Manto e Adaga

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Mælstrøm
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Manto e Adaga

Mensagem por Mælstrøm » 10 Nov 2017, 15:57

Contra Arsenal: Manto e Adaga

Os Maiores Heróis de Arton

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Arton sempre fora um mundo de problemas. Desde a Grande Batalha de Lamnor o povo artoniano vive em ilhas de paz num oceano conflituoso. O combate move Arton: não há aventura sem luta, e não há heroísmo sem batalhas. Mesmo que muitos dos heróis aventureiros evitem o combate como os clérigos de Lena e Marah e outros tipos pacifistas, é inevitável confrontar uma situação belicosa. O Reinado fora forjado na batalha e a maior parte dos reinos solidificou suas estruturas sobre o sangue dos bárbaros das tribos antigas. Além disso, monstros espreitam em cada sombra da noite de Tenebra.

Mesmo em milênios de história artoniana nunca as coisas aconteceram tão rápido. Até 1385 as guerras, os conflitos, os aventureiros em suas masmorras, o povo comum do campo e das cidades sentia a roda da história em marcha lenta. Mas a partir daquele ano, tudo acelerou. A queda da nação élfica pelas mãos da maior aliança goblinoide jamais vista foi só o começo. Anos depois a chuva de sangue nefasto fruto de outra realidade invadia para corromper e destruir. Grandes heróis surgiam e desapareciam com um piscar de olhos élficos. Reis foram destronados enquanto outros ascenderam. Um deus retornou ao seu posto graças à sua astúcia, enquanto outra fora salva por seus fieis devotos. Uma deusa antiga caiu enquanto outro tão antigo quanto ascendeu, e a Tormenta sofreu sua primeira derrota. O esforço da guerra contra os lefeu causou grandes estragos aos reinos. Mas havia esperança para o povo de Tamu-ra, um novo horizonte de reconstrução.

A vida nunca foi feita de certezas e garantias pra o povo comum, mas mesmo este agora percebia como as coisas estavam indo de mal a pior. A avalanche de acontecimentos drásticos, dramáticos em tão poucos anos provocou um clima de pessimismo, de dias cautelosos e pesados. A comunidade heroica de Arton também sentia isso. Um novo grupo de heróis, os Libertadores de Valkaria emergia enquanto outro, a Companhia Rubra desaparecia nas mãos de Aharadak, o novo lorde da Área de Zakharov.

No meio disso tudo, uma infame figura surgia das sombras de seu covil. Mestre Arsenal, o sumo-sacerdote de Keenn, o deus da guerra, planejava o maior ataque ao mundo de Arton. Sua ambição era mergulhar os reinos em uma guerra sem precedentes até que o mais apto sobrevivesse... como ele mesmo sobrevivera em seu mundo antes de vir a Arton.

Após alguns anos fora de cena, Arsenal movia suas peças.

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Lá e de Volta Outra Vez

O dia amanhecia quente em Valkaria para mais um verão daqueles. A Baixa Vila de Lena era um bairro boêmio, cheio de teatros, tavernas, palcos, ateliês, e um centro povoado por uma juventude sedenta por novidade. Além disso havia uma parte residencial onde muitas famílias abastadas que gostavam de estar perto dos ares da novidade viviam. Era começo do ano, Vectora havia deixado a cidade há poucos dias.

Aldred e Therese estavam em sua casa, a Mansão dos Maedoc quando as palmas foram ouvidas do lado de fora. Era um homem alto trajando uma armadura completa com um símbolo do Protetorado desenhado no peito. Por estar sem o elmo revelava um rosto jovem de um homem sem barba de longos cabelos castanhos bem claros. Tinha uma expressão de insatisfação como se estivesse ali por obrigação, sem desejo algum. Mas ao ver Aldred se aproximar para ver quem era, seus olhos cresceram lentamente. O homem de armadura fez uma reverência pomposa fazendo o metal colocado ranger.
Eckbert
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É uma honra, senhor Maedoc. Eu sou Eckbert von Witzleben, graduado do Protetorado do Reino. Vim aqui com uma... mensagem.
"Graduado". Significava que ele estava apenas um nível abaixo do Círculo, o posto máximo da hierarquia do Protetorado onde Aldred e Therese estiveram por tantos anos.

De sua bolsa feita de couro de grande qualidade a tira colo, tirou um grosso pergaminho enrolado e amarrado por uma fita vermelha preso a uma cera endurecida com o brasão de armas de Deheon. Típico símbolo usado para documentos oficiais do Reino-Capital. Não era uma carta ou documento normal que recebia vez ou outra com pedido de aconselhamentos e colaborações, parecia algo mais importante.

Após a entrega da missiva, o homem se virou para ir embora, mas não sem antes lhe dedicar um sorriso admirado.
Eckbert
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Sei bastante sobre sua história de contribuições para a Coroa, senhor. Eu e minha família somos eternamente gratos. É uma inspiração, realmente. Tenha um bom dia.
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  • Caro Aldred Castell Maedoc II e Therese Incarn,

    Espero que este pergaminho lhes encontre bem. Quem vos escreve é Arkam Braço Metálico. É com grande preocupação que lhe escrevo esta carta, um pedido de ajuda em um documento oficial com símbolos arcaicos e tudo. Os senhores sabem como os burocratas são, perdidos em um mar de formalidades. Eu preferia visitá-los em sua casa e ter uma conversa franca olho no olho. Se as histórias são verdadeiras acredito que o senhor Maedoc também preferia assim.

    Sei que são um casal aposentado. A carta de desligamento de ambos constam enquadradas no Salão dos Antigos Heróis em lugar de destaque pelos anos de serviços prestados a Arton. Gostaria de ser um pouco mais velho e ter presenciado a ação dos senhores no auge. As histórias que contam são fantásticas e seus registros de sucesso são formidáveis nO Livro de Missões.

    Sem mais delongas, gostaria de lhes requisitar uma reunião para tratar de um assunto de extrema importância. Algo delicado que envolve a política de alguns reinos e outras coisas que não poderão ser ditas por carta. Neste momento temos apenas vocês como representantes do mais alto grau de importância e que não tem ligações oficiais com o Protetorado. Discrição é importante.

    Caso aceitem, o local desta reunião será na Sede. Vocês sabem onde fica.

    Atenciosamente,
    Arkam Braço Metálico
Aldred via logo que não era uma consultoria comum que o Protetorado lhe pedia dessa vez. Após quinze anos afastados da vida de aventuras, resumindo a ajudar eventualmente com suas experiências, o velho ginete e a encantadora recebiam um pedido formal. Não para voltar ao Protetorado, isso jamais poderia ocorrer novamente, pois uma vez que se saía, não era permitido retornar sob nenhuma circunstância, mas era um pedido para voltar à ativa para uma missão importante.

O Aluno Pródigo

A vida de exploração de masmorras lhe garantira muito lucro em sua vida, não apenas financeiro ou material, mas também em seus poderes mágicos. Klaus era um proeminente feiticeiro favorecido pelo poder sagrado de Wynna, a deusa da magia. Privilegiado com o dom bruto da magia em sua forma arcana e divina, Klaus destrinchou os mistérios de ambas energias místicas. Desvendou segredos antigos, tradições mágicas, simbologia milenar dos deuses e avançou, com pouco esforço, à excelência. Seu privilégio, entretanto, não se limitava aos seus dons inatos, mas também ao seu arredor.

A família Primus, antiga e tradicional em Valkaria, possuíam pelo menos uma estátua da deusa da magia em seus jardins. E foi ali que Klaus repousava em uma bela manhã de céu com poucas nuvens e sol inclemente. Havia um serviçal provendo-lhe uma fresca brisa com um grande leque feito de penas de pavão. Outra serviçal trazia uma bandeja de prata com uvas, maçãs e bananas à disposição. De fato, aquelas pequenas paradas entre suas explorações eram saudáveis. Desde que se formara na Academia Arcana, o jovem Klaus se lançava ao maravilhoso desconhecido como um aventureiro nato, desenvolvendo seus poderes latentes a cada masmorra rastejada, a cada plano de um vilão frustrado, a cada cria das trevas destruída.

