Crônicas Artonianas: ON

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Padre Judas
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Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por Padre Judas » 15 Fev 2019, 08:39

Crônicas Artonianas

Livro I: Os Heróis da Vila

Parte I: Cáspia

Nova Ghondriann, 11/10/1410, Morag
Cáspia
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O dia amanhece sobre a Vila de Cáspia. Os camponeses já saíram para arar as terras, os pescadores lançam-se aos rios e os caçadores embrenham-se nas matas. Um dia corriqueiro, como qualquer outro.

Mas há certa expectativa no ar. Porque no dia 14, Aztag, o dia do fogo, será celebrado o 46º aniversário dos Ahggros, o clube juvenil tradicional da Vila. Na verdade o aniversário não tem uma data fixa, sendo celebrado sempre no Primeiro Escudo Pleno de Lunaluz, justamente no dia que é dito que ninguém morre – e onde os ahggros aproveitam pra fazer as maiores loucuras possíveis, desafiando uns aos outros ao perigo, para horror dos pais (que muitas vezes fizeram a mesma coisa quando novos).

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Althair Maedoc

Althair acordou cedo em seu quarto na Mansão Galvão. Desceu à cozinha para comer algo e foi recepcionado pela governanta.
Governanta Karlya
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– Bom dia, sr. Maedoc. O café já está pronto.
Sentou-se e fez seu desjejum. Hoje tinha o dia livre, estava de folga. Tão logo terminou saiu para passear pela Vila e achou por bem visitar alguns amigos. Encontrou um rapaz na Praça Central. Era Gildartz Gören, um guarda que ele conhecera nos primeiros dias em Cárpia e também estava de folga naquele dia.
Gildartz Gören
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– E aí, Al? Que é que vai ser da gente hoje?
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Evanlynne

Evanlynne terminava de tomar seu café da manhã na Fada Dançarina. Um homem baixo e barbudo saiu de um quarto com um sorriso cortando a face e pouco depois uma pequena fadinha saiu do mesmo cômodo, meio trôpega.
Bella
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– Ai... minha cabeça dói... oi, Evinha.
Ela voou em zigue-zague até pousar na mesa da meia-elfa.
Bella
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– Tem café aí? Que ótimo.
Falava com lentidão. Com um gesto simples fez surgir um copo menor que um dedal em sua mão e com outro fez a jarra virar-se e derramar a bebida quente no recipiente, com um cuidado impressionante.
Bella
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– Sempre tenha Pequenos Desejos à mão para essas coisas, Evinha. Lição da tia.
Bebeu tudo de um gole só e saracoteou as asas, emitindo um pó brilhante que caiu sobre o tampo e rapidamente desapareceu. Então abriu um sorriso e arregalou os olhos. Mudara completamente.
Bella
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– Uhu! Isso sim é bebida! Néctar dos deuses! Nem a Árvore do Céu tem coisa melhor – mas não deixe Sua Majestade ouvir isso ou vai transformar todo o café do mundo em mijo de vaca.
Uma moça entrou na estalagem. Elegante, bonita, bem vestida. A Rainha dos Ahggros, Rosa Marahno.
Rosa Marahno
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– Bom dia, Eva! Ó, e bom dia Dona Bella!
Sem cerimônia ela senta-se na mesa.
Rosa Marahno
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– E então, Eva? Pronta pra festa? Vai levar alguém?
Ela falava do aniversário dos Ahggro que seria celebrado em quatro dias. Era um evento importante e todos eram convidados – mesmo pessoas que não faziam parte do clube podiam comparecer à parte pública da festa, mas haveria uma celebração restrita depois.

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Groop da Natureza

Groop acordou subitamente. Dormia como um macaco no alto de uma árvore, em um galho forte e grosso. Olhou ao redor por um instante, notando o sol começando a surgir entre as folhagens, e voltou a fechar os olhos. Podia se permitir dormir mais um pouco, mas logo precisaria arrumar comida.

Praguejou pensando nos malditos garotos humanos que na noite anterior o incomodaram com sua barulheira, correndo com cavalos perto da floresta e depois se embrenhando com suas fêmeas para procriarem. Groop sabia que esses pirralhos chamavam a si mesmos “agros” ou algo do tipo. Eram um pé no saco, isso sim, incomodando os animais e a paz da floresta. Mas era melhor tolerá-los – não costumavam incomodá-lo diretamente, embora na primeira vez que se encontraram eles o tivessem confundido mesmo com um bicho e o provocado. Isso mudou quando ele praguejou contra eles – os moleques fugiram correndo.

