Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

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Matheus
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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Matheus » 04 Jun 2018, 18:24

- Só se for com a benção e autorização de nosso digníssimo interventor! Inclusive, se permitir, está convidado para ser o padrinho desse pequeno aqui! - Disse a grávida, repassando o olhar para Titus.

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Armageddon
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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Armageddon » 11 Jun 2018, 16:23

- Fico muito grato pelo convite - respondeu Titus com um sorriso no rosto bovino - Tanto que já quero dar o meu presente. Novas acomodações para ambos! Por favor, acompanhem os meus homens. Eles irão lhes mostrar tudo por aqui.

Os minotauros se levantaram da mesa, agora muito sérios, e se colocaram no entorno entre Petúnia e Enrico, guiando o casal para o lado de fora. Lá, encontraram mais pessoas consideradas pelos tapistanos suspeitas, guiadas mesmo que à contragosto até um grande cercado que os próprios moradores estavam construindo sob as ordens dos minotauros, usando da madeira das árvores próximas.

- Que está pasando acá, senior? - perguntou Enrico, mantendo as mãos de Petúnia entre as suas.
- Foram ordens de Titus - explicou o minotauro que os guiava até o lugar.
- Ele vai prender todo mundo? - perguntou Petúnia, preocupada.
- Quase todo mundo. Todos os estrangeiros, as pessoas das redondezas e até mesmo um membro de cada família dos moradores daqui. Além de todo e qualquer cidadão do Império que não tenha uma boa justificativa de onde estava ontem por ocasião da passagem dos assassinos por Folha Prata serão mantidas em cárcere até segunda ordem.
- Pero cuál es la justificación para eso? - perguntou Enrico, apesar de já ter intuído onde aquilo chegaria.
- É bastante simples - falou o outro guia, diante dos portões da prisão improvisada - É uma Gaiola Tapistana.

O casal foi meio guiado, meio empurrado para o lado de dentro das cercas, e o portão tosco foi fechado em seguida. Minotauros montavam guarda no entorno de toda a paliçada. Numa olhadela rápida, Petúnia contou pelo menos trinta pessoas já presas ali. E outras estavam sendo trazidas.

- Gaiola Tapistana? - sussurou ela para Nick - Sabe do que se trata?
- Mais ou menos - respondeu o paladino - Estive preso tempo o suficiente com os minotauros para conhecer. Vão colocar um monte de gente aqui por alguns dias, pouca água, talvez nenhuma comida. O preço da liberdade é uma informação útil, seja de dentro, seja de fora. Por isso é que prendem familiares do povo também.
- E se ninguém falar ou souber de nada?
- Vão saber - ponderou Nick - Depois de algum tempo, saberão até do que não sabem.

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Matheus
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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Matheus » 12 Jun 2018, 16:02

Petúnia começou a gritar em direção a Titus.

- Padrinho lindooooo! Venha aqui! Se soubermos mais sobre o que aconteceu, nós podemos ajudar na investigação! - Petúnia começou a gritar com mais força - EU NEM SEI QUEM É ESSE PÉRICLES!

Petúnia olhou ao seu redor e disse para a pessoa mais próxima:

- Isso aqui é tudo um mal entendido, O Titus é padrinho do meu filho, sabe? Chegamos agora e fizemos uma amizade boa com ele! Não é mesmo amor?

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Armageddon
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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Armageddon » 25 Jun 2018, 23:11

- Si! Titus é el padrino de mi hijo - tentou explicar Enrico, mas sem o mesmo ânimo de antes.

Petúnia notou que o paladino tinha sido abalado pela prisão, tornando-se cada vez mais calado. Ela, porém, tinha outras prioridades agora. Precisava dar um jeito de salvar a própria pele, e também seu filho. Olhou no entorno, buscando alguém que pudesse ser interessante e de quem poderia arrancar alguma coisa. Dentre as dezenas de prisioneiros, três lhe chamaram a atenção.

Um grandalhão, de barbas longas e grisalhas, mirava o horizonte com um olhar perdido. Tinha um corvo empoleirado no ombro, e segurava um chapéu pontudo nas mãos. Pelas vestes e o semblante, poderia ser um daqueles magos engraçados da capital, que frequentavam a Academia Arcana.

A outra era a maior mulher que ela já viu na vida. Vestida em armadura completa, devia pesar o mesmo que um touro, e era tão forte quanto. Ela era uma das poucas pessoas que estavam acorrentadas e amordaçadas lá dentro da prisão. Tinha cortado os cabelos muito curtos, e seu manto trazia o símbolo de uma balança e uma espada nas costas. Era o símbolo de Khalmyr, talvez, apesar de que ela mesma não soubesse muito sobre deuses. Ela estava furiosa, tentando se livrar dos ferros.

E, por fim, havia um anão. Era um anão de verdade, daqueles que você escuta nas histórias, que viviam num reino secreto debaixo das montanhas. Tinha um jeitão simpático e parecia não estar verdadeiramente preocupado com a situação. Caminhava entre os prisioneiros, falando com eles por detrás de uma longa barba marrom e trazendo um sorriso fácil no rosto. Volta e meia, conseguia arrancar um sorriso de alguém, apesar da situação difícil em que todos se encontravam.

- Fique aqui curtindo sua fossa, amor - falou Petúnia ajeitando a saia um pouco abaixo da barriga - Eu vou dar um jeito de nos tirar daqui.
Enquanto o Bode não volta, vamos jogando, Matheus =D
Com quem Petúnia quer conversar primeiro?