Enquanto apreciava um pouco do ar livre antes do almoço, o mordomo da casa Primus, o senhor Orlast, apareceu com um velho rosto conhecido. Era Vladislav Tpish, um dos seus antigos professores nos tempos de academia.
Orslast
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Senhor Klaus, apresento-lhe o senhor Vladislav Tpish em sua presença. Com sua licença.
O mordomo prontamente anunciou a chegada da ilustre visita e depois se retirou fazendo uma reverência a ambos. Klaus conhecia Orlast desde criança, tempo o suficiente para saber quando estava contrariado. Apegado à etiqueta e convenções aristocráticas, o velho mordomo mostrava uma pontada de descontentamento pela presença repentina do necromante. Os serviçais, entretanto, continuavam seus afazeres como se nada mudasse.
Vladislav
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Bom dia, Klaus Primus. Espero não estar interrompendo nada importante. Peço desculpas por aparecer repentinamente sem me anunciar, pois sei que é um homem ocupado. Gostaria de saber se podemos conversar? Trago notícias da Academia Arcana e temo não serem... agradáveis.
Resumiu-se a dizer enquanto olhava para as duas pessoas que serviam Klaus. Algo indicava que ele queria uma conversa a sós, mas havia rompido o suficiente as regras de etiqueta ao chegar de supetão e não desejava piorar a situação dizendo o que pensava. A situação, entretanto, era insinuante.

Klaus lembrava das aulas de necromancia em seus tempos de Academia. Não eram suas favoritas, embora tenha adquirido uma magia dessa escola ao seu repertório. Lembrava que Vladislav era um homem polido, apegado às regras e tradições e bastante severo no que tange os estudos, mas não era implacável e demonstrava bastante paciência caso percebesse empenho. Klaus não era um aluno muito aplicado nas provas teóricas, mas seu poder bruto sempre lhe garantia um lugar especial na parte prática e uma boa posição no grêmio do Falcão, havendo se tornado o presidente durante uma gestão. A presença do ex-professor lhe trouxe algumas lembranças do passado, mas pela expressão de seriedade do necromante, algo não estava certo.

A Crise do Tempo

O Doutor sentia no ar uma mudança grave na atmosfera artoniana. Após vários anos trilhando um caminho solitário - embora cercado de pessoas - aprendera a aguçar sua sensibilidade. Através de seus contatos e dos contatos de Donna, aquela aristocrata que gostava de segui-lo, o doutor de Thyatis descobriu uma movimentação estranha entre mercenários e da igreja de Keenn, o deus da guerra. Não se sabia direito o motivo, mas diversos grupos mercenários rumavam para as Montanhas Sanguinárias desde o final do ano passado e clérigos, cruzados e outros devotos do deus da guerra estavam inquietos abandonando suas igrejas dia após dia, mas sem rumo aparente. Qual seria a ligação desses dois movimentos? Nem mesmo a Noiva Fugitiva de Fortuna conseguia traçar um paralelo, mas diante dos recentes eventos que abalaram o mundo - a queda de Glórienn e a ascensão de Kallyadranoch - estes eram, de longe, os mais notáveis.

Para além dessa sensação de estranheza no ar, o Doutor não podia simplesmente ficar de braços cruzados esperando que as coisas acontecessem. Ele não era um mero observador, um espectador que tomava nota dos eventos e fatos históricos de Arton. Essa chatice era o domínio dos adoradores de Tanna-Toh, a deusa do conhecimento. O doutor de Thyatis tinha que continuar seu trabalho viajando pelo mundo tentando "consertar" as coisas, colocá-las em seus devidos lugares. Desde tirar sszzaazitas de seus planos funestos até impedir a ação diabólica de goblinoides tementes ao General.

Dessa vez, entretanto, um problema especial surgiu. Viajando por Tharthann, a capital de Ahlen, o Reino da Intriga, acabou ouvindo uma conversa enviesada de dois aristocratas.
Aristocrata ahleniano
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Carambolas, meus camponeses não querem mais arar. Querem que eu contrate mais e mais soldados, veja só, que acinte. Já mandei açoitar todos os rebeldes, mas eles continuam. Confesso que tenho vontade de enfocar um...
Aristocrata ahleniano
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Por Khalmyr, não faça isso... eles vão se rebelar mais ainda. Atraia um troll ou algo assim para destruir suas casas. Eles vão culpar os deuses. Hohoho... mas me diga, por que estão tão irritadiços?
Aristocrata ahleniano
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Não entendo direito, mas me parece seus filhos ou entes queridos estão desaparecendo... ora, eles já se reproduzem como coelhos e aí passam fome. Deviam agradecer a Khalmyr por terem menos bocas a alimentar.
O desprezível diálogo ligou o alerta do Doutor que conseguiu rapidamente saber de onde era o tal aristocrata sem escrúpulos. Seu povo tinha problemas que apenas alguém como ele podia resolver.

E não foi difícil, após dias de investigação nos arredores do feudo, visitando campos e bosques, e entrevistas com os camponeses que perdiam seus filhos para descobrir uma caverna abandonada. Graças às habilidades de luta e esperteza combinadas de Donna e o Doutor, conseguiram derrotar uma dezena de golens de carne putrefata para encontrar o vilão sem escrúpulos. Emmilian Urich, o canalha que raptava crianças e adolescentes para seus experimentos malignos. Em seu laboratório, o Doutor vira algo que nesta vida foi incapaz de ver igual: corpos de pessoas inocentes retalhados (alguns ainda vivos) com enxertos de partes artificiais de couro, metal. Alguns gemidos em agonia mostravam uma existência para além da capacidade de cura.

Este homem precisava ser detido e pagar pelo que fez. Emmilian era um mago formidável, demonstrava conhecimentos profundos sobre a magia e por isso foi necessária muita sorte para que a dupla saísse viva. Emmilian fugiu, mas deixou um rastro. O Doutor acabou recebendo auxílio de um grupo de aventureiros e somente assim, com algumas baixas, conseguiu render o mago. Graças às ideologias pacifistas do doutor de Thyatis, Emmilian não foi executado sumariamente pelo paladino de Khalmyr. Pelo contrário, fora persuadido a entregá-lo às autoridades. Segundo a opinião de Donna, Emmilian tinha que ser levado à Valkaria, pois era um assunto sério demais para um monarca decidir, mas o paladino era alguém apegado às leis e a tradição. Como o nefasto mago fora capturado em Ahlen, cabia à justiça ahleniana julgá-lo. E foi assim que aconteceu.

Semanas se passaram e o Doutor estava ficando cansado de sua estalagem em Tharthann, aguardando o dia do julgamento do vilão. Donna já perdia as esperanças, achando que algum tipo de acordo seria feito, uma vez que a nobreza de Ahlen não se importava nem um pouco com os dissabores do povo. Até que um dia, enquanto tomava um chá com leite no salão comunal da estalagem, o Doutor sentiu o tempo parar. As pessoas pararam de se movimentar em sua volta. Donna estava petrificada em uma cômica posição mastigando uma rosquinha de gorad. Ele sabia o que isso significava.

Um fogaréu abriu-se no meio da taverna como se rasgasse a realidade em um formato circular. Ali era possível ver imagens que se formavam.
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Um homem de rosto marcado pela idade e experiência com um chapéu de vaqueiro brandia seus machados enquanto rangia os dentes.
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Um rapaz, um adulto jovem de elegantes roupas gesticulava enquanto suas mãos brilhavam com intensa mágica.
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Uma bela mulher de chapéu estocava com seu florete e adaga girando o corpo como numa dança.
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Donna estava no meio deles com seu arco pronta para atirar.

Todos estavam num mesmo ambiente florestal seguindo uma trilha. A quem combatiam? Não era possível ver.
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Um borrão de cores mudava a imagem. Agora uma silhueta falava em uma voz cavernosa.

"Não vamos perder tempo."

Palavras exóticas eram ditas por uma voz no além e então, Emmilian aparecia rindo descontroladamente.
Emmilian
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Hahahahahahahahahah!
E sumia para sempre. O Doutor sentiu, neste momento, uma enorme frustração.

Quando se deu por si, Donna o chamava. As coisas voltaram ao normal como se nada tivesse acontecido. O Doutor conhecia essa sensação, era uma de suas premonições. Ele não notara a aproximação de um jovem à sua frente. Tinha um olhar cansado e rústico, trajando um machado e usava um saiote xadrez nas cores verde claro e verde escuro.
Rikard
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Eu me chamo Rikard. O senhor é o ... "Doutor", não é? Tenho um convite para o senhor. É de Solast Arantur.
Disse de maneira singela e sem rodeios.

Uma Ladra na Noite

A noite caía para mais um dia festivo em Valkaria na Baixa Vila de Lena, um dos mais boêmios bairros da cidade, lar de uma infinidade de bardos, artistas, cantores que frequentam diversas tavernas, teatros, ateliês, guildas e palcos espalhados pelos jardins. É um dos lugares mais antigos da cidade e, por isso, um dos mais movimentados. Estabelecido perto da Estátua de Valkaria, a Baixa Vila de Lena também era sede para grandes festas e bailes tanto do povo comum quanto dos aristocratas e nobres desejosos por sentir como a plebe se divertia.

