breve. Ainda que Vectora fosse uma cidade fantástica, aquelas pessoas davam muito mais importância a ela do que a própria
Maryanne, tão sofisticada culturalmente por viver em Valkaria a vida toda. A chegada na cidade foi tranquila e logo a carroça na qual seguia em carona começou a montar uma tenda. Venderiam ovos frescos e algumas leguminosas. Trouxeram até galinhas do campo!
Maryanne via, distante, uma garota que destoava totalmente das pessoas na comunidade. Era baixa, cabelos presos selvagemente, pinturas no rosto. Além disso, vestia uma armadura selvagem e sua espada na cintura era longa presa numa bainha de couro leve. Sua cara não atraia simpatia... Havia outro homem por ali, tinha escudo, espada, sendo uma das poucas pessoas armadas além dos milicianos. Seus olhos claros mostravam uma juventude escondida debaixo de uma longa barba loira.
Dados dos Personagens
Bethany <> PV: 18/18; PM: 5/0; PA: 1/1; CA: 18 <>
Condição: Normal <>
Magias Preparadas: presa mágica, curar ferimentos leves x3, névoa obscurecente.
Shantii <> PV: 17/17; PE: 3/1; PA: 1/1; CA: 17 <>
Condição: Normal.
Maryanne Maedoc <> PV: 18/18; PA: 1/1; CA: 18 <>
Condição: Normal.
Valvadis <> PV: 13/13; PMs 6/0; PA: 1/2; CA: 13 <>
Condição: Normal. <>
Magias Preparadas: armadura arcana, área escorregadia, causar medo, enfeitiçar pessoas, mísseis mágicos, objeto aleatório.
Ali Shultz <> PV: 23/23; PA 1/1; CA 16 <>
Condição: Normal.
Seiber Karase <> PV: 17/17; PM 10/6; PA: 1/1; CA: 22 <>
Condição: Normal. <>
Magias Duradouras: resistência, auxílio divino, armadura arcana, escudo arcano, recuo acelerado.