CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

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kaito sensei
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por kaito sensei » 01 Jan 2018, 15:24

Era isso. O inevitável fim da jornada e o adeus a alguns dos companheiros. O brinde de Ayo fez com que o mago não conseguisse segurar as lágrimas.
Kai
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É isso aí galera... Saúde a todos nós!
A tristeza contudo era amenizada pelo sentimento de "dever cumprido" e de que havia um novo caminho para se seguir, mesmo que este indicasse possuir sombras tenebrosas.
Kai
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Mas devo dizer que foi uma honra estar com todos. Bem...
Ele se levanta sério da mesa.
Kai
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Dietrich. Mirphak. SIGAM-ME OS BONS!
E sai balançando sua capa, sem motivo algum, já que teriam que esperar os novos companheiros para partir...

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Tiagoriebir
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Tiagoriebir » 02 Jan 2018, 23:57

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- Eu estou partindo com Ayo... Ayodele para Tollon. Isso foi algo decidido durante o Concílio. Você é bem-vinda para vir, Djofehra comentou mesmo comigo que poderia apresentar este desejo. Entretanto, precisa entender que as coisas serão mais difíceis por lá. Sei que não conhece muito bem o mundo ainda, então devo te dizer que todas as terras a oeste estão dominadas por um regime tirânico que subjuga o povo e o oprime, escravizando as pessoas que lá vivem. Se quiser se unir à nossa luta, lhe garanto que haverá muitos desafios e aventuras, mas também haverá perigo. Se você quiser mesmo assim, nós aceitamos sua ajuda e seus serviços. Será recompensada por isso, não se preocupe.
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— Não tenho medo do que possa vir adiante. Conheço pouco do mundo, é verdade, mas também posso oferecer perigo aos que não souberem respeitar.
A bugbear balançou seu pesado machado para pontuar a frase. Até Bror comentar, Ugrosh não havia pensado em recompensas. A simples possibilidade de se colocar à prova e enfrentar os desafios que o mundo ameaçava despejar sobre ela já se mostrava gratificação suficiente.

Ugrosh terminava sua conversa com Bror quando Djohfera se aproximou.
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— Minha filha. Vejo que está enfim pronta para seguir sua intuição e desbravar o mundo. Esta será nossa última conversa em muito tempo. Eu mesmo fui designado pelo Concílio a uma missão própria, antes de poder retornar a Urtakk. Mas não poderia fazê-lo antes de ter com você. A Coruja Negra me revelou que ainda há algo em seu coração que pode ser aberto antes de sua partida. Deseja que eu faça?
Ugrosh assentiu. Colocou a mão no peito, da forma que os de sua tribo faziam para se cumprimentar e demonstrar respeito.
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— Desperte em mim o Machado de Urtakk.
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— Assim será. É merecido.
A guerreira se prostou sob um joelho, ainda assim ficando quase da altura de um humano adulto. O velho xamã colocou as mãos próximas da testa da bugbear, e o colar dela começou a se mexer, criando sombras próprias, que devoravam a luminescência fraca do lugar.

"Poderosa Coruja Negra, que a tua vontade sempre prevaleça e que, se assim nos for permitido, esta guerreira tome o lugar que almeja e fez por merecer. E que, por tua graça, a benção saia das mãos de um filho de Urtakk e adentre o coração, as mãos e a lâmina de outro filho de Urtakk."


Em resposta, o amuleto de ossos da guerreira bugbear passou a devorar cada vez mais a fraca luminosidade, e ambos os goblinoides foram envoltos por um vendaval de trevas. Quando o turbilhão acalmou, Ugrosh ergueu-se, ainda mais imponente, os olhos multifacetados completamente negros, por capricho de Tenebra.

Ugrosh era agora O Machado de Urtakk.