Além disso, era o lugar do Gato Risonho, uma taverna de excelente qualidade que também mantinha alojamentos como uma estalagem, um empório onde comerciantes, artesãos e capitães de navios circulavam suas mercadorias dia e noite. Naquela noite, entretanto, o empório jazia fechado para a grande festa da noite. A dona de tudo aquilo era Constance Argant, uma vívida espadachim aventureira, heroína aposentada recentemente para cuidar de sua filha e de seus negócios. Constantemente algum aristocrata solicitava um aluguel dO Gato Risonho para dar suas festas caras e elitistas onde apenas aqueles de sangue azul eram convidados. Os empregados de Constance chamavam essas noites de Festa dos Azuis.

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Naquela ocasião o salão comunal estava tomado por muitos desses "azuis", com as mesas afastadas servindo toda sorte de iguarias palatáveis ao gosto da nobreza. No centro sobre um tapete vermelho ricamente adornado em dourado, dançavam os aristocratas. A música provinha de bardos especializados em violino ou no piano tocando melodias clássicas que daria sono a qualquer um acostumado aos batuques das festas populares do bairro.

Constance aceitava esse tipo de festa porque pagava bem. Além disso, ajudava a mantê-la inserida no mundo aristocrático. Como alguém famosa, sempre recebia atenção do povo comum e dos nobres. Sua taverna abria para festas de todos os tipos, além das festas de elite. Mas era relativamente fácil manter sua estima elevada entre o povo comum. Suas histórias perdurariam ainda por anos nas canções dos bardos, mas os com a nata da sociedade valkariana era mais complicado. Uma semana sem novidade era o suficiente para você ser esquecido completamente. Constance não cometia esse erro.

Naquela ocasião os Lysande apresentavam a mais nova debutante da família: Lara Lysande, irmã da falecida Zara...
Nobre de Valkaria
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Ouvi falar dessa Zara. Dizem que se juntou a aventureiros vulgares... era amante de um centauro e dormiu com meio acampamento do Exército do Reinado...
Nobre de Valkaria
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Não diga isso, menina. Essa era uma impostora. Os Lysande a colocaram na Arena Imperial para ser devorada por um leão. Dizem que o leão era um centauro... e a estuprou ali na frente de todos. Um horror.
Comentários desse tipo variavam quando a donzela Lara Lysande, a irmã, aparecia no palco e descia as escadas sendo amparada pelo pai, o Lorde Lysande. Diziam que ele tinha interesse em se tornar o próximo Lorde Urbano da Baixa Vila de Lena e por isso escolhera o Gato Risonho para a festa de debutante da filha: para se aproximar do povo. Claro que do lado de fora todas as carruagens dos nobres estavam sob constante vigilância da milícia e de exércitos de cada família, mantendo o povo a quilômetros de distância.

A festa ocorria de maneira tediosa. Constance era constantemente cumprimentada e bajulada por nobres menores ansiosos por cair nas graças da pequena corte política que se formava em torno do Lorde Lysande. A ex-aventureira mantinha uma boa relação com o "dono da festa", mas pouco se falavam. Ela sabia que a ambição daquele homem podia torná-lo cruel e ele sabia que Constance possuía uma "blindagem" devido sua fama, de modo que era melhor manter apenas o contato educado e distante.

Mas um grito feminino chamou atenção de todos que antecedeu o som de cerâmica quebrando. Um vaso antigo, fruto de uma das aventuras de Constance agora estava em cacos.
Nobre de Valkaria
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Oh, onde está meu colar?
Constance não vira a filha há algumas horas. Ela sempre evitava participar da Festa dos Azuis, mas nesta havia aparecido cheia de sorrisos irônicos. A duelista tentou se enganar acreditando que sua filha queria mudar seu comportamento, participar do cortejo aos nobres, mas...

A habilidade furtiva de Isabelle não estava no mesmo nível que a sagacidade de sua mãe. Constance a viu se misturar à multidão de nobre até com grande agilidade e presteza, embora tenha esbarrado em um jovem aristocrata antes de alcançar as portas dos fundos. Indo até ela tentando não chamar atenção, a duelista a encontrou montando a cela de um cavalo na penumbra de uma árvore. Isabelle revirou os olhos ao notar sua proximidade.
Isabelle
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Aff... aquele colar não fará falta a ela, você sabe. E eu tomei cuidado.
Disse. Antes que Constance começasse a argumentar sobre o ato da filha, uma figura destacou-se da escuridão. Como conseguira chegar tão perto sem ela perceber? Aquela pessoa era bastante conhecida, até.
Luigi Sortudo
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O valor monetário pode ser irrisório, senhorita Isabelle Argant, mas o valor sentimental é imensurável...
Sua voz melodiosa era simpática e de fácil empatia. Até mesmo a rebelde Isabelle, acostumada a ver figurões de Arton, não conseguiu esconder o assombro e admiração ao ver uma figura como Luigi, o Sortudo.
Luigi Sortudo
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Senhora Constance, meus cumprimentos. A festa está bastante bela, mas terei que lhe "raptar" para tratar de um assunto um pouco chato. Pode ser? Sua filha, infelizmente, não poderá ouvir.
A frase tirou o assombro hipnótico de Isabelle.
Isabelle
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Pff... como se eu quisesse ouvir. Até mais ver, Constance. E Luigi.
Montou no cavalo jogando o colar de volta para Constance. O que será que Luigi queria com ela?

Dados dos Personagens
Aldred C. Maedoc II <> PV: 107/242; PE: 6/6; PA: 1; CA: 28/43 <> Condição: Normal
Therese Incarn <> PV: 32; PM: 45; CA: 18 <> Condição: Normal <> Magias preparadas: Enfeitiçar pessoas elevado [9º nível], coordenar batalha em massa, bola de fogo controlável, heroísmo maior, imobilizar monstro, vidência, sugestão elevado [9º nível], detectar pensamentos, armadura arcana, identificação, aumentar pessoa
Farrapo <> PV: 135/242; CA: 20/35 <> Condição: Normal

Klaus Primus <> PV: 63/63; PM Arcano: 48/48; PM Divino: 41/41; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
O Doutor <> PV: 79/79; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
Donna Noble <> PV: 90; CA 33
Constance Argant <> PV: 72/72; PA 2; CA: 33 <> Condição: Normal

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Aldenor
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por Aldenor » 10 Nov 2017, 19:01

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Aldred Castell Maedoc II e Therese Incarn foram grandes heróis de seu tempo.

Aventureiros obstinados, determinados, triunfantes. Trabalharam para a Coroa de Deheon a serviço do Reinado representando o Protetorado do Reino em suas missões. A chamada Elite dos Aventureiros de Arton vivia entre missões consideradas insanas até para o mais ousado herói de Arton. A taxa de mortalidade de membros do grupo era alarmante, mas mesmo assim, ano após ano as fileiras de recrutas estavam cheias de jovens idealistas cheios de sonhos. Aldred e Therese se conheceram no Protetorado, se apaixonaram e se casaram no ambiente de aventuras e viagens. Mas poucos meses antes da queda de Tamu-ra perante a Tormenta, eles se aposentaram.

Conseguiram o feito de sobreviver não só a todas as missões como souberam a hora de parar. Therese estava grávida de sua segunda filha quando o casal decidiu que era hora de cuidar de seus filhos, constituir uma família e continuar seus afazeres de maneira mundana. Enquanto a maga palestrava e dava aulas em diversas escolas mágicas, inclusive na Grande Academia Arcana, o ginete patrulhava as fronteiras de Valkaria, os campos e paragens mais próximas. Quinze anos se passaram, mas a calmaria que ambos queriam simplesmente nunca chegou.

Mesmo ausentes das missões oficiais do Protetorado do Reino, Aldred e Therese ainda eram procurados por outros heróis mais novos, aventureiros em busca de informação e sabedoria dos mais velhos e experientes. Therese já fora consultora em assuntos arcanos mais de uma vez, enquanto Aldred já escoltou mais de um grupo de aventureiros a um ermo desconhecido. Enquanto seus filhos cresciam, Aldred e Therese mantinham-se ausente das aventuras. Não se colocavam em perigo, pois por mais que jamais tivessem sofrido a experiência de morrer, sabiam que os riscos agora eram maiores. A Tormenta apresentava uma morte sem volta, mudara as regras do jogo.