Ouviu um som leve abaixo dele e praguejou em silêncio novamente. Aqueles moleques voltavam para incomodá-lo. Preparava-se para saltar no meio deles e lhes dar um susto daqueles quando notou que não eram humanos. O cheiro era diferente, o caminhar era diferente. Então ouviu as vozinhas esganiçadas – não era valkar nem goblinoide.

Levantou-se rápida, mas silenciosamente e olhou para baixo. A folhagem alta movia-se, mas ele pode entrever. Avançavam em fila indiana, bocejando e fazendo aquele som que pareciam pequenos latidos de um filhote de cachorro.

Kobolds.

Não deveria haver kobolds naquela região, Groop sabia. Os humanos da selva que também não gostavam dele, mas gostavam menos ainda dos humanos branquelos da cidade, haviam dito que por ali só havia mesmo animais selvagens e gente. Ele mesmo ainda não tinha certeza, pois estava conhecendo aquelas terras ainda – era um recém-chegado.

Os kobolds não pareciam tê-lo notado e o goblin bem poderia deixa-los seguir seu curso e cuidar da própria vida. Era algo que precisava decidir.

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Henrique Maxwell Jr.
Crona
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– E enquanto eu estiver em Teyukdttuguyzyz cuide de tudo por aqui, está bem? Tchau, Rick!
E com alguns gestos simples Crona desapareceu. Henrique não fazia a menor ideia de onde ficava aquele lugar – nem mesmo conseguia pronunciar a palavra direito – sua avó apenas havia lhe dito que ficava em Lamnor. Mas não era incomum que a velha maga viajasse para algum lugar estranho. O povo da Vila acreditava que era uma mulher reclusa, cansada da vida, mas Henrique sabia muito bem o quanto ela ausentava-se de casa em misteriosas viagens. Ela até se metia em aventuras, às vezes! E sempre voltava falando de outros mundos, lugares estranhos, monstros únicos. Frequentemente trazia algum material alquímico novo, o pedaço de alguma besta sobrenatural. Além de ouro, prata e outros artigos preciosos que guardava em um baú no porão que não tinha fundo.

Era uma mulher muito inquieta, isso sim!

E ali estava Henrique Maxwell Jr., sozinho em casa. Algum adolescente normal poderia pensar em dar uma festa de arromba, mas o rapaz apenas suspirou. Havia combinado de tomar café com alguns amigos na Fada Dançarina e precisava se apressar. Não se preocupou em trancar a porta – aquela era uma vila tranquila onde as pessoas não temiam ladrões e qualquer um tolo o bastante para tentar roubar o lugar teria que se ver com as centenas de armadilhas e criaturas mágicas que o protegiam.

Desceu à Vila montado em seu cavalo e ostentando o chapéu de vaqueiro com a fita prateada que o identificava como um Ahggro. No caminho deparou-se com seu líder e melhor amigo: Cláudio Galvão, Capitão dos Ahggros. Com ele havia outras cinco pessoas: a Tenente Celestian Lolth e seu namorado, o Cavaleiro Kilt Gilgar, assim como o Tenente Thomaz Millstone e suas duas namoradas, as gêmeas Estela e Luna Phar. Estas duas não eram ahggros, mas sim Princesas da Corte. Todos ali compartilhavam o fato de serem os mais velhos entre os Ahggros, estando com dezenove anos e prestes a abandonar o grupo. Aqueles eram seus dias finais de irresponsabilidade e liberdade e havia certa melancolia no ar.
Cláudio Galvão
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– Bom dia, Rick! Pronto pra festa?
Cláudio abriu um largo sorriso e acenou. Juntos eles começaram a cavalgar lentamente até a estalagem. Rick sabia do que o amigo falava: a festa de aniversário dos Ahggros, que seria comemorada em algumas noites. Era um momento importante, um divisor de águas.
Ten. Thomaz Millstone
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– É... esta será nossa última festa. E semana que vem eu faço aniversário...
Todos se calaram por um instante e Estela, sentada na garupa do cavalo de Tom, apoiou a cabeça em suas costas.