Então, o velho xamã foi quem prostrou-se, cumprimentando a guerreira abençoada de sua geração.
Mais tarde, naquele mesmo dia, todos se reuniam em torno de Ayo.
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- Então, gente, é isso! Agradeço imensamente pelo bom trabalho, vocês me livraram de grandes apuros – eu nunca teria podido lidar com tudo o que ocorreu no caminho para cá. Não posso entrar em detalhes sobre o que discutimos no Concílio, mas vou daqui para Tollon. Bror me acompanhará, então ficaremos bem. Alguém quer dizer alguma coisa? Peço um brinde! Ao companheirismo e às vitórias presentes e futuras!
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— Assim como Bror, eu também a acompanharei a Tollon, Ayo. Sei que lá há desafios, malfeitores e perigos. Enfrentaremos e venceremos! Às vitórias!
Então a guerreira ergueu seu caneco em conjunto dos demais.

OFF
• Ugrosh gastou seu Desejo para adquirir o kit Machado de Urtakk e um de seus poderes.

Machado de Urtakk
Exigências: F2; Sobrevivência; Código de Honra de Keenn ou de Valkaria.
Função: atacante.

Urtakk é uma tribo antiga localizada na região de Hrargark, nos confins da União Púrpura. Seria uma entre tantas, não fosse por sua particularidade: é completamente formada por bugbears. Contudo, apesar de não muito numerosos, os habitantes desenvolveram um forte senso de comunidade que os torna mais sociáveis que suas contrapartes do resto do mundo. Isso se deve principalmente à sua religião, baseada no culto ao Leão Vermelho e a Pantera Azul (aspectos de Keenn e Valkaria, respectivamente), que professam que a violência de sua raça deve ser dedicada aos inimigos, nunca a sua família. Deste modo, os bugbears Urtakk são mais tolerantes com outras raças, desde que haja respeito mútuo.

As crianças Urtakk são criadas pela comunidade, sem a existência de uma figura específica paterna ou materna, embora todos respeitem os xamãs da tribo como figuras de autoridade máxima. Todos são treinados como caçadores e também lutadores, tendo no machado sua principal arma. Alguns destes guerreiros, contudo, desenvolvem-se um passo além dos demais membros da raça, se tornando aqueles conhecidos como os Machados de Urtakk. Ninguém sabe exatamente como eles surgem — talvez a combinação de força goblinoide com as técnicas exclusivas do vilarejo proporcione o ambiente ideal para seu desenvolvimento —, mas mesmo assim, eles são raros, dificilmente havendo mais de um Machado de Urtakk a cada geração.

Ataque Arrasador. Você é perito em derrubar seus oponentes com poucos golpes. Com 3 PMs e um movimento, você acrescenta +1d à sua FA (não conta para definir acertos críticos) e seu dano com machados é considerado mágico. O efeito dura até o fim do combate.

Destroçar. Você é um demônio quando está com um machado. Usando uma destas armas, você pode gastar seu movimento e sua ação para realizar dois ataques numa mesma rodada.

Maestria em Arma (machado). Você é especialmente talentoso no uso de machados (especializando o dano por corte). Sempre que você luta com uma dessas armas, recebe FA+2, e +1 para cada outro poder deste kit.

O Terreno a Meu Favor. Os guerreiros de Urtakk sabem tirar vantagem do ambiente para prejudicar os inimigos. Você pode gastar um movimento para fazer um teste Médio de Sobrevivência. Se for bem sucedido e causar dano em seu próximo ataque, o inimigo é considerado indefeso em relação à você até sua próxima vez na ordem de iniciativa.
Tentando usar a parte colorida da massa cinzenta.
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DiceScarlata
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por DiceScarlata » 04 Jan 2018, 01:08

Dietrich
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*Dietrich terminava de checar seu kit médico. Usaria os 2000 recebido por Ayo, muito mais do que esperava e sentia que merecia, para renovar remédios, antibióticos, bisturis e etc. Tinha muito o que fazer. Compraria também agasalhos pelo caminho e reestudaria os livros que possuía, relacionados aos perigos da baixa temperatura, como hipotermia. Suspirou. Outra viagem longa*

*Sanguis não existia apenas em si, mas nas mãos de uma colega que causou tudo de ruim em sua vida. Precisava achar a cura e mais do que isso, precisava impedir que novos infectados nascessem... E que o usassem para o mal. Nunca se perdoaria, como médico, se fosse a causa da morte de muitos. Acho que isso fazia dele um herói, não é mesmo? *


- Jovem Mirphak, Jovem Kai, estou pronto!!