Ainda assim, Aldred sentia uma inquietação. Quinze anos sem se aventurar deixou uma inquietação conflituosa. Se por um lado gostava de ver seus filhos crescerem no conforto do fruto de suas aventuras, ter uma vida segura no Colégio Santo Brighstaff Sentia que parava antes do esperado. Sentia no âmago do seu ser a vontade de continuar, pelo menos mais uma vez.

As notícias ao redor do mundo eram propícias para isso: a derrocada da Tormenta, a morte de centenas de deuses menores, a instabilidade política... muitos vilões surgiam sem desafio pelo mundo e simplesmente não havia heróis poderosos o suficiente para combatê-los. Era sua deixa para pegar seu chapéu de vaqueiro, calçar suas botas e vestir Farrapo com sua cela.

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Mansão dos Maedoc em Valkaria

Aldred tomava seu chimarrão na varanda da mansão enquanto via seus filhos conversarem. Aldred III faria 20 anos este ano e estava furioso e Maryanne, no alto de seus 15 anos, escondia o que pensava de verdade.
Aldred III
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Tá ficando insuportável. Satoshi quer que eu treine todos os dias, até no Kalag. Aff, não sei se vou aguentar isso não, cara.
Maryanne
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Eu gosto dele, acho que...
Aldred III
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Então, leva pra casa.
Disse chutando um pouco de grama antes de subir as escadas para a varanda e entrar pela casa irritado. Aldred, o pai, observava tudo com calma. Seu chimarrão quente estava especialmente gostoso com aquelas ervas vindas diretamente de Namalkah. Maryanne contorceu os lábios e olhou para o pai.
Aldred II
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Satoshi pode ser bem chato quando quer.
Disse enquanto sua memória o levava ao dia em que conhecera. Foi durante uma missão em Tamu-ra bem antes de sua destruição. Satoshi Yamada era um samurai de uma família importante, pelo que havia entendido, e o fato de ter salvo sua vida o colocou em uma espécie de cruzada para servi-lo até que pudesse compensá-lo. Mas Aldred fora salvo diversas vezes em outras missões e Satoshi jamais o abandonou.
Satoshi
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Amigos não abandonam.
Dizia sempre. Aldred gostava de seu amigo. Therese também o achava muito importante a amizade, pois o ginete sempre teve dificuldade de fazer uma. Mas quando a Tormenta destruiu o Império de Jade, Satoshi enlouqueceu. Sua mente se tornou confusa e ele passou a ter episódios de depressão e agressividade. Até que encontrou paz de espírito entregando-se ao caos. Passou a ser um devoto de Nimb, o deus do caos. Se antes Satoshi já tinha costumes estranhos por ser de terras distantes, agora era cada vez mais excêntrico e insano. Mesmo assim, seu quadro "maníaco depressivo" - dado por Therese - era controlável. O que não se podia impedir era que ele fosse completamente inconstante. Quando seu filho passou a treinar com ele, havia alguma preocupação. Mas depois de vigiá-los à distância por um tempo, percebeu que Aldred III só tinha a aprender com ele. Com o passar dos anos, Satoshi tornou-se quase insuportável, sempre exigindo mais e mais dedicação, mas seu filho era avesso à disciplina e gostava de tempo livre para fazer nada. Queria ser um herói, mas não tinha pressa alguma... já tinha quase vinte anos e Aldred, seu pai, já tinha viajado para mais de dois reinos diferentes com essa idade.
Aldred II
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E tu? Já pensaste sobre aquilo que falamos?
Maryanne
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Ah... eu acho que vou sim...
A falta de firmeza naquela afirmação preocupou um pouco a Aldred. Ele e Therese haviam detectado a vontade de sua filha em aprender a cantar e tocar instrumentos musicais. Ela nunca demonstrou interesse na vida de aventuras como o irmão e parecia que seria uma menina mimada da Corte de Valkaria. Mas o fato de ter interesses artísticos empolgaram os pais. Mas agora ela parecia indecisa de novo.

Antes que pudesse falar alguma coisa sobre isso, ouviu palmas. Suspirando, Aldred deixou seu chimarrão sobre a murada da varanda e foi até o portão para encarar um homem de armadura completa com o símbolo do Protetorado do Reino na gravado no peitoral. O rapaz parecia orgulhoso, um rapaz altivo que se achava bom demais para entregar uma simples carta. Em seu tempo não havia símbolos e a importância de um aventureiro se fazia por suas ações, não por sua família.
Aldred II
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"von Witzleben", ham. Sei.
Disse ao pegar o pergaminho. Antes do rapaz se despedir falou algumas palavras bajuladoras. Aldred fez um gesto com a mão para deixar disso ("tá, tá") e se virou para voltar. Therese estava dentro de casa preparando o almoço. O cheiro da comida era delicioso. Seu filho estava no quarto com seus livros e Maryanne no escritório fazendo o dever de casa.
Therese
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Oi, querido. Quem era?
Aldred lia a carta ainda. Soltou um suspiro sarcástico jogando-a na mesa da cozinha.
Aldred II
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Tsc, é uma carta daquele guri que lidera o Protetorado do Reino. O rapaz do braço de metal. Está nos chamando para uma reunião lá na repartição.
Therese
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Sem uma data? Deixa eu ver. Hmmm... hmmm... que simpático, ele leu os registros sobre nós.
Aldred II
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Um bando de puxa-sacos. O que me irrita é essa bobagem de "não poder voltar". Na realidade estamos trabalhando pra eles ainda há quinze anos.
Therese
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Como consultores. Não estamos no campo... você quer voltar à ativa?
Aldred ficou em silêncio, jogando o restante da erva mate no lixo.
Therese
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Se quiser voltar, podemos voltar. Mas não é mais difícil? Digo, com o passar dos anos minha mente se tornou mais afiada e esta é minha "arma". Mas seus músculos...
Aldred II
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Bah!
Disse saindo dali com a carra amarrada e encontrou seu filho pondo uma camiseta enquanto saia por uma das portas da mansão. O ginete o indagou com os olhos.
Aldred III
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Vou dar uma volta... chego a tempo do almoço.
E saiu. Aldred suspirou, pois sabia que ele só retornaria de tarde.

A tarde, depois do almoço e de seu descanso na poltrona mais confortável da mansão, Aldred começou a se arrumar em silêncio. Colocou suas botas gastas, seu colete e sua capa, além de seu chapéu. Ao passar pelo armário viu-se no espelho. O rosto marcado pela idade e pela experiência, barba e cabelos grisalhos. Estava um pouco mais corcunda também, mas tentou-se endireitar estufando o peito. Therese apareceu saindo do banheiro.
Therese
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Você está ótimo. Eu acho que você deveria ver esse rapaz, o Arkam. Infelizmente eu não posso acompanhar, por causa das aulas, você sabe. Mas se sair... eu me comunico com você.
Aldred nada disse, apenas meneou com a cabeça e saiu da mansão montado em Farrapo. O velho cavalo nem parecia ter a idade que tinha. Era forte, ágil e poderoso. Bem diferente de Aldred. Seus músculos estavam mais duros, é verdade, mas talvez sua força não tivesse diminuído tanto assim.
Aldred II
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Vamos ver o que este guri quer.
Alisou a crina do cavalo antes de montar com maestria, leveza e agilidade. Podia estar mais velho, mas subir no dorso de Farrapo era algo que fazia desde a infância. Era tão natural quanto andar. E assim ambos cavalgaram em direção à Sede do Protetorado do Reino atendendo o chamado de Arkam e Aldred esperava poder voltar à sua vida de aventuras pelo menos uma vez mais para acalmar seu espírito inquieto.
Editado pela última vez por Aldenor em 11 Nov 2017, 13:08, em um total de 2 vezes.
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Wiccan
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por Wiccan » 11 Nov 2017, 12:01

Constance entrou a passos rápidos na cozinha , seus empregados desviavam do caminho, não ousavam atrapalhar a passagem dele. Seu semblante era sorridente como sempre porém todos sabiam que ,mesmo sendo uma mulher bondosa era rígida quando se tratava do funcionamento do seu negócio. Olhou para todas as direções enquanto cozinheiros e garçons faziam seus trabalhos olhando-a com receio do que estava por vir, foi quando Albus o confeiteiro apontava na direção da adega de vinhos com os olhos, Constance abriu um sorriso e caminhou sensual arrancando suspiro dos homens e olhos revirados das mulheres pela atitude dos homens.

