Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

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Armageddon
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Armageddon » 17 Mar 2018, 15:58

Para o alívio (e até certa decepção de Kenlee) o casebre abandonado era de fato apenas isso. Um casebre de caçador abandonada. Aparentemente, não era usada já há alguns meses, o que o levou a especular se o proprietário não fosse uma das vítimas que encontraram um trágico final pelas chamas naquele recanto amaldiçoado das minas.

Petúnia também estava curiosa com o lugar, remexendo aqui e ali de forma semelhante a Kenlee. Era um casebre de um único cômodo, com uma cama velha de palha num canto, e um fogão de ferro no outro. Alguns potes de barro vazios e peles de pequenos animais estavam estendidas aqui e ali, deixadas para secar. A goblin fuçou no fogão até encontrar uma pederneira. Conseguiu acender a chama sem muita dificuldade. O movimento não passou despercebido por Kenlee.
Petúnia conseguiu um ótimo 2 em seu teste de Máquinas operando o fogãozinho. A pederneira pode ficar com você, se quiser.
Nick revirou a palha em busca de algum inseto ou perigo escondido, e vendo que estava tudo seguro, acenou para Gard. O bárbaro colocou Milena com cuidado sobre a palha, ajeitando com carinho os cabelos da menina entorno das orelhas de lobo, que se remexeram brevemente, arrancando um sorriso do grandalhão. A garota ainda dormia profundamente, mas parecia melhor de qualquer maneira.

- Pawrecï wnma ræpowzönæ...
- Você sabe que ninguém está entendo nada do que você diz, certo? - intimou Alyssa - E é melhor parar de mexer nela, pro seu próprio bem!
- Podd fik'har kal mah - respondeu Gard, ainda sorrindo, trazendo ambas as mãos diante do corpo em sinal de paz - Then nyo dhos kód Igos dew oun'ha.

Selene terminou sua própria busca e sentou-se em um canto, cobrindo as próprias pernas com o manto. Estava preocupada com Paola. Haviam chegado tão perto de conseguir resgatar a velha das mãos daquele druida e falharam. Talvez tivesse sido precipitada, mas não imaginou que alguém com um poder como aquele poderia estar em Folha Prata. Verdade seja dita, o mesmo se aplicava a Peritus. Ele quase havia derrotado o grupo inteiro sozinho.

Nick passou a mão pelos bolsos e tirou um tibar de um deles. Ajoelhou-se ao lado de Selene e apresentou a moeda, dizendo:

- Um tibar pelos seus pensamentos.
- Ah, desculpe, estava distante mesmo. E cansada também. O dia foi mais longo do que imaginei que seria.
- Não há motivo para pedir desculpas. Acho que agora podemos nos dar ao luxo de nos conhecermos melhor, certo? Já que você gentilmente desconversou ali nos túneis.
- Apesar de ainda não me sentir seguro, também gostaria de saber mais sobre as pessoas que estão andando agora comigo - reforçou Kenlee. Alyssa e Selene se olharam por um instante. Em poucos dias, o grupo havia crescido muito, e mesmo as duas haviam se conhecido graças a circunstâncias bastante peculiares.
- Certo, acho que podemos nos dar ao luxo de descansar e nos conhecer melhor agora antes de voltarmos ao assunto de Paola. Agir precipitadamente agora pode ser pior do que não agir.
Roleplay, moços. Fiquem a vontade para conversar um pouco entre vocês.

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asbel
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por asbel » 18 Mar 2018, 00:08

Um rosnado feroz correu pelo ambiente, mas antes que Alyssa pudesse se pôr em condição de combate, Gard colocou a mão na barriga.

— Thôw kuphömy. Ceràk noyz nw äsha un throssw dh khomē?

O bárbaro olhou para a lutadora e depois se virou observando o lugar. Ele gostaria de alguma ajuda para encontrar o que comer, mas já tinha se acostumado em não ser compreendido.

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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Keitarô » 20 Mar 2018, 10:34

Alyssa encostou-se num canto, suspirando. O corpo doía de um jeito estranho, cansado. Algo além dos músculos cobrava por energia, e não tinha necessariamente a ver com os ferimentos e luxações das inúmeras armas de Peritus.

O clima mais descontraído fazia seu corpo pesar e esfriar. Um leve sono começou a vencer o turbilhão de outras sensações, como um rio forçando a correnteza no meio de entulhos. Ainda se tratava de um simples fio de água, mas dali a algum tempo…

— Poderíamos mesmo comer — disse ela escondendo o susto ao ouvir o ronco da barriga de Gard. —, mas não parece haver suprimentos aqui. Talvez possamos ver algumas frutas ou algo assim, lá fora?

Alyssa era muito boa em conseguir as coisas na cidade. Um papo rápido sempre garantia o sustento e abrigo. Na floresta, no entanto, já percebera que se tornara dependente dos outros. Automaticamente buscou os olhos de Selene.

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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por João Paulo » 20 Mar 2018, 14:56

— O grandão ali e eu podemos dar uma volta pela região atrás de comida — Apesar de querer descansar, Nick não conseguia tirar a sensação de que estava em débito com o grupo — Na volta eu dou uma outra olhada na moça, ok?

