Anahera
— Olha moça, não vi nenhuma mercadora de ervas por aqui, mas há a velha Sovnya, a curandeira da vila. Ela sabe muito sobre como usar as plantas para curar. Ela está ali — apontou a interlocutora para algumas barracas adiante, onde uma senhora baixinha e muito idosa conversava com uma vendedora de pão de weiz.
Borys, Caelynn e Dream
Caelynn continuava cética.
— Não sei, Dream... tem certeza de que ele não te enganou? Por mim eu ainda vou lá e tiro satisfações com esse saltimbanco.
— Ora, Caelynn — Borys conseguiu desprender-se da dançarina por alguns instantes para responder — se Dream diz que tudo foi resolvido aos bons olhos de Marah, então está resolvido.
— Que seja. Mas ainda é muito estranho não haver nenhum miliciano por aqui.
— Isso de fato é ver — Borys não chegou a terminar a frase, os olhos voltando a acompanhar o balanço da meio-elfa no palco.
— Você diz, guardas, nobre Caelynn? — a voz de Dream conseguia se fazer ouvir mesmo em meio à música. — Pude ver alguns cavaleiros lá fora, enquanto vínhamos para cá.
— É mesmo verdade — refletiu Caelynn, lembrando agora de ter visto alguns poucos homens de armadura dirigindo-se para uma das tendas, a que era dedicada aos jogos. Não vestiam-se como milicianos comuns, então ela pensou que fossem audiência do festival. Mas tampouco suas armaduras eram tão bem acabadas quanto a de um cavaleiro. Deveriam ser soldados do forte. — Mas duvido que eles sejam cavaleiros, Dream.
— O que me desperta um intrigante questionamento — a mão da pequena fada apoiava o queixo e a expressão de dúvida que se instaurava em seu rosto. — Devo comparecer com minha Titânia aos eventos de mais tarde? Se for o caso, preciso pedir que me tragam.
— Eu não sei como funcionam essas coisas — Caelynn era sempre direta, como suas flechas. — Talvez esse aí saiba algo, mas por enquanto sua cabeça só consegue acompanhar o movimento daqueles quadris no palco. Você queria ir à tenda das especiarias, certo? Vamos levá-lo para lá. Talvez só hajam velhas corocas, aí ele consegue não se distrair tanto.
Dream riu solto e descontraído, como sempre fazia, enquanto ele, Mały e Caelynn puxavam Borys para a tenda dos alimentos.
— Meu coração está partido! Vocês acabam de condenar à inexistência este que poderia ser um romance mais nobre e puro do que o da Balada do Triste Fim! — Choramingou Borys, melodramático, enquanto acompanhava os demais até a entrada da outra grande tenda.
OFF: As joias que Dream ofereceu ao saltimbanco custaram um valor de 50 tibares, já descontado de seu dinheiro.
Magnus e Goretzka
Magnus seguiu sutilmente
sir Loric, acompanhando-o alguns metros atrás. Incrivelmente, o cavaleiro pareceu não notar a vinda de Magnus — que era alguém que definitivamente chamava a atenção. Algumas pessoas, principalmente os jovens que estavam servindo bebidas a todos por ali, eram incapazes de disfarçar o espanto e admiração ao vê-lo passar com suas asas emplumadas.
Loric estava de fato absorvido por algo, e Magnus entendeu o que era assim que chegou à competição de arco: havia uma competidora, uma humana de cabelos negros e curtos, com pouco mais de vinte anos. A garota competia contra um aldeão e um soldado do forte. O soldado praguejou baixinho ao ver sir Loric, mas Magnus não conseguiu entender muito bem o motivo. Talvez Loric não fosse um bom comandante.
Aquela era a última fase e os três dispararam. O aldeão acertou na borda da marca central de seu alvo; a jovem garota acertou a borda. O soldado acertou uma das marcas mais externas, mas ainda melhor que a garota.
— Bom, parece que perdi dessa vez — declarou a jovem. — Como combinado, um caneco de cerveja a cada um de meus adversários! — Sorriu.
— Não se preocupe, minha estimada Florine! — Loric interrompeu a conversa. — Se me permitir, eu pago a cerveja ao aldeão. O outro é meu soldado e, apesar de permitir que participassem dos jogos, eles não têm permissão para beber.
— Pois para mim é tanto melhor! — riu a garota, divertida.
O soldado olhou azedo para Loric, e Magnus entendeu o motivo da praga de logo antes. O homem fez um rápido cumprimento para seu superior e se retirou, indo ao encontro dos demais soldados que jogavam wyrt.
Enquanto isso, do outro lado do salão, Aldir respondia Goretzka.
— Bom, a não ser que você queira fazer uma queda de braço com a nossa Ogressa ali, podemos fazer como nosso bom Magnus e ver os demais jogos. — O Senhor Aldir levantou-se, não sem alguma dificuldade, recusando solenemente o auxílio de Goretzka. — Mas não por muito tempo, é verdade. Logo vai anoitecer e chegará a hora de assistirmos ao seu bardo.
OFF
Hoje enfim teve início o outono. Por conta disso, os bons deuses estão favorecendo vocês, concedendo a todos 2 Pontos de Frequência, já contabilizados em suas fichas. Aproveitem-nos com sabedoria! =)