O clima de tensão passara. Ânimos se acalmavam e corações cessavam de palpitar. O meio-elfo marinho estava salvo, sua vida não corria mais risco. No entanto, levaria ainda uns bons dias para sair daquela cama improvisada com sacos de batata.
Shantass se esforçava para agradecer a todos que permitiram que Mahtan sobrevivesse. Pérola, com sua coragem imediata de se lançar em seu socorro. Ferannia e seus disparos certeiros. Todos os que ajudaram no socorro. Mas acima de tudo, ao competente cirurgião de bordo, sr. Loveboat.
Loveboat escreveu:
Que é isso, madame. Só fiz o que tinha que fazer.
Izzy escreveu:
Por favor homem, não precisa ser tão modesto. Abra uma garrafa de rum e comemore com os outros.
Enquanto isto levarei o barco para longe das carcaças e para perto do litoral. Smith, me traga o astrolábio.
Aproveitando o vento que soprava do sul para o norte, Izzy manobrou o navio de forma a se afastar do local do combate. O sangue e corpos dos animais mortos certamente atrairia mais visitas indesejadas. Talvez ainda mais desagradáveis do que alguns selakos...
No entanto, nem a alegria da vitória ou mesmo a urgência da retirada desviou a atenção de Shantass que precisava ser feito de naquele mesmo momento. Precisavam de Mahtan em pé e chutando. A travessia do Mar Negro seria difícil sem ele. A missão poderia ser completamente comprometida sem sua ajuda.
Com a simpatia de sempre, a Nagah interpelou seus companheiros que ainda observavam o mestiço marinho.
Shatass escreveu:
Sssera que me dão um minutinho a ssósss com Mathan? Há algo que posso fazer também por ele, agora que temos tempo para isto.
Ferannia foi rápida em responder.
Ferannia escreveu:
Deixem-nos a sós, a feiticeira sabe o que faz.
Vamos todos para o convés, temos que traçar nossas estratégias para os próximos desafios.
Shantass aguardou. Um momento breve se passou. Então logo todos haviam se retirado.
A feiticeira tocou o corpo do meio-elfo do mar de leve. Suas mãos gelaram! Estava frio como inverno em uma noite do mês de Luvitas.
A nagah friccionou as mãos uma contra a outra rápida e repetidamente. Sentiu o calor voltando quase que de imediato. Seguiu friccionando. Quando já estavam muito quentes, segurou o braço esquerdo de Mahtan com ambas as mãos, envolvendo-o na altura da axila.
Como as cobras, as nagah tem sangue frio. A temperatura de seu corpo varia grandemente com o ambiente. Para uma nagah, o simples friccionar de mãos garante um aumento de temperatura importante para manter-se vivas. Mas seres humanos não são assim, sua temperatura não varia sob condições normais. Dividir seu calor com Mahtan não lhe faria o mesmo bem que a uma Nagah normal.
Mas Mahtan não estavam em condições normais. Estava gelado como um morto. E Shantass não era uma Nagah normal. Shantass era uma feiticeira. E feitceiros possuem poder.
Algumas palavras arcanas. Um assopro leve para dentro das narinas do meio-elfo. E então o calor das mãos de Shantass começou a fluir através das veias no braço de Mahtan, indo se alojar direto em seu coração. Entre o local de seu braço esquerdo que Shantass pressionava e o coração havia apenas um palmo. Do braço o calor seguia para o coração. E do coração o calor se espalhava por todo seu corpo, carregado pelo sangue que saia através de suas artérias.
Então, combinando a mágica de sua espécie com o conhecimento do corpo masculino que adquirira ao longos dos anos, Shantass começou passou a tocar outras partes importantes do corpo do meio-elfo marinho. Um ritual carregado de misticismo e sensualidade, que se arrastou por longos minutos. Pouco a pouco, a energia da vida retornava ao corpo de Mahtan. E a olhos visto, suas feridas iam se fechando. Mais e mais. Mais e mais.
Até que...
Mahtan escreveu:
Obrigado...
...
Mahtan escreveu:
O que aconteceu?