Então Nick procurou alguma coisa na cabana que pudesse ser usado como recipiente para armazenar o que encontrassem no caminho e foi em direção a Gard.

— H, H, H — Disse sorrindo e puxando o grandalhão pelos braços — Vocês ficam de olho nos arredores e conversem com a senhorita goblin para descobrir o máximo de informações possíveis.

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Mago Dzilla
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Mago Dzilla » 21 Mar 2018, 00:34

Kenlee, que já se havia apresentado (pelo menos duas vezes, se bem lembrava) sentou-se a um canto, próximo à janela pela qual espiava de tempos em tempos, e sentiu a tensão dos últimos dias começando a voltar aos níveis a que estava mais habituado. DOIS minotauros tentaram escravizá-lo em pouco intervalo, afinal.

— Não sei se este é um lugar bom o bastante para ficarmos por muito tempo. Por hoje, ao menos, pode ser que nos baste. Pode ser... De todo modo, precisaremos estabelecer turnos de vigília. A fumaça deste fogo pode entregar nossa localização a alguma patrulha fortuita.

Estava cansado, e esgotado em magia também. Precisaria de um mínimo descanso, até para usar Detecção naquelas poções que encontrou e tentar descobrir o que eram e para que serviriam. Prová-las sem tal informação, obviamente, estava fora de questão.

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Matheus
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Matheus » 21 Mar 2018, 07:11

Petúnia colocou a pederneira dentro da mochila, com os outros pertences, e se sentou próxima ao fogo.

— Bem, quando estiverem mais descansados e quiserem conversar eu vou estar aqui. Já sei o nome do paladino e do... mago? — Disse Petúnia olhando para Kenlee — Mas não sei suas histórias e propósitos... Quanto aos outros, nem nome sei. Enfim... Eu posso pegar o primeiro turno de vigília, estou menos cansada que vocês e meus horários estão meio bagunçados por conta do tempo que passei nos túneis da mina, então posso ficar acordada por um tempo ainda.

Petúnia pegou o cajado que recolheu na sala da mina e começou a analisar para ver se tinha algum valor ou habilidade, além de ser um cajado bonito.

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Mago Dzilla
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Mago Dzilla » 21 Mar 2018, 17:52

Kenlee ouviu a pequena meio-goblin ("Pode isso, Arnalddus?" - pensou o mago, invocando o deus menor da Pesquisa) se voluntariar para o primeiro turno com os olhos fechados, tentando organizar os pensamentos. O parco calor do fogareiro, estar cercado de pessoas não-inamistosas para variar, quase passava por conforto. Logo sentiu que o corpo estava deitado, mas não recordava ter feito o movimento.

Tentou se levantar para pedir desculpas aos colegas. Não conseguiu.
Tentou abrir os olhos. Às retinas, tanto do olho natural quanto do artificial, só assomou mais escuridão.
Um vulto de olhos arroxeados, exudando malignidade, adejou ao redor dele. Kenlee estava sobre uma mesa, amarrado de tantas maneiras que sequer era capaz de enumerar. Cada possibilidade de movimento havia sido cerceada.

"— Onde reside sua bondade, Kenlee da Floresta Nevada?" - grunhe a voz rouca, trazendo ao campo de visão do rapaz dois instrumentos afiados e pontiagudos de aparência medonha — "Talvez eu a arranque de você no próximo procedimento, o que acha?"

A coisa girou os instrumentos e os aproximou da cabeça de Kenlee. O mundo ficou vermelho.

Kenlee ergueu-se num sobressalto, o grito de horror estrangulado na garganta pelo hábito de evitar chamar a atenção. Suor gelado descia-lhe pela testa, e por reflexo aproximou a mão direita para o limpar. Quando viu o braço artificial se aproximando do rosto, comandou-o de volta à posição em que estava, repugnado. Passou então a mão esquerda pela testa e massageou as têmporas o melhor que pôde, tentando aliviar a mente e a alma dos tormentos a que eram submetidos.

"— Lute ao meu lado, Valkaria!" - sussurrou o rapaz, num fiapo de voz. Olhou pela janela, era já noite alta e vários dos seus colegas de aventura dormiam com toda a paz que lhe era negada.

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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Tiagoriebir » 21 Mar 2018, 20:23

- Não há motivo para pedir desculpas. Acho que agora podemos nos dar ao luxo de nos conhecermos melhor, certo? Já que você gentilmente desconversou ali nos túneis.
— Me desculpe por isso também. A urgência me faz ficar um tanto ríspida às vezes.

A ladina levantou-se, testando as articulações dos joelhos. Dirigiu-se não só ao paladino que falava com ela, mas a todos.

— Me chamo Selene. Eu e Alyssa estamos há alguns dias fugindo destes malditos minotauros, que a estavam levando para se tornar escrava ou coisa pior. Durante nossa fuga fomos acolhidos por Paola, que vive em uma casinha como esta, no meio da floresta. No dia seguinte ao que nos ofereceu abrigo, Paola foi levada pelos minotauros e por um grupo de druidas de Folha-Prata. Incapazes de deixá-la à mercê dos bovinos, fomos em seu encalço. Inicialmente fui apenas coletar pistas, mas as coisas não ocorreram muito bem e fui teleportada para aquela mina onde nos encontramos.