*Os encontrou mais cedo, sentia-se juvenil, mesmo sendo mais velho - até onde acreditava - que ambos. Havia uma grande bolsa a suas costas, outra menor na cintura e mais uma na coxa. Usava um sobretudo e agora não mais estava coberto em ataduras. Não era apenas um sobrevivente, era alguém que vivia, verdadeiramente.*

*E assim continuaria, pelo resto de seus dias. Vivendo. Se aventurando. Por todo o mundo. Usando seu dom para a vida. Afinal, era esse seu juramente como doutor de Sallistick, mas ainda mais. Era esse seu juramento, como aventureiro de Arton!


FIM!
Tribo Scarlata


- MUNDO DE ARTON: GRUPO MADEIRA DE TOLLON (on):Angra Cabelos de Fogo
- MUNDO DE ARTON: GRUPO AÇO-RUBI (on): Jihad das Areias Vermelhas
- MUNDO DE ARTON: GRUPO JADE (on):Sr. Fuu
- JOHNVERSE: PRESA DE FERRO (on): Jinx - Cruzado da Ordem dos cabeças de Dado
- JUDASVERSO: CRÔNICAS DA TORMENTA (on): Nagamaki no Gouka!
- FUI REENCARNADO COMO MONSTRO (on): Gizmo
- OUTONO (on): Sandman

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Padre Judas
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Padre Judas » 06 Jan 2018, 22:23

Nyha Mikhal

Montanhas Uivantes, Meses Depois
Laboratório
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O cadáver agitou-se sobre a mesa, forçando as correntes até o limite. Feridas exangues expunham o osso na parte onde as algemas mordiam a carne semicongelada. Um dos assistentes mais novos assustou-se. Era um rapaz de Petrinya cuja família fugira de seu país natal durante as Guerras Táuricas. Pretendiam ir para Deheon, mas acabaram ficando no frio reino goblinoide. Nyha ainda não decorara seu nome.

O laboratório era pequeno se comparado ao local onde trabalhara antes, na Academia, mas ainda era grande o suficiente para oferecer-lhe o que precisava. Fora construído com esmero e planejamento dedicado que só um engenheiro militar era capaz – máxima economia de recursos, funcional ao absoluto, sem grandes preocupações estéticas. Uma estrutura modular que podia ser desmontada em menos de um dia e levada para outro lugar se necessário.

Seis pessoas ocupavam o espaço. Três humanos e três goblins. Um dos goblins ostentava o símbolo de Kalevi sobre as vestes – era um sacerdote dedicado ao conhecimento e civilização encarnado pelo lendário fundador do reino. Os outros dois eram assistentes, assim como os dois humanos – o rapaz petrinyano incluso.

O terceiro humano é o Doutor Niha Mikhal, Médico Pesquisador do Reino de Kalevala.

Sua experiência como aventureiro fora proveitosa, mas curta. Ao chegarem a Giluk, tantos meses atrás, os aventureiros encontraram uma cidade recém-ocupada por uma força militar superior que impusera lei marcial: o Exército de Kalevala. A cidade era agora parte daquela nação e seus cidadãos deviam submeter-se.

Foram interrogados exaustivamente. Não foi usada violência, mas obtiveram toda informação que queriam. E sua identidade não permaneceu muito tempo em segredo quando fora questionado em uma conversa aparentemente informal com uma mulher que não era parte do Exército: Elysande Castelmar. Ela o descascara como uma fruta e revelara todos os seus segredos. Mas ela também atestara sua inocência e garantira a liberação de todos os seus colegas.

Nas semanas seguintes eles trabalharam como aventureiros contratados para a Coroa de Kalevala, que preferia usar pessoal externo para realizar certas missões do que desviar seus próprios recursos (destinados a manter a ordem interna em Giluk). Encontrar pessoas desaparecidas e criminosos foragidos, investigar ruínas próximas, caçar bestas e monstros perigosos.

E então viera a praga. A Névoa Vermelha que tomava tanto nativos quanto soldados kalevalanos e os fazia caminhar para os ermos e morrerem de forma horrível. Para se erguerem no instante seguinte, totalmente sob controle da criatura que vivia em suas veias.

