Quando o rapaz se apresenta o general sorri.
Andrarya põe a mão no ombro de Kaidre. É quase paternal. Então vem o discurso de Dimitrius.Mahasainapati Andrarya
– Muito bem. É mais informação do que o necessário, pedimos apenas seu nome. Mas está tudo bem.
O comentário sobre a “suástica” chama a atenção do militar.Guru Sydaka
– Não há necessidade de nos inteirar em seus costumes desviantes, rapaz. Sabemos que não foram iluminados pela sabedoria dos Deuses. Pelo que já aprendemos sobre vocês, não são muito diferentes dos atlantes perdidos em sua cupidez e corrupção.
Ele olha para o guru, que assente. Até aquele momento ele havia adotado um tom de voz entre o neutro e o professoral, mas agora havia uma nota de desprezo ali.Mahasainapati Andrarya
– Suástica? Já ouvi esse termo antes. Onde...?
O homem abre os olhos em sinal de lembrar-se. Seus punhos se fecham. Até aquele momento, mesmo quando punira Edwin, ele havia adotado um tom de instrutor militar, como um sargento ou tenente explicando aos recrutas os pormenores da vida militar, mas agora havia raiva.Guru Sydaka
– Sim, mahasainapati. Daquele...
Ele leva a mão ao coração e rapidamente retoma a compostura. O guru se volta para vocês. Agora ele fala novamente no tom professoral.Mahasainapati Andrarya
– Sim, eu me lembro agora.
Sem alternativa, vocês os seguem por um novo corredor e entram em um tipo de elevador que os conduz para cima. Sobem vários andares até darem em um enorme terraço contendo uma curiosa pirâmide de metal em seu centro. A pirâmide tem cerca de dez metros de aresta na base e o mesmo tanto em altura.Guru Sydaka
– Tentamos o que diz, jovem Henrique, mas seu povo se mostrou... recalcitrante. Sim, vocês não são os primeiros que convocamos. E continuaremos invocando até encontrarmos Heróis sábios o suficiente para perceberem a honra que recebem. Até se mostrarem dignos de nossa confiança, usaremos os meios necessários para garantirmos a segurança de todos os envolvidos – nossa e também a sua.
– Uma vez que isso tenha ficado claro, vamos dar continuidade. Venham conosco, por favor.
Há várias pessoas andando ao redor do veículo, mas elas deixam a plataforma após algumas ordens finais do mahasainapati. Embora os envolvidos sejam homens e mulheres, é fácil notar que se dividem em dois grupos: os guerreiros loiros de nariz aquilino, físico impressionante e túnicas vermelhas com armaduras – à moda do mahasainapati – e os homens e mulheres de testa alta, cabelos platinados, magros sem músculos em excesso, vestindo mantos brancos como os do guru. Estes mexem em cristais e fazem ajustes misteriosos em instrumentos estranhos enquanto aqueles carregam material diverso ou simplesmente fazem a guarda do lugar, armas em prontidão.Guru Sydaka
– Isto é uma sundara. Vocês têm veículos voadores em seu mundo, não é? Aqui chamamos tais veículos de vimanas, sendo que há vários tipos. A sundara é a menor vimana, própria para transporte de pequenos grupos. Este nos levará até nosso destino.
Após subirem uma escada lateral entalhada na própria fuselagem vocês entram em um tipo de alçapão, à moda da entrada de submarinos. Descem uma escada e terminam em um corredor estreito que culmina em uma sala com cadeiras razoavelmente confortáveis. Há muitos guerreiros, mas também alguns que usam túnicas brancas com armadura. Eles se assemelham ao guru, entretanto, e não portam armas maiores que uma adaga.
Após garantir que vocês se sentaram e afivelaram bem os cintos de segurança, o mahasanaipati e o guru também tomam acento. O militar senta-se no centro da estrutura, em um cadeira mais elevada claramente dedicada ao comandante da aeronave. Sob suas ordens alavancas são movidas e um ajudante de ordens dá comandos por um tipo de tubo à “sala de máquinas”. A estrutura toda trepida como se fosse se desfazer, mas então há a sensação súbita de “frio na barriga”. Vocês estão se movendo. Para cima.