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Red

Red bocejou e espreguiçou-se. Não importava quanto tempo se passava, ainda não se acostumava com aquela cama dura – embora fosse melhor que dormir na rua.

Sentou na cama e olhou para a porta. No corredor havia o silêncio, mas ela tinha ouvido vozes. Um homem apareceu. Negro, alto, careca. O Xerife Clint Wayne trazia uma bandeja contendo um sanduíche e um copo com alguma coisa – Red notou que era gorad quente. Não era exatamente barato...
Xerife Clint Wayne
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– Levante, Red! Ó, já está de pé! Bom, bom.
Com a mão livre destrancou e abriu a cela. Botou a bandeja sobre uma mesinha que havia ali dentro.

A cadeia de Cárpia era um bom lugar. Limpo, bem cuidado – não era uma masmorra como em cidades maiores. Se não fosse pelas grades as celas iriam parecer quartos comuns. Havia muitos poucos crimes por aquelas bandas e a maioria dos presos eram bêbados e baderneiros que ficavam ali pra “passar a noite”. Uma vez a cada dois meses um clérigo de Khalmyr vinha para julgar os casos pendentes e a maioria dos réus esperava em suas casas mesmo – apenas não podiam sair da vila. Algumas situações nem iam para o Tribunal – o Xerife aplicava ele mesmo a punição (prisão, multa, advertência – ninguém se lembrava do Xerife usando sua arma alguma vez) e a vida seguia em frente. Era a justiça da estrada a qual o veterano paladino estava acostumado.
Xerife Clint Wayne
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– Tome seu café e venha ter comigo no meu escritório, ok? Precisamos ter aquela conversa.
Saiu, deixando a porta escancarada.
Off:

Começamos, então. Data de atualização é 17/02, domingo. Peço que postem até lá.

Se alguém não conseguir, jogarei a atualização para o próximo fim de semana. Lembrando que o ritmo deste PbF, pelo menos por enquanto, é semanal.
Personagens:
  • Althair. PV(10) 10, PM(10) 10. T$ 40. PE 0.
  • Evanlynne. PV(05) 05, PM(06) 06. T$ 00. PE 0.
  • Groop. PV(05) 05, PM(15) 15. T$ 50. PE 0.
  • Henrique. PV(10) 10, PM(20) 20. T$ 90. PE 0.
  • Red. PV(05) 05, PM(05) 05. T$ 100. PE 0.
BAÚ DO JUDAS
JUDASVERSO

Alexander: Witch Slayer [Kaito_Sensei]
Dahllila: Relíquias de Brachian [John Lessard, TRPG]
Jonz: Tormenta do Rei da Tempestade [John Lessard, D&D5E]
Syrion: Playtest T20 [Aquila]
Takaharu Kumoeda: Crônicas do IdJ [Aquila]
Yellow: Defensores de Mega City [John Lessard]

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Kairazen
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por Kairazen » 15 Fev 2019, 10:02

Evanlynne acordou cedo como de costume, odiava acordar tarde, seu pai sempre lhe dizia que você perde o melhor momento do dia fazendo isso, apos se lavar e se vestir foi dar bom dia aos seus pais:
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Bom dia mãe, bom dia pai.
Sua mãe estava preparando o cafe e seu pai organizava seus instrumentos de pintura:
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Bom dia Estrelinha, acordou animada hein.
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Bom dia Eva, realmente, vai acontecer alguma coisa?
Eva não gostava de ser chamada de Estrelinha, era um apelido que ela achava que devia ter ficado na infancia:
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Ei, não sou mais criança, pode parar com esse apelido. Hoje não, mas o aniversario dos Ahggros esta chegando.
Seus pais se entreolharam, ela sabia que os mais velhos se preocupavam muito com as ações dos Ahggros, mas Eva sabia se cuidar, queria mostrar isso a eles, apos seu pai terminar de tomar o cafe, deu um beijo em sua testa e um beijo apaixonado em Charlotte e disse:
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Terêncio encomendou um quadro, vou ficar o dia fora fazendo ele, ate mais tarde.
Klaus saiu e Eva continuou tomando seu café, e quando estava terminando viu a chegada de Bella, que parecia não estar bem:
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Bom dia senhorita Bella, nunca aprendi nada de magia, papai sabe um pouco, mas nunca me ensinou, realmente e algo bem útil.
Eva gostava de Bella, estava sempre de bom humor, e concordava com ela, café era algo maravilhoso, e ficou curiosa ao ouvir falar sobre Sua Majestade e perguntou:
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Você já conheceu a rainha das fadas Bella?
Mas antes que pudesse responder, mais uma pessoa se juntou a conversa, era Rosa Marahno, rainha dos Ahggros:
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Bom dia Rosa, sim, estou muito animada para a festa. Não, acho que não tenho ninguém para levar, é você?

