Escolinha do Professor Talude (Aula de Magia)

[RoenMidnight]

Fisgado. Esta era a palavra perfeita para definir como Salazar se sentia quando Nazira o chamara para ir até o fim da sala.

Começava a pensar que talvez estivesse de frente a uma mulher que era uma em um milhão e não pensou duas vezes quando ela sugeriu que abandonasse o seu lugar.

Pegou a mão que lhe era oferecida e seguiu lado-a-lado com ela no fundo da sala, até a mesa com os objetos estranhos.

Nazira


Você ia dizer que lhe devo algo?

Que coisas estranhas, essas. Não acha?

Olhou para a moça e viu que ela sorria. Devolveu o sorriso dela.

Salazar


De fato, você me deixou curioso quando me abordou lá fora... o que você desejava?

Sim, são muito estranhas. Parecem olhos, será que os professores ou até mesmo o Raschid não utilizam destas coisas para nos observar quando não estamos aqui?

Brincou Salazar quando falava daqueles objetos, mas de fato tentou buscar de suas lembranças para que serviam aqueles objetos.

Vou rolar um Conhecimento Arcano aqui para saber, o que são estes objetos.

[Khrjstjano]

Postagem Rápida – Salazar

Nazira

Você ia dizer que lhe devo algo?

Que coisas estranhas, essas. Não acha?

Salazar

De fato, você me deixou curioso quando me abordou lá fora... o que você desejava?

Sim, são muito estranhas. Parecem olhos, será que os professores ou até mesmo o Raschid não utilizam destas coisas para nos observar quando não estamos aqui?

Nazira o olhou com certo desdém.

Nazira

Você não entendeu mesmo? Pff...

Despistar chatos de outros grêmios.

Salazar já passara a especular sobre o estranho objeto quando ouviu aquilo. Estava de costas para ela. E se nada entendera antes, agora Salazar percebeu duas coisas. Que a mulher ironizou uma fraqueza sua, uma falha, e que estava ciente sobre ele. Sentiu certa pressão para identificar o que o objeto fazia; sentia que seu orgulho estava em jogo.

Não conseguiu saber muito, mas encontrou um pequeno buraco na parte de trás e estava convencido de que era mesmo um objeto divinatório.

Rolagem foi lá no e-mail. Ruim, né? Sorte que o bônus é alto.

Nazira

Realmente, só poderia ser. Agora vejamos...

A mulher virou o objeto em uma direção que a Salazar pareceu aleatória. Pensou um pouco e fez um gesto arcano, tirando de entre os olhos fechados um fio de luz púrpura extremamente tênue, só perceptível àquela distância. Segurava o objeto com uma mão e tocou-o com a outra, conduzindo o filete até lá. A coisa emitiu um som abafado.

"Vuóp".

Nazira

E não é que era assim mesmo!

Então abaixou-se e espiou pelo orifício atrás do globo ocular. Sentiu o frio do metal em seu rosto quando o tocou.

Nazira

Ora, vejam, que interessante... Hum... Hum...

Minha nossa, o que elas estão fazendo ali, aquelas fadas safadas!

Não permitiu que Salazar a atrapalhasse enquanto usava o aparelho. Ele olhava em volta, ainda pensando no desdém de Nazira, e viu que muitos os observavam. Depois de um tempo, ela deu-se por satisfeita.

Virou-se para Salazar.

Nazira

Será que você entenderá como usá-lo?

Desafio.

Salazar foi intimado a rolar Usar Item Mágico. Ele viu ela fazer, então se explicar o que ela fez, ganha bônus de +2, +4 ou +8, de acordo com o detalhamento (são 3 detalhes, que você pode notar se prestou atenção nela desde o começo da história).

[RoenMidnight]

De fato, não estava em sua melhor forma. Talvez tivesse deixado se levar pelo o encanto da moça ou talvez ainda tivesse cansado e não tinha pego de primeira o teor da conversa.

Suspirou com o desdém da moça e aquilo o fez franzir o senho demonstrando obvia irritação.
Prestou a atenção enquanto ela manipulava o objeto, notou que alguns outros enxeridos começavam a observa-los. Se era foco das atenções, então arrumaria uma forma de transformar aquilo em uma apresentação digna.

Nazira

Será que você entenderá como usá-lo?