Após subir por alguns segundos, o veículo começa a se mover em diagonal e depois seguir lateralmente. Atinge velocidade de cruzeiro e estabiliza, permitindo que vocês possam relaxar. É como voar em um avião, embora sem janelas. Como no quarto onde estiveram antes – e em todos os demais recintos – não há fontes evidentes de luz, mas o ambiente permanece bem iluminado e não há sombras.
Então há ordens novamente para preparam-se para o pouso. O veículo desacelera e para, então começa a descer e finalmente o contato com o solo é sentido. A viagem durou pouco menos de dez minutos.
Eles os guia para fora, indo na frente enquanto o guru vai por último, seguido por alguns guardas. Após saírem pela escotilha de antes, veem estar em uma clareira aberta no meio de um bosque. Um pouco à frente, entre as árvores, há várias pedras cravadas no chão e um paredão com uma cascata ao fundo.Mahasainapati Andrarya
– Chegamos, senhores. Vamos indo.
Ao redor das pedras há várias pessoas de túnicas brancas e armaduras, e ao redor um exército de guerreiros de túnica vermelha fazendo uma espécie de “anel de segurança”. É possível ver que as árvores estão sendo derrubadas e está sendo construído um forte ao redor das pedras. Muitos homens de casaco negro e etnias diversas – nenhum do tipo caucasiano, é notável – trabalham arduamente na construção das muralhas e na derrubada das árvores sob a coordenação e vigilância atenta de capatazes brancos, troncudos de cabelos castanho-escuro. Há até alguns humanoides enormes, ogros beirando os três metros de altura, carregando enormes pedras nas costas.Guru Sydaka
– Cada uma de vocês deve uma das pedras e assim receber seu respectivo poder. São livres para escolher a que melhor lhes agradar. Seu antecessor escolheu Invocador, então não poderão usá-la, mas há as outras ainda.
Mas ninguém se aproxima das pedras, que permanecem estáticas, fincadas no solo. Na rukma o guru havia dito que as pedras caíram do céu como facas. “Na certa lançadas pelo poderoso Parkunas, o Deus da Guerra”. Elas haviam se cravado no solo daquele lugar de grande beleza natural e descobertas por mercadores que avisaram uma tropa nas proximidades. Isso havia ocorrido há dois anos.
Ao chegarem bem perto os símbolos nas pedras começam a brilhar, permitindo vê-los com mais clareza. Uma delas traz uma figura humanoide empunhando uma espada enquanto pisa sobre algum monstro derrotado. Outra traz alguém erguendo as mãos ao alto com um circula acima – linhas sinuosas ligam as mãos ao círculo. Outro traz uma pessoa de manto em posição de oração enquanto quatro outras figuras menores estão contidas dentro de pequenos círculos. A quarta pedra traz um guerreiro protegendo-se com um grande escudo enquanto raios voltam-se para ele. Então havia uma onde uma figura agachada em posição furtiva segurava um saco enquanto outra levava a mão à cintura. Por fim um arqueiro aponta uma flecha contra um monstro.
Havia mais uma rocha, às escuras, mas era possível ver os desenhos em baixo relevo mostrando uma figura em manto apontando com o dedo para baixo, onde um círculo continha um tipo de monstro que curvava-se para a personagem.
Off:
Cada pedra representa uma Classe. Ao ser tocada ela imbuirá o personagem com o poder da Classe em questão.
Na oportunidade peço que todos me enviem seus Atributos. Hora de fechar as fichas.
Vocês podem aproveitar o momento na nave para conversar entre vocês. Nem o guru nem o mahasainapati estão ouvindo o que dizem, pois estão muito longe, então é uma chance de privacidade. Após tocarem na pedra podem fazer perguntas ao guru, que está disponível para responder.
Podemos fazer tudo isso no Telegram, se preferirem. Vou ficar longe do PC, mas manterei o celular comigo e posso responder às perguntas como se fosse o guru. Vocês também podem conversar entre si no Telegram, embora seja interessante postar suas reações a tudo o que aconteceu.