Um dos assistentes da cozinha levantou a pesada tampa de madeira no chão e Constance alisou o queixo dele em agradecimento, seus saltos batiam contra a escada e ecoavam por todo o local, ouviu um barulho de garrafas sendo movidas e suspirou, andou cautelosa por entre a as prateleiras repletas de garrafas até encontrar num canto escuro um velho halfling tentando escapar por uma abertura de ar no teto.

Imagem-Sério Humpfel?

Se aproximou puxando-o pela perna fazendo-o cair sobre caixas de madeira vazias. Constance o olhou arqueando uma das sobrancelhas e cruzou os braços, batendo a parte de frente do pé freneticamente contra o chão. Ohalfling já de idade se levantava um pouco desengonçado e sorriu com simpatia como se nada estivesse acontecendo. Com uma garrafa de vinhos em mãos ele arqueava os ombros tentando se desculpar de alguma forma. Constance estendeu a mão recebendo a garrafa de vinho e segurou o halfling pela orelha puxando- escada a cima, alguns funcionários tentavam espiar e ao vê-la se aproximar correm para seus postos.

Imagem-Eu falei para você Humpfel , hoje é a noite do Baile dos Azuis e a taverna está fechada. FE-CHA-DA. Eu já tenho tanta coisa para organizar e ainda tenho que me preocupar com um hallfing geriátrico e beberrão?
Constance abriu a porta da cozinha que dava para a parte de trás da taverna e um beco onde uma caçamba enorme guardava todo o lixo produzido no dia. Soltou a orelha dele que já estava inchada e avermelhada, ignorou seus resmungos quando quase tropeçou nos próprios pés.
Imagem-Vá para casa.

Constance bateu a porta e retornou para a cozinha, entregando o vinho a um dos garçons. Todos trabalhavam com um sorriso no rosto mesmo sendo uma noite movimentada com uma pa de nobres pomposos e reclamões. Den a acompanhava de perto com vários papeis para eLa assinar. Den era um clérigo de Tannah-toh e a ajudava na administração do lugar quando ela nãos e encontrava, poucas pessoas o aturavam , sua sinceridade era absurda.

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-Como eu havia dito, eu sei que dar uma festa para os nobres é bom para os negócios, mas ela não se paga, o custo com especiarias é muito maior do que podemos sustentar, sem falar que eles não comem tudo e acabamos desperdiçando comida. Dessa forma teremos que demitir funcionários ou aumentar o valor das mercadorias para preencher o rombo.
Constance revirava os olhos e imitava o jeito de falar do Den enquanto andava e cumprimentava as pessoas enquanto entrava no salão comunal. O clérigo não parava de falar e Constance não conseguia nem ouvir o som dos violinos tocando. Mas conseguia ouvir a conversa de algumas nobres próximas, fazia sinais para os garçons quando via que algumas taças estavam fazias, era preciso dividir seu cérebro para dar conta de tanta ciosa ao mesmo tempo.
Imagem-Lady Ommena esse vestido é lindo, é um Gulcci? Ficou perfeito lhe deixou mais radiante. Depois cuidamos dos prejuízos Den, por que não vai até a cozinha ver se estão colocando a quantidade certa de ingredientes? Sabe que uma grama a mais pode acabar com todo o seu orçamento.
Constance deixou Den sozinho no meio do salão ao ouvir uma Nobre se queixar do sumiço do seu colar, fez um sinal para que os dois guardas a ajudassem a procurar mas já desconfiava do que poderia ter acontecido, foi até Brondarim o anão taverneiro enquanto ele reclamava em sua língua por que precisava usar gravata.
Imagem-Odeio essa noite.
Imagem-Eu sei, mas é só uma noite, daqui a algumas horas acaba e você fica um charme vestido assim, espera...Você passou cera na barba? Tanto faz, viu a Isabelle por ai?

Imagem-A vi zanzando por ai, estava flertando com o filho mais novo dos Von Tarch, mas desapareceu num piscar de olhos.
Constance agradeceu e olhou para o salão lotado, conhecendo a filha imaginou qual seria o plano de fuga dela caso tivesse roubado o colar, a viu tentar se misturar na multidão e sorriu com tamanha falta de cuidado. A seguiu de longe para que não notasse sua presença e a pegou preparando um cavalo para sua fuga a noite sob o luar. Parou atrás dela com a mão estendida esperando o colar. Sua displicência ultrapassava o limite do respeito. Toda a cidade a respeitava menos sua própria filha. Abriu a boca para soltar mais um sermão quando ouviu uma voz na escuridão e surgir de lá uma das pessoas mais famosas do mundo:Luigi.
Imagem-Ela nunca vai me perdoar e sempre vai agir COMO UMA CRIANÇA QUERENDO CHAMAR A ATENÇÃO.

Guardou o colar no seu bolso e se virou para o Bardo com um sorriso sacana no rosto, se aproximou lhe dando uma abraço e beijando- o seu rosto, manteve os braços sobre o ombro dele tentando ver seus olhos, mas aquele maldito chapéu pontudo praticamente o mantinha seu lindo rosto incógnito. Mas se afastou novamente para que as pessoas não acabassem dando com a língua nos dentes e criar um boato sobre algo que não está acontecendo, mas que poderia.

Imagem-Então vamos falar sobre seu assunto chato, mas tem que ser rápido tenho uma dezena de nobres e mais umas dezenas de funcionários me esperando.
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John Lessard
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por John Lessard » 11 Nov 2017, 19:19

Eram cinco da tarde e isto significava que estava na hora do chá. Klaus repousava de pernas cruzadas em uma cadeira ornamentada e estofada no jardim. Ao seu lado estava uma mesa ornando com seu assento. Havia um bule de prata, sobre uma bandeja de madeira escura. Em uma de suas mão eles segurava a xícara, com um delicioso chá. Na outra mão, segurava o exemplar mais recente da Gazeta do Reinado. Klaus era uma figura refinada, apegado a alguns costumes. Apesar de que não pudesse manter algumas coisas durante suas aventuras, sempre que podia realizava essas tradições.

Ali, sentado no jardim da mansão de sua família o rapaz relaxava. Gostava deste tempo para si entre missões, para pensar e refletir. Momentos onde ouvisse apenas o ambiente tranquilo em volta e o som da própria respiração. Em breve voltaria a ativa, claro, embora não soubesse para onde ainda. Seus dons mágicos haviam evoluído muito, porém ele sabia que precisava de mais. Fechou os olhos durante alguns minutos.
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- ...
A imagem de Dahaka sempre vinha em suas lembranças. O lich enfrentado na última aventura com seu grupo sempre vinha em sua mente. Havia sido um oponente terrível, um conjurador ímpar que resultou na morte do paladino anão do grupo do qual participava. Infelizmente, não era um devoto de Thyatis. Klaus, entretanto, foi retirado de seus pensamentos por Orlast. O mordomo da família era um homem tradicional, até demais para o gosto do rapaz. Apesar de apreciar uma vida boa e costumes da nobreza, Klaus apenderá a entrar em masmorras, castelos e a lutar em meio a sujeira, eram onde estavam os maiores segredos e os maiores oponentes. O mordomo, que servia sua família desde que o rapaz se entendia por gente nunca virá isto com bons olhos, embora demonstrasse isto com aquele seu comportamento travado. Klaus se divertia com isto e também com a reprovação na voz de Orlast naquele momento ao anunciar o convidado inesperado.

Vladislav Tpish, em seu jardim parado diante dele. Aquilo sem dúvidas despertou a atenção do feiticeiro, que repousou sua xícara na bandeja ao lado e enrolou o Gazeta do Reinado, se colocando em pé. Com um um meio sorriso e uma ligeira mesura, o feiticeiro dispensou Orlast, mirando o necromante em sua frente. De fato nunca gostara muito das aulas de necromancia, apesar de ver na escola uma grande importância e admirar Vladislav. Lembrou-se de seu tempo na Academia Arcana, dos estudos, das provas, do grêmio e também dos casos amorosos.
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- Não há motivos para se desculpar Professor e pode me chamar apenas de Klaus, se assim preferir.
Disse o feiticeiro com um sorriso amigável no rosto, porém além desta forma agradável de falar, Klaus estava intrigado com qual assunto o necromante gostaria de tratar.
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- Por favor, vamos conversar em um local mais agradável.
O feiticeiro indicou o caminho mansão adentro com sua mão. Caminhando altivo, com passos rápidos, porém contidos, através dos corredores decorados com tapeçaria rica, armaduras e obras de arte. Parou em frente a uma porta dupla de carvalho e a abriu, permitindo que Vladislav entrasse primeiro, a fechando logo em seguida. Aquele era o gabinete da família Primus, repleto de livros e pergaminhos em estantes embutidas nas paredes. Havia também uma mesa, com penas e papéis, além é claro, de um tinteiro.
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- Aceita beber algo, Professor? Vinho, whisky...
Esperou a resposta, servindo um pouco de bebida para si mesmo. Virou-se indicando uma poltrona confortável para o outro conjurador.
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- Pois bem, o que trás até aqui, meu caro?
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ThePortal
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por ThePortal » 12 Nov 2017, 22:00

O Doutor despertou abrindo os olhos de uma vez, como num susto. Era estranho para ele dormir uma noite inteira sem preocupações ou interrupções, e aquela estranheza já começava a incomodar. Tinha que partir, sabia que sua presença era necessária em algum outro lugar. Arrumou-se rapidamente e desceu para o salão comunal.