Desafio? Sorriu malignamente com aquilo. Era assim então? Com o orgulho em jogo rebateu:

Salazar

Não brinque comigo.

Pensou um pouco olhando para o objeto e de rabo de olho olhou para a mulher que o observava com desdém.

Imaginava que o funcionamento do objeto estivesse ligado a escola de Adivinhação, isto exigia que canalizasse um tipo específico de energia.
Talvez o local que ela e o tal do Lazaro escolheram na sala tivesse ligado a aquilo e tentou definir um paralelo com a posição que ela mesmo havia colocado o objeto.
E por fim

Se concentrou por um momento, tinha que encontrar a posição correta para o lado que deseja olhar e virou na mesma direção que Nazira havia virado. Fez um gesto semelhante, um pouco diferente apenas daquele que a mulher havia feito, tirou um fio de luz que parecia incolor. Enquanto tocava o objeto, conduziu o filete até lá esperando o mesmo som.

E se abaixou para observar pelo o orifício atrás do globo ocular.

Rolando via E-mail

[LordVrikolaka]

Nina ficou no miolo enquanto todos começaram a ir rapidamente, interessados em sentarem-se em várias mesas diferentes, e ficou um pouco perdida, se mantendo atrás da cadeira bloqueada. Esperando pela Dafne, era a única pessoa que conhecia mesmo. Ela parecia incomodada, batendo ritmicamente o pé ali, com tanta gente ali que poderiam chamar atenção ali.

Mas daí, é claro, veio aquele cara chamando sua atenção, que veio ao seu lado.

Licença. O dia está claro hoje, não é.

Quando ele puxou assunto por um instante, ela pensou em responder, mandando um sem graça:

A-ahm...

Mas ele se afastou logo em seguida, parecendo um tanto ansioso. Parecia que ansiedade era o tema daquela sala, já que muita gente estava assim. Ou contrariada, como aquela garotinha com o cachorro. Aliás, porque estavam deixando animais ali? Quer dizer, não era como se o cachorro fosse causar muito problema. Mas... pelo menos, ele não tentou jogar uma cantada nela (tipo aquela cantada que ela odiava do fundo da alma, a "Machucou quando caiu do céu?"; aquilo deixava-a extremamente incomodada...), especialmente porque ele veio sair de perto dela logo em seguida.

Mas finalmente ela viu Dafne entrar, e seguiu até lá. Ela... ficava meio incomodada, ela era meio sinistra demais pro seu gosto, e ela tinha cara que podia realmente pegar um solzinho (mas também, podia ser uma serva de Tenebra, e isso iria ofender ela bastante, então nevermind...). Ela esperou que fosse ser enxotada, na real. As duas eram bem diferentes, uma toda delicadinha e angelical, a outra sinistra e sombria, mas era exatamente como se lembrava dela.

Ah, é você. A queridinha do professor lich.

Senta aí, você é legal. Deve ser a mais educada da sala.

Nina sorriu sem graça, e se sentou do lado dela, agradecendo.

...Obrigada... E... obrigada pelo elogio...

Disse tímida, corando um pouco de vergonha. Que droga, Nina. Para de corar, foi só um elogio bobo... O fato que ela, de todos os alunos, era uma queridinha do LICH da escola era algo absurdo de se pensar. Acho que foi porque ela mostrou mais coragem que todo mundo da sala pra fazer algo. E sincera? Se todos os mortos-vivos fossem que nem ele, ela não teria tantos problemas. Só... realmente, ele precisava dar um jeito naquele cheiro de carne podre dele...Mas logo Dafne voltou a falar.

Você deve ser a única que usa isso o tempo todo, sabia? Além do mais, essa é a semana dos novatos e das mudanças...

A tentativa de iniciar um assunto foi... estranha, mas até que bem vinda. Ela tentou responder, mas pareceu que ela só quis deixar morrer.

A-ahm... É que eu acho bonito, só...

Disse, sem graça, mas logo elas duas ficaram em silêncio. Imitando a moça ao seu lado, pegou seus livros e ajeitou o símbolo sagrado no peito, que tilintou por um instante. Mas... as poções chamaram a atenção. Ela ficou um pouco tímida de perguntar porque das poções, mas logo ela falou da tinta.

Esqueci a tinta para escrever...

Que infortúnio!

Ela sorriu e pegou o tinteiro dela, e colocando na mesa entre as duas.