Shantass apenas sorriu. E piscou.
Precisava terminar o que começara.
Mahtan escreveu:
Onde...
Onde está Shamyr?
Mahtan não pode deixar de achar aquilo bastante estranho.
Shantass lhe acariciando daquela forma... Ele se sentindo tão bem... Mas ela era metade cobra, aquilo poderia ter lhe parecido bizarro se ele estivesse vendo acontecer com outro...
Mas pelos deuses...
Como ela era bonita!
Apreciando aqueles lindos olhos, Mahtan até esqueceu do tinha em mente. Deitou novamente e tentou relaxar. Logo, logo voltou a dormir. Mas desta vez, bem mais tranquilamente.
...
A noite caiu por completo sobre o pesqueiro, que logo parou em definitivo. Já passava da hora de descansar.
Vigias foram destacados, sempre dois a dois. Mas nem foi necessário, pois nada mais os afligiu aquela noite. A primeira noite de lua em treva, escura como o breu, tranquila como um templo de Marah. Era como se Tenebra lhes quisesse mostrar que sabia ser muito mais acolhedora do que Azgher, que só lhes mandara desafios e sofrimentos naquele dia.
A deusa das trevas era assustadora, por muitas vezes. Mas ao mesmo tempo, era uma deusa mãe. Tenebra era a mãe dos anões. E como toda mãe, sabia ser uma grande protetora.
E quem sabe ela não tivesse mesmo algum tipo de interesse naquela missão?
Ocorreu aos aventureiros que talvez não fosse tão má ideia lhe dispensar algumas orações...
Ferannia escreveu:
Nunca se sabe quando os deuses podem estar nos vigiando...
Ferannia contemplava o céu estrelado...
Estaria ela correta sobre aquilo?
Preparem-se para a viagem. Observem suas fichas no tópico Menu de Jogo. Eu fiz umas fichas rápidas, no início do post com a ficha completa de cada personagem, contendo só as coisas mais básicas e seus itens consumíveis + habilidades e talentos acionáveis. Nelas, vocês podem conferir mais rapidamente coisas como seus PV ou PM atuais, número de usos de habilidades já utilizadas, Pontos de Ação, etc. Assim fica mais fácil de pensar no que fazer. Foquem nas estratégias para lidar com as sereias, e daa forma que quiserem. Qualquer ideia é válida e qualquer coisa pode ser tentada. Pensem bem no que sabem sobre elas, analisem sua própria situação, onde estão e o que há ao seu redor. Etc. Quando mestrei essa aventura presencialmente, os jogadores usaram de estratégias bem incomuns para lidar com o problema. Tentem algo inteligente, além do básico de combate.
Observações: considerem conversas durante as primeiras 2 ou 3 últimas do dia, antes de dormir, e na primeira hora da manhã seguinte. Estes momentos serão melhores para conversar livremente, se a interferência de outros eventos. Após este período, a viagem recomeça e do momento em que o barco se mexer, Mahtan deve estar de vigia no mar novamente. Dthanatus está com dificuldades para postar, então tentem não perguntar muito à Pérola. Considerem que ela não é de enrolação, vocês conversam, ela age. E assim que a viagem recomeçar, considerem que ela fica com Mahtan para evitar problemas como os do dia anterior. Kausnecro também não vai responder com frequência, então considerem que Elmac ainda e precisa de um tempo sozinho para pensar no que houve com os minotauros.
Isto deixa as decisões literalmente mais para Ferannia, com aconselhamento de Shantass. Mas se Kaus e D aparecerem para postar, podem participar livremente, é claro. Ainda, se precisarem falar com a tripulação, também fiquem à vontade para iniciar qualquer tipo de conversa. Meg está na gaiola coberta atrás da escada do porão. Izzy no leme o tempo todo. Mestre Smith no porão recuperando-se da torção no tornozelo. Mandril no alto do mastro. E William, Loveboat e Rupert realizando os trabalhos de bordo, como secar e jogar areia no convés, cuidar das velas, pescar e preparar o café e almoço, entre outras coisas.