Briga em Família [Concluída]

[John Lessard]

John olhou o homem de cima a baixo.

- Muito bem... Maryanne, amarre-o e o tranque no moinho.

O cavaleiro então se afastou, indicando que Pelleas o acompanhasse.

- Peço desculpas se por um momento deixei parecer que não confio em sua pessoa, na realidade, gostaria de saber se ele não estaria mentindo para nós... O que me diz, as palavras daquele homem são verdadeiras?

[Aldenor]

Maryanne ouviu aquelas palavras do leiloeiro, mas estava de costas pra ele. Queria ficar distante de tudo que envolvia aquele homem devido ao seu enorme asco. Ficou surpresa quando John pediu para que o amarrasse. Contrariada, pegou a corda de sua mochila e foi amarrá-lo com um nó firme.

Maryanne

Você vem comigo, miserável.

Após amarrá-lo, o empurrou pra frente para ir andando até o moinho. Ao entrar, fechou as portas atrás de si. Sua chuan deslizou pra fora de sua bainha.

Encarou o homem. A raiva toda foi voltando suplantando a tristeza que sentia. O rosto começou a ficar vermelho. Ergueu a espada tamuraniana e preparou um golpe, olhando para o pescoço do homem, para sua enorme barriga. O sangue corria quente.

Rainha Eterna

Se matar ele vai se arrepender para sempre, descendente.

A voz da criança era como uma mão para impedir sua espada. Fazia tempo que não a ouvia. Maryanne virou-se para o lado e viu a Rainha Eterna encostada na porta do moinho fechada.

Maryanne

Eu sei... eu sei...

Disse voltando à tristeza. O calor da fúria passava.

Maryanne

Fazia tempo que não aparecia, Rainha.

A criança sorriu se aproximando dando pulinhos serelepes.

Rainha Eterna

Seu irmão tem me dado mais trabalho.

Enquanto tentava desvendar o que aquilo queria dizer, Maryanne sentiu a pequena e delicada mão da criança puxar a sua.

Maryanne

Ih, agora você consegue me tocar? Nossa, o que está... espera... como assim meu irmão tem dado mais trabalho?

A criança riu alto, mas ninguém ouviu. Maryanne viu Talber com a cara de quem não entendia o que estava acontecendo.

Rainha Eterna

Agora você está mais poderosa, por isso meus poderes estão também se fortalecendo. Continue assim e um dia eu voltarei ao meu esplendor. E seu irmão... bem, ele é aventureiro também, não é?

Sorriu.

Rainha Eterna

Quando fiz o pacto com você... não foi somente com você, tá? Na verdade eu fiz primeiro com seu irmão. Meu querido descendente... espero que um dia vocês se encontrem na estrada. Bem... até mais ver, descendente.

Fez um "tchauzinho" com as pequenas mãozinhas e sumiu lentamente como se nunca tivesse existido. Maryanne coçou o cabelo.

Maryanne

Nossa...

E retornou para junto dos outros deixando Talber caído, amarrado em algum canto do moinho. Sua chuan voltava à cintura e sua mente estava mais tranquila e preocupada com outras coisas.

Ação de Maryanne
Usa sua corda para amarrar Talber com teste de Destreza CD 10, rolado 18.

[Lucena]

A confusão se alivia do rosto do elfo ao ouvir o cavaleiro. Ainda não sabia o por quê de tanto cuidado mas não era problema de verdade.

- Sem problemas Sir.
- O local que ele deu está certo, ele não estava mentindo. Já quanto ao tempo que demoraria não sei dizer, não fui levado a torre pela cidade.

[Aldenor]

Maryanne chega a tempo de ouvir Pelleas atestar a veracidade das palavras de Talber. A jovem estava com uma cara confusa.

Maryanne

... bem... hã... e agora, o que faremos, John?

Não parecia estar preocupada com o que estava acontecendo ali. De fato, Maryanne pensava nas palavras da Rainha Eterna.

[Toyoda]

Khaled manteve-se mais um tanto calado. Pensava nos nomes dos nobre e de seus rostos em busca de informações em sua vasta gama de memorias de diversas fontes. Tudo graças a sua natureza e a um treinamento mental de memorização que havia aprendido de jovem com Adib.

Ao se afastarem um tanto do moinho, Khaled ouve o que John disse ao longe, sem muita precisão, mas entendeu que era sobre a possível desconfiança.

