E Então?
Takanagi
Fale com minha mão!
Disse o novo aluno.
Salazar o encarou com expressão de incredulidade.
Salazar
...
Ele era o tipo sério, protocolar. A reação do falcão o deixou sem ação. Virou os olhos, demonstrando todo o desprezo que podia, deu de ombros e virou-se, decidido a ignorar aquilo tudo. Mas, quando partiu em direção aos alunos de seu grêmio, viu Alynor parado no meio do corredor, de costas, punhos fechados e movendo-se inconscientemente, como se esmagassem algo. Ao se aproximar, viu pelo perfil que seu queixo movia-se mesmo com a boca fechada, num sinal claro de quem comia suas palavras.
Remoía alguma coisa em seus pensamentos.
Alynor
(Votação idiota... Os errados foram eles por ficarem para trás, dividindo o grupo... Nina não ia deixar para lá, iria atender o grito de socorro...)
Alynor revivia a cena a que a piveta se referira, convencendo-se de que estava certo. Então virou-se para trás, em direção à pestinha agitadora e ao verme tamuraniano, para despejar sobre eles sua constatação.
Falou, queixo erguido de superioridade.
Alynor
Dragões não seguem regras. Dragões fazem as regras. Os demais as seguem, ou ficam pra trás.
Tomado que estava de fel por aqueles dois insetos insolentes, nem mesmo notou o que havia a seu lado até que a mão de Salazar parou em seu peito, segurando-o com firmeza, impedindo que cogitasse avançar em direção a eles e esmagá-los.
Salazar
Agora, na frente de todos só vai piorar tudo.
Conversemos isto em particular com os nossos.
O gosto amargo de sua ira tomou por completo sua boca e Alynor o encarou como se fosse um inimigo.
Afastou sua mão dele com um tabefe.
Alynor
Tire a mão de mim.
"...arrogante desprezível!"
Era o que seus olhos diziam. Salazar, que já esperava uma reação negativa, completou sua fala.
Salazar
Fique a vontade para cavar a própria cova.
Alynor
Dragões voam, Salazar. Dragões voam.
Foi a resposta do irritado garoto, mas o intento de Salazar foi alcançado. Alynor virou-se e rumou em direção aos alunos de seu grêmio, deixando a briga para trás. O ruivo o viu se afastar e ficou pensando no que dissera. Certamente, dragões voavam, mas para ele que já vira muitos caírem sob as garras de um inimigo muito maior, aquilo significava muito menos poder do que Alynor imaginava que eles tinham. Muito menos que ele mesmo gostaria de ter.
Ou que precisava.
Mas outra pessoa também observava Alynor, comodamente sentando sobre uma carteira que não era sua, ao lado dos seus companheiros, Tithus e Angélica. Quando o esquentado zakharoviano passou por ele, no que lhe parecia ser claramente uma capitulação ao enfrentamento, não pode perder a oportunidade de destilar seu veneno.
Zyrr
Quem diria que o grande líder dos Dragões só teria coragem pra encarar elfos mongolóides do Grêmio da Serpente, mas nunca uma halfling esquisita do Grêmio dos Falcões...
Sem nem mesmo parar, Alynor apenas inclinou a cabeça e respondeu..
Alynor
... Zyrr... você não sabe de nada.
No entanto, mesmo com o canto do olho, não pode deixar de notar que...
Angélica
Angélica sorria. Quase ria. Mas de quem? Estaria rindo de Zyrr, pela resposta que ele lhe dera.
Ou ria dele próprio, Alynor?!?
Percepção +7 (CD 20). Total 25. Sucesso.
Intuição +7 (CD 20). Total 15. Falha.
Quando Salazar já chegava para juntar-se à "revoada" formada pelos alunos todos de seu grêmio, Alynor não pode deixar de ouvir a malditinha de novo. Não, ela falava alto o suficiente para garantir que fosse ouvida.
Sempre!
A infeliz!!!
Aluna
E essa, Takanagi, é a diferença entre os Dragões e as Serpentes. As Serpentes, muitas podem ser venenosas e espreitá-lo, mas o fazem de forma sincera, eu diria.
Já os Dragões, quando um não presta, ele torce suas preciosas regras, joga-as fora, escolhe outras. No fundo, faz o quer, mas tenta disfarçar, mente com as regras.
Takanagi
Hum... Entendo, mestra.
A garota saltou do ombro de Takanagi, pousando suavemente sobre sua carteira e concluiu.