A-ahm... podemos dividir o meu, se quiser.

Pena que não trouxe outro tinteiro, emprestaria sem problema algum pra ela. Foi então que notou a moça de cabelos loiros, que veio falar com aquele cara que parecia que ia tentar cantar ela. Parecia... que ele namorava com aquela tal Angélica, o que era bom, ela escapou de ter sido cantada... E... bom, aquela Angélica bem que devia ouvir dessas dele o tempo inteiro, graças ao nome...

[Khrjstjano]

Postagem Rápida – Salazar

Salazar havia sido ferido em seu ego; não gostou do que ouviu. Mas aceitou o desafio e pensou...

• Imaginava que o funcionamento do objeto estivesse ligado a escola de Adivinhação, isto exigia que canalizasse um tipo específico de energia.

Estava no caminho certo.

Nazira o observava, às suas costas.

Nazira

E então?

"Não me apresse, mulher infeliz!" É algo que poderia ter dito. Mas não o fez.

Nazira o observou olhando para o centro da sala. "O que estaria olhando lá?" Então apontou o objeto para o mesmo lugar que ela e pareceu ter um estalo. Nazira também intuiu algo. Sorriu, irônica. "Nimb... Tsc."

Salazar imitou-a novamente, arrancando da memória o poder ali armazenado. Uma magia preparada e pronta para ser lançada. Não uma magia qualquer, mas uma divinatória. E usou o poder mágico para tentar acionar o objeto.

Movimentos precisos.

Rolou meio baixo no e-mail, mas tem bônus bom? 7 + 13: 20. Perdeu 2 pontos do bônus que receberia por ter precisado da dica do professor Talude no outro tópico, mas ainda assim de 8 sobraram 6, por entender o que ela fez. CD 25 para ativar item mágico. Resultado 20 + 6 = 26. Sucesso!

"Vup."

Salazar

Ah!

Suspirou de alegria. Se pôs a olhar pelo objeto. Tudo ficou escuro, não via mais nada. Ouviu um sussurrar bem próximo ao ouvido. Sentiu algo molhar sua orelha. Quente.

Nazira

Parabéns. – Voz sedosa. – Vou lhe ajudar nessa. – Úmido. – A direção, só, não importa. Pense no que quer ver.

A voz e o calor se afastaram. Ficou a sensação de umidade. E a escuridão.

Diga o que quer ver.

[Khrjstjano]

Postagem Rápida – Nina

Esqueci a tinta para escrever...

Que infortúnio!

Reclamou, Dafne. Nina respondeu.

Nina

A-ahm... podemos dividir o meu, se quiser.

A necromante fez uma expressão estranha, franzindo e tremelicando a testa e os lábios. Nina a observou assustada, mas de alguma forma entendeu que aquilo era ela tentando sorrir. Não conseguia.

O-obrigado... Vai ser bom ter você por aqui.

Parecia sincera. Era sinistra, mas realmente boa pessoa, como Nina se lembrava.

Mas então.

Mas ao que parece o professor vai demorar. Vou dormir um pouco. Estou morta da night.

E dizendo isso, se ajeitou sobre a carteira, cobrindo o rosto completamente com o capuz. Em segundo já estava respirando pesado, adormecida.

Agora fazia sentido!

Nina

(Ela está assim porque passou a noite na... Gandaia!)

E vocês achando que ela era dark porque era das trevas? Tava era na farra!

[LordVrikolaka]

Nina pareceu bastante confusa com o que aconteceu logo em seguida. Ela ficou até um pouco assustada com a reação dela. Foi... uma coisa tão normal... Tão... simples... Era tipo, questão de educação emprestar as coisas pros outros. Isso significava que essa moça, Dafne, não andava com as melhores pessoas do mundo, sinceramente. E por trás daquela casca de má, tinha uma pessoa gentil ali dentro.

O-obrigado... Vai ser bom ter você por aqui.

O agradecimento fez ela corar. É, ela era uma boa pessoa. Desviou os olhos e se ajeitou um pouco desconfortável. Que droga, Nina, para de agir feito idiota!! Ela suspirou sem graça, e ao ver o que disse logo em seguida, foi algo que a fez levantar as sobrancelhas.

Mas ao que parece o professor vai demorar. Vou dormir um pouco. Estou morta da night.

