Sabbah iria aprimorá-la.
O conceito por trás daquela forma de Conjuração era simples: moldar energia arcana em um material na forma de uma arma imaginada pelo conjurador. A arma não era eterna, e era reconhecida por Sabbah pelo termo "Fantasma", não pertencente ao "mundo natural", e que seria apagada como uma inconsistência ao fim de sua duração. Quanto melhor a imagem do Fantasma na mente do conjurador, mais estável seria o mesmo. Estudando forjas e esquematizações, ele conseguia melhorar a formação do objeto em sua cabeça.
O cálculo e ciência pelo qual Sabbah atingia o resultado era diferente do da Academia Magibélica, mas o resultado era o mesmo. A criação de armas como uma forma de magia arcana. Sabbah compensava a falta de treinamento formal com cálculos e formas diferentes, e agora acreditava estar chegando à um resultado. "Beli", ele chamava. Falsos, em dracônico. Não tendo o treinamento formal com armas, o lefou compensava falsificando as que conhecia de livros e histórias. Não apenas suas formas, mas suas histórias. Seu teorema para a arte magibélica dos Cavaleiros Arcanos não forjava armas; ele copiava lendas. Suas experiências, sua vida, cada mínimo detalhe. Cada golpe trocado. Tudo era emulado, formulado na cabeça para a criação das réplicas em um processo de sete passos.
"Julgar e decidir pelo conceito de criação da arma"
"Hipótese da estrutura básica"
"Duplicar a composição"
"Simular seus feitos"
"Empatizar com a experiência de crescimento da arma."
"Reproduzir os anos acumulados"
"Projetar"
O processo era reconhecido por ele sob o nome de Análise Estrutural, e era ativado na forma de uma programação mental pela forma da palavra arcana meditada "Ea".
E era durante esse processo mental que Sabbah foi chamado por Clarissa para ajudá-la com algo.
*
Aquilo havia certamente sido... curioso, na falta de termos melhores. Clarissa era boa em despertar sensações e emoções que Sabbah por muito tempo havia esquecido, e o tratamento final dela fora certamente mais que suficiente para despertar o interesse do rapaz. Mas aos olhos atentos, ele sempre parecia distraído, mesmo quando a aliada se tocava diante dele. A observava, claro. Mas seu subconsciente continuava trabalhando, e ocasionalmente era possível ver a boca dele se movendo junto de suas mãos.
Não era sequer um ato consciente. Uma programação secundária embutida em sua mente. O foco à um nível doentio. Sim, Clarissa oferecia um caminho bom. Sexo era atraente, e ele não iria negar isso. A garota já havia firmemente colocado o mesmo naquela rede. Mas haviam coisas muito maiores. Ambição. Inventividade. Aquilo movia o rapaz. Seu teorema era o fruto de meses aonde mesmo seu sono era consumido apenas por isso. Tudo com o objetivo final em mente.
"Ea"
Poder.
Mais viciante que achbuld. Mais sedutor que mil carícias em seu corpo. Ela daria propósito para todas as mortes, todos os assassinatos. Todas as noites consumidas por dragões e batalhas. Todos os pesadelos derrotados. E a tempestade rubra. Tudo seria resolvido.
E entre Clarissa e Poder, Sabbah se via completamente seduzido. Bastava não revelar qual era a senhora dominante de seus mais profundos desejos.
**
O resto da viagem seguiu sem muitos problemas, com alguns olhares curiosos desviados para Clarissa sendo o mais chamativo por algum tempo. Depois de certo tempo cavalgando, houve a armadilha. Um buraco aonde Clarissa, Gwendolyne e Lyana haviam caído. Não conseguiu evitar um pequeno riso ao se deparar com a cena, enquanto ajudava a puxá-las para cima. E não muito tempo depois, o covil.
Disse com uma provocação amigável.
- Hoen, a ideia de diplomacia é sua. Como vamos prosseguir, ó nobre Mitternach o Redentor?