Khaled

Pelleas, estou honrado em conhecer um antigo elfo de Lenórienn! E se os livros militares da época estão corretos, o senhor segundo-tenente serviu na lendária floresta de Myrvallar, não é mesmo?
John, certamente nosso novo amigo poderá nos ajudar muito!

Khaled então se pos a dizer sobre as figuras que ali haviam encontrado hoje:

Khaled

Bom, acho que é interessante sabermos onde estamos nos metendo, e quem eram os compradores deste leilão que interrompemos, certo?

Pois bem – limpou a garganta e começou a listar os nomes e os fatos-
Elan Caedron, é um abastado homem de Tharthann, no qual foram prestadas queixas de pedofilia, mas, segundo Cristian, primo de uma camareira da casa dos Vorlat, as conexões dele com esta nobre família encobriram o caso e nada foi feito a respeito.

Malaquias Cordeiro é um mercador de Midron. Ele é muito discreto, porem, durante nossa viagem pelas estradas que vinham para cá, ouvi um mercados comentando a outro durante um almoço que Elan teria assassinado seu próprio pai para que ele assumisse o controle dos negócios da família.

Agora, Joseph Schneider, não me recordo de nada, porem seu sotaque é tipicamente yudeniano, isso não tenho duvidas.

Então olha para Zidane:

Khaled

Agora, infelizmente não sei de nenhuma informação sobre Godak, ou algo sobre Caletus que possa ligar ao fato de conhecerem você...
Talvez, não sei... Sera que seu pai teria alguma ligação com tudo isso? Qual seria o nome dele?

Após a resposta se torna pensativo novamente, e Mary questiona em busca de direção.

Maryanne

... bem... hã... e agora, o que faremos, John?

Khaled

Bom... Não sei vocês... Mas eu estou deveras cansado... O veneno da Norla ainda corre em minhas veias e me sinto fraco, meus músculos ainda não me obedecem direito, e sinto que minha energia magica esta fraca já...

Alem disso... Temos que achar um templo de Tanah-Toh...

Diz com o semblante entristecido para Nadinah. E então vai até o corpo, diz algo em um tom de voz inaudível e pega um pequeno objeto que não pode ser visto por seus companheiros. Uma lagrima cai.

[John Lessard]

O cavaleiro ouve os demais em silêncio, de braços cruzados e semblante sério, porém em sua mente, já traçava um plano de ação.

- São tipos da pior espécie, mas não é algo surpreendente, devo admitir... Quem me preocupa é Schneider, afinal é o segundo yudeniano que encontro nessa incursão neste reino de mentiras e subterfúgios, temo que eles estejam tramando algo.

John então olha para o corpo de Nadinah.

- Não teremos tempo de encontrar um templo de Tanna-Toh, Khaled e nem eu saberia dizer se existe um nesta região ou na cidade, embora acredite que não, no fim das contas. Vamos enterrá-la, em algum lugar bonito, sim? É uma região afastada, talvez no alto de um colina... Tenho certeza que você terá algumas palavras a dizer. Maryanne, por acaso viu alguma pá ou ferramenta dentro do moinho ou ao redor? Se não houver, cavaremos com nossas mãos ou iremos procurar por pedras para que possamos construir um pequeno túmulo. Depois disso, voltaremos, nossa missão aqui está cumprida. Zanir foi derrotado e descobrimos a localização da torre, era isto que ele queria, não? Pelleas, peço que confie em nós, iremos lhe explicar algumas coisas no caminho de volta, se de fato quiser um embate final contra aquele que lhe causou tanto mal.

[Lucena]

- Os livros? Vocês me conhece por livros? Não fazia ideia que haviam memoriais assim. Nossa, humanos me fazem sentir velho.

Que estranho esse humanozinho de cabelo azul, teria ele uma conexão com o clero de Tanna-Toh? Explicaria a quantidade de conhecimento que ele tinha.

- Estou ansioso para saber em que me meti, então obrigado Sir. Mas só de ouvir dos crimes desses nobres vejo que enfrentam o pior dos piores, todos da laia de Tivanor.

[Astirax]

Khaled atende seu pedido deixando suas roupas secas enquanto comenta sobre o que sabia.

Zidane Vess

Caletus tinha ligações com os Borgia, faz sentido que ele e seu servo me conheçam.

Pouco depois John manda Maryanne amarrar Talber, ela obedece porem havia um duvida, ela estava com muita raiva ainda pela morte de Nadinah, e imaginou o que poderia acontecer quando as portas se fecharam - o que nao tinha necessidade - e ela demorou, o suficiente para causar a dúvida.

