GAV Tomo I: Redenção

[DiceScarlata]

Jin Hong, mestre dos nove punhos


- Jovem Taeden! Como foi vosso jogo?

*Jin Hong, que assistia sorridente as conversas de seus companheiros, cumprimentou contente a chegada do membro mais jovem do grupo, que sempre era paciente em ouvir suas histórias e seus ensinamentos*

- Nada demais. Hoje as oito horas de tenebra, mestra Shao nos oferecerá um trabalho. Agora, estamos debatendo sobre bebidas para menores de idade... Sei pouco disso, faz tanto tempo que não sou um! OHOHOHOHOHOOOOOO!!!

*Cutuca o jovem com o cotovelo*

- Mas professor Kanas deu bons conselhos. Por hora... Gostaria de ir ao dojo da guia treinar um pouco com este velho enferrujado?

*Sempre interessado no crescimento do jovem Taeden, que ao seu ver, tinha mais força e potencial que ele mesmo, resolveu convidá-lo para polir ainda mais estas habilidades*

- Claro, professor!

*Serviu mais chá a seu companheiro de prosa*

[Padre Judas]

Valkaria, 02/04/1411, Valag

Guilda dos Aventureiros

Kanas D. Askar

- Eu insisto em dizer que você desenvolveria bem se fosse para a Academia. Mas se o problema for falta de confiança, posso lhe ensinar alguns truques simples e inofensivos para que possa ir praticando.

O garoto acena positivamente, interessado. Runa traz o frango frito para Gundrimm enquanto a Taverneira, Roberta Gulliver, afixa outro pedido ao quadro de avisos. Imediatamente Sheila o recolhe.

Sheila

- Consegui um pedido, Altair!

Altair

- Que ótimo! Deixa eu ver... hm... interessante. Muito bem, vamos pegá-lo. Agradeço a bebida, pessoal, mas temos trabalho a fazer.

Alberto

- Eu vou aceitar sua proposta, Sr. Kanas. A gente se vê na volta, ok?

As Crianças Perdidas frequentemente usavam interjeições estranhas que diziam ser de seu mundo, como “ok”, “falous”, “uai”, etc. Nem sempre era fácil entender o que diziam. Eles partem, deixando os aventureiros no salão.

Off:

Atuando como Grilo Falante, recordo que se um pedido não for aceito ele deveria ser reconduzido ao quadro para que outros possam pegá-lo. “Prender” pedidos é bem antidesportivo com os amiguinhos de Guilda – e sacanagem com os clientes.

O que vocês fazem?

[Kaidre]

Logo um novo trabalho fica disponível no mural e as crianças não se demoram em pegá-lo. Os jovens agradecem e se despedem usando algumas gírias de seu mundo.

Kanas D. Askar

- Certamente. Quando retornarem retomamos nossa conversa. Boa sorte para vocês jovens.

O mago sentiu-se um pouco mais velho. De fato tinha mais tempo de vida que as crianças, mas não era tão velho assim. No entanto...

Kanas D. Askar

- Acho que estou ficando velho.

Sorriu para si mesmo e voltou a tomar chá.

Kanas D. Askar

- Ai!

Dessa vez esquecera-se de esperar o líquido esfriar e ficou um tempo soprando a própria língua. Foi quando percebeu o cartaz que Bastian havia pego.

Kanas D. Askar

- Gastian, gão aja que guegueguia guegolguer o kaskas?

Se virem com isso XD

[John Lessard]

- Que ótimo, agora todos querem beber... Que seja, que seja.

O anão aceito o frango frito que Runa trouxe e começou a devorar, ferozmente enquanto os outros discutiam assuntos chatos demais para ele mesmo prestar atenção. O anão finalmente percebera que o grupo não aceitaria o trabalho do cartaz.

- Vocês são uns insolentes mesmo, filhos de uma mula... Temos o trabalho perfeito aqui e todos ignoram. Aposto que essa Shao virá com alguma proposta indecente. Na próxima eu escolho o trabalho.

Ele continuou comendo, esperando o horário de subirem até o quarto da mulher.

[Kaneki]

Taedem

- Foi um jogo muito bom mestre Jin, apesar de sair perdendo quinze tibares, creio que o conhecimento e as amizades que consegui são muito mais valorosas.