Aquilo não fez muito sentido. Ela tinha mesmo passado a noite acordada pra se divertir? ...Tá legal né, cada um cada um, e ela simplesmente disse antes dela dormir.

...Tá legal, eu te dou um toque quando chegar...

Bom, afinal de contas, quem era ela mesmo pra dar pitaco na vida dos outros? Não fazendo mal pra ninguém... Ela se ajeitou, e começou a olhar a sala, enquanto ajeitava as coisas da mesa dela, e olhava curiosa. Pegou um dos livros e folheou, olhando pro resto da sala. Bom, pelo menos ela não era bem a pessoa mais notável dali (apesar de ser estranho o contraste dela, super delicadinha do lado de uma moça super sombria...), então duvidava que iam ficar olhando muito pra ela, o que claro, faria com que ela ficasse super estressada...

[Khrjstjano]

Postagem Rápida – Salazar

O jogador disse o que queria ver em off, então lá vai: "o novo professor".

Salazar ouviu a voz da mulher instruindo-lhe e fez o que ela disse. Focalizou no novo professor de Grimórios. Então a escuridão se desfez.

E Salazar não estava mais totalmente ali. Um som mudo lhe preencheu os ouvidos; não podia ouvir nada. Mas viu uma sala. E pessoas de costas. Eram os professores. E Talude! Falavam com Elusa e Neevus, o professor de Invocação muito nervoso, tremendo, mas a mulher mascarada impassível.

Salazar teve chance de ler os lábios de Neevus (Percepção CD 20). Falhou. Foi no e-mail.

O reitor virou-se para os outros, gesticulando. Não dava para ouvir o que dizia, mas estava claro que ralhava a todos, contrariado, ao que estes respondiam no mesmo tom irritado. Todos gesticulavam muito e atrapalhavam a visão.

Tentou olhar mais além, para desvendar o que elas viam do outro lado.

Avançou.

...

E viu!

Havia um enorme buraco negro, girando, assombroso, no meio da sala.

Salazar

MAS O QUE?!?

O susto foi tamanho que largou o aparelho, indo para trás. O que diabos era aquilo?

Olhou em volta, muitos alunos já passeavam pela sala, nenhum lhe dava especial atenção. Procurou por Nazira. Ela estava de volta ao seu lugar. Olhava-o. Lefiel estava a seu lado. Ela acenou para ele. Tornaram a conversar.

Salazar notou que o elfo olhava para ele com interesse e uma expressão bem diferente da que costumava mostrar. Sério. Poderia dizer respeitoso.

Salazar está um tanto chocado. Já estava no gás antes, com penalidades sociais. Agora ele faz o que consegue. O jogador não tem controle disto.

Precisava de ar!

Saiu da sala e rumou para a primeira porta que encontrou que o levasse ao externo da Academia. Lá fora, respirou um pouco, recobrando a tranquilidade. Observou o sol. Pensou no que tinha visto. Em Nazira. Lefiel. O rapaz de cabelos verdes e a meio-elfa. E em um monte de coisas mais.

Salazar

Preciso relaxar.

Salazar fica de molho até se recuperar. Eu aviso quando der. Até lá ele fica por ali. Pode postar de boa, só não sair dali, por hora.

[Aldenor]

Algo mexeu na carteira. Alynor ergueu uma sobrancelha. O que seria?

Salazar

Prazer, Salazar. Ao seu dispor.

Disse seu colega de carteira. Mas Alynor logo chamou o gênio para o assunto que mais lhe interessava.

Alynor estava agitado. Ansioso. Talvez estivesse exagerando. Ora, sua professora lutaria contra outro professor, e daí? Não tinha porquê ficar tão incomodado. Seus dedos tamborilavam impacientes e sua perna esquerda balançava na cadeira com ardor.

O gênio falou com ele.

Raschid

Estão. Mas não tem nada que você possa fazer, relaxe o pelo.

Alynor suspirou pesado, fechando os punhos.

Raschid

Você é chegado dela, não é? Eu me preocuparia com Nereus, não com ela. Aquela mulher é um diabo quando está puta!

De qualquer forma, Elusa e Neevus os levaram a um lugar fora deste mundo. Magia nova. A "cara escondida" está sempre com algum novo truque. Muito útil aquele do dia e da noite...