Donna já estava a mesa, comendo rosquinhas de gorad, em sua estranha mistura de vestido de núpcias em farrapos e ruínas. Já não chamava tanto a atenção dado o tempo que estavam ali, mas ainda era uma figura que não passava em branco.. Ela ergueu os olhos para ele, um brilho astuto que ele estava aprendendo a conhecer.
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- Entediado ainda?
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- Entendiado? Nem de longe! Em qualquer lugar de Arton os mortais oferecem muitas oportunidades de aprendizado! A rotina mais mundana de um simples plebeu carregando um balde de dejetos pode ser antropologicamente fascinante de se considerar...
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- Entediado então.
Donna voltou-se distraidamente para sua rosquinha, enquanto o Doutor sentava-se na cadeira num movimento brusco e servia-se de chá.
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- Mais preocupado que entediado. Ficar parado num mesmo lugar é não estar em outro lugar, onde coisas interessantes estão acontecendo. E importantes provavelmente. Perigosas certamente. Divertidas indubitavelmente.
Donna já conhecia a rotina e antes que ambos se perdessem nos devaneios filosóficos do Doutor interrompeu ele, num tom de censura.
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- Eu avisei que devíamos ter levado Emmilian para Valkaria. Mas o senhor certinho de Khalmyr tinha que colocar o livro de regras por cima de tudo.
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- Paciência, o que temos que fazer é garantir que....
Então o mundo parou e uma visão nova e ao mesmo tempo conhecida veio a sua mente. Uma floresta, três desconhecidos, Donna e o perigo que tanto sofreram para enfrentar a solta novamente. Antes que Donna pudesse falar qualquer coisa, o jovem Rikard veio adiante.
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- Muito prazer, sim eu sou o Doutor. Arantur, hein? Já ouvi falar que ele é trabalhador e simples, um governante que pouco se vê e muito se precisa. Gosto de gente que faz poucos rodeios e vai ao ponto. Diga seu convite e quando partimos.
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- Partimos? Doutor, você sabe que não podemos...
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- Podemos e devemos, Donna Noble. Estamos aqui negando, mas pelo visto essa caravana partiu há muito tempo, e já ambos sabíamos disso. Não se preocupe, ainda vamos ver Emmilian de novo. Ou melhor, se preocupe, porque não vai ser uma situação lá muito boa. Rikard, festa, reunião ou papo direto?
"Se quiser ser alguém na vida, devore os livros"
(Seu Madruga)

PbF's:
Ex-Heróis: Mathew Morgan / Borrão
Revolução de Ferro: Terminus Odehar
Contra Arsenal: O Doutor

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Mælstrøm
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por Mælstrøm » 13 Nov 2017, 12:58

Contra Arsenal: Manto e Adaga

Os Maiores Heróis de Arton

Lá e de Volta Outra Vez: Parte 2

A Sede do Protetorado do Reino era uma fortaleza de muros altos e flâmulas orgulhosas. A localização próxima ao Palácio Imperial dava um ar de nobreza e requinte, embora as sutilezas aristocráticas não fossem requisitos para ser um membro da lendária organização. Aldred conhecia o lugar quase como sua própria casa e embora não viesse à Sede há muitos anos, notava que nada mudava. Exceto pelos rostos novos. Ao chegar montado em Farrapo, foi recebido por dois soldados de guarda na enorme porta levadiça.
Guarda
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Pois não, senhor?
Não o reconheciam. Era natural, afinal, a aposentadoria viera há 15 anos e mesmo como consultor eventual, não pisava no prédio desde então. Mais uma das regras do estatuto dos heróis: uma vez que se peça dispensa, o retorno é proibido. Alguns levavam ao pé da letra e impediam antigos membros até de circular na Sede. Não que houvesse tanta gente aposentada assim, pois a vida útil de um membro do Protetorado do Reino era muito pequena se comparada a um aventureiro independente. E as coisas só pioraram com a chegada da Tormenta...

Após a apresentação da carta, Aldred logo adentra na velha estrutura. As paredes, as pilastras, as portas, as janelas, tudo parecia como no primeiro dia em que pisara os pés ali. Tudo novo, tudo bem polido e organizado. Não precisava que indicassem o caminho e logo chegara a uma sala modesta com um símbolo do Protetorado gravado sobre a porta. A sala era formada por estantes com tomos, livros e pergaminhos enrolados, uma mesa no canto oposto da porta onde Arkam estava sentado. Ao seu lado havia uma armadura completa montada e atrás uma janela aberta onde uma fresca brisa tornava o ambiente menos abafado. Ele apontou uma cadeira para Aldred se sentar.
Arkam
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Obrigado por vir, senhor Maedoc. Uma pena que a senhora Incarn não pôde comparecer.

Bom, vou ser direto. O regente de Tollon, Solast Arantur, nos enviou uma requisição formal de um agente do Protetorado para uma missão secreta, de muita importância para o Reino da Madeira. Entretanto, para a surpresa de todos, o Rei-Imperador Thormy vetou nossa participação.
Arkam se recostou e apoiou os cotovelos nos braços da cadeira reclinável. Seus dedos entrelaçaram em frente ao seu rosto. Apesar de muito mais jovem que o ginete, o líder do Protetorado era um homem maduro por volta dos quarenta anos. Seus cabelos negros tinha um ou outro fio branco e seu rosto possuía poucas marcas de idade.
Arkam
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Nós não podíamos simplesmente deixar de achar estranho essa recusa tão súbita. Afinal, nosso trabalho é proteger o Reinado inteiro e atender a requisição de regentes é corriqueiro. Enviei uma agente do Círculo para investigar o que acontecia e acabamos descobrindo que... Solast Arantur fez um tipo de acordo secreto com Torngald Vorlart, o rei de Ahlen. Talvez isso tenha motivado a recusa de vossa majestade à solicitação do regente de Tollon... não descobrimos ao certo.
Ele pegou uma maçã que estava numa bandeja de frutas - bananas e uvas - sobre a mesa e mordiscou. Ofereceu uma a Aldred antes de continuar.
Arkam
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O fato é que não podemos nos envolver e eu não posso arriscar contratar aventureiros errantes por aí. Primeiro, porque não sei se são capazes e segundo, não sei se são confiáveis. O senhor me entende, certo? Por isso, resolvi recorrer ao senhor e à senhora Incarn... não são membros oficiais do Protetorado, portanto, podem se envolver sem ferir os desejos de vossa majestade.
Arkam se levanta e caminha até a parede leste da sala onde um mapa do Reinado estava desenhado em um tapete do tamanho de uma carroça. De braços cruzados, ele analisava os reinos Tollon e Ahlen.
Arkam
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O Protetorado do Reino é uma instituição leal ao Rei de Deheon, mas também ao Reinado. Precisamos de informações e não podemos ficar à mercê do que considero um erro estratégico de vossa majestade. Se Tollon e Ahlen estão tramando algo, precisamos estar a par para conter possíveis futuros problemas. Afinal, Ahlen não é conhecido como o "Reino da Intriga" à toa.

O que me diz, senhor Maedoc? Vocês estão dispostos a sacrificar um tempo de suas aposentadorias e por o pé na estrada em nome do Reinado uma vez mais?
O Aluno Pródigo: Parte 2

Vladislav e Klaus andavam pelo caminho ladrilhado até a mansão da família Primus até o gabinete onde livros e pergaminhos se ordenavam em estantes distribuídas em toda parte. O necromante era um homem contido e deveras polido. Seus cabelos negros apresentavam faixas grisalhas na altura das orelhas, mas as poucas marcas da idade mostravam que era um homem experiente, mas bem cuidado e elegante. Alguém do feitio de Klaus.

