Diz o samurai enquanto guia o Marrom por uma rua nova e cheia de pessoas que pareciam ser sentais ou no caminho de se tornar tal também. Ele não sabia muito sobre o Clãn Haruna, ou o Clãn Hong, ou quem eram os outros aventureiros. Mas ele não estaria sozinho no começo de sua busca e isto era o que seu irmão julgava mais sensato de fazer.
- Bom dia estranho-kun, não pude deixar de notar que apresentou seu interesse nesta missão, mas não apresentou a si mesmo. Agora seria uma boa hora para nos dar um nome, não?
Mas outra discussão acontecia na fila, com o mascarado Haru ignorando as tentativas de comunicação do monge Akira, pelo visto pelo fato de ser Gaijin. Ao ouvir a replica, no fundo da fila de aventureiros, Kamome se vê concordando com acenos de cabeça. Tamu-ra por anos existiu quase toda em Varukara, "É uma coisas buscar a glória do passado, mas outra completa ignorar as mudanças que levaram ao presente", como diria Kajiki-nii.
***
- Aquele Akira-kun tem um varukaru impressionante. Não que eu entenda a língua, mas não dá nem para notar um sotaque quando ele troca entre as duas.
Logo a fila chega em uma loja. Kamome não se lembrava desse ser o local mencionado, ou se alguém sequer foi. Mas não se preocupava muito com isto.
Após o tradicional cumprimento inclinando o corpo, a sorridente jovem convidou os aventureiros a sentarem nas grandes e fofas almofadas. O samurai toma seu tempo amarrando Marrom no exterior do Bazar e quando entra cumprimenta a jovem se inclinando antes de sentar nas almofadas como os outros.
Mataro, aí está você. Olá, senhores, eu me chamo Erika Haruna, sou a dona deste bazar. Sejam bem-vindos.
- Sou Tsurubami Kamome, samurai de Lin-Wu, é um prazer conhece-la, Haruna-san.
O tempo urge, meus senhores, peço que me perdoem por ser tão direta. Como podem ver, eu sou uma comerciante e colecionadora de antiguidades. Porém, há dois dias um nezumi nefasto roubou minhas mercadorias que vinham de barco pelo Rio Shirakawa que corta Shinkyo. Eram mercadorias valiosas, vindas de Nishidori e eu gostaria de contratá-los para resgatá-las.
Akira
Um nezumi, ham? Sabe que nunca vi um? Não existem nezumi lá no continente. Como ele se parece?
A missão parecia algo simples o suficiente, mas confusão parecia nascer para o monge do Yamada-Ryuu. Não que Kamome reconhecesse a escola, mas também ele sabia pouco sobre coisas assim, sobre muitas coisas assim.Erika
Hum? Parecem... ratos. Como homens-ratos.
Mas o rumo da conversa parecia mudar rápido para a questão de pagamento. De fato Kamome não tinha pensado nisto ainda. Tinha 30 yan em sua bolsa e, apesar de não ter certeza, achava que isso ainda era suficiente para durar um tempo. Apesar da oferta dos descontos ser interessante, mesmo que ele não tenha tido tempo de observar oque havia lá ainda. Mas a oferta logo mudou para um terço do dinheiro que carregava consigo e, pelas expressões embaraçadas, era um quantia menor do que ele imaginava antes. Mas ele decide não se importar com isso, nem todos os ramos de famílias samurai conseguiram voltar do exílio intactas e se estabelecer como eram antes, ele sabe disso por experiencia própria, e não sabe pelo oque o Clãn Haruna tem passado.
Os nezumi tem muita má reputação devida ao passado de guerras contra o império, entre outros maus hábitos. Mas nesta nova era a maioria se prova trabalhadores dedicados e determinados como poucos. Há certos paralelos com uma raça do continente, pequenos e verdes, os Bugbears não? Apesar que pelo que ouvi eles são muito mais inventivos que os nezumi.
- A oferta de desconto é interessante, deve haver todo tipo de curiosidade aqui. Mas eu não pensava em recompensas quando aceitei o chamado de Mataru-kun, só das chances de ajudar outra família samurai. Eu adoraria conversar com você sobre seu Clãn, Haruna-san, os Tsurubami sempre foram uma família muito isolada mesmo antes de tudo mudar.
- Fico muito feliz e honrada por um membro da casta guerreira se dispor a me ajudar. Podemos conversar o quanto quiser, sempre me interessei pelas histórias dos clãs de antes da tragédia. Mas agora tenho urgência nessa questão.