Aluna
E as Serpentes sozinhas é que têm fama de falsas e traiçoeiras; não é irônico? Mas, no fundo todos sabem quem são os vilões em uma história, seja ela conto ou real.
Você só tem que revelá-los.
Rufus, que ainda estava por ali, vendo o que acontecia, pareceu se dar por satisfeito. Saiu em direção aos seus amigos, contornando a carteira da menina. Ela apenas o observou passar, ao que parecia já bastante satisfeita com tudo que dissera. Deu novamente um pulinho, tomando seu lugar no assento. Ao fazer isso, Alynor e Salazar não mais a puderam ver, exceto por suas antenas.
Ppequena que era, sumiu completamente atrás do carteira.
Haveria então um pouco de paz, por ali? Talvez para os outros, mas certamente não na cabeça e no coração de Alynor. Isso não.
Enquanto Isso
Nina tentava acalmar sua amiga, Dafne.
Nina
Dafne... Olha, deixa ela estragar seu dia não... Ela só tá falando isso pra irritar os outros, não faz o jogo dela... Deixa ela de lado, ignora ela, e tenta focar na aula...
A necromante concordou, mas não tinha cara de que isso fazia tanta diferença.
Dafne
É. É o que parece...
Povinho abusado. ¬¬
Nário
Vencer uma discussão com um idiota te faz tão idiota quanto ele. Por isso que eu digo:
"Quando discutir com um idiota, perca!"
Nina ouviu alguém falar do nada. Ao se virar, viu que era o livro de aula de Abigail e lembrou que ela havia encontrado um dos "livros especiais", conforme o professor os chamara.
A clériga de Marah parou para refletir sobre o que ele dissera, mas Dafne foi mais direta e perguntou de uma vez, impaciente.
Dafne
E qual a vantagem de perder para um idiota?
Não seria melhor não discutir?
Nário
Isso também serve. Eu diria que é a segunda melhor opção depois da primeira.
Assim
disse o Nário.
"Hã?!?" Pensou Nina. Pensamento semelhante aos de seus amigos.
Abigail
Gente, não liguem pro Nário. Ele não é muito... Hããã... "Perspicaz", sabem?
Os leões tentaram entender o que Abigail queria gentilmente dizer.
Seu livro mágico também.
Nário
Ahá! Captei a vossa mensagem, mestra. Você quer educadamente evitar de constranger seus amigos dizendo que eu sou burro.
Hahaha, mas eu sou um burro muito esperto, você não tem como me enganar!
Tsc, soul foda!
Abigail
Ai, Nário....
Algumas risadas foram ouvidas e, com aquilo e mais um pouco de conversa, Nina notou que os ânimos dos Leões começou a se tornar mais leve. Dafne foi se tranquilizando e até Matt, que até então estava sisudo e preocupado, pareceu descontrair um pouco. A única que ainda parecia abalada, entre os que estavam por ali, era Crystal.
Será que seria legal falar com ela depois, com mais calma? Pensou Nina.
Crystal
...
De qualquer forma, ela puxou novamente o assunto da aula em Kalag à tarde, com a professora Lorelinena. Eles ouviram, parecendo entender, mas nada disseram. A conversa teve um momento de distração, no entanto, quando os Leões ouviram que a menina encrenqueira falava de Nina. Ao que parecia, houvera um incidente na biblioteca e Nina descumprira uma decisão do grupo por votação, mas ao que a garotinha dava a entender tinha sido o membro dos Dragões que causara tudo.
Um deles quis saber mais sobre aquilo.
Matt
O que foi que aconteceu lá, exatamente?
Quis saber Matt, com isso também chamando mais atenção dos outros para o fato, mas de qualquer forma não houve mais tempo para falar do assunto.
Agora era hora para outra coisa.
O que quer que poste em sua resposta, não há tempo para falar mais do que uma frase curtíssima em resposta a Matt (veja a última parte deste post para saber o porquê). Mesmo que você diga algo, considere que os alunos já estão todos dispersando.
Nota: Rúbio, Rufus e Nícolas não estavam no bolo nesta conversa.
Reunião de Dragões
Assim que Alynor e Salazar se reuniram com o grupo maior, Penélope e Nemos, que até então estavam afastados deles, também se aproximaram, ambos a tempo de ouvir Alynor perguntar...
Alynor
Alguém sabe quem é aquela baixinha escrota? Urgh. Não esperava que Nagi fosse tão fanfarrão... aliás, que coisa estranha: como um sacerdote de um deus ordeiro como Tauron está num grêmio de loucos varridos?