Vladislav recusou a bebida com um aceno simples e sentou-se na poltrona. O jovem prodígio era mais despojado, embora mantivesse o requinte à altura de quem estava acostumado a uma vida de riquezas. Afinal, estava lidando com um renomado mago e ex-professor de seu tempo. Ele demora ainda alguns instantes, olhando estático para as mãos antes de começar a falar.
Vladislav
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Talvez você tenha ouvido falar de Emmilian Ulrich.
O nome reavivou memórias antigas de Klaus. Emmilian era um aluno da Academia Arcana de alguns anos antes dele e tinha uma reputação péssima. Enquanto aluno, era brilhante e realmente um prodígio como ele mesmo fora em seu tempo. Mas diferente do teurgista, Ulrich era um homem cruel que usava de experimentos antiéticos e acabou sendo expulso da Academia. A natureza de seus experimentos permaneceu um mistério para Klaus e se tornou um tabu em todo ambiente da escola de magia.
Vladislav
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A Reitoria considera até hoje um erro não ter vigiado mais de perto o ex-aluno após sua expulsão. Aconteceu o pior: Ulrich continuou seus experimentos com seres sencientes, provocando toda sorte de dor e sofrimento às suas vítimas...
Vladislav parou de falar por um instante como se suas palavras o fizessem imaginar o horror causado por alguém como Emmilian. Depois de um pigarreio, ele continuou.
Vladislav
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Felizmente ele foi capturado recentemente em Ahlen e aguarda julgamento. Como as maiores vítimas foram de Tollon, o próprio regente Solast solicitou à Academia Arcana um proeminente membro para fazer parte da escolta do criminoso até Vallahim. O próprio Talude me enviou até aqui para lhe fazer um pedido, uma requisição, na verdade. Em nome da Academia Arcana gostaríamos que você, Klaus, se encontrasse com Solast Arantur na capital de Tollon para acertar os termos da escolta. Provavelmente haverá um grupo de aventureiros experientes como você para o auxílio dessa empreitada.
Vladislav cruzava as pernas e segurava as duas mãos no colo, aguardando a resposta (e possíveis dúvidas) de Klaus.

A Crise do Tempo: Parte 2

O jovem Rikard balançou a cabeça vagarosamente ao ouvir a opinião do Doutor sobre seu regente. Parecia concordar com o que era dito, mas ao mesmo tempo não parecia confortável em ouvir tais falas.
Rikard
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É ele mesmo.
Limitou-se a dizer, sentindo-se interrompido por Donna em seu questionamento sobre a possibilidade de partir. O Doutor, entretanto, já tinha na ponta da língua a resposta, baseando-se em sua visão enviada por Thyatis. Rikard franziu o cenho quando ouviu o nome do criminoso.
Rikard
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Emmilian Ulrich... É um trabalho para escoltá-lo até Tollon, senhor, meu pai o convidou para fazer parte de uma equipe pra escoltar o vagabundo. Bem, é um trabalho de aventureiro e ele enviou cartas para diversos pontos do Reinado. Enviou para o Protetorado do Reino, mas eles estranhamente recusaram. Enviou para a Academia Arcana e eles vão enviar um jovem ex-aluno.
Rikard ainda estava de pé, mas quando começou a falar parecia sem paciência e insatisfeito com as respostas da solicitação de seu pai, o regente Solast Arantur.
Rikard
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Ele não confia em qualquer um para a missão, por isso pediu à toda essa gente graúda. Recusaram ou fizeram pouco caso. Problema deles. Ele me pediu para encontrar o senhor, que foi um dos responsáveis pela captura de Emmilian Ulrich. Nosso povo foi o que mais sofreu com as crueldades dele, então, nada mais justo que ele seja julgado e decapitado em Vallahim.
Disse com o punho cerrado. Rikard Arantur era um jovem dado à emoção e, por isso, o desejo de vingança transbordava em suas palavras.

Uma Ladra na Noite: Parte 2

Luigi recebia o abraço de Constance com um sorriso no rosto e uma mão em sua cintura. Ele riu à tentativa discreta da duelista em olhar-lhe nos olhos, mas nada disse sobre isso. A cada gesto, movimento delicado era calculado para que o ângulo de sua face fosse sutilmente escondido. Quando Constance se preocupou com o possível falatório sobre aquela cena, Luigi soltou sua cintura e meneou o rosto dando uma puxada no chapéu.
Luigi
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Devo dizer que é nem as mais belas histórias sobre você dão conta de alcançar sua beleza em pessoa.
Ele era um galanteador nato. As histórias diziam sobre seu apelido, "Sortudo" devido a um dia ter sobrevivido a uma saraivada de flechas com destino certo. Havia também a suposição de que ele trabalhava para a o próprio Rei-Imperador na busca desesperada pela princesa Rhana desaparecida há pelo menos seis anos. Essa história não tinha solidez para se sustentar, uma vez que Luigi estava sempre em viagens com diversos grupos de aventureiros sem ligação direta com uma busca necessariamente.
Luigi
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É sobre o Rei-Imperador, sabe? Ele me enviou aqui para te passar uma mensagem. Na verdade, é um pedido. Ele queria que você fosse até Vallahim e atendesse o chamado do "Rei Lenhador" por aventureiros. Aparentemente, ele tinha pedido ao Protetorado do Reino, mas vossa majestade impediu a participação deles. Não me pergunte, não sei dizer o motivo... é sério, não sei mesmo.
Sorriu espalmando as mãos para ela.
Luigi
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Thormy acredita que você pode representar bem a Coroa de Deheon ao pedido de Tollon, uma nação amiga, de pessoas honestas e trabalhadores. O Rei Lenhador vai gostar de saber que alguém tão famosa quanto você vai ajudá-lo em seja lá o que ele queira.
Terminou sua explanação da maneira mais casual possível puxando delicadamente a mão de Constance para lhe plantar um beijo. Luigi falava como se o Rei-Imperador fosse um colega de aventuras e fazia piada com os modos considerados sem requintes do rei de Tollon.
Dados dos Personagens
Aldred C. Maedoc II <> PV: 107/242; PE: 6/6; PA: 1; CA: 28/43 <> Condição: Normal
Therese Incarn <> PV: 32; PM: 45; CA: 18 <> Condição: Normal <> Magias preparadas: Enfeitiçar pessoas elevado [9º nível], coordenar batalha em massa, bola de fogo controlável, heroísmo maior, imobilizar monstro, vidência, sugestão elevado [9º nível], detectar pensamentos, armadura arcana, identificação, aumentar pessoa
Farrapo <> PV: 135/242; CA: 20/35 <> Condição: Normal

Klaus Primus <> PV: 63/63; PM Arcano: 48/48; PM Divino: 41/41; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
O Doutor <> PV: 79/79; PA: 1; CA: 23 <> Condição: Normal
Donna Noble <> PV: 90; CA 33
Constance Argant <> PV: 72/72; PA 2; CA: 33 <> Condição: Normal

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Re: Manto e Adaga

Mensagem por Aldenor » 13 Nov 2017, 23:10

Aldred cavalgou pelas ruas de Valkaria até a Sede do Protetorado do Reino, em algum ponto perto da Estátua de Valkaria e do Palácio Imperial. Podia-se ver mergulhado em lembranças, mas esse não fazia o feitio do ginete. O passado era passado. Apenas desmontou quando o guarda da porta levadiça o indagou. Aldred meneou o chapéu e tirou calmamente o pergaminho de dentro de sua manta. Entregou ao homem sem dizer nenhuma palavra e espero que lesse. Aldred puxou um punhado de ervas comprimidas e passou a mastigá-la. Era assim que ele substituiu o hábito de fumar seus charutos e cigarros: mascando ervas para aliviar a ansiedade e tensão. Não que ele estivesse nervoso naquele momento, mas a demora do guarda e sua incapacidade de reconhecê-lo o confrontavam com uma realidade em que não estava acostumado: não ser conhecido.

Aldred não ligava de andar por aí como um velho desconhecido como qualquer outro, embora lá no fundo sentisse uma insatisfação de ter seus feitos todos esquecidos. Afinal, salvou o Reinado mais de uma vez no passado. Após ser averiguado, o guarda o deixou passar. Aldred andou ao lado de Farrapo após a queda da porta levadiça. O ambiente interno dava um grande pátio circular feito de pedras colocadas com vários arcos e pilastras pelos arredores. Ali, muitos jovens recrutas treinavam "táticas de aventureiro". Aldred sabia que o Protetorado oferecia treinamento a jovens aventureiros, mas o que via ali eram molecotes brincando de espada. Suspirou pensando em como as coisas mudaram. Antigamente você precisava ter alguma experiência como aventureiro para ser admitido como recruta. O velho ginete lembrou do dia em que conheceu Therese, no dia de sua admissão. Passou em um teste difícil de rastreio, cavalgada e de combate.