“Olhos Rubros” é como o povo os chamava. Mortos-vivos de um tipo nunca visto, mais fortes e resilientes que a média, somente um deles valia por dez soldados bem treinados. E seu passado fizera com que Dona Heiddi Irkhazog, Rainha de Kalevala, incumbisse o médico da missão de encontrar uma cura.

Não era nada fácil. O piedoso povo de Kalevala era bem instruído e diversas ciências eram praticadas em suas academias. Magia não era comum, então havia ênfase em tecnologia e engenharia. Mas eles confiavam nos deuses e seus representantes para cuidarem de suas feridas e doenças – a Medicina era inexistente. Você teve que formar sua equipe com estrangeiros e dois goblins entusiastas. O clérigo, Gunmar, era o elo de ligação com a Coroa e atuava como supervisor do seu trabalho. Felizmente não era do tipo proselitista, permanecendo calado – mas atento – na maior parte do tempo. Entretanto, era muito inteligente e pegava rápido as coisas, providenciando conversas interessantes quando lhe era dada a oportunidade. O esperado de um devoto do Conhecimento.

O doutor observava o cadáver ambulante sobre a mesa. Todos os outros usavam uma roupa apropriada para protege-los da contaminação, mas ele sabia ser imune – ou melhor, já estava infectado.

Ouviu-se o soar de um chifre. Três vezes. Gunmar pegou uma maça de gelo que deixara sobre uma mesa. Os outros olharam ao redor, confusos.
Gunmar
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- Isto é um sinal de ataque! Vou ver com os guardas...
Mas não houve tempo. Ouviu-se um som surdo do lado de fora e um dos hobgoblins foi arremessado através da porta, derrubando-a. Uma névoa vermelha tomou o ambiente e todos ali já sabiam o que era. Então apareceu a mulher.

Sua pele parecia mais emaciada do que se lembrava. Seus cabelos estavam mais brancos. E seus olhos eram vermelhos. Mas era ela.
Dra. Yvana Dimitros
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- Boa noite, doutor.
FIM
BAÚ DO JUDAS
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Padre Judas
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Padre Judas » 06 Jan 2018, 22:24

Mirphak Solaris

Montanhas Uivantes, Meses Depois
Giluk
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Bugbears empilhavam cadáveres e jogavam óleo sobre eles. A maioria dos mortos eram humanos, os filhos de Giluk. O frio mascarava o odor da putrefação.

O enorme hobgoblin albino observava a operação feita por seus soldados com uma expressão fechada. Não era possível conhecer seus pensamentos. Montado em seu enorme lobo atroz, ele olha para o grupo de aventureiros ao lado.
Azog Irkhazog
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- Esta situação não pode continuar. Precisamos deter esta praga agora. Onde está o doutor?
Nyha Mikhal, cuja real identidade era agora conhecida por todos, não estava presente. Um humano de pele escura – uma das Lanças de Azog, os aventureiros sabiam – ateou fogo à pira e a fumaça negra começou a subir.
Valmar
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- Ele está no laboratório. Não sai de lá desde ontem.
Azog Irkhazog, infante do Reino de Kalevala e Libertador de Valkaria, passou uma vista pelo grupo. Valmar Meran era um paladino de Valkaria, Kellyana Meran definia-se como “especialista em infiltração”, mas o guerreiro aristocrata sabia que este era um eufemismo para uma ladina. Cristianna de Valdene era uma guerreira e ferreira que nos últimos meses tentava descobrir como eles trabalhavam o gelo eterno – um segredo de Estado que nunca seria divulgado para alguém de fora. Não que isso a impedisse de continuar tentando.

E havia Mirkphak Solaris. Também um paladino, herdeiro de um nome de peso, portador de uma espada mágica que só fala com ele e procurando um herói que o salvara no passado e fora visto naquela cidade.