O jovem olhou em volta, procurando nos rostos de seus companheiros por alguém que esboçasse algum conhecimento, mas o que viu foi algo bem diferente.
Silêncio.
E olhares inquisidores. Sobretudo, avaliadores.
Salazar, que não havia notado nada e a quem tudo parecia perfeitamente normal, foi quem respondeu sua pergunta, mas o cérebro de Alynor, absorto que estava com o que via, não captou uma só palavra do que importava.
Salazar
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Testes de Intuição +7 (CD 20). Grizzel 23, sucesso. Lefiel 9, falha. Mwana 23, sucesso. Nazira 26, sucesso. Nemos 13, sucesso. Penélope 25, sucesso.
Vontade (CD 15) para determinar sua reação ao choque. 1 natural. Falha feia! Falha rude!
Teste de Intuição de Salazar +2 (CD 20). Total 14, falha.
Enquanto o elfo (Alynor não lembrava mais nem que Salazar era humano) falava, Alynor ia instintivamente vasculhando os olhares e rostos de seus companheiros...
...Nos olhos de Grizzel, havia desaprovação.
...Nos de Mwanahawa, também.
...Não era diferente com Nazira, embora ela parecesse realmente pouco incomodada.
...Penélope era a única que parecia tão simpática a ele como no dia anterior, nenhuma diferença, tudo perfeito.
...Já Lefiel e Nemos, Alynor não conseguiu ler. O elfo, ele sabia, não era fácil de entender, enquanto o elfo do mar tinha sempre uma expressão impassível e fria, como o sangue das criaturas que habitam os mares.
Por fim, o jovem foi então tirado de seu transe por uma pergunta que o ruivo fez ao concluir sua fala, que não durou mais do que uns dez segundos.
Salazar
De qualquer forma, o que era aquilo que eles diziam?
Os outros pareceram se interessar também.
Dragões
Também quero saber.
.........Idem.
.......................... Humpf!
.......................... Parece pertinente, mas lembrem o que lhes disse sobre ela.
Ressaltaram Nazira, Nemos e Mwanahawa. No entanto, não houve tempo para mais respostas. A hora de conversar acabara e Alynor foi deixado com suas muitas dúvidas para mais tarde.
Pois era hora de estudar!
Caso responda a essa última pergunta, leve em conta que os alunos já vão estar dispersando, independente do que diga.
Nota: todos os alunos do grêmio estavam nessa conversa.
Hora da Aula
Com sua presença imediatamente se sobrepondo a qualquer coisa que ainda acontecesse no ambiente, Talude, o Mestre Máximo da Magia, surgiu através da porta mágica que ele mesmo criara. Todos pararam, instintivamente, ao ouvi-lo falar.
Talude
Bom dia, meus alunos.
Cumprimentou, olhando em volta. Com um aceno, foi logo instruindo...
Talude
Aos seus lugares, por bondade. Temos mais uma aula para aprender e...
Espero que não sejamos interrompidos por monstros esta manhã, rsss, rsss.
Disse, bem humorado. Os alunos imediatamente se puseram a buscar seus lugares, alguns muito apressados, outros com cuidado para não se atropelarem devido ao aglomero em alguns locais da sala. Talude avançou tranquilo, seu tabuleiro de xadrez embaixo do braço. Tinha um ar impassível e um sorriso que inspirava todos os sentimentos mais altivos que se pode sentir por um mestre. No caminho, parou apenas por um breve segundo, já nas primeiras carteiras.
Cumprimentou os novos alunos. Seguiu em frente.
Zyrr passou por ele e seguiu para sua carteira. No lugar ao lado do seu, viu um livro depositado, mas... Laura não estava ali. Não, mais adiante e rumava para outra carteira, seu próprio livro embaixo do braço, viu o elfo sombrio enquanto sentava. Então ela própria sentou-se na fila do meio, segunda fileira de carteiras, em dos lugares que ficara desocupado no dia anterior.
Zyrr ficou intrigado!
Zyrr
(O que ela está fazendo?)
A viu dar uma olhadinha discreta para trás, bem no momento em que Talude chegava à sua mesa e começava a ajeitar seu tabuleiro de xadrez.
Laura
Ela sorria...
Está Chegando
Au!
...E então, vindo do fundo da sala, alguém sentou ao seu lado.
Zyrr
???
Aluno
Olá?