Não demorou muito para encontrar uma sala modesta em um canto onde Arkam, o Líder do Protetorado, estaria. O antigo lugar de Grevan Tormac II, paladino de Khalmyr e líder do Protetorado antes de Arkam. Aldred parou antes da porta e suspirou pesado. Sabia que se abrisse a porta não teria volta. Receberia uma explicação do que teria que fazer e recusar estaria fora de cogitação. Afinal, ele nunca deu pra trás antes. Se estava ali, era porque queria. O ginete girou a maçaneta e entrou.

Arkam o travava como senhor, com respeito. Aldred gostava daquilo, afinal, era um reconhecimento. Sabia que o rapaz, entretanto, era polido porque lera sobre suas histórias e tinha feito uma pesquisa sobre outros membros vivos. Restou ele e sua esposa como os melhores aposentados. Após a explicação do atual líder do Protetorado e sua derradeira pergunta, Aldred, que já estava sentado e com o chapéu no colo, olhou para mesa, para os papéis de Arkam e depois para o próprio.
Aldred
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O povo tolloniense é honesto e trabalhador. Bem como seu regente. Eu duvido muito que esteja mancomunado com esses ahlenianos. Algo não cheira bem. Talvez tu estejas te precipitando, Arkam Braço Metálico.
Mas o que ele dizia fazia sentido. Havia algo ali e o Rei-Imperador estava envolvido de algum modo. Era possível, inclusive, que ele tenha recusado para justamente fazer Arkam agir por baixo dos panos, fora dos livros. Parecia interessante, de fato. Aldred esfregou as mãos calejadas.
Aldred
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Therese talvez faça participações ocasionais. Não o tempo todo, porque é professora, tu sabes. Eu ajudarei a ti, guri.
Aldred se levantou, mastigando suas ervas e cumprimentou o braço metálico.
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por ThePortal » 14 Nov 2017, 07:33

O Doutor meneou a cabeça ao ouvir o jovem, pensando em como o desejo de vingança consumia corações como um assado em fogo baixo.
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- Oh, estamos vendo muito bem o comportamento dos governos em relação a Emmilian, acredite. Se posso lhe dar uma boa notícia é que certamente ajudaremos a escoltá-lo até Tollon, eu lhe asseguro. A má notícia é que ele certamente vai tentar escapar, isso também é esperado. Mas a parte realmente ruim é que existe uma boa chance dele conseguir, e isso muito me preocupa.
O Doutor parou um tempo rápido pensando, o que para Donna já denotava uma reflexão profunda. Ela quis fazer algum comentário, mas sabia que a expressão dele antes de Rikard chegar era uma visão, e que era contraproducente discutir ou questionar. Deu uma última mordida no gorad, imaginando que não ia conseguir comer mais que aquilo em seguida.

O Doutor continuou, andando em torno da mesa, sem parecer que falava com eles ou ninguém em particular.
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- De qualquer forma, o tempo é um rio. Geralmente vai seguir seu curso, mas com um esforço muito grande pode sim ser desviado. Devemos já trabalhar com essa possibilidade. Por sorte jovem Rikard, outros além desse ex-aluno se juntarão à nós, mas ainda assim pode não ser o suficiente. O problema é saber quem está trabalhando com Emmilian. Vejo algumas possibilidades, mas ainda nada que nos ajude. De qualquer forma, antes de desviar o curso d'água temos que chegar num lugar mais adequado.
Voltou-se novamente para Rikard.
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- Qual seu planejamento original? Acredito que deve ter algum documento autorizando sua transferência de prisioneiros, certo? Se não o entregou às autoridades de Ahlen, eu gostaria de dar uma olhada nele. E qual seu planejamento para partir?
A expressão do Doutor era altiva e curiosa, quase de uma inocência infantil. Mas seus olhos, seus ouvidos e sua mente começaram a trabalhar em outro nível. O tempo, maleável como somente o próprio Doutor sabia, passava mais devagar - seja real ou figurativamente, não fazia diferença. O Doutor começou a observar os detalhes mais sutis do jovem Rikard, desde a dilatação de suas pupilas, passando pelo compasso de sua respiração até sua expressão corporal, mesmo o mais leve movimento das pontas de seus dedos. Suas palavras poderiam dizer qualquer coisa, mas todo o resto diria a verdade.
Ao terminar de perguntar ao Rikard, o Doutor vai usar Solução Engenhosa para usar discernir mentiras. A CD é 20, e como o Doutor tem +26 pode usar automaticamente, gasta um de seus 13 usos diários.
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John Lessard
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por John Lessard » 15 Nov 2017, 11:05

Klaus serviu apenas uma dose de whisky para si próprio, após Vladislav recusar sua oferta. Bebeu um gole, sentindo o gosto alcoólico na boca, quando o necromante começou a falar. Emmilian Ulrich, este foi o nome dito, o feiticeiro se deteve, engoliu em seco, só então virou-se forçando um sorriso. Sentou-se de frente para Vladislav.
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- Sim, certamente que já.
O necromante prosseguiu, falando sobre o ocorrido. Então o infame havia sido capturado e ainda por cima em Ahlen. Aquilo era... Estranho?
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- Entendo. Quem o capturou, Professor? Digo, pelo que sei, ele deveria ser um mago poderoso a esta altura, o mesmo grupo não poderia fazer a escolta? Ou talvez esta escolta esteja sendo escolhida a dedo. O que ele realmente fez, o quão cruéis eram estes experimentos?
Ele bebeu mais um gole de sua bebida.
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- Um teletransporte não resolveria esta questão da escolta?
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Wiccan
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Re: Manto e Adaga

Mensagem por Wiccan » 17 Nov 2017, 19:11

Constance fingia um sorriso de constrangimento, ou não, com os gracejos de Luigi, sua lábia era quase hipnótica era como se ele tivesse total controle do tom de cada palavra que proferia, ele não dialogava ele cantava palavras, porém logo depois das palavras de Luigi seu sorriso simpático e acalentador foi substituído por um sorriso irônico. Por alguma razão já sabia do que se tratava Luigi não iria ali naquele momento apenas para uma visita casual Deheon estaria novamente lhe convocando para o serviço. Constacne então suspirou enquanto olhava para as mãos de Luigi sobre as suas, retirou vagarosamente e cruzou os braços pensativa, estava cogitando todas as suas decisões incluindo a de se aposentar mais cedo para ficar perto de Isabelle.
Imagem-Não é o suficiente Luigi...
Balançou a cabeça negativamente algumas vezes e caminhou de um lado para o outro.
Imagem-Achei que tinha sido clara naquela maldita reunião...você sabe...reino dos doces...chifres. Eu sabia que algo aconteceria em breve e voltei para cá para ficar perto de Isabelle, concluir meu sonho de ter meu próprio negocio e ter algo para deixar para ela além de contos de bardos. Você mesmo viu, minha ausência a tornou uma garota arredia, difícil de domar e me desafia o tempo todo, com razão. Eu a abandonei e não vou fazer isso novamente, eu sinto muito.
Constance parou olhando para a porta da taverna, Den deveria estar maluco lá dentro sem conseguir me achar tentando manter tudo em ordem com os eu jeito exagerador de ser. Muita gente dependia dela ali não apenas Isabelle, deixar tudo para mais uma aventura era praticamente desperdiçar tudo oq ue conquistou e talvez destruir o único resquício de esperança em acertar as coisas com sua filha.
Imagem-Eu acredito que você não tenha muita informação, mas isso não basta para eu aceitar. Se vossa majestade deseja pessoalmente que eu vá, quero ouvir isso dele e claro com mais informações do que essa, tem que ser algo muito grande para me fazer sair daqui e só ele pode fazer isso, pode informar que Constance Argant irá ao castelo amanhã e pede uma conferencia com o rei em pessoa. Agora se me der licença tenho muito trabalho ainda e não quero que os nobres acabem espalhando criticas ruins sobre mim e o meu negocio. Obrigado pela visita meu amigo.
Constance virou as costas e caminhou em direção a porta de onde havia saído, estava claramente incomodada com o pedido, precisava saber mais sobre do que se tratava ou não iriam simplesmente lhe fazer deixar tudo de lado. Talvez estivesse senso soberba confiando demais em sua fama, mas sua filha era o bem mais precioso que possuía e nada nem ninguém tomaria esse lugar, entregou o colar para um dos seguranças pedindo que devolvesse a respectiva dona, respirou fundo e abriu um sorriso de orelha a orelha quando se dirigiam a ela elogiando o lugar.
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