Já havia alguns meses que chegaram às Uivantes – Mirphak, Kai, Dr. Mikhal, Valmar, Kelly e Cris. Quando viram Giluk pela primeira vez, a cidade havia sido recém-conquistada pelo Reino de Kalevala, que estabelecera lei marcial e começava a impor à população local seu modo de vida. Por conta disso não foram exatamente bem recebidos – os soldados kalevalanos fizeram questão de interroga-los sobre seus motivos. Mas conseguiram provar sua boa vontade e acabaram realizando pequenos serviços para a Coroa Kalevalana. Por fim atraíram a atenção do líder dos Libertadores de Valkaria, Azog Irkhazog, que dera-lhes algumas missões especiais. Dava indícios de querer recrutá-los e Valmar estava bastante entusiasmado com isso.

Os estrangeiros acompanharam o infante quando este conduziu sua loba para longe da pira – o cheiro de carne humana queimada tornava-se insuportável.

Uma trompa soou três vezes. Aquele era um mal sinal.
Azog Irkhazog
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- Capitão, reúna as tropas! Estamos sob ataque! Vocês vêm comigo!
E Mirphak foi. Adiante, longe na planície gelada, era possível ver uma multidão avançando. Um batedor aproximou-se e apresentou um curto relatório.
Batedor
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- Senhor, são Olhos Rubros! Centenas deles, senhor! Estão em maior número!
Azog Irkhazog
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- Não podemos recuar! Os cidadãos de Giluk devem ser protegidos! Vamos à batalha!
E a batalha veio. Mirphak lutava fervorosamente contra as criaturas. Eram muito fortes, resistentes, rápidas. Mortais. Uma névoa rubra cobria o ar e todos sabiam que o risco de contaminação era grande. Sanguis. Era assim que Nyha o chamava.

O combate estava equilibrado e isto não era bom – o inimigo era em maior número e mais forte. Logo os sobrepujaria.

Por um instante o paladino teve um momento de tranquilidade antes da próxima onda. A presença do Libertador de Valkaria lhe dava forças para superar seus limites e destruir os oponentes, mas ainda era uma luta difícil. Mas algo mudou. Uma nova força preencheu seu espírito. Era como se o poder explodisse. Olhou para um monte próximo. Sobre ele havia um homem vestindo uma armadura completa. O guerreiro sacou uma enorme espada das costas. E sorriu.

FIM
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Padre Judas » 06 Jan 2018, 22:25

Kai Sandragon

Montanhas Uivantes, Meses Depois
Montanhas Uivantes
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“Venha, Kai. Vou estar esperando.”
A Capitã Odreh revirou os olhos para cima enquanto a lâmina da adaga de gelo perfurava-a abaixo do queixo e penetrava profundamente em seu cérebro. Já estava morta antes de cair no chão. Deixava dois maridos e cinco filhos, sendo duas delas crianças pequenas que nunca mais veriam a mãe. Mas esta era a sina de um guerreiro e ela partia com honra para juntar-se a seus ancestrais no Salão de Kalevi no Reino de Akka.

Cadáveres cobriam o solo, manchando de vermelho a neve alva. Cinco hobgoblins (incluindo Odreh), um goblin e um bugbear. Estes eram a unidade que acompanhara Kai Sandragon até aquela região.

Mas haviam outros corpos. Mais de uma dezena deles. Estavam desmembrados, queimados, destruídos. Era o único modo de detê-los. Seus olhos rubros encaravam o mago com frieza. A névoa vermelha escorria por seus orifícios e obrigava-o a firmar a máscara para não a aspirar, pois não podia se dar ao luxo de arriscar-se com uma contaminação. Eram muitos, mas conseguiram vencer. A um preço alto.

Mas Kai não podia se dar ao luxo de se preocupar com os cadáveres caídos sobre o solo – aliados ou inimigos. O verdadeiro perigo estava parado diante dele. Um robe vermelho, uma postura imponente. Uma barba bem cuidada e aparada. Era como uma versão mais velha dele mesmo, exceto pelo olhar. Um olhar frio parcialmente oculto pelo capuz. Em suas mãos a magia brilhava com fervor.

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Ollan Sandragon. Seu pai.