O jovem dava um sorriso de canto, estava alegre.

Taedem

- Um trabalho? O que poderia ser, estou curioso agora, podem contar comigo!

Ele falava enquanto ouvia o companheiro anão resmungar algo.

Taedem

- O senhor Gundrimm parece meio mal-humorado hoje, aconteceu algo enquanto eu estava ausente?

O homúnculo cochichava para Jin Hong, cobrindo a mão boca de forma lateral para que ela não fosse vista. E por fim, após a resposta de seu veterano, o mesmo o convidou para treinar.

Taedem

- Claro mestre! Irei aceitar com muito prazer! O senhor pode me ensinar aquela técnica especial de luta que o senhor usa quando bebe aquela bebida a base de arroz?
Como ela se chamava mesmo?...

O rapaz tentava se recordar do nome da técnica, mas estava difícil, o mestre era cheio de técnicas bem elaboradas, então era difícil decorar o nome de todas. Por fim, antes de saíram, o rapaz retirou um pequeno livro de seu kimono.

Taedem

- Senhor Kanas, obrigado por me emprestar o livro. Esse guia sobre criaturas mágicas é muito interessante mesmo. Teria outro livro parecido? Se tiver, poderia me emprestar depois?

O mais novo dizia, de forma gradecida, devolvendo o livro para seu veterano, o objeto estava em tão bom estado quanto quando foi entregue em suas mãos. O rapaz era cuidadoso com tudo.

[DiceScarlata]

Jin Hong, mestre dos nove punhos


- Muito bem jovem. O que irei lhe ensinar, você pode chamar de OUGI! Deve ser usado para acabar com um oponente de uma vez só... Mas ao fazê-lo, por um breve momento, ficará exposto... vulnerável. Trocará segurança por um poder avassalador.. Então deve usar apenas quando estiver junto de seus companheiros, meu jovem. Eles serão seu escudo.

*Acariciou a barba de cima para baixo, deslizando*

- "Um fio solitário, se parte com a menor das forças. Dezenas de fios entrelaçados, tornam-se uma corda poderosa, capaz de conter o mais forte dos homens.* . Juntos, somos assim, inquebráveis. Deve confiar em nós, jovem... OHOHOHO! Quando desejar usar a técnica, pisque a mim duas vezes... E irei lhe oferecer meu suporte! Entretanto, poderá aparecer um oponente que exija tudo de você... Quando isso acontecer, tenha apenas uma coisa em sua mente:

*Parou de costas a ele, com suas mãos resguardadas ali. E sem olhar a ele, completou*

- Mate.

*Então, o olhou por cima do ombro*

- Durante o combate, você deve buscar a força total. Ela o permitirá proteger a si mesmo. Aqueles que ama. E até mesmo seus inimigos. Você terá controle total. Porém... Você nunca deve hesitar. Deve limpar a mente, jovem Taeden. Quando for defender, não pense: "Eu quero proteger", DEFENDA!. Quando for esquivar, não pense: "Eu não quero ser atingido", DESVIE! E quando atacar... não pense: "Eu não quero machucá-lo", MATE! A batalha é cruel e a vida se esvai por um segundo. Deve ser o máximo do que você é, em qualquer batalha. Entende?

*Sorriu e acariciou os cabelos dele*

- Não quero perder um discipulo... E um amigo. Meu coração velho não ia aguentar! OHOHOHOHO!!!

*E assim, partiu a treinar*

[Kaidre]

Taedem lhe devolveu o livro emprestado, um guia sobre criaturas mágicas, um exemplar que adquiriu ainda quando estava estudando. Na verdade, o livro era uma das exigências das aulas sobre invocações e criaturas.

Kanas D. Askar

- Não tem de quê. Acredito que tenho outros exemplares que possam lhe interessar. Quando tiver um tempo, vá até meu quarto e escolha o que preferir.

[Padre Judas]

Capítulo 2. CARPAS

Valkaria, 02/04/1411, Valag

Guilda dos Aventureiros

A noite chega. O jantar foi agradável e vocês ficam sabendo que o de vocês já estava pago – um verdadeiro banquete, bem melhor que o de costume. Então é hora de ir à reunião.

