Todo mundo falava e alguns falavam ao mesmo tempo que outros. Jay conhecia isso, eram adultos tentando resolver as coisas expondo seus egos e, consequentemente, suas fraquezas. O moreau movia os olhos de lince para todo o canto, analisando trejeitos. Identificava Brandon e Aedan com as opiniões mais fortes e Cecília como uma menina arrogante, embora talvez fosse poderosa o suficiente para sustentar a soberba. Afinal, era uma bruxa e usava uma espada exótica... Brandon retrucava e parecia sem paciência pra paranoia de Aedan, que ficava insistentemente tentando fazer curativos nos feridos. Jay mostrou suas presas de gato em um largo sorriso quando o arqueiro quis lhe ajudar. Aceitou de bom grado.
Já o meio-orc falava de sua casa, a tal de Smokestone, e de seu desejo de quebrar cabeças e assustar guardas com sua cara feia. Jay deu um risinho ao ouvir Jackson.
Jay
Sair intimidando geral só vai te trazer problemas, senhor Jackson feioso. O melhor é ir na furtividade, tá ligado? Na surdina, e cortar a garganta sem que saibam da onde vieram as garras.
E fez um gesto com a sua mão onde as unhas eram garras protuberantes e afiadas. Aquela não podia ser uma abordagem muito boa num grupo tããããão preocupado em ajudar os pobrezinhos prisioneiros, então, Jay riu em seguida.
Jay
Hahahaha, é brincadeira, claro.
CD 15 contra Intuição de quem quiser pra saber que Jay falava sério em cortar gargantas, etc
Depois, Jackson e Aedan trocam umas farpas e o palheiro parecia ameaçado a criar um grande incêndio. Se isso acontecesse, Jay estava preparado para sair correndo dali o mais rápido possível...
Mas a bela Angra se destacou sobre todos. Parecia que uma luz própria crescia a medida em que falava. Cada ponderação trazia o bom senso de dentro de cada um. Jay se pôs ao lado dela (e de Cecília) e balançou a cabeça repetitivamente concordando com tudo que dizia, a exemplo do que fizera com Aedan anteriormente.
Jay
Oh sim, sou Jay. Jay de Collen, ao seu dispor, nobre dama. Espero que minhas garras e minha cimitarra lhe sejam úteis.
E fez uma reverência na linha tênue entre zombaria e sinceridade inocente. Depois aceitou o copo de água pra beber. Bebeu tudo num gole só.
CD 13 contra Intuição de quem quiser saber que Jay estava sendo zombeteiro mesmo.
Angra havia decidido tudo por aquela noite. Jay olhou para Brandon e Aedan para ter certeza de que concordariam e achava que sim, pois ela já começava a encaminhar todo mundo para os lados. O moreau ergueu a mão e bateu continência para ela concordando mais uma vez e se encaminhando para um canto onde os homens estariam. Tirou sua mochila das costas e desenrolou o saco de dormir e deu uma cotovelada amigável, de leve, em Aedan, quando as mulheres foram todas pro outro lado.
Jay
Gracinha essa Cecília, não é? Notei como você olha pra ela... eu te entendo. Mó chave de cadeia. Mas ela parece meio maluquinha, não? Fica falando de dragão, Rainha Eterna, essas coisas estranhas... fala como se todo mundo tivesse obrigação de saber o que é.
Mulherão mesmo é essa Angra. Cabelos de fogo... adorável, adorável, adorável. Vamos fazer assim, você faz seu movimento na Cecília e eu na Angra. Fechou?
Angra havia determinado também uma cerimônia a noite e, talvez, um banquetão. Jay ficou feliz e se deitou no saco de dormir com as mãos atrás da cabeça com um sorrisão moleque. Não dormiria agora, mas poderia pelo menos conversar com os homens.
Jay
E você, feioso? Espero que não se importe em te chamar assim... onde fica Smokestone mesmo? Ah, você se perdeu de lá, é isso? Como você não sabe onde é se você é de lá? Que estranho. Se me jogassem no meio do mato eu saberia chegar à minha tenda lá em Collen...