O homem tinha um corte no rosto – uma ferida leve feita pela capitã antes de cair.
Ollan Sandragon
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- Para guerreiros tão orgulhosos, eu diria que eles caíram fácil demais.
Ele o encarou.
Ollan Sandragon
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- Agora, vamos ver o que as fadas fizeram com você, meu garoto.
O filho aproveita o momento para avaliar a si mesmo. Não está ferido – os soldados o protegeram. Mas suas energias místicas estavam reduzidas, o confronto contra os “Olhos Rubros” havia exigido muito de si. Todos haviam sobrevivido ao combate – apenas para serem aniquilados pela emboscada de Ollan.

Pensou nos companheiros em Giluk. Há uma semana precisara ajudar o doutor em seus experimentos enquanto os demais foram à caça de um Olho Rubro para servir de cobaia. Então viera a notícia: três viajantes relataram encontrarem uma aldeia subitamente abandonada. E um homem que lhes dera um recado endereçado à Kai Sandragon. Sabia quem era e não podia deixar de não vir. Já havia partido a três dias quando os colegas deveriam ter retornado de sua caçada. Agora estava sozinho contra um inimigo obviamente superior.

O mago maligno preparou uma magia ofensiva e o jovem mago preparou-se para defender. Esta seria a maior luta de toda sua curta carreira até aquele momento e só os deuses sabiam como iria terminar.

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FIM
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Padre Judas » 06 Jan 2018, 22:26

Ugrosh

Fortuna, Meses Depois
Margrady
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Ugrosh chutou a cabeça decepada do goblins para Bror, que a pegou sem grandes preocupações e avaliou-a por um tempo. O sangue já congelava agora.
Bror Hildson
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- Urgh! Horrível!
A boca do goblins havia sido cuidadosamente transformada. Sua estrutura mandibular havia sido alterada para se assemelhar a um tubarão, cheio de caninos prontos para morder e arrancar pedaços de alguém.
Bror Hildson
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- Parece peçonhento também. As presas possuem pequenos furos para inocular veneno – como nas serpentes.
Os outros goblins ao redor também traziam marcas similares. Todos haviam sido cortados e alterados de algum modo – garras, presas, olhos estranhos (claramente embutidos). Deformados.
Bror Hildson
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- Já vi algo assim em Vectora. Há um grupo de pessoas por lá, o Grêmio dos Médicos Monstros, que realiza estas alterações – por um preço considerável.
Ayodele
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- Quem pagaria para virar um monstro?
Bror Hildson
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- Um bocado de gente.
A voz dos dois saía abafada por trás das máscaras. Como devotos de Tenebra, não se permitiam serem tocados pela luz de Azgher – o Deus do Sol retiraria seus poderes como punição por cultuarem sua grande inimiga.

Felizmente a noite já se avizinhava. Poderiam agir à noite, mas precisavam trabalhar o mais rápido possível. Margrady era uma vila isolada no extremo norte de Fortuna, perto das Montanhas Uivantes. Toda aquela área permanecia sob um inverno perpétuo, mais ou menos intenso dependendo da época do ano. Como outras vilas do reino nos últimos meses, toda sua população desaparecera repentinamente de um dia para outro. A Resistência suspeitava de um plano tapistano para capturar escravos sem alarde por parte da população e enviara alguns um grupo de cinco aventureiros para investigar. Três deles eram Ugrosh Machado de Urtakk, Bror Hildson e Ayodele de Yfé.
Maryanne Maedoc
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- Então esses monstrinhos são os que estão sequestrando os aldeãos? Não parece coisa que os minotauros fariam...
Aldred Maedoc
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- Talvez não sejam eles os responsáveis.
Aldred e Maryanne eram irmãos. Nativos de Valkaria, a garota havia se junto à Resistência e ao desaparecer acabara atraindo a atenção do irmão, que partira para ajuda-la. Agora lutavam juntos contra o Império de Tauron.

As dúvidas ocupavam as mentes dos cinco aventureiros. Ainda era preciso investigar mais.
.
No meio da escuridão os olhos de Ugrosh enxergavam apenas os borrões de calor. Haviam rastreado os goblins e suas vítimas até os subterrâneos e agora descobriam que enfrentavam um inimigo pouco conhecido pelos habitantes da superfície.