A sala de reuniões do segundo andar é um lugar largo. Todos sabem que o espaço interior da Guilda não está no mesmo plano de Arton – é um semiplano próprio, muito maior por dentro do que por fora. Há outros portais espalhados pelo lugar, a maioria só acessível a certas Classes ou com permissão especial. Este não é o caso de vocês. Pelo menos no momento.

Mas aquela é uma sala simples de reuniões – vocês sabem que há lugares ali muito maiores e impressionantes. Há uma mesa oval no centro e um grande mapa na parede. O mapa é mágico e permite ser manipulado livremente, possibilitando aproximações e até mesmo ver o interior de lugares não protegidos por magia como masmorras, redes de cavernas, entre outros. A magia que possibilita tudo isso foi criada pela Mestra Thania de Goda e hoje é utilizada por várias autoridades, como a Imperatriz-Rainha, Shivara Sharpblade. A própria Guilda, é claro, está protegida contra esta magia, que a feiticeira batizou com o estranho nome de “Zoom”.

A porta é aberta de dentro por Ericksen, um dos garotos do Apoio, que sai imediatamente após dar-lhes licença para entrar. Um homem está sentado à mesa claramente flertando com Shao Jun ao seu lado. Quando vocês se aproximam ela lhes sorri e ele interrompe o que fazia. Usa um manto vermelho-carmim com bordados em dourado e um capuz – vestimenta que parece combinar com as roupas de Jun.

Abaixa o capuz enquanto se ergue. Tem quase 1,90 metros de altura, magro e veste um traje de corte simples, branco com detalhes no carmim e dourado da capa. Há anéis em seus dedos e um sorriso brilha em sua face. Parece muito jovem – um pouco mais velho que Shao Jun. Como um rapaz recém-saído da adolescência.

Shao Jun

- Ah, aqui estão vocês! Permitam-me lhes apresentar seu contratante. Este é Kallyan Carpas...

O homem toma a frente.

Kallyan

- Mas vocês podem me chamar de Kallyan de Callistia! É como prefiro ser conhecido. Boa noite.

Ele leva a palma da mão direita ao peito e faz uma mesura educada.

Alguns de vocês reconhecem o nome. Kallyan de Callistia foi membro da Guilda entre o final do século passado e o início deste. Realizou algumas missões de vulto, como a derrota do infame Lorde Enxame em 1391 e uma ação em 1398 quando impediu que Arsenal trouxesse Sszzaas de volta (a primeira tentativa, antes da Saga dos Rubis da Virtude). Também foi um apoiador da secção de Callistia e sua filiação à Liga Independente (o que angariou alguns rancores entre os mais devotados ao Reinado). No final da década anterior ele saiu da Guilda ao adquirir terras e obter um baronato em sua terra natal.

Kallyan

- Por favor, sentem-se. Temos negócios a discutir. Sei que já jantaram... estava bom? Espero que tenham apreciado, considerem uma prova de minha boa vontade nesta parceria. Espero que tenha sobrado espaço para uma boa bebida.

O homem toca uma palma na outra e, ao afastá-las, uma garrafa com um líquido dourado surge entre elas. Ele mostra o rótulo à Shao Jun e a vocês. A bebida traz um brasão desconhecido, de dois peixes incomuns – com algo que se assemelha a “bigodes de gato” – nadando em círculos um atrás do outro, com outros detalhes heráldicos. Jin reconhece os peixes como nativos de sua terra natal. São carpas douradas, um animal com grande significado para seu povo. Mas a marca não é reconhecível por nenhum de vocês.

Kallyan

- É uma bebida de minha terra natal. Chamamos cachaça.

Ágil, ele gira o pulso e abre a mão, fazendo surgir sobre ela uma bandeja de prata com sete pequenas taças de cristal, retira a rolha da garrafa e verte um pouco de seu conteúdo nas mesmas. Serve-os em seguida.

