Kallyan de Callistia
““Isto não é um problema, só mais um degrau para que eu possa alcançar a grandeza!”
F0 (corte), H2, R3, A0, PdF0 (químico: ácido); 15 PVs, 30 PMs.
Kit: Membro da Academia Arcana (professor de magia)
Vantagens: Fada; Aparência Inofensiva; Magia Elemental; Magia Negra; Patrono (Academia Arcana).
Desvantagens: Código de Honra (Heróis, Redenção, Valkaria); Ponto Fraco; Vulnerabilidade (magia)
Perícias: Idiomas
História
A história de Kallyan começa com Kall e Lianna, dois jovens callistienses recém-casados que abandonaram sua terra natal para buscar uma vida melhor. O rapaz, nascido em uma família de pescadores (como tantos naquele reino), havia ouvido um clérigo viajante lhe dizer que “encontraria fortuna no leste”. O sacerdote era dedicado à Nimb, mas isso não impediu Kall de chamar sua esposa e seguirem para o oriente.
Sua jornada não foi completamente desprovida de percalços. Foram assaltados, Kall se meteu em brigas disparatadas e Lianna quase foi estuprada – sendo salva graças à intervenção de um paladino de Valkaria. Várias vezes pensaram em voltar, mas chegaram a um ponto em que simplesmente não tinham escolha exceto seguir em frente – simplesmente porque haviam perdido tudo o que tinham. No caminho se perderam e envolveram-se em um punhado de eventos que bem podem ser chamados de aventuras – nem todas intencionais.
As coisas melhoraram quando um velho aristocrata de roupas bufantes lhes indicou a direção de Wynlla. “Sigam pra lá e procurem o peixe de bigodes!”
O homem parecia louco, mas eles já estavam na pior, então aceitaram a sugestão. Chegaram ao reino e uma gênia seminua lhes ajudou a chegar a uma vila ribeirinha. Na vila havia um homem incomum, um tamuriano. E ele criava carpas. Lianna notou que eles pareciam ter bigodes.
Kall conseguiu um emprego com o homem – um refugiado recém-chegado de sua terra destruída pela Tormenta – e aprendeu tudo sobre a criação daqueles animais, exóticos no Reinado. O tempo passou e a situação do casal melhorou. Os problemas haviam ficado para trás. Haviam vencido com ambição, sorte... e um pouco de mágica.
NASCIMENTO
Mas havia um problema. Por mais que se amassem e se esforçassem, o casal não conseguia ter filhos – e nenhum clérigo ou mago era capaz de ajudar. Então Kall soube de uma pequena capela abandonada dentro de uma floresta próxima. Esta capela era dedicada a Wynna, mas estava dentro de uma área de magia caótica. Diziam que quem conseguisse chegar à capela obteria um desejo da Deusa. Kall decidiu tentar – e Lianna insistiu em ir com ele. Callistienses normalmente são supersticiosos e tendem a evitar problemas, mas a esta altura já ficou claro que aqueles dois não eram “normais”. Além disso, tiveram ajuda. Pois por coincidência o paladino que anos antes havia ajudado a salvar Lianna, Valyan, apareceu na região – e propôs-se acompanhar o casal.
A jornada teve sua cota de perigos. As agruras dos anos anteriores e o acesso fácil a itens mágicos deu ao casal de pescadores habilidades curiosamente refinadas – claro, Kall era naturalmente forte como um touro e Lianna possuía uma pontaria perfeita desde a infância, mas a experiência pesou e no final das contas conseguiram chegar à capela. Mas não encontraram a deusa. Ao invés disso ali estava um bebê, um recém-nascido, chorando sobre o altar. Lianna tomou a criança nos braços – e assim conseguiram seu filho, que Valyan sugeriu chamarem de Kallyan. Era uma alternativa ao fato dos dois quererem dar o mesmo nome do paladino ao menino. “Desta forma o rapaz terá nossos três nomes!”, ele disse e riu alto como era seu costume. A volta foi tão ou mais complicada do que a ida (desta vez tinham que carregar a criança), mas conseguiram voltar para casa. Valyan despediu-se (ele havia sido recompensado tendo obtido algumas plantas e partes de animais que poderia vender a magos e alquimistas – afinal de contas, um Paladino da Ambição ainda é um devoto da Ambição, mesmo paladino).
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Os anos se passaram. O casal esperava que o menino demonstrasse algum talento arcano incomum, mas a princípio nada aconteceu. Cinco anos depois daquela missão, Kall percebeu que já havia aprendido o suficiente. Comprou algumas carpas de seu mestre, conseguiu encontrar um meio (mágico) de transportá-las e eles retornaram para Callistia. Kall acreditava que poderia ganhar muito dinheiro vendendo aqueles peixes raros para os nobres de lá.
E, de fato, assim foi. Embora não tenham ficado ricos, o casal conseguiu uma vida boa e estável (embora com muito trabalho) criando carpas e oferecendo a preços altos no mercado para os mais endinheirados. Para sua surpresa conseguiram ter filhos, mas o primogênito continuou ocupando um lugar importante em seu coração. Assim o rapaz obteve três irmãos mais jovens.
Aos nove acompanhou o pai em uma viagem de negócios à Valkaria. Lá voltaram a encontrar Valyan, que aproveitou a oportunidade para explicar ao jovem sobre a doutrina da deusa. A partir desse dia o garoto tornou-se mais interessado e acabou por tornar-se um devoto da deusa, inclusive considerando o sacerdócio. A participação em um culto na cidade também despertou sua magia inerente quando fez alguns objetos na mesa de uma taverna dançarem ao som da música de uma barda.
Kall e Lianna sabiam que o menino era diferente e esperavam por algo assim. Previdentes, juntaram uma poupança e quando ele alcançou quatorze anos foi enviado para a Academia Arcana onde passou nos testes e conseguiu entrar. Como não podia pagar integralmente, Kallyan realizava pequenos serviços para a Academia.
VIDA ADULTA
Após se formar, Kallyan recebeu a proposta de lecionar na Academia, aproveitando sua experiência em aventuras prévias. Fiel às suas convicções religiosas, procurou um meio de continuar se aventurando e atualmente atua principalmente como agente da Academia. Experimentar-se em campo, enfrentando grandes desafios, é para ele a melhor forma de um mago crescer e aprimorar suas habilidades. Agora, mais velho, acumulou uma boa bagagem em termos de experiência, mas sente que ainda há muito para crescer.