Pelleas confirma o relato de Talber, e Maryanne retorna, no entanto ela assim como o cavaleiro já tinham sangue manchando suas roupas, não soube dizer se ela havia matado - nessas horas lamentava não ser um minotauro completo com Faro - Talber haveria pelo menos gritado se recebesse um golpe fatal, deveria estar vivo então.

Khaled fez seus comentários sobre Godak, pensando que talvez houvesse ligação com seu pai.

Fazia tempo que nao pensava nas consequências finais, seu pai alegou ter envelhecido rapido demais devido à magia de cura arcana que recebeu diversas vezes, e antes de ser um inutil por velhice, disse que precisava fazer algo grandioso, saindo em missão e nunca mais retornando, isso fazem 5 anos.

Zidane Vess

Se chama Hornius Tibalt. Não tenho certeza se esta vivo ou morto, não o vejo à mais de cinco anos. Mas devido a forma como nos separamos e inimigos, acredito que já esteja no Reino de Tauron.

Ouviu John e agora tinha que decidir, se concordava ou não , afinal estavam em uma terra que tem muito preconceitos contra não humanos. Mas se era um funeral que queriam, um ao estilo de Tanna-Toh seria o ideal.

Zidane Vess

John, os ritos funerários pedem que apresente quem esta sendo entregue, sua contribuição para a comunidade, isso na forma de um grande discurso ou um poema dedicado para ser lembrado em Terapolis. Os pertences que nao possam ser usados para a continuidade do conhecimento devem ser enterrados junto com o devoto.

Aguarda reação dos demais.

Off:
Conhecimento: religião total 25 para ritos funerários

[Aldenor]

Maryanne meneia a cabeça concordando com os próximos passos a serem feitos ditados por John. Nadinah merecia um enterro digno, mas não podiam se dar ao luxo de procurar um templo de Tanna-Toh em um lugar como Ahlen. Se houvesse mesmo tal coisa, provavelmente seria corrupto e ninguém teria os poderes divinos da deusa do conhecimento. Porém, havia algo a mais que poderiam fazer. A luta foi custosa demais e a recompensa seria toda de Taerir Hordiggard.

Eles precisavam também de algo só para eles. Por isso, Maryanne teve a ideia. Antes de falar, John perguntou se havia alguma ferramenta para cavar.

Maryanne

Eu não vi nada, mas vou dar uma olhada lá. Talvez eu encontre algo de útil.

Voltou a passos apressados até o moinho, deixando Zidane falando sobre os ritos funerários. Não sabia se encontraria Talber ainda por lá, mas o ignoraria completamente para evitar sucumbir à vontade de matá-lo. Ao subir as escadas, encontrou os corpos dos gnolls, de Caletus e Zanir. Foi direto no feiticeiro maldito que ela mesma derrubou. Não teve nenhuma vergonha em fazer uma vistoria adequada, sem pressa, mexendo no corpo. Pegou as braçadeiras de metal com runas, depois foi olhar os gnolls e recolheu apenas seu ouro, 50 tibares de ouro para ser mais exato. Em seguida, se dirigiu a Caletus e teve vontade de cortá-lo em pedaços.

Se assustou com essa vontade íntima. O que estava acontecendo com ela mesmo? O tempo nesse reino despertou o que havia de pior nela... Maryanne balançou a cabeça esvaziando esses pensamentos e catou do minotauro apenas o bracelete de ouro. Suas armas e armaduras, a exemplo dos gnolls, de nada lhe valiam.

Retornou alguns minutos depois.

Maryanne

Não tinha pá, nem nada, mas olha o que achei: são cinquenta tibares de ouro, o que daria dez para cada. Um par de braçadeiras de metal... com essas runas talhadas aqui. Será que é mágico? Tem também o bracelete de ouro que deve valer algo.

Comentou.

[Lucena]

Enquanto os outros discutiam de um funeral que ele não participaria, Pelleas acompanha Maryanne para mexer nos corpos. Ele a ajuda a recolher as moedas de todos e depois se apropria da adaga do mago antes de descer.

Também peguei essa adaga. É um trabalho élfico, muito bem feito, pode ser de ajuda.

O elfo então se concentra para gerar confiança de dizer as ultimas palavras.

- ...e, Nadinah? Tem algo com o corpo dela que não pode ser enterrado? Que vamos precisar?

Então desvia o olhar em vergonha. Acabara de sugerir pilhar o corpo da mulher que o salvou.