Capítulo I. Libertado
A carroça passa sobre uma pedra e a agitação repentina os desperta. Estão amarrados e amordaçados, seu corpo parece estranho – como se não fosse parte de vocês, mas algo externo. É difícil agir deste modo, mas conseguem notar que estão sendo conduzidos por uma estrada de pedras calçadas em meio a um bosque de coníferas. Há soldados cavalgando ao seu lado, à frente e atrás, vestidos como legionários romanos.
Um homem loiro cujas mãos atadas está sentado na carroça. Ele olha para vocês três.
– Ó, vocês finalmente acordaram. Tentando cruzar a fronteira, né? E andaram direto pra uma emboscada imperial como nós e este ladrão aqui.
– Malditos Stormcloaks! Skyrim estava bem antes de vocês aparecerem, o Império era agradável e preguiçoso. Se eles não estivessem procurando por vocês eu poderia ter roubado aquele cavalo e estaria em Hammerfell. Vocês aí! Vocês e eu não deveríamos estar aqui! São esses “Capas da Tempestade” que o Império quer!
O condutor da carroça, também um legionário, grita para que todos se calem. O ladrão olha para outro homem ao lado, que também está amordaçado. Este é mais velho, na casa dos cinquenta a sessenta anos.
– Somos todos irmãos e irmãs em correntes agora, ladrão.
– Qual é o problema com este aqui?
– Cuidado como fala! Este é Ulfric Stormcloak, o verdadeiro Grande Rei!
O loiro responde com gravidade e resignação.
– Ulfric? O jarl de Windhelm? Você é o líder da rebelião! Mas se te capturaram... ó, deuses, para onde estão nos levando?
O desespero do ladrão, que vinha em um crescendo, se torna evidente.
– Eu não sei aonde vamos, mas Sovngard aguarda.
– Não! Isto não pode estar acontecendo! Não pode estar acontecendo!
– Ei, de que vila você veio, ladrão de cavalos?
– Por que se importa?
– Os últimos pensamentos de um nórdico devem ser sobre seu lar.
Vocês enfim chegam até uma fortaleza. A conversa é interrompida por um soldado que fala com um senhor com um uniforme mais refinado, montado em um belo alazão.
– Rorikstead. Sou... sou de Rorikstead.
– General Tullius! O carrasco está esperando!
O homem acena com a cabeça ao lado de uma figura de manto negro e o capuz erguido, ladeado por soldados envergando armaduras que brilham como ouro. Sua pele dourada sugere que não são humanos.
Gal. Tullius
– Bom... vamos terminar com isso!
Indiferente aos temores do ladrão, o outro fala com desprezo.
– Shor, Mara, Dibella, Kynareth, Akatosh. Divinos, por favor me ajudem!
A carruagem para no centro da fortaleza. É possível ver que há uma pequena comunidade ali dentro, com algumas casas e civis se reunindo para assistir ao “espetáculo”. Alguns gritam impropérios contra Ulfric e os Stormcloaks.
– Olhe pra ele! General Tullius, o Governador Militar! E parece que os Thalmor estão com ele. Malditos elfos! Aposto que eles têm algo a ver com isso!
– Por que paramos?
Alguém manda todos descerem da carroça. Agora o ladrão de Rorikstead grita.
– O que acha? Fim da linha. Vamos, não podemos deixar os Deuses esperando por nós.
– Não! Não somos rebeldes!
– Encare sua morte com alguma coragem, ladrão.
Alheio a isso, um legionário recita uma lista.
– Você tem que contar a eles! Nós não estamos com você! É um engano!
– Ulfric Stormcloak, Jarl de Windhelm. Ralor de Riverwood. Lokir de Rorikstead.
Antes que qualquer um seja capaz de impedir ele começa a correr.Lokir
– Não! Não sou rebelde! Você não pode fazer isso!
– Alto!
– Vocês não vão me matar!
Antes que o homem consiga chegar ao portão uma flecha perfura sua garganta. Ele cai afogando-se no próprio sangue.
– Arqueiros!
– Alguém mais quer correr? Bom, continue.
– Espere. Eles não estão na lista. Quem são vocês?