Alynor tinha ameaçado a corar, com os olhos arregalados quando Raschid insinuou o que todos sabiam. Mas não conseguiu evitar de mostrar um meio sorriso. Ficou aliviado ao saber que as chances de vitória dela eram maiores. Pelo menos era o que ele havia interpretado da fala do zelador. Mas seu colega Salazar decidiu se meter.

Salazar

Eu não me preocuparia tanto com o Nereus, para ser sincero. Não existe força que não pode ser aplacada e controlada e Nereus é um mestre na contenção de magia, por mais que eu admire Drahomira e respeite o quão explosiva ela seja... bem... ela também tem suas limitações.

Alynor

É mesmo, cara? Que Interessante.

Disse Alynor rapidamente, com aspereza irônica na voz. Ele irritou-se por não conseguir deixar o comentário de Salazar solto. Ao respondê-lo, deu importância a ele. Felizmente, o rapaz ruivo passou a olhar para frente numa querela onde Alynor não cabia ou não se importava. Raschid passou a ignorá-lo, mas Alynor já havia feito isso primeiro.

Muitos assuntos, vozes misturavam-se criando uma onda massiva de falas incoerentes. Palavras soltas. Pessoas falavam muito. MUITO. Alynor suspirava e revirava os olhos para aquilo.

Alynor

Por Valkaria, como falam, meu caneco...

Comentou colocando as mãos atrás da cabeça e semicerrando os olhos. Era sua postura clássica. Alynor sempre era o caladão misterioso que não fazia amigos. Não se importava com isso.

Outro barulho na sua carteira. Alynor abriu apenas um olho, intrigado. Ouviu a voz de Salazar novamente e seu cenho se franziu automaticamente.

Salazar

Este Lefiel é um estorvo mesmo.

Se não consegue viver com suas próprias inseguranças, porque vive tentando apagar o brilho dos outros no lugar de fazer o seu próprio se acender?

Inesperado. Sua cara carrancuda deu lugar a de uma confusa, com uma sobrancelha erguida. Alynor endireitou-se na carteira e mirou-lhe de cima abaixo, vendo as roupas caras que vestia. Enquanto isso, Alynor notava como Lefiel antagonizava com uma menina loira na primeira fileira.

Alynor

É... Lefiel é insuportável. Mas é um dos melhores do Dragão.

"Defendendo Lefiel? Que merda estou fazendo?" pensou e franziu o cenho de novo, frustrado com sua fala. Tentou corrigir.

Alynor

Digo, ele é um arrogante, metido e ambicioso. Por isso que é o "bonzão" do Dragão.

"Merda! Agora parece que eu valorizo essas qualidades de merda." Pensou irritadíssimo. Seus olhos eram pura raiva.

Alynor

Er... não que eu seja assim, não tenho ambição nenhuma. Só quero me formar e...

Alynor desfranziu a cara. Ficou com um semblante apático.
"Foda-se essa merda. Agora ele provavelmente pensa que sou um inútil ignorante. Ótimo... bom, foda-se." pensou e voltou a recostar na cadeira com as mãos atrás da cabeça. Inclinado, Alynor mirava o teto.

As vozes continuavam. Alynor conseguiu pescar algo. A moça de óculos na primeira fileira, no canto direito, era casada. Espera. Casada? Tão jovem? E parecia ser nativa de um lugar estranho chamado Triumphus. Ele conhecia alguma lenda de lá. Alguma maldição. Ou seria uma bênção? Ele não lembrava. Mas entediou-se. Seus olhos voltaram para Lefiel e ele o via conversar com a mulher de turbante. Seu nome era muito exótico. Provavelmente do Deserto da Perdição, onde havia mais clérigos de Azgher. Mas eles não deviam cobrir seus olhos? Alynor perdeu o interesse com a dúvida.

Outra vez um barulho estranho. Alynor olhou para sua espada escorada pela mochila e a carteira.

Dankovich

Seria sábio da sua parte fazer amigos, aliados. Não ouviu o que sua amiga louca disse?

Alynor suspirou pesadamente, mas conformado. Estava demorando. Pelo menos a espada falara bem baixo (abafado pela bainha), de modo que aparentemente Salazar não a ouvira. O rapaz de cabelos ruivos inclinava-se para frente para falar com Nazira. Alynor aproveitou o momento para puxar a arma para perto de si, colocando-a sobre o colo de maneira discreta. Dankovich ainda estava guardada em uma bainha bem simplória e sem adornos. Totalmente incoerente com a espada de finíssimo acabamento. Era uma espada élfica, a maldição de Dankovich que um dia fora anão.