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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Matheus » 09 Jul 2018, 14:54

Petúnia olhou à sua volta. Parece que tudo tinha ido à merda tão rápido. Ela odiava estar presa sem ter feito nada, mas pelo menos ela não era a única ali. Ela percebeu as figuras curiosas e descartou logo de cara a mulher: Já estava cansada de pechinchar com brutamontes furiosos. As outras duas opções eram curiosas, mas o anão parecia muito fantástico e imprevisível enquanto o grandalhão passava uma sensação de sabedoria. Poderia estar completamente errada sobre os três, mas por algum lugar deveria começar. Ela decidiu ir no grandalhão; aquele ar misterioso lembrava o pai do seu filho, apesar da aparência completamente diferente. O verdadeiro pai, no caso.

Ela foi caminhando em direção ao grandalhão, sem muito estardalhaço; queria sentir qual era a dele.

- É... realmente parece que viemos parar no fundo do poço... Uma Gaiola Tapistana? Tsc tsc... - Disse Petúnia para o barbudo - Prazer, Petúnia, ao seu dispor!

Esticou a mão para um cumprimento enquanto completava:

-Como o senhor venho parar aqui?

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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por João Paulo » 09 Jul 2018, 15:24

Nick Fish estava preso novamente. Parecia ser uma nova constante em sua vida. Mas agora ele não estava preocupado com a própria pele, e sim com Petúnia. Ela estava grávida e ele sabia os horrores que poderiam surgir com a Gaiola Tapistana. Porém, enquanto ele refletia o que fazer, Petúnia tomou sua frente e começou a agir pelos dois. Notando o que a goblin estava fazendo, procurou fazer o mesmo.

Entre os outros indivíduos dentro da gaiola, uma lhe chamou mais atenção. Uma mulher enorme portando o símbolo de Khalmyr, uma possível serva dos deuses. Pela identificação sagrada, e pelo porte da mulher, Nick resolveu abordá-la.

- Hola! Yo soy... - então lembrou que não precisava tanto assim do disfarce - Desculpe. Me chamo Nick Fish, sou um guerreiro sagrado e notei que você porta o símbolo de Khalmyr. Se nos ajudarmos, todos nós poderemos sair daqui em segurança. - estendeu a mão.

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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Armageddon » 03 Out 2018, 20:35

O grandalhão demorou um pouco para perceber a presença da goblinóide, e quando o fez, limitou-se a sorrir. Ainda apertando o chapéu entre as mãos notoriamente grandes, estendeu dois dedos na direção da garota para cumprimentá-la:

- Olá, arbustinho. Vim parar aqui como todos os outros: lugar errado, hora errada.
- Arbustinho?
- Ah, desculpe se a ofendi, pequenina - respondeu ele, encabulado - Tenho esse terrível, terrível hábito. E estava distraído. Como você é pequena e verde, me lembrou um arbusto. Desculpe mais uma vez.

Petúnia encarou o sujeito com curiosidade. Parecia ser uma pessoa amável, apesar do tamanho desproporcional. Enquanto conversava com ele, notou que Fish também resolveu abandonar a letargia e se dirigiu até outro prisioneiro. Ótimo. Ficar parados realmente não resolveria muita coisa. Porém, o método não era dos melhores.

- Grandão, me dá um segundo, por gentileza? Preciso resgatar meu namorido.

Meio andando, meio saltitando, Petúnia correu até Nick e o abraçou, com um sorriso amarelo no rosto. O Paladino estava tentando cumprimentar a guerreira sagrada, que continuava acorrentada e amordaçada diante de ambos. A atitude de Fish pareceu deixá-la ainda mais furiosa. Estava se debatendo tanto que, em alguns lugares onde as correntes mordiam a carne, a pele já sangrava.

- Como deve ter notado, querido, ela não pode te cumprimentar PORQUE ESTÁ AMARRADA!
- Ah, claro! - desculpou-se Nick, corando - Desculpe, fiquei tão atordoado que não notei.

E ai, jovens, estão na gaiolita ainda =D
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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por João Paulo » 11 Out 2018, 15:59

- Notei que era uma guerreira portando um símbolo sagrado e tive o impulso de ir ajudá-la, mas acabei esquecendo esse pequeno detalhe, não é? - sorriu amarelo para Petúnia, que mais uma vez sabia o melhor caminho a percorrer - Mas e então, qual é a do grandalhão e o que você tem em mente?

Enquanto caminhavam até o sujeito indicado por Petúnia, Nick tinha uma sensação estranha.

- Estamos presos há poucas horas, mas parece que estamos aqui HÁ MESES!

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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Matheus » 11 Out 2018, 21:02

Petúnia arrastou seu marido de mentira de volta para o grandalhão, tentando retomar a conversa.
-E então, arbustinho é? Gostei do apelido hahah Você disse que seu nome era qual mesmo? O que fazia antes de ser preso aqui nessa gaiola precária?

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Re: Herança - Ato XIX - De Volta à Folha Prata

Mensagem por Armageddon » 12 Out 2018, 11:24

- Eu já não lhes contei? - perguntou o grandalhão, sincero - Desculpe, é claro que não. Me distraí. Meu nome é Destur, sou um estudioso de poções. Estava em Follen até recentemente, e conversando com um colega druida, ele me indicou Folha Prata para minhas pesquisas. Vim até aqui para isto, mas...

Apontou em volta, desanimado.

- Dia errado, hora errada. Felizmente, é uma questão de tempo até localizarem os assassinos do interventor.
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