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Aldenor
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por Aldenor » 15 Fev 2019, 12:22

A vida na Vila Cáspia era tranquila.

Althair acordou, encarando as mãos, flexionando os dedos, pensando como aquela vila era tranquila demais. Lavou o rosto numa bacia lembrando da última vez que esteve na estrada, semanas atrás, numa longa viagem de Trebuck a Nova Ghondriann. Havia mais perigo em dormir ao relento do que nesta cama confortável. Poderia topar com um gnoll selvagem durante sua viagem, enquanto que andando pelas ruas pavimentadas da Vila encontraria no máximo aquela trombadinha de cabelos vermelhos.
Althair
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Bom dia, senhora Karlya. Hmm, que cheiro gostoso dos seus pães. Lembra um pouco de casa.
E lembrava mesmo. Castell era um ducado grande, no planalto central de Trebuck. Ele vivia no Castelo Grevan, onde a vida era suntuosa, embora simples. Ele acordava sempre cedo com o cheiro do pão saindo da fornalha para os treinos com o capitão Rodrik Darnell, chefe da milícia de Grevan, a maior cidade do ducado.

Enquanto saboreava o pão, molhado no mel, e tomava um café preto forte, Althair mantinha um semblante azedo. Desde que saíra de casa, achava que encontraria perigos, masmorras e emoção.
Flashback

Um tempo atrás.

Os três irmãos andavam na estrada para fora das muralhas do Castelo Grevan.
Alexandra
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Sabe o que eu pensei, gente? Lembramos os Três Irmãos-Dragão.
Disse a irmã mais velha, imponente.
Alycia
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Só que nós somos não vamos usar esse mito da tal "rainha eterna", né? Acho uma bobagem...
Alycia sempre foi prática e cética. Qualidades imprescindíveis para uma caçadora.
Althair
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Mas é uma história e tanto. Eu não vou dar carteirada não, mas seria um máximo ter mesmo sangue de dragão, não é?
Alycia
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Talvez, mas eu quero ser igual ao Aldred, o ginete de Namalkah. Grande herói... e nunca usou essa de "bibibi, tenho sangue de dragão, bibibi".
Althair lembrava dele. Aldred era um Maedoc, da linhagem primária a herdar o ducado. Se seu pai, o primeiro Aldred, não tivesse abdicado da herança, seria ele o duque de Castell e não seu pai Althair. O velho ginete aventurou-se no Protetorado do Reino, fez fama e desapareceu há alguns anos, aposentado em Valkaria. Sobraram as histórias de seus feitos.
Alexandra
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O mais importante é que vamos seguir nossos caminhos. Nós rejeitamos que escolhessem por nós, mantivemos nossa honra e decidimos por nós mesmos. Por isso, eu tenho orgulho de tê-los como irmãos.
Althair enrubesceu pelo elogio e Alycia sorriu zombeteira. Os três se separaram na estrada e seguiram rumos diferentes, como os Antenod, Laenor e Mark Maedoc antes deles, há mais de cem anos.
Eram lembranças gostosas e empolgantes. Althair lembrava do dia em que encarou os pais, fora o primeiro a fazê-lo das irmãs, renegando o destino de ser um cavaleiro, um mestre de armas do castelo a liderar as tropas de sua Casa. Queria ser um herói, um aventureiro como seu tio distante.