Selene tomou fôlego por um instante.

— E vocês? Quem são e porque estavam nas minas?
— Poderíamos mesmo comer — disse ela escondendo o susto ao ouvir o ronco da barriga de Gard. —, mas não parece haver suprimentos aqui. Talvez possamos ver algumas frutas ou algo assim, lá fora?

Alyssa era muito boa em conseguir as coisas na cidade. Um papo rápido sempre garantia o sustento e abrigo. Na floresta, no entanto, já percebera que se tornara dependente dos outros. Automaticamente buscou os olhos de Selene.
— Aqui Alyssa, eu tenho um pouco de mel aqui — respondeu Selene, oferecendo seu pote à amiga. — Se mais alguém estiver com fome, podem pegar também. Não é exatamente alimento, mas vai ajudar até encontrarmos algo com mais sustância. — A própria ladina pegou uma porção para si mesma.
— O grandão ali e eu podemos dar uma volta pela região atrás de comida — Apesar de querer descansar, Nick não conseguia tirar a sensação de que estava em débito com o grupo — Na volta eu dou uma outra olhada na moça, ok?
— Acho que posso ajudar também, Nick — um sorriso cansado despertava do rosto de Selene, feliz por poder colaborar. — Sei uma ou outra coisa sobre montar armadilhas. Se trabalharmos juntos, creio que podemos fazer algo que possa capturar alguma coisa durante a noite.

Mais tarde, quando o grupo definia os turnos de guarda, a meio-goblin se pronunciou.
Eu posso pegar o primeiro turno de vigília, estou menos cansada que vocês e meus horários estão meio bagunçados por conta do tempo que passei nos túneis da mina, então posso ficar acordada por um tempo ainda.
— Não quero ofender Petúnia, mas acho que em sua condição — ela olhou para a barriga protuberante da goblinoide — Não seria melhor descansar? De toda forma, eu pego o primeiro turno de vigia junto com você, para podermos descansar pelo resto da noite depois.
Tentando usar a parte colorida da massa cinzenta.
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asbel
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por asbel » 21 Mar 2018, 21:54

Durante a madrugada, quando Kenlee gritou, Gard acordou com o susto. O bárbaro se sentou e olhou de lado, lembrando lentamente de onde estava e de como havia parado ali. Em seguida, olhou para o meio-golem cansado que se virava para voltar a dormir.

— Wysh. Pyrō dha bathatynïæ.

Depois se levantou e foi até a ladra e a goblin na vigília. Com um pouco de gestos, tentou se fazer entender.

— Wãun d'skhansä. Dhecha khë ēw khuydho dha khanbädda.

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Armageddon
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Re: Herança - Ato XVII - O Resgate de Paola

Mensagem por Armageddon » 21 Mar 2018, 23:01

Selene e Nick trabalharam nas armadilhas improvisadas ao redor do casebre, nada muito complexo, apenas o suficiente para não serem pegos completamente de surpresa. Enquanto isso, o restante do grupo dormia a sono alto. Mesmo após a troca de turnos, em que Gard assumiu por algumas horas, a noite transcorreu sem maiores incidentes.
Selene conseguiu um bom 4 no teste. Lembrando que estamos rolando contra dificuldade agora, e para ela esse é um teste mediano (dificuldade 9).

Estou usando valores um pouco mais modestos do que os indicados no Manual do Defensor. Ainda assim, Selene conseguiu com boa folga (H4+3 bônus de perícia +4 valor do dado = 11). Mesmo sem equipamento adequado, ela montou algumas armadilhas sonoras ao redor do casebre. Nick não tem as perícias adequadas, mas deu aquela força acompanhando a menina.
Os primeiros sinais da aurora surgiram entre os galhos altos da mata fechada quando a mão humana de Kenlee tocou o ombro de Gard. Os implantes doíam terrivelmente naquela manhã, sinal de que o tempo poderia mudar durante o dia. Porém, o que realmente despertou o mago foi a certeza de que não estavam de todo seguros ali.

- Se quiser descansar, pode deitar. Não vou mais conseguir dormir hoje.
- Podh dhecha kiēw d'skhansë inotah owrah.
- Diskaunse - tentou imitar Kenlee, procurando intuir o idioma bárbaro do companheiro. Gard sorriu ante a tentativa. Em algum momento precisariam se fazer entender. O bárbaro iria tentar ensinar a estranha pronúncia quando o aviso sonoro das armadilhas de Selene soou.

Tanto ela quanto Alyssa despertaram num salto, colocando-se ao lado de Kenlee e de Nick quase que imediatamente. Petúnia foi uma das últimas a despertar, sentindo-se terrivelmente enjoada e zonza logo pela manhã. Por último, Milena saiu da cama e cambaleou até o grupo maior. Todos estavam diante da porta, ouvindo.

- Mas que droga é essa? - perguntou uma voz vinda do outro lado da mata.

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