Kallyan

- Vamos beber devagar, que cachaça não deve ser tomada toda de uma vez. Entre o povo ribeirinho de Callistia, muitas vezes se bebe para esquecer os problemas. Bebe-se muito e as mazelas da vida vão para longe – por um tempo. Mas não precisamos fazer isso. Podemos apreciar a bebida enquanto conversamos. Agora, antes de continuarmos, proponho um brinde! Às novas amizades!

Neste momento ele olha para Shao Jun e pisca um olho. A jovem corresponde com um sorriso enigmático.

Off:

O que vocês fazem?

[kaito sensei]

Bastian fica extremamente feliz com o banquete que lhe era servido.

Bastian

Jantar... Grátis?!?!

A cena dele devorando o banquete não devia ser muito bonita para aqueles que tinham alguma etiqueta. Parecia o próprio Dunak, o grande alossauro, atacando uma presa com selvageria. Antes de sair da taverna, Bastian devolve os cartazes retirados. A tentação de ficar com eles era grande, ainda mais por estar curioso sobre o que era um "parque de diversões", mas já fora instruído que isso era contra a ética da guilda. Ao chegarem ao local da reunião, vê o homem dando em cima da mestra Shao Jun. Nada mais justo, afinal era uma moça muito atraente e, se ela não concordasse com aquilo, forte o suficiente para se defender. O homem se apresenta: Kallyan de Callistia. Mesmo tendo ficado recluso por muito tempo, já havia ouvido este nome algumas vezes no pequeno período desde que entrou na guilda. Ao falar que foi ele quem havia pago o jantar, já ganhou alguns pontinhos com Bastian. Tentou ser o mais formal possível, mas infelizmente ele só lembrava do "ser formal" da ilha de Un'goro. O druida faz uma saudação Tortolana: Duas batidas com a mão direita fechada nas costas seguida de uma batida no lado esquerdo do peito (algo que faz mais sentido se você é uma tartaruga, até pelo som que a saudação faz).

Bastian

Sou Bastian Baltazar Buck, e como druida de Tortolla o saúdo.

Kallyan oferece uma bebida, uma tal de cachaça. Pela cabeça do druida passou o pensamento "aff... bebida alcoólica de novo!", mas não falou nada por educação.

Bastian

Desculpe sr. Kallyan, mas não bebo. Gostaria de mais informações sobre o serviço

[Kaidre]

Ao ver o banquete que fora ofertado ao grupo, Kanas apenas imaginava no quanto teria de trabalhar para pagar por só aquela refeição. O jantar estava pago, é claro, mas isso também significava que seria impossível recusar o pedido de missão agora. E visto que Bastian já devorava sua parte, e provavelmente a dos outros também, o mago apenas suspirou e aceito que agora não poderia escapar da missão. Se a mestra Jun planejara ofertar uma isca antes de dar detalhes da missão só poderia significar que o grupo teria problemas extras.

Kanas D. Askar

- Sinto que devíamos ter ficado com a missão de matar monstros na mina como tinha sugerido senhor Gundrimm.

Logo em seguida o grupo foi guiado até a uma das salas de reuniões e apresentado a Kallyan de Callistia. O fato de ele flertar com a mestra Jun era irrelevante para Kanas, mas o nome do sujeito lhe era familiar de alguma forma. O mago fica disperso por algum tempo, tentando imaginar de onde ouvira o nome de Kallyan antes. Era verdade que possuía fama merecida, mas algo lhe dizia que tinha algo mais.

Kanas D. Askar

- É um prazer conhecê-lo senhor Kallyan. Me chamo Kanas. Desculpe perguntar, mas por acaso conhece uma sacerdotisa de cabelos róseos chamada Serra?

Serra não era exatamente uma amiga de Kanas. Estava mais para uma jovem exageradamente enérgica com quem teve de lidar. Embora tivesse dificuldade em lidar com o sexo oposto, a jovem era do tipo que não dava espaço para o mago respirar, que dirá engasgar com suas falas. Felizmente, lidar com a menina tornou mais fácil lidar com outras pessoas. Serra era como um furacão de agitação e isso contribuiu para reduzir sua timidez, ou ao menos aumentar sua tolerância a situações constrangedoras.

Kanas D. Askar

- Vou passar a bebida. Temos uma relação bem problemática. Sinto muito. A propósito, quais são os detalhes da missão?