Mas precisava ser mais esperto. Pois ouviu a recomendação de sua mãe Molly.
Flashback
Duquesa Molly
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Os Galvão, da Vila Cáspia, são uma família antiga e nobre lá de Nova Ghondriann. Eles vivem numa região tranquila, mas é certeza que você poderá encontrar... hã... "trabalho" por lá, se quer mesmo ser um aventureiro.
E Althair caiu direitinho no golpe da mãe. Ela vinha de uma família de comerciantes, não eram aristocratas, mas conhecia os meandres da intriga palaciana como ninguém.

Ela queria que ele fosse a um lugar pacífico, tranquilo e sem nada pra fazer. Esperava que ele prestasse algum tipo de juramento a Gasgar Galvão e aprendesse a ser um cavaleiro. Do jeitinho que ela queria.

Mas não. Apesar de enxergar a verdade um tanto tarde demais, Althair lutaria contra isso!

Estava andando nas ruas da Vila Cáspia quando se deparou com Gildartz Gören. Ele parecia preocupado com alguma coisa. Antes que indagasse, a memória lhe veio rápida. Era um dos dias especiais da Vila, onde os Ahggros aproveitam para causar o maior furdunço. Dizem que ninguém morre neste dia comemorativo, e por isso a gangue extrapola em suas bagunças e disputas.

Althair chegou a conhecer o líder deles, o tal Cláudio Galvão e foi incentivado a andar com o bando. Porém, eles eram muito nervosinhos e briguentos. Em uma situação desconfortável, Althair teve que intervir em nome de uma reles bandidinha de quinta que roubara sua algibeira de moedas, para evitar que fosse linchada. Ou escrachada.
Althair
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É, meu caro, hoje vai ser um dia foda. Sorte sua que está de folga hoje. Bora dar uma volta pela cidade.
Althair fez um gesto trebuckiano de boa sorte para Gildartz e seguiu. Tinha pena dos guardas que teriam que trabalhar contendo os danos causados pelos Ahggros, mas não o suficiente para intervir ativamente contra eles. Não queria criar atrito, pois era hóspede da casa dos Galvão, embora não tivesse feito juramento nenhum.

Althair caminhou até o centro da cidade, procurando algo o que fazer, olhando para as pessoas. Estava trajando sua armadura de cota de malha e couro, com sua espada bastarda presa às costas.
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DragonKing
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por DragonKing » 15 Fev 2019, 14:10

Eu sentia falta da cidade grande, não que Cáspia nao possuia seu encanto, mas em cidades grandes as possibilidsdes eram melhores e maiores, como uma empresaria autônoma no ramo da subtração de bens quanto maior a clientela, melhor.

Me sobrava poucas opções, sem falar que as vezes tinha que disputar com outros metidos a bandidos que eventualmente passavam pela cidade e prejudicava o meu negócio, no final eu acabava roubando deles devolvia os pertences e ficava com a fama de boa menina, quer dizer não tão boa assim, já que poderia sumir uma ou duas moedas, acontece!

Os guardas eram bem acomodados, acho que confiavam demais no clima pacato do lugar, perfeito para um cérebro lindo como o meu, mas o problema todo era o chefe deles o xerife Clint Wayne. Ele era bacana, mas a presença dele dava medo,com aquele vozeirão: " Você tem o direito de permanecer calado bla bla bla", eu não conseguia pemanecer calada, era um problema.

Ah sim, esqueci, eu fui pega, uma situação humilhante para uma ladra excepcional como eu. Mas não foram os guardas, foi o próprio xerife. Ele parecia ter olhos de águia, me viu pegando a bolsa de moedas do Joe, Pudim de Ameixa e sabia exatamente para onde eu iria. COMO ELE SABIA? Talvez essa parada de olho de Azgher seja verdade. Valeu ai vossa divindade solar...

Eu tinha acabado de acordar, mas como sempre ficava deitada por alguns minutos pensando na vida e me imaginando em uma mansão com varios empregados me servindo, mas ao abrir o olho estava numa cela com o xerife voz de trovão me servindo o café da manhã.
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— Café na cama? Que romântico, mas não acha que sou muito nova para o senhor?
Ele não sorriu, claro que ele não sorriu. Mas eu sorri, afinal estava tomando um baita café da manhã.
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— Gorad? Uau...Se eu soubesse que era serviço cinco estrelas eu teria sido presa mais vezes.
Estranho, todo bandido é tratado assim ou ele me acha especial? Será que ele ta afim de mim? NÃO...NOSSA...ECA!!! O xefire não deu muita bola e saiu pedindo par eu ir ao escritório dele e deixou a cela aberta. Isso tava ficando estranho, tomará que ele não seja um velho pervertido.