Alynor

É mais fácil fazer inimigos aqui...

Alynor cochichou. Geralmente não dá bola para o que a espada disse, mas dessa vez ele realmente tinha tentado por em prática a ideia de fazer mais amigos. Mas não gostava do que ouvia. Lefiel estava na mesma sala e Salazar parecia ser mais um metido a besta que acha que sabe pra caralho da vida.

Dankovich

Por isso é importante formar aliados, Alynor. Enfrentar inimigos sozinho é sinal de tolice, uma imprudência boba. Mesmo assim, sabe que pode contar comigo, basta me tirar dessa bainha suja que você me carrega. Apesar de trabalho élfico, eu sou uma alma imponente, um anão valoroso e devia estar, pelo menos, numa bainha decente.

Alynor deu um meio sorriso com o comentário. Sentia-se mais apegado às chatices da espada.

Súbito, Salazar e Nazira levantaram-se e foram para os fundos. Alynor perdera a conversa.

Dankovich

Vá com eles. Dê uma chance às pessoas, Alynor!

Alynor

Shhhhhh...

Ele pôs o dedo sobre a boca e olhou para trás, tentando ser discreto...

Teste de Furtividade +10

Notou que estavam falando algo sobre um objeto. Não dava pra ver direito... estavam sobre ele. Alynor logo perdeu o interesse. Mas já que estava olhando pra trás, viu uma menina pequenininha com uma cara muito fofinha. Um sorriso rasgou forçosamente em seu rosto. Ora, quanta fofu...

Dankovich

Muito novinha para você, rapaz! Você é um homem feito! Pare de infantilidades...

Alynor deu um murro no cabo da espada por instinto e sentiu dor, fazendo uma careta desagradável, virando o rosto para o outro lado. Ouviu os colegas de seu lado direito falarem.

Rúbio

Rúbio, prazer. Não, eu não conheço nenhum gordão enorme com esse nome.

Penélope

Realmente, não teria mesmo porque ter algo a ver. Mas não entendi porque perguntou se eu sou charmosa. Você que tem que ver, ué.

Mas eu estou preocupada mesmo com meu colega, ele já era pra estar aqui.

Rúbio

Quem é o cara?

Penélope

Grizzel. Conhece? Um elfo cabeçudo e nervosão...

Rúbio

Pior que não...

Alynor quase bocejou. Decidiu colocar a espada novamente no canto, escorada na carteira e na mochila. Mas errou o cálculo e ela escorregou, caindo e saindo um pouco da bainha. O suficiente para...

Dankovich

Esse elfo Grizzel... ele é um rapaz fresco?

A arma quis imitar a voz de Alynor, diretamente para Penélope e Rúbio. Alynor arregalou os olhos olhando para os dois... as palavras pareciam ter saído de sua boca...

[RoenMidnight]

Respirar, era necessário apenas ar. Estar um pouco longe daquilo tudo... quando notou a porta já batia atrás de suas costas.

Escorou as costas contra a parede ao lado das portas com a cabeça baixa e se focou apenas em respirar e colocar sua mente no lugar. Pensou em tudo o que havia acabado de ocorrer e a quando se pôs a pensar a primeira coisa que viera a cabeça fora aquela imagem na sala dos professores.

Respirou.

Se focou na imagem mais um momento e procurou em meio a tudo aquilo que havia aprendido até então mas... era difícil. O que os alunos conversavam se misturavam com a imagem e logo em seguida o cheiro e a voz de Nazira tomavam conta de sua mente, voltando logo em seguida para aquela imagem...

Enfim, uma confusão completa. O dia mal tinha começado e já estava naquele estado, sorriu ao notar suas limitações e subitamente notou que segurava o colar que trazia no peito aquele tempo todo. Aquilo lhe fez engolir seco.

Levantou a cabeça e ficou observando o sol que adentrava pela a janela e iluminava o corredor por um tempo, como se procurasse apenas limpar a mente e aos poucos vir colocando cada coisa em seu lugar...

Algo parecia queimar em seu peito.