O troll caído à frente dela era diferente de qualquer um que já tivesse visto. Sua pele era quase albina e veias azuis se destacavam por baixo dela. Parecia um cadáver recente, mas estava vivo e seus olhos a encaravam com arrogância e raiva. Ergueu-se subitamente e parecia gesticulou – talvez tentasse lançar uma magia. Mas não foi rápido os suficiente: o machado da bugbear cortou a mão fora com um gesto rápido e abriu a cabeça do desgraçado no instante seguinte.
Bror Hildson
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- Melhor atear fogo. Só pra prevenir. Confesso que não esperava encontrar finntrolls agindo aqui.
Finntrolls – ou Trolls Nobres. Uma raça subterrânea que mantinha um império maligno e escravagista nos subterrâneos do mundo. Bror dizia conhecer uma finntroll da Guilda dos Aventureiros do qual fazia parte. Mas ela não era maligna como aqueles ali.

Revistaram os corpos rapidamente. Ugrosh encontrou um mapa no corpo do oponente que abatera por último.
Maryanne Maedoc
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- Ótimo, o mapa parece indicar onde levaram os prisioneiros.
Ayodele
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- Vamos indo.
A missão ainda não acabara. Era preciso penetrar ainda mais no coração das trevas.

FIM
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Re: CRÔNICAS ARTONIANAS [TORMENTA ALPHA] - ON

Mensagem por Padre Judas » 06 Jan 2018, 22:29

Arthos

Skerry, Meses Depois
Skerry
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O Vazio, a Fronteira Final. Estas são as viagens do Carcará em sua missão para explorar novos mundos, novas civilizações...
Arthos despertou abruptamente de um sonho estranho onde voava nu em um vasto espaço vazio, cercado de linhas luminosas que corriam em paralelo a seu movimento. Embora inesperado, era melhor do que os recorrentes pesadelos de sua irmã sendo perseguida por monstros enormes em uma terra onde tudo parecia ter proporções titânicas.

O guerreiro afastou levemente a mão que estava sobre seu peito e olhou Dnula, a oficial de ciências do Carcará, enquanto esta dormia. Levantou-se e aproximou-se da janela fechada. Moveu uma pequena manivela prateada ao lado e a tampa abriu-se, permitindo-o ver a paisagem lá fora. A escuridão cobria todo o espaço, com os pequenos pontos luminosos – estrelas, ele sabia – pontilhando como pequenos diamantes incrustados no tecido da noite perpétua do vácuo cósmico. Ele estava no Vazio e ainda tentava acostumar com o fato de que somente alguns metros de metal e centímetros de vidro o separavam da morte certa pelo frio congelante e absoluta ausência de ar. Mas ali dentro a temperatura era agradável e a nudez não o incomodava.
Dnula
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- Bom dia, rapaz. Bem-vindo à minha terra natal!
A mulher levantou-se, igualmente nua. Seu corpo era delgado, mas bem proporcionado. Alta com orelhas levemente pontiagudas. A maioria dos artonianos pensaria que era uma meia-elfa, mas você sabia que era uma sklirynei, uma nativa do mundo despedaçado de Skerry, cujos restos o valkariano observava pela escotilha.

Ela abraçou-o por trás, pressionando suas costas com seus seios grandes. Então o puxou para a cama.
Dnula
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- Não precisamos ter pressa. Skerry não vai fugir e o capitão não vai precisar de nós pelas próximas horas.
.
O mercado era pequeno, o espaço era fechado e apertado, mas o número de pessoas ali surpreendia. Eram muitas, das mais diversas raças e mundos. Arthos não via uma população tão heterogênea desde que partira de sua cidade.

Dnula o puxava pelos corredores, esbarrando nas pessoas – e “coisas” – que passavam por ali. Eram como um casal de namorados passeando, embora o guerreiro não visse a Escrivã do Carcará (que seu capitão chamava em tom brincalhão de “Oficial de Ciências”) deste modo. Eram mais como amantes, mas ela realmente parecia gostar da companhia dele. O que fazia Edvard Orelov perguntar o que ela vira em um sujeito tão taciturno e “de mal com a vida” como ele. Mas todos sabiam o que o preocupava de verdade e o capitão tinha conhecidos dele procurando por informações dela – sua irmã. E era exatamente por isso que estavam ali, aliás.

A mulher conduziu-o por um beco levemente sujo, longe da multidão. Saíram em outra rua, esta bem mais vazia. Havia lojas aqui, mas não a movimentação do centro comercial tão perto.
Dnula
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- Nesta rua fica o comércio “especializado”. É preciso conhecer as pessoas certas pra fazer negócios aqui. Felizmente eu cresci na rua logo ao lado!
E ela sorria, marota.

Chegaram a uma loja sem tabuleta. A porta estava fechada e havia uma placa escrita no idioma local que Dnula traduziu como “Fechado”.
Dnula
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- É um truque.
Ela olhou para os lados e então sacou uma agulha do bolso. Enfiou-a na fechadura e a porta se abriu. Entraram na escuridão.
Dnula
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- Ó de casa!
Uma voz suave e idosa balbuciou algo das trevas. Então a luz surgiu, acendendo-se em um cristal preso ao teto. O Carcará tinha cristais como aquele – funcionavam por meio de um gás alquímico que se iluminava em contato com eletricidade.

Um halfling idoso estava ali, sentado em uma cadeira, com um livro nas mãos. Pelo que parecia, estava lendo no escuro. Mas levantou-se para recebe-los.
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- Dnula, querida! Há quanto tempo! Já faz mais de um ano que não te vejo! O que tem feito? Ainda está trabalhando com aquele pirata?
Dnula
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- Kamui! Já disse que o Capitão Orelov não é um pirata! Somos uma companhia mercantil legítima que apoia o reino natal de seu capitão contra uma potência agressora! E estamos bem, obrigada. Como vai?
Discutiram algum tempo por amenidades. Ela apresentou Arthos e contou a ele que o velho era Kamui, um nativo de Odisseia (o Mundo de Valkaria, Arthos teve que recordar) que se radicara em Skerry quando ela era uma menina. Se conheciam desde então.

Mas antes de vir para Odisseia o halfling viajara bastante. Ele tinha experiência com os Mundos e talvez pudesse reconhecer as paisagens das visões de Arthos. Ou pelo menos era isso que Dnula acreditava e explicou ao ancião.

Kamui os fez passar a outra sala nos fundos. Abriu-a com uma chave escolhida de um molho repleto delas. Era um cômodo pequeno de paredes brancas manchadas pelo tempo. No centro havia uma bacia de mármore sustentada por uma base do mesmo material. Com um gesto rápido o velho fez a bacia encher-se de água.
Kamui
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- Ponha as mãos aos lados da bacia, aqui e aqui. Olhe bem para seu reflexo na água e pense na sua irmã.
Assim Arthos fez. Por alguns momentos nada aconteceu, mas então a água começou a balançar e ele viu sua irmã fugindo de um monstro gigante. Outras visões – tanto a vista no Vale tanto tempo atrás quanto outras provenientes de seus sonhos – surgiam na superfície líquida. Kamui assentiu, satisfeito.
Kamui
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- Sim, sim. Eu reconheço este Mundo, sim. Sua irmã está em Jotunheim! O Mundo de Teldiskan, Deus do Clima e criador dos Gigantes! É um Mundo monumental que fica nos limites da Criação. Tem a metade do tamanho de Arton, mas as raças dominantes por lá são todas grandes. Mesmo os monstros. Um lugar horrível para seres pequenos como nós.

- Se você ainda tem visões de sua irmã, isso é um bom sinal. Significa que ela ainda está viva. Tenha esperança!
Dnula sorriu para Arthos e agradeceu ao velho. Deu-lhe um pequeno saco tilintante “da parte do meu capitão pirata”. Eles agora sabiam para onde ir.

FIM
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
Dahllila: Relíquias de Brachian [John Lessard, TRPG]
Jonz: Tormenta do Rei da Tempestade [John Lessard, D&D5E]
Syrion: Playtest T20 [Aquila]
Takaharu Kumoeda: Crônicas do IdJ [Aquila]
Yellow: Defensores de Mega City [John Lessard]

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