Segui ele ainda comendo e com a caneca de gorad na mão. Ele entrou na sala e eu logo en seguida, mas tinha a mão nos olhos, cobrindo-os para não ver nada degradante.
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— Por favor esteja vestido, esteja vestido...

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Padre Judas
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Parte I: Cáspia

Mensagem por Padre Judas » 15 Fev 2019, 14:31

Red
Xerife Clint Wayne
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– Deixe de brincadeiras e sente-se logo, menina!
O tom de voz do homem deixava claro que não estava para joguinhos. Esperou um instante para que Red se acomodasse e continuou com firmeza.
Xerife Clint Wayne
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– Desde que chegou à minha cidade você tem sido um transtorno, Red! Sabe, eu bem poderia expulsá-la e fazê-la andar pra fora daqui! Você tem boas habilidades, é inteligente, poderia fazer algo mais para si mesma do que essa vidinha de merda! Não se cansa de viver dos restos dos ricos?

– Me incomoda muito ver uma garota como você desperdiçando sua vida desse modo. Você nem sabe onde vai dormir amanhã! Não gostaria de ter algo realmente seu? Uma casa? Uma família?
Apoiou os cotovelos na mesa, curvando-se para a frente. Cruzou as mãos. Parou um pouco. Então meteu a mão em uma gaveta e jogou algo sobre o tampo. Metal. Pesado. Um distintivo de Delegado do Xerife.
Xerife Clint Wayne
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– Trabalhe pra mim, Red! Essa pode ser uma boa oportunidade pra você! O que acha?
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DragonKing
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por DragonKing » 15 Fev 2019, 15:14

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— Foi mal xerife, não é todo dia que a gente é preso, mexe com minhas emoções.
Sentei em uma das cadeiras na frente da mesa e olhei para toda a sala, era realmente um escritório e não passava aquela sensação de prisão e intimidação como em Malpetrim, bebericava o Gorad devagar por conta da quentura e prestava atenção em tudo que ele falava, com aquele jeitão sério.
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— Minha fama me precede, mas em minha defesa não sou eu que causo os transtornos, os transtornos que me encontram. Só fico triste em saber que o senhor deixaria uma moça indefesa como eu andar sozinha pela floresta cheia de animais selvagens e bárbaros sanguinolentos.
O olhei tentando segurar o sorriso, mas ele parecia realmente estar falando sério e logo meu sorriso sumiu. O discurso sobre não ter que roubar mais, ter uma casa, familia...Foi ai que me quebrou, nunca conheci a minha família biológica e no final a ultima família que tive me traiu...Eu estava muito bem sozinha, mas então veio a proposta e me engasguei com o gorad.
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— Cof...Cof...Cof...Como é?
Coloquei a caneca em cima da mesa e me levantei, me afastei tentando me controlar e sorria enquanto engasgava.

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— Não era bem isso que eu esperava...Muita calma nessa hora xerife. Minha vida é difícil, mas tenho algo que pouca gente tem: Liberdade. Se eu aceitar isso vou ter que obedecer ordem, fazer relatório, acordar cedo e toda essa coisa chata que vocês fazem, sem falar que não sou, muito fã de violência física. Mas assim...Cogitando que eu aceite, não estou prometendo nada, o que eu ganho com isso?

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Padre Judas
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Parte I: Cáspia

Mensagem por Padre Judas » 15 Fev 2019, 15:29

Red

O homem faz um gesto com os ombros.
Xerife Clint Wayne
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– Um salário, pra começar. O respeito do povo. Autoridade... claro, você será uma novata, vou te botar com um veterano que vai te passar as noções básicas do serviço. Com o passar do tempo, se provar sua dedicação, receberá mais benefícios.

– Sobre a violência... bom, às vezes precisamos lutar e meu pessoal está preparado para sacar suas espadas e armas e meter chumbo se preciso. Se você for capaz de encontrar modos alternativos de resolver os problemas, muito bem. Mas estou mais interessado na sua inteligência e seus talentos furtivos do que em sua parca habilidade combativa.
Off:

Se perseverar a serviço do Xerife, na próxima aventura poderá contar com o uso de Patrono uma vez por aventura, mesmo sem ter a Vantagem. Além disso, receberá uma recompensa adicional de 1 PE e 1dx100 tibares ao final da aventura atual (e qualquer outra futura em que atue sob a autoridade da milícia de Cáspia).
BAÚ DO JUDAS
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El toro fraco
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por El toro fraco » 15 Fev 2019, 20:10

Entardecer do dia 10/11/1410

Em uma sala feita com tijolos de pedra medindo alguns metros quadrados, mobíliada com vastas prateleiras contendo diversos ingredientes mágicos, uma cadeira de madeira redonda afofada com couro, uma mesa contendo alguns livros da espessura de um punho e equipamentos usados para a pesquisa arcana, la estava estava sentado um jovem Mago, em frente dele haviam 3 frascos, um com um pouco de um líquido branco que embora não emitisse luz era totalmente puro, quase como olhar diretamente para uma luz mágica, a não ser pela parte de não haver luz, em outro havia um frasco que mudava de cor conforme sua vontade, variando de azul, transparente, vermelho dentre outras cores, e um ultimo que estava em uma espécie de destilador, onde em um lado havia o que parecia ser uma parte do esqueleto de um animal pequeno borbulhando em uma solução, que era canalizada em gotas negras ate tal frasco. O garoto apaga a chama verde que mantinha a mistura borbulhando, pega o frasco e em seguida, da prateleira, pega uma perna de rã e uma ampulheta, ele então vira a ampulheta e despeja uma gota do líquido na perna, ela então se contorce e necrosa totalmente.
Henrique Maxwell Jr.
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Ok, acho que isso já é concentrado o suficiente
O jovem pega em uma das prateleiras um quarto frasco, e um equipamento que consistia em 3 pequenos canos que se juntavam em uma esfera de vidro oca, e uma válvula que liberava o conteúdo da esfera oca para um quarto espaço reservado para o frasco, o jovem então utiliza tal equipamento para juntar os 3 fluidos criados em apenas um, esse novo fluido por sua vez continha uma cor estranha e dificil de explicar em palavras comuns, ora um pouco reluzente, ora não havia nada ali.
o processo era um pouco demorado, então aproveitando esse tempo o Mago começou a rabiscar algumas fórmulas em um caderno, checava a aparência do novo líquido, olhava para sua ampulheta e então escrevia novamente, as vezes amassava uma folha e a jogava no o lixo, outras a marcava removendo e a fixando em um quadro na parede, quando ele viu que tudo estava indo certo, ele tinha um quadro com muitas fórmulas matemáticas e um líquido estranho, ele ergue o líquido para a luz do sol que verte de uma janela circular e da um sorriso.
Henrique Maxwell Jr.
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Praececantati, a magia condensada na sua mais pura forma em minha frente...embora nessa forma seja totalmente inútil para fins de uso prático, seu uso na pesquisa e aprendizado de novas magias e teses arcanas continua sendo indispensável...finalmente consegui fazer um sem a ajuda! haha
o garoto então começa seu experimento, pega um pincel e dispeja uma linha fina de essência em um papel circular branco, logo ele a espalha por todo o papel com o pincel, que estranhamente não fica molhado, mas absorve totalmente o líquido, tal qual uma esponja absorvendo água
Henrique Maxwell Jr.
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Muito bem, hora da verdade.
o garoto pega uma pena e abre um livro contendo várias partes de vários pedaços de círculos máigcos, quase como um catálogo de lego arcano, então o garoto olhava para a parede e seus calculos, então voltava a olhar para os livros
Henrique Maxwell Jr.
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nop, isso vai desestabilizar tudo...vamos ver algo estável...ah, esse entra, defnitivamente tem de ter 3 nós de Bishbalkin para manter a força [...]
após tudo isso, ele estala os dedos e o papel some em uma fumaça cinza, o garoto então faz gestos mágicos que concentra a fumaça em um ponto do tamanho de uma bola de sinuca, e começa a estudar...mas os resultados não foram o que ele esperava
Henrique Maxwell Jr.
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ahahahahaha....droga, lá se foi dias de trabalho para conseguir os ingredientes...
agora vamos ter de voltar para os cálculos básicos...acho que mudar para 0.3% pode ser melhor...mas antes vamos arrumar essa bagunça...


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dia 11/11/1410


ao ver os amigos a distância Henrique deixou escapar um sorriso sincero, e deu uma acelerada no cavalo. Embora confrontado com estranhos ele pense tanto em "o que falar" que acaba se tornando recluso, com seus amigos era diferente, ele podia ser ele mesmo e agir de uma forma natural e espontânea, quase como sendo uma pessoa totalmente diferente
Henrique Maxwell Jr.
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Te garanto que sou quem mais está preparado haha.
Todos sabiam o que aquilo queria dizer, embora ele realmente estivesse visivelmente animado, Henriquente era quem geralmente resolvia as confusões em que se metiam.

então ouve a citação de Thomaz
Henrique Maxwell Jr.
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ei ei ei, calma ai Tom, pode ser a ultima festa mas não vai ser a ultima vez que nos veremos!

Fala sério cara, por mais que vá haver responsabilidades no futuro e as coisas irão mudar não significa que vai ser para pior, veja só seu relacionamento por exemplo! Admita que é algo que requer muita responsabilidade e respeito. E por mais que tenha havido momentos ruins e brigas, por mais que tenha havido um grande momento de aprendizado para todos vocês entrarem em harmonia, aceitarem as opiniões diferentes um dos outros, não valeu a pena? os momentos alegres e divertidos não ganham em muito o esforço que vocês fazem todos os dias para se manterem em juntos?
O futuro é assustador pois temos medo do desconhecido, mas vendo como você consegue lidar com as dificuldades que a vida lhe oferece, acho que é o desconhecido que deveria ter medo de você.

e outra, você não esta sozinho companheiro, grave o que eu digo, no futuro ainda iremos rir muito desse dia ao notarmos o quão sem sentido fora nossa preocupação, e nos preocuparemos em coisas mais importante, como se o filho do Cláudio vai puxar o pai...que diga-se de passagem seria algo beeeem mais assustador...
Henrique disse essa ultima parte com um sorriso um pouco zombeteiro

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DragonKing
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por DragonKing » 16 Fev 2019, 07:29

Aquela era uma baita de uma oportunidade, eu realmente queria sair dessa vida ter algum futuro decente, mas não em troca da mi ha liberdade. Vivi muito tempo sendo dona de mim mesmo e começar a seguir ordens assim do nada não seria nada fácil.
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— Vamos fazer assim xerife, um estágio. Eu faço o que o senhor tá pedindo por um tempo, se eu me adaptar a essa vida o senhor me efetiva, se eu ver que não é para mim eu pego minhas coisas e saio da cidade e o senhor não vai mais precisar se preocupar com transtornos.
Respirei fundo, aquele era um péssimo negócio e no fu do, bem lá no fundo eu sabia que não tinha escolha ou aceitava ou voltava para a cela ou coisa pior, ele era bondoso mas ainda um xerife e não me deixaria sair assim tão fácil, estendi a mão para ele para fecharmos o acordo.
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— Temos um acordo? Outra coisa, eu não vou ter que usar um chapéu, vou?

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John Lessard
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Re: Crônicas Artonianas: ON

Mensagem por John Lessard » 16 Fev 2019, 11:05

Groop abriu seus olhos lentamente, lambendo os lábios lentamente. O que eram aqueles barulhos? Talvez fosse aqueles garotos impertinentes. O goblin estremeceu, olhou para baixo confuso. Não, eram outras pessoas, outras coisas. Kobolds! Estreitou os olhos para a situação, estavam armados. Se lembrava dos lagartos certa vez na União Púrpura. Eram colocados para lutarem em arenas contra goblins como ele, para a diversão dos bárbaros. O druida balançou a cabeça tentando afastar as lembranças. Esperou eles sumirem por entre os arbustos, então ajoelhou-se no galho e começou a orar.

Quando terminou, finalmente desceu da árvore, olhando ao redor. Sua barriga roncou, era hora de procurar algo para comer. Então optou por um caminho. Não deveriam existir aqueles lagartos naquela região e esperava que estivessem apenas de passagem, não desejava